Teto

Foto de Lu Lena

QUERO SER TUA

Irei beijar cada parte do teu ser
Desvendarei o mistério de teu prazer
Com encanto e sagacidade da sereia
deslizarei em ti fogosa e faceira

Nesse enlevo de lúxuria e sedução
corpo e alma selados nessa paixão
entre taças de champanhe espumante
gemidos e sussurros delirantes

Sentirei minha alma levitar
extasiada de tanto te amar
fogo fulminante que não terá fim
Naquela cama de lençóis de cetim

Espelho no teto, corpos enlaçados
entregues nesse delírio embriagados
silêncio da noite, o brilho da lua
nesse instante meus olhos te dizem:

Quero ser tua...

Foto de Lou Poulit

A MONTANHA E O PINTASSILGO (CONTO)

A MONTANHA E O PINTASSILGO
(Parte 5)

A novamente recolhida em si, a montanha não se conformava. Como podia ser aquilo? Um pintassilgo tão lépido e inteligente tinha obrigação de encontrar a saída providencial. Será que a velhice roubara a sua visão? Claro que não, para outras coisas não! Medo de vento ele sempre tivera, mas ante a possibilidade fortuita de recuperar a sua sagrada liberdade, não poderia titubear em optar pelo vento que, diga-se de passagem, não seria mais perigoso fora do que dentro da gaiola, onde já havia entrado. Não, tinha que haver uma outra razão plausível.

De repente, ela se recordou de um detalhe que lhe pareceu importante: durante o imenso minuto em que tudo aconteceu, em nenhum momento o pintassilgo lhe dirigiu sequer um único pensamento. Foi como se ele não ouvisse os seus apelos agoniados, para que fugisse pela portinhola entreaberta, antes que fosse tarde demais. Por que tal comportamento? Será que não mais considerava valiosa a especial e já manifestada amizade de uma montanha? Ora, não havia dado a ele nenhum motivo para tamanho desprezo, muito pelo contrário.

Sua indignação contudo ainda se transformaria em perplexidade: algum tempo depois a montanha foi arrebatada das suas reflexões pelo canto, agora de fato inconfundível, do seu pintassilgo. Lá estava ele novamente. A gaiola fora reposta no mesmo arvoredo, reabastecida de sementes e água, parecendo que nada havia acontecido ao passarinho. Até se poderia deduzir que estava mais feliz do que antes da ventania. Coisa mais absurda ― disse ela a si mesma. Porém, era evidente, nenhum pintassilgo deprimido poderia cantar tanto nem com tamanho virtuosismo, nem dar cambalhotas no ar e fazer outras piruetas. Até um banhinho ele tomava. Sucinto, como são os banhos dos passarinhos, que não têm muita intimidade com líquidos e nem muito o que lavar. Mas bem diante dos arregalados olhares da montanha, o bichinho espirrava água para todos os lados, enquanto, literalmente, mostrava ser também um entusiasmado cantor de banheiro.

Quando a tarde já se preparava para anunciar a sua partida, uma cena insólita mais uma vez surpreendeu a montanha. Vieram os dois caçadores na direção do arvoredo. O velho, ensimesmado, apertando as pálpebras como que por impaciência, não respondia uma só palavra, ao passo que o jovem, mostrava-se inconformado. Alguma coisa o levava a gesticular muito e a despejar no vento repetidos argumentos, tão atropelados que era difícil entender o mínimo. Até mesmo interpor-se no caminho do outro o jovem tentou, inutilmente. Para espanto até do pintassilgo, não apenas o caçador mais velho retirou a gaiola do galho em que estava pendurada, como ainda meteu a mão pela portinhola, apanhou o bicho apavorado entre os dedos, grosseiros mas cuidadosos, e em seguida simplesmente abriu a mão e esperou que ele voasse. O passarinho atônito demorou a entender, porém depois de poucos e longos segundos, mais assustado do que feliz, lançou-se no vazio, seu natural quase esquecido pelos anos de cativeiro. Com um sorriso contido no rosto também marcado pelo tempo, o homem ficou olhando onde ele pousaria. Por seu lado, aborrecido, o jovem virou-lhe as costas e com as mãos na cabeça, numa expressão de perda, foi-se embora a passos duros na direção do vale.

O pintassilgo não chegou muito longe em seu primeiro vôo. Não mais reconhecia a liberdade, suas possibilidades e perigos. Logo percebeu que praticamente nada estava tão perto e disponível, e que necessário se fazia agora dosar o esforço de se deslocar. A satisfação das necessidades dependeria de ser capaz de reconhecer seus limites. E aí estava uma coisa que não lhe parecera importante durante muito tempo: teria que olhar para dentro de si, em vez de conhecer, por dentro, apenas a gaiola. Mas a prática de todas essas coisas teria que ficar para o dia seguinte, pois já estava completamente escuro. A noite, fora da gaiola, era terrivelmente assustadora, até porque, embora estivesse acomodado em um lugar bem seguro contra predadores, ele não sabia disso. Perdera as referências para avaliar a sua segurança e, desse modo, tudo parecia potencialmente perigoso. Os múltiplos sons da noite, assim mais se assemelhavam a uma sinfonia macabra. Fora das paredes da casa do velho caçador, o mundo se tornara quase desconhecido. Não havia mais o acolhedor teto de sapê seco. Não havia ali, na verdade, nenhum teto e o sereno já se mostrava ameaçador. Em compensação não havia nenhuma ventania (Céus! Uma ventania no meio dessa escuridão seria morte certa e dolorosa!), contudo a aragem natural e constante da noite, resultante do resfriamento, tornava difícil manter uma camada de ar, aquecido pela temperatura do corpo, entre as penas e a pele delicada. Apesar de ser pessoa de intelecto muito simples, o caçador sabia que os passarinhos dependem disso para sobreviver e tivera sempre o cuidado de manter a gaiola em algum lugar bem protegido.

Porém, todas essas perdas decorrentes do cativeiro prolongado pareciam secundárias, do ponto de vista de alguém que não poderia caber em gaiola nenhuma. A montanha passara as últimas e desesperadas horas tentando se comunicar com o pintassilgo. E assim foi, ainda por outras horas. Era alta madrugada, ela resolveu que devia armar-se de mais paciência. Decepcionada, viu afinal que as tais perdas tinham uma magnitude bem maior. O seu velho amigo passarinho perdera grande parte da percepção do seu meio natural e exterior, porém, perdera também parte da percepção interior. Que triste era isso.

(Segue)

Foto de Zami

Morte

Morte

Teto demais
Cruel demais
Fome demais
Cruel demais
Sede demais
Cruel demais
Sexo demais
Cruel demais

Progresso?
Cruel demais
GOVERNO!
Cruel demais
Natureza
Cruel demais

Zamy Pesci 26/09/2001

Foto de Sonia Delsin

DE MAL...

DE MAL...

O que me faz perder o sono são os seus olhos magoados
dentro da noite, quais feridas sangrando...
O que me faz perder o sono é a sua boca
no teto, no armário, no lustre, na penteadeira.
Na penumbra... caminhando pelo quarto...
O que me faz perder o sono é sua voz
repetindo tudo outra vez.
E a minha! E a minha...
O que me faz perder o sono, é a sua mão
que não encontro...
O que me faz perder o sono é este meu coração
que não se acalma dentro de meu peito...
O que me faz perder o sono é este silêncio
tão gelado!
O que me faz perder o sono é esta barreira
que você coloca entre nós dois...
... ignorando-me ao seu lado.

Foto de Carmen Vervloet

OS OLHOS NÃO MENTEM

Os Olhos Não Mentem

Teus olhos me olharam
De um jeito tão intenso
E me falaram de um amor tão imenso...
Que não precisou nem um instante
Envolvida por ondas afagantes
Para que eu caísse em teus braços
E revelasse num sentido abraço
O que teimava em negar meu coração
Derramando emoção!...
O amor foi reacendido delirante
Entre estrelas fulgurantes,
Lua nova e verde mar...
Meus olhos a falar o que meu coração
Não podia, nem queria negar!...
Num silêncio profundo
Que te ouvia a respirar...
As palavras perderam o sentido
E este amor tão contido
Explodiu em beijos e carícias
Entre lágrimas lavando a dor
Acendendo em luz o amor!
Nosso teto o céu brilhante
Bordado por estrelas fulgurantes!...
Nosso lençol... A branca areia!
Nossa música... O canto da sereia
Suave e terno a embalar
Este doce e intenso amar!
E neste mágico momento
Isentos de mágoas e ressentimentos
Éramos um só corpo, um só pensamento...
Banhados pelas águas do mar
Fundidos no conjugar do amar!

O tempo em mágico transe parou!...
A Estrela Dalva piscou...
E nós esquecidos do mundo
Em silêncio profundo a dançar
Sobre a espuma do mar...
Como cúmplice, somente a natureza...
Nesta cena de infinita beleza!

Carmen Vervloet

Foto de Dirceu Marcelino

JARDIM ENCANTADO I - BOM DIA GENTE. Estou muito feliz...

Bom dia gente!!!
Bom dia Musas, Fadas, Duendes,
Poetas e poetisas...
Ontem vocês encheram meu coração.
Hoje acordei muito contente.

Sinto-me como o Marcelino,
Mas sou o Dirceu Marcelino.
Vejam o meu nome fala de
Céu e Mar.
E ainda de hino,
Este é o meu canto:
“Marcelino bom menino”.
Agora moro nesta “Casa Encantada”
No endereço deste imenso
“Jardim Encantado”
“www.poemas-de-amor.net”.

Onde fica?
Ah! Depois lhes conto,
Agora vou me cuidar,
Escutem esse canto,
Estão me mandando
Cantar,
Cantem comigo:
“_Marcelino, bom menino,
"Pega a toalha,
“O sabão e vai se lavar...”

Pronto, já me cuidei
E fiz minha oração,
Agora vamos todos tomar
“Café com pão”.
Há muito troquei o vinho,
Não preciso dele
Sou um menino,
Gosto mesmo do
“Café brasileiro”.

Continuem a cantar comigo,
Vocês são meus amigos:

“_Marcelino bom menino”,
Pegou a toalha foi se lavar...
Agora vai tomar seu cafééé..
“Come, come, come... muito...”
“Limpa todo o prato...”
“Como Frei Donato”,
“Limpa todo o prato”
“Come todo o pããoooooooo...”

Agora vou levá-los à casa vizinha,
É aquela “Casa Transparente”,
Ali mora a Musa CECI POETA.
A casa dela é como a nossa,
“Não tem parede, não tem teto, não tem chão,
É, realmente, como a casa do “grande poetinha”,
Pois, aqui onde vivo é tudo assim,
Vejam a frente são nuvens de algodão,
Tudo limpo, sem poluição,
Olhem ali caminhando
Sobre as nuvens,
Ele anda também sobre os mares,
É meu amigo,
Meu Senhor,
É o menino Jesus.

Vejam o redor do “Jardim Encantado”,
Quantos pássaros, quantas flores,
Sintam o ardor dos seus perfumes,
O aroma da natureza,
Olhem aquele “pardalzinho”,
Ali embaixo daquela laranjeira,
Coberto de folhas e de flores...
É o pardal da Ceci.
Veja lá ao fundo aquelas grandes árvores,
Aquele “Jade imenso e esverdeado”
É a árvore da Carmem...
São tantas musas com nome de Carmem
(Carmem Lúcia, Carmem Cecília, ah!
Aquela é árvore da Carmem Vervloet).

Vejam lá na beira da lagoa,
Aquele sapo é o “Mustang”
E aquela Fada de branco,
Longos cabelos castanhos escuros,
Com flores...
É uma cidadã do mundo,
É a Salomé
Ela está no ensinando a cantar
Em Francês, eu já até aprendi esta:

“_Frére Jacques, Frére Jacques,
Dormez vous, dormez vous,
Sone les matiné, sone le matiné,
"Dim...dem... dom....dim...dem...dom...
Dormez vous, dormez vous...”

Ah! Mas essa é música de criança,
Não importa,
Sou um menino.
Vejam o Carlos,
Transformou-se em um príncipe,
Mas ele já era um Fidalgo,
De Lençóis Paulista,
Terra amada
Deste Rincão Brasileiro.

São tantas poetisas,
E tantos poetas, aquele é Albino Santos.
O vice-campeão.
E, aquele, que acabou de trocar de roupa,
É o Starcaca.
Vivem todos neste Jardim Encantado,
Seria injusto deixar de apresentar
Alguns deles ou delas,
Mas, aos poucos, os apresentaremos...

Vejam aquelas no Roseiral,
A primeira é a Poder Rosa, ela é fenomenal.
Aquela do seu lado com caneta na mão
É a Coordenadora - Fernanda Queiróz.
A do meio “rosinha” é a “Rosita”,
A amarela “Açúcena”,
A azul da amizade é a Carmem, dela já falamos,
A outra com “lume azul” é a Raiblue
Aquela sumidinha: Osvania é a Rosa chá, eu sei onde ela está.
A de traz é a “Rosa Morena” - Baianinha
As outras ao seu lado são Sandra, Bruna, Ivaneti e Vanessa Brandão,
As Musas Morenas, que nos enchem o coração.
Aquela amarela e vermelha é Rosemari -
Ambiance - Ela tem grande parte amarela, que representa o amor e um pouco do vermelho que representa a Paixão.
Ah! Aquela vermelha palpitante,
Como uma dama de vermelho
É a "Maria Flor",
Vivi "rabiscando"
Na Praça da República.

E, aquela, então diz não ser Rosa:
Vejam o que ela diz:
"_Não sou uma rosa,
que é exuberante, formosa
Sou flor do campo
que em meio à simplicidade
a todos encanta
com naturalidade.
Não sou rosa,
sou Teresa,
mulher, vaidosa
com alegria, tristeza,
faço versos, sou prosa.
Não sou rosa,
Sofro assim com a desproteção
de um coração sem espinhos,
um coração de muitos carinhos
que só sabe amar
e no amor acreditar
Não sou rosa,
sou mulher, sou flor
que por ti morre de amor!!!".

Desculpem-me quem já leu.
Mas ela tem o nome de minha mãe
E eu sou um menino muito sentimental.

Às vezes, me torno crítico,
Bem e daí, o que inclui, posso excluir,
Descobri isso a pouco,
Mas desse jeito minha prosa
Não terá fim.

Talvez, não seja ético,
Tem gente que já votou,

Como essa aí em baixo,

Mulher séria e muita visão crítica, com “carinha de anjo”,
É a campeã – Sirlei Passolongo,
E só depois de seu voto,
Eu paro de mexer
É um protesto.

A de cima é a Rose Felliciano,
Sim, aquela no alto da colina,
A mesma de Londrina...

Aquela voando,
Sobrevoando
É a “Joaninha Voa”,
E aquela para qual está apontando
É a Inês Santos,
A mocinha que está viajando,
Conhecendo novos sítios.
Veja a Gracieli é aquela sorridente,
Essas que estão filmando
São Enise e "Civana", amiga do "grande poetinha",
Mas, já entrou nos "entas", ´
Embora, continue muito bela.
E a outra é Carmem Cecilia,
A poetisa dos Corcéis Negros.

Olhem na original registrei todos os créditos,
Como em um trabalho científico.

Esta prosa poética
Está muito longa e você fica mexendo,
Tirando e acrescentando!
Diz-me aquele de branco
Com nome de Anjo,

"_Tá bom! Muito obrigado".
Todos nós lhe agradecemos
Pelo espaço que nos deste,
Caro: Miguel Cunha Duarte.

Foto de JGMOREIRA

AMOR TRISTE

AMOR TRISTE

Fico rodeando nada
Esperando milagre
Dormindo tarde
Saxofone na tarde

Fico olhando o tempo
Esperando o momento
De soprar o instrumento
Algum som sem lamento

Deixo correr a solto
Ouvindo sinfonia
Acordando o dia
Às vezes, alegria

Assim passo o tempo
Rodeando o nada
Devagar na estrada
Poupando a caminhada

Devagar ando muito
Observando à volta
Até a Inês estar morta
Sem teto nem porta

O que chamavas ataraxia
Digo que é pura apatia
De quem nunca aceitaria
Amor sem alegria

Por isso, rodeio nada
De olho na estrada
Que amor sem risada
É queijo sem goiabada.

Foto de ek

Haja Luz

tímido e com medo do mundo
um ser povoado de si mesmo
entre a loucura e a dor
e com os braços cansados
das incessantes braçadas
a sensação de estar afundado
submergindo, se afogando de universo
caindo, sem nunca tocar o chão
triste, cansado e com medo
uma superpopulação interior
sem espaço para mim
.........................................................................

imagine,
ter a eternidade por passado, futuro e presente
estar só no nada,
e ser tudo o que existe.
milhões de séculos,
ter e ser todo o conhecimento,
trilhões de idéias,
e ninguém pra te ouvir.
o poder de fazer e desfazer,
domínio sobre tudo,
mas tudo que há é você.
então você cria uma grande massa,
modela, amassa, brinca e perde a graça
arremessa longe,
mas não há nada além de você
e a massa, que atinge velocidades inimagináveis
se divide, se inflama
centenas de centelhas na perfeita escuridão
e tudo começa a girar
e nada faz sentido
é belo, é diferente
depois de zilhões de anos
é bom ver algo em movimento
- para saber que ainda existe movimento -
e o tempo passa,
mas você não sabe
não existe tempo, só existe você
e a massa em movimento
que se multiplica e se dispersa.
.........................................juro que não entendo, talvez seja melhor nem tentar,

a musica das esferas
a matemática perfeita do universo
e em meio a tudo isto o homem...

-----------------------------------------------------------

fome, guerra, medo, dor

-----------------------------------------------------------

ser humano
estar humano

-----------------------------------------------------------

minha vida. meu aplauso
de mim e para mim
que sou o perfeito eu

povoado de mim mesmo
----tem até sem teto-----

C H E G A

no fundo
a alma quer calma
o corpo um abraço
e o coração um descanso.
e também tenho eu
que não quero nada.

29-11-04

Foto de Civana

Lembranças

Arrumando o baú encontrei um poema, foi o primeiro projeto de um livro criado na faculdade. No primeiro dia de aula a professora nos cumprimentou e disse que no final do período todos nós teríamos que entregar um livro. Nem preciso dizer o pânico geral que se instalou dentro da turma, mas, depois do susto, ela sorriu e disse que seria sob orientação dela. E assim foi, a cada aula ela nos guiava dizendo:

- hoje vocês vão criar o espaço onde vai ocorrer a história
- hoje vocês falarão do(s) personagem(ns) principal(ais)
- hoje aparecerá(ão) o(s) vilão(ões)
- hoje acontecerá o primeiro conflito
- etc...

Foi durante todo o período, e no final conseguimos gloriosos! Foram 25 (vinte e cinco) histórias completamente diferentes, criadas sob a mesma estrutura. Amo essa professora (Zanelli), muito me incentivou a continuar escrevendo, e principalmente dar continuidade, aumentando e criando mais capítulos à minha história. Mas está parada até hoje, embora muitas vezes tenha pensado em continuar.

Pode ser que nem seja tão admirável, nem ter tanto valor para os outros, mas o texto abaixo me traz lembranças maravilhosas:

* trecho de um capítulo da aula de português - Profª Zanelli/1981 - CUP (Centro Unificado Profissional), depois Faculdade da Cidade, e atualmente UniverCidade:

"...Lentamente abre seus olhos, suas mãos ainda estão com algumas pétalas de rosa que exalam um perfume delicioso por todo o quarto. Permanece deitada admirando o toque lindo que deu a sua cama aquelas pétalas caídas sobre o travesseiro e escorregando para o lençol com a brisa vinda da janela.

_Como a natureza é linda! Tudo fica maravilhoso com a presença dela. Até o meu quarto ficou lindo por causa de uma simples rosa. Não! Não é tão simples assim. Se fosse não transformaria o meu quarto. Ou então é, talvez até mesmo por ser tão simples que foi capaz de mudar algo. É incrível como tornamos tudo tão complicado e esquecemos que é justamente nas coisas mais simples que podemos encontrar algo tão lindo, tão puro, capaz até mesmo de dar sentido a uma vida.

Agora, seus olhos estão fixos no teto branco que começa a escurecer com o entardecer. Seus olhos estão tristes, perdidos no tempo.

_Um dia, eu também fui linda como você...agora estamos igualmente despetaladas, despedaçadas..."

(Civana)

Foto de Raiblue

Vídeo-poético:Haikais Eróticos III

Haikais,narração e montagem by Raiblue
Telas do amigo e grande artista:Sérgio Trouillet

I
Pousam em meus olhos
Rios secretos, te navego
Suas mãos,meu remo
II
Há em ti tantas noites
Um vinho branco,uma canção
Em mim,a dança...
III
Inseguro porto
Parto para outras viagens
Vento e naufrágio...
IV
Sonho com você aqui
No quarto,estrelas no teto
Na cama, há mar...
V
Beije-me a boca
Com a língua, me decifre
Não fale..., só sinta...
VI
Sonhos e viagens
Em cada palavra, vôo
Sem asas, só alma...
VII
Em sua língua, amor
Há o sal do mar de Camões
Um porto para mim...
VIII
Posições variadas
nas estradas do seu corpo
kama-sutra saboroso
IX
Poemaremos
versos rabiscados na carne
o gozo,a tinta...

(Raiblue)

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