Submissão

Foto de Carmen Lúcia

Natal, sabores e dissabores

Badaladas festivas...
Jesus nasceu!
Champanhas estouram,
soluços ressoam
em vão...

Miséria, luxo,
fome, ostentação,
manjedoura, exagero,
esperança, desilusão...
fartura, escassez,
discrepância entre irmãos.

Lembrança, esquecimento,
agradecimento, apagão...
Iguarias sobre a mesa,
mesa faltando pão...
Alegria, euforia,
pedidos...Oração!

A soberba a exaltar o poder;
A humildade a calar submissão.

E o Natal? A que veio o Menino?
Se o amor, sentimento peregrino,
é o que deveria reinar e crescer?
Não vingou...deixaram-no morrer.

O “amai ao próximo" se distanciou;
“como a vós mesmos” é o que restou.

Carmen Lúcia

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Foto de mariana benchimol

Inanizada

Eu ouço vozes
e não entendo
o que elas querem
[dizer.

Vejo você tentando expressar algo,
mas não ouço nada
e não entendo o que você quer
[dizer.

Eu tento decifrar
a expressão nos seus olhos,
mas eles estão cerrados.

Eu ouço vozes e mesmo sem entendê-las
eu grito bem alto:

“Sou eu o Eu Lírico
dos meus poemas !”
E eles riem.
Riem por quê?

Você se aproxima,
Fato inédito que me desperta curiosidade.
O que seria tão engraçado?

E quando você finalmente
chega perto, diz:

“Autenticou-os?”
E numa prece muda eu nego.
“Então sou eu o Eu Lírico
dos seus poemas”

E eu me calo,
Concordando com a minha submissão a você.

Foto de Manoel Lúcio de Medeiros

O DESAFIO DE SER MÃE!

Poeta Malume (Manoel Lúcio de Medeiros).
Fortaleza – Ceará – Brasil. 10/05/2009. 00h10min.
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Palavra às mães!
Quero dedicar e ofertar a todas as mães estes sonetos que compus com muito amor, carinho e esmero, justamente para esta data, o dia das mães. (Segundo Domingo de Maio).
Ser mãe é uma árdua e sublime missão doada pelo criador eterno. Deus quando esboçou a mulher na eternidade, fê-la com o pacote completo: “amor, abnegação, bravura, carinho, cuidado, competência, coragem, desempenho, força, maternidade, profissionalismo, submissão, ternura, e zelo”. Em fim, tudo quanto uma mãe necessita, Deus colocou no seu coração, porque ser mãe, sempre foi, e sempre será o maior desafio da história. O desafio de ser mulher, enfrentar o machismo exacerbado de muitos homens e de muitas sociedades, os quais foram no passado, um verdadeiro duelo para a mulher, onde muitas tiveram que pagar o preço com seu sangue derramado, vitimadas pela injustiça e preconceitos sociais. No entanto, o desafio de ser mãe, de gerar no seu ventre materno a vida, amamentando-a sob seu seio; a enobrece, a dignifica, e a eleva sobre todos os seres da terra, ao privilégio de ser mãe do ser mais importante da natureza, a vida humana!
Ser mãe é desafiar a vida, pois muitas vezes, levada pelas circunstâncias, tem que lutar pela própria sobrevivência, se submetendo aos desatinos de uma sociedade competitiva e muitas vezes discriminatória! E nesta peleja, ela tem se sobressaído com êxito, e com garbo! O desafio de ser mãe e ser esposa, compartilhando com o marido e com os filhos, o amor, a construção do lar, a educação dos filhos, e a formação espiritual e social deles, como cidadãos, (como disse Salomão, a mulher sábia, edifica a sua casa), a tem tornado, um colosso nas páginas do tempo e nas folhas do coração!
O desafio de enfrentar a violência, por parte de seres inescrupulosos que procuram usar a mulher como objeto de seus desejos imorigerados. Tudo isto, é muito duro e difícil para uma mulher! Pelo que ela necessita por parte do homem, o amor, a ternura, o carinho, uma postura ética saudável e a devida compreensão. Mãe, que Deus te abençoe ricamente, não somente nesta data dedicada ao teu dia, como todos os dias de tua existência sobre a face da terra. Que Deus te ilumine a cada dia, te enchendo de sabedoria e discernimento, para que possa desempenhar o papel mais sublime e sagrado, o papel de ser mãe, o papel de aceitar todos os desafios e de vencer todas as barreiras! Que Deus te conceda a vitória sobre tudo e sobre todos, pois a carga que recebeste, é deveras pesada, contudo, recoberta de uma inaudita e inefável glória, a glória de ser mãe. Meus parabéns!
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Do amigo, poeta Malume.

Foto de Carmen Lúcia

Mulher, da fragilidade à solidez...

Frágil como a luz que aquebranta
não sendo dia, nem sendo noite,
e nesse meio termo
peregrina pelo ar...
E, indefinida, espera calmamente pelo que virá.

Frágil como o orvalho que umedece as flores,
- tênue gotícula que as revigora-
chora ao realçar a flor que se abrirá
como se de sua alma nascesse a emoção;
beleza igual jamais existirá.

Frágil como os versos de um poema
sem métrica, sem rima, sem tema;
livres, vagando e divagando cantilenas,
pianíssimos sons que se diferem no clamor
e se unem na linguagem universal do amor.

Sólida como a rigidez de um rochedo
onde as águas batem, invadem e voltam
sem descobrirem o segredo
de tamanha solidez,
da rocha que não se desfez.

Sólida quando sangra
revelando a fragilidade
que a fertilidade estanca,
exaltando a sublimidade ...
Em teu ventre, a vida sacrossanta.

Mulher...
És simultaneamente
realidade e fantasia,
força que nos conduz... És luz!
Suavidade que alivia;
amor e abnegação
a quebrar correntes da submissão...
Gravando tua marca sagrada
em cada palma de cada mão.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Concurso Literário de 2009-Tema Mulher:"Mulher, da fragilidade à solidez..."

Frágil como a luz que aquebranta
não sendo dia, nem sendo noite,
peregrina pelo ar...
E, indefinida, espera calmamente pelo que virá.

Frágil como o orvalho que umedece as flores,
- tênue gotícula que as revigora-
chora ao realçar a flor que se abrirá
como se de sua alma nascesse a emoção;
beleza igual jamais existirá.

Frágil como os versos de um poema
sem métrica, sem rima, sem tema;
livres, vagando e divagando cantilenas,
pianíssimos sons que se diferem no clamor
e se unem na linguagem universal do amor.

Sólida como a rigidez de um rochedo
onde as águas batem, invadem e voltam
sem descobrirem o segredo
de tamanha solidez,
da rocha que não se desfez.

Sólida quando sangra
revelando a fragilidade
que a fertilidade estanca,
exaltando a sublimidade ...
Em teu ventre, a vida sacrossanta.

Mulher...
És simultaneamente
realidade e fantasia,
força que nos conduz... És luz!
Suavidade que alivia;
amor e abnegação
a quebrar correntes da submissão...
Gravando tua marca sagrada
em cada palma de cada mão.

Carmen Lúcia

Foto de DAVI CARTES ALVES

EU TE AMO !!!

Pois,
pensar em você
é sentir os pés nus
sobre asas de anjos
é deleitar-se em sua suave & perene leveza
é fazer uma imersão completa na beleza

e deixar-se petrificar,
em submissão de menino
na sua graciosidade, seu encanto & fascínio
compondo teu amor
ao som de violino

é banhar-se em teu chafariz de ternas virtudes
mansuetudes, paz, solicitudes
sonhar nos carinhos das tuas asas de amor
encher com o teu mel o meu dissabor

És linda borboleta de sapatinho ana bela
tens um brilho sublime, tal qual Cinderela
capaz de anoitecer até mesmo anjos & diamantes
e fazer-se porto seguro
para meus andarilhos errantes

pensar em você
é embalar-se em melíflua canção de ninar
na composição da brisa, apaixonada pelo mar
é sublevar recitando pelos poros d’alma
um novo poema para o verbo,
te amar.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de DAVI CARTES ALVES

PENSAR EM VOCÊ

É sentir os pés nus
sobre asas de anjos
deleitar-se em sua perene & suave leveza
e fazer uma imersão completa
na beleza,

e deixar-se petrificar,
em submissão de menino
na sua graciosidade, seu encanto & fascínio
compondo teu amor
ao som de violino

é banhar-se em teu chafariz, de ternas virtudes
mansuetudes, solicitudes
sonhar nos carinhos das tuas asas de amor
encher com o teu mel o meu dissabor

És linda borboleta de sapatinho ana bela
tens um brilho sublime, tal qual Cinderela
capaz de anoitecer até mesmo anjos & diamantes
e fazer-se porto seguro
para meus andarilhos errantes

pensar em você
é embalar-se em melíflua canção de ninar
na composição de brisa, apaixonada pelo mar
é sublevar recitando pelos poros d’alma
um novo poema para o verbo,
te amar.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Azul_Fogo

Balada do Homem Sólido





brincas com as pedrinhas e fazes muitas perguntas
saltas dos braços da tua mãe e olhas a tua volta, curioso
/como se a morte não existisse
vais para a escola e começas a esquecer
brincas e jogas futebol nos intervalos
e ensinam-te os ritmos e a submissão tranquila
/como se a morte não existisse

depois descobres o teu par e começas a passear
esquecido – corres e ris e bebes com os teus amigos
/como se a morte não existisse
na universidade, ignoras o fim da noite
saltas e cantas e depois estudas na véspera dos exames
/como se a morte não existisse

depois conquistas o primeiro emprego
já quase não fazes perguntas, continuas a viajar
/como se a morte não existisse
compras uma casa e começam a viver juntos
esquecido dos jogos e das pedrinhas
por duas noites foges de ti, enganando o dia
levantas os braços e sorris, contas e ouves piadas
/como se a morte não existisse

depois há um tempo em que tens filhos
cuidas deles e fazes por que aprendam a ser como tu
reais e concretos, sem perguntas, nem duvidas
/como se a morte não existisse
chegam os filhos dos teus filhos
continuas a fazer o que se faz para que o tempo flua
sem inquietação, entre festas e trabalhos
/como se a morte não existisse

depois morres



Carlos César Pacheco, 5 de Julho de 2008, madrugada


Nota: todos os textos neste espaço estão registados no IGAC, mas podem ser livremente copiados, desde que me mencionem como autor, tenham link para http://forteondaserena.blogspot.com/ e reproduzam esta nota, sem alterações.

Foto de CarmenCecilia

AUTO DESCOBERTA VIDEO POEMA DE CARMEN LÚCIA

POEMA : CARMEN LUCIA

EDIÇÃO: CARMEN CECILIA

MÚSICA: NOBODY SUPPOSED TO BE HERE ( DEBORA COX )

Auto-descoberta

De repente, estremeço.
Um arrepio me rouba os sentidos.
Tira-me o chão, em transe permaneço.
Reflexos tomam conta de meus movimentos.
De meus atrevimentos...
O êxtase amplia tais momentos.

Um toque, um forte arrepio... Enlevo total!
Um vôo descomunal...
No ar, gemidos ofegantes, delirantes,
Encontro do sublime com o insano,
Choque do sagrado com o profano,
O arrojo e a fraqueza.
A entrega e a sutileza.
A dúvida e a certeza.
A força do desejo e a submissão.
A confirmação!

A paixão a rondar pelos cantos...
Doidivanas, semeando enganos...
Mentiras sutis, sentimentos vis,
Disfarce imprescindível à nossa carne,
Imbuído, incrustado, penetrado...
Uma fraqueza.Sim! A mais austera!
Uma mentira.Talvez!A mais sincera!
A alma dilacera, o corpo engabela.
E lá fora, em confronto com a paixão,
O amor correndo livre, sem direção.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Auto-descoberta

De repente, estremeço.
Um arrepio me rouba os sentidos.
Tira-me o chão, em transe permaneço.
Reflexos tomam conta de meus movimentos.
De meus atrevimentos...
O êxtase amplia tais momentos.

Um toque, um forte arrepio... Enlevo total!
Um vôo descomunal...
No ar, gemidos ofegantes, delirantes,
Encontro do sublime com o insano,
Choque do sagrado com o profano,
O arrojo e a fraqueza.
A entrega e a sutileza.
A dúvida e a certeza.
A força do desejo e a submissão.
A confirmação!

A paixão a rondar pelos cantos...
Doidivanas, semeando enganos...
Mentiras sutis, sentimentos vis,
Disfarce imprescindível à nossa carne,
Imbuído, incrustado, penetrado...
Uma fraqueza.Sim! A mais austera!
Uma mentira.Talvez!A mais sincera!
A alma dilacera, o corpo engabela.
E lá fora, em confronto com a paixão,
O amor correndo livre, sem direção.

(Carmen Lúcia)

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