Sono

Foto de JGMOREIRA

DE CUJUS

DE CUJUS

Não me amas mais
nada em mim te encanta.
A mim não se parece aquela
A quem querias na tua ganância.

Nada em mim te provoca
Fica essa boca em brasa
Manchando os lençóis da casa
E tu nada. Nada de resposta.

Queria que me dissesses palavra
capaz de espantar minha mágoa
Mas nada dizes. Nada te ocorre
A esperança desfalece e morre.

Na cama vazia me deito
Como é de costume
Enquanto jazes ao lado
Defunto, de cujus, decúbito

Sei que não dormes
Mas morres todo dia
E morto ficas e morto vives
Eu? Nada. Fui um deslize.

Um dia no mesmo cigarro
Nas duas bocas um único trago
Promessa, conversa, afago
Te amo, te como, te guardo

Hoje finges um sono que não existe
Mas antes dormias no meu sonho mais triste
Ate que me convencestes a dar meu destino
Para que me deixasses sem rumo sem trilho.

Não me amas mais nem nada te encanta
Porque não vives em paz e me deixas solta
Para que eu seja a viúva, o véu na sombra
O olhar que não mais interroga?

Nada em mim te encanta
Mas não adianta
Teu costume é defunto criança
Que em mim apenas descansa

Não me amas mais
Nada em mim te provoca
De cujus, decúbito, demais
o amor nunca suporta

E se afasta
Nefasta a hora
Em que dissestes
Sempre e agora.

Foto de Cecília Santos

E POR FALAR EM SAUDADE

E POR FALAR EM SAUDADE
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Quando a noite chega, me recolho.
Recolho minha vida, meu mundo, meu coração.
Aconchego tudo, em meu peito.
Onde outrora, aconchegava você!
Peito que cantava alto, pra te alegrar.
Que embalava seu sono, seu descansar.
Hoje chora baixinho, pra não te acordar.
Do sono profundo, que estás a dormir.
Seu riso cristalino ecoa, em meu ser.
Como uma doce magia, ou uma louca ilusão.
Que as vezes, me entorpece a alma,
e turva a minha visão.
Já não sei distinguir o real, da ilusão.
Te sinto presença, no meu presente.
Sinto seu perfume, sua doce voz a me chamar.

Quando a manhã chega, desfaço meu abraço.
Desfaço meus laços, te dou a liberdade!
Te deixo ir nas asas dos anjos, pra sua morada.
Morada distante, que não encontro o caminho.
Caminho de luz, que te conduz ao paraíso.
Pois anjo feito você, só pode lá morar.
Meu paraíso se resume, em meus sonhos.
Pois é através deles, que encontro você.
Enquanto não sonho, meu mundo e vazio.
Não tenho você, não tenho sua alegria.
Minhas lágrimas por você, são de saudades.
Meu riso, já não sei se existe.
Você era a calmaria, depois do vendaval...!
Meu caminho, minha luz, meu anjo terrestre...!
Acho que em outra vida, eu já te conhecia...!
Quando você nasceu, eu te reencontrei...!

P/ Fê com saudades

Direitos reservados*
Cecília-SP/09/007*

Foto de JGMOREIRA

A FALTA

A FALTA

A falta que amo
Adormece em nácar
Desperta sob marfins.
A falta hedionda que mata
Dorme ao meu lado, impune.
Incólume, na distância do
Meu desejo.
Pela minha falta de ti
Calculo tua falta de mim
E morro pensando que morres
Da minha saudade de ti.

A falta que amo tanto
Sussurra seu nome nas conversas
Dos amigos; abraça-me
No vazio do abrigo.
A falta, que é tanta
Cavalga-me em leitos em cio
Sob o som de mil chicotes
Em noites de trêmulo pavio.
Noites a fio.

Desafio a falta que não sei se me ama
Na minha falta, que ama.
Desejo-a em todas as minhas palavras,
No leito imenso dos solteiros.
Sob edredons em desalinho
Na feiúra do linho,
Quando penso na blusa
Da sua pele morena
Me abraço sozinho
Desespero solitário.

Ardo em outros corpos
Bebo outras bocas
Aceito palavras
Mas não perco o senso
Que reside na falta
Que amo.

Topométrico, meço minhas subidas e descidas.
Faço mil cálculos sem obter a medida
Exata da falta
Que não sei se me ama.

Assalto mil castelos
Atravesso os inimigos
Com a espada do silencio.
Lanceio meus amigos
Com desejo enorme da falta,
De tão imenso.

Ela ressona em azuis
Cavoucando meu abismo.
Conduzo meus demônios e archanjos
Para o pasto verdiço
Como fora apascentar
O desejo da falta que angustio.

A falta retoma a jornada dos anos.
Prossegue comigo, massacrando-me,
Desfazendo cada carapaça, armadura
Da sua longa pele moura
Renasce meu desejo infinito.

A falta me rouba o tempo,
A respiração, o sono, o amor.
Ela levou o amor.
O amor foi, cordeiro,
Ao chamado da falta.
Correu ao seu encontro
Como se ela fosse a presença
Que ama. E não falta.

O que ama a falta, soluça
Na pele escura da blusa
Da falta obscena.
O homem acena à falta
Que não ama: recusa
O que ama na falta da cor
Além da bruma, blusa,
Que nem sei se ela usa.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

REBELDE.

REBELDE

Quando cai a noite calma...
Descubro que ainda não tenho sono ...
Lá no fundo da minha alma ...
Quero andar nu pelos campos !!!

Quero ser um bravo guerreiro ...
Quero afrontar os capitalistas ...
Não sei se vou mexer num vespeiro ...
E arrepender-me por ser um anarquista !!!

Neste modelo de republicanos ...
Não me encaixo em nenhum dos lugares ...
Vou me esgueirando ano após ano ...
Esperando ser eu de verdade !!!

Mas há de chegar um dia ...
Que rebelde poderei ser ...
E dizer com muita alegria ...
Que só faço o que quero fazer !!!

Foto de HELDER-DUARTE

Menino

Menino

MENINO
Menino, menino!
Dorme meu filho,
Nesse teu sono, tranquílo
De pequenino...

Dorme, dorme criança!
Nessa tua infância...
Dorme! Porque o vento, ainda não sopra.
Só o rouxinol, música sua, toca.

E quando fores homem,
Sê menino, ainda,
Nesse estado de ordem...

Ouve música d´arpa!
Por campos, verdes, faz tua saída!
Continua, brincando na neve alva!

HELDER DUARTE

Foto de Hisalena

Quem nunca teve...?

Quem nunca teve um grande amor?
Um amor daqueles que nos faz tirar os pés do chão, ganhar asas e flutuar no espaço como uma nuvem?
Um amor daqueles que nos faz andar com um sorriso idiota na cara faça chuva ou faça sol?
Um amor daqueles que nos tira o sono de noite e nos enche a alma de dia?
Um amor daqueles que nos faz pensar no presente e sonhar com o futuro?
Um amor daqueles em que os olhos se iluminam, o coração dispara e o sorriso se abre?
Um amor daqueles com que sonhamos a vida inteira?
Por certo já todos tivemos um amor assim...o que talvez nem todos tenhamos tido é a sorte de ter sido correspondidos... ou talvez tenhamos sido e nunca tenhamos sabido...
Se nunca fomos correspondidos... é triste, mas a ilusão doce fica a vida toda, presa a nós como uma terna recordação...
Mas se fomos correspondidos e nunca soubemos senão quando já era demasiado tarde...aí fica a tristeza, a mágoa, a revolta, a decepção e a eterna pergunta "Mas porquê que nunca soube?".
Como é que alguém pode ter coragem de amar assim tão intensamente e nunca dizer nada? Como é que alguem pode correr o risco de perder o amor e a amizade simplesmente porque é mais cómodo calar o coração?
Como é que alguém pode amar e fingir que não ama?
Como é que alguém tem a coragem de deixar passar um verdadeiro amor ao lado apenas porque é mais simples e menos trabalhoso?
Não sei...
Mas sei que quando se acorda e se percebe que aquilo que julgámos ter como certo se afasta em busca de um porto de abrigo mais seguro, aí tentamos resgatar tudo... e inevitavelmente falhamos.
Não seria mais fácil seguir o coração?
Não seria mais fácil chorar por se ter arriscado e não ter conseguido do que chorar a vida toda uma incerteza?
Não seria mais honesto acreditarmos em nós e no que sentimos?
Seja como for, acredito que quando se ama, quando realmente se ama, devemos dar a conhecer tal facto ao alvo dos nossos afectos. Se formos correspondidos...ouro sobre azul! Se não formos é porque essa pessoa não nos merece nem merece um sentimento tão nobre.
Afinal já dizia o provérbio... vale mais sofrer por amor do que por nunca ter tido coragem de amar

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o ano termine...

Conto Literário

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.
O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.
A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.
O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.
Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.
Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Homem Martinho

Amiga Ceci

Olá Amiga:

É verdade, nós os poetas, ou candidadtos a..., levmos a vida a cantar o amor; a vida; a felicidade; a saudade e sei lá o quê mais e cde um momento para o outro vemos a nossa porta atulhada de sentimentos que não conseguimos explicar.
Quantas vezes já perguntei a mim mesmo o porquê de tufo isto?

Tantas vezes procuro respostas na escuridão do meu sono e nunca encontro respostas.

amiga me desculpe por desabafar assim

Francisco

Foto de Oraculo

SOMBRAS DO PASSADO

Lembro bem,
Quando sentia tua voz suave
Tocar minha alma tal qual
O azul do céu envolve uma ave.

Lembro-me bem,
De sentir suas mãos tocando minha face
Eu de olhos fechados
pedindo para que o tempo não passasse.

Eu velei teu sono,
Estive aqui do teu lado todo tempo.
Eu beijei teus olhos enquanto dormia,
Abraçando você , não tenho mais medo.

Você se lembra?
Eu me sentia extasiado com teu perfume.
Beijava tuas mãos, suas mãos minha princesa!
E você surgia sempre de repente, como um deslumbre!

Como num passe de mágica, você se foi.
Deixou me aqui com minha angustia,
Meus sonhos, morreram junto com minha vontade.
Hoje, sou apenas a sombra do que fui um dia!

Foto de Marta Peres

Crepúsculo

Crepúsculo

Rente à noite desce a escuridão
E eu continuo parada frente grande vidraça,
Já nem sei quanto tempo estou na mesma posição,
Braços cruzados ao peito fitando o nada!

Sonho ainda contigo, vem esperança de vê-lo entrar
Pela mesma porta donde saiu, cerro os olhos,
sua imagem oscila ante meus olhos úmidos.
Que fiz meu Deus para merecer cruel castigo?

Imagem vem, vacila e logo vai em ritmo
Espaçado, repetitivo, cruel amargura vivo,
Ouço voz, penso ser a sua, mas no silêncio se esvai,
lágrimas derramam pela face indo molhar o ladrilho.

Só, em meu desespero vagueio perdida nas luzes
Que já estão iluminar a rua, meu céu sem estrelas
Ronda minha casa, minha vida, meu coração.
Tudo é negro ante meus olhos, procuro, não lhe vejo!

Entrego-me à exaustão, vencida pelo sono
Sonho com a esperança do amanhã e espero,
Sei que voltará para mim e eu o perdoarei!
Lhe Amo!E não o quero perder!

Marta Peres

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