Crepúsculo
Rente à noite desce a escuridão
E eu continuo parada frente grande vidraça,
Já nem sei quanto tempo estou na mesma posição,
Braços cruzados ao peito fitando o nada!
Sonho ainda contigo, vem esperança de vê-lo entrar
Pela mesma porta donde saiu, cerro os olhos,
sua imagem oscila ante meus olhos úmidos.
Que fiz meu Deus para merecer cruel castigo?
Imagem vem, vacila e logo vai em ritmo
Espaçado, repetitivo, cruel amargura vivo,
Ouço voz, penso ser a sua, mas no silêncio se esvai,
lágrimas derramam pela face indo molhar o ladrilho.
Só, em meu desespero vagueio perdida nas luzes
Que já estão iluminar a rua, meu céu sem estrelas
Ronda minha casa, minha vida, meu coração.
Tudo é negro ante meus olhos, procuro, não lhe vejo!
Entrego-me à exaustão, vencida pelo sono
Sonho com a esperança do amanhã e espero,
Sei que voltará para mim e eu o perdoarei!
Lhe Amo!E não o quero perder!
Marta Peres