Sono

Foto de diego_drigo

SE eu Fosse um Anjo

Se fosse um anjo...
Olharia toda a humanidade,
E mudaria todos os pensamentos.

Se eu fosse um anjo...
Acabaria com todas as diferenças existentes no mundo,
Independente de dinheiro, cor, raça, e deficiência.
Pois somos todos iguais, filhos do mesmo pai nascemos para amar, sonhar, ser feliz, ser amado, constituir uma família, enfim, nascemos para viver.

Se eu fosse um anjo...
Protegeria mais os que precisam,
Os que mais sofrem,
Os que têm fome, mas não tem o que comer.
Os que passam frio, mas não tem um agasalho, um cobertor, para se aquecer.
Os que têm sono, e dormem na rua, porque não ter uma cama, ou um colchão para se deitar.
Os que cheiram mal, por não ter um chuveiro para se banhar.

Às vezes reclamamos tanto da vida, e nem paramos pra pensar que á tanta gente que queria ter o que temos sorrir como sorrimos comer como comemos dormir como dormimos, pessoas que não tiveram oportunidade na vida, como nós temos. Tanta gente sem família, tanta gente morta em laboratórios, servindo de objetos de estudos, por não ter alguém que viesse e reconhecesse seu corpo, e nós muitas vezes brigamos e desprezamos nossa família, que nos ajuda, nos da apoio e querem nosso bem.

Se eu fosse um anjo...
Protegeria as pessoas dos marginais,
Protegeria o inocente, julgado como culpado.
Protegeria e ajudaria aquele que todos os dias olha para o céu e pede para Deus o proteger e o ajudar.

Se eu fosse um anjo...
Realizaria sonhos de todas as pessoas que merecem.
Não deixaria que planos, sonhos e desejos se acabem pelo simples fato de que não conseguimos correr atrás deles, ou que a vida não nos proporcionou tal condição.

Se eu fosse um anjo...
Andaria Sempre do seu lado
Seria seu sol na manha de frio
Sua sombra no calor da tarde,
Sua lua no anoitecer
Te protegeria, Cumpriria seus sonhos,

E iluminaria seu viver,
E quando fosse dormir
Cantaria uma canção
Pra ter você sorrir
Sem saber que sempre estive aqui.

Queria eu entender a morte, queria saber se quando partimos, nossa alma vaga por ai, mas nem e ninguém tem essa resposta, só Deus.
De um coisa eu sei, te amarei Eternamente, e quando partir desta quero em um anjo me transformar, em teu coração habitar,
E te trazer felicidade, amor, vida, saúde,paz, e principalmente, realizar seus sonhos.
Mas só conseguirei tudo se eu simplesmente me tornar um anjo.

Foto de Mentiroso Compulsivo

NOITE QUE FOI MADRUGADA

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Esta noite foi a noite que foi madrugada
Em que ao sexo ficaste por mim devotada
Como quem se prende num jardim
De sons de flores a chamar por mim
Resguardados na jarra que deixei
Olhares lançados deitados na cama
Sobre um corpo de curvas moldadas
Entre lençóis brancos desdobrados
Nuvens suspiravam teu sono, ou seriam sonhos?
Vi teus olhos verdes num embalo fechados
Sentia o ar que junto a ti respirava
Como uma perpetua carícia incandescente
Que dentro de mim entrava para sempre
Caminhei em direcção a ti e junto de ti
Invoquei aos deuses a imagem de Afrodite
Sonhos invisíveis brotaram do silêncio
Incontidos em pianos de espuma com cio
Eras corpo azul pelo âmbar da manhã
Capaz de perdurar adormecida para sempre
Na chama de um nome que ao mundo não digo
Nesta noite que foi madrugada
Foste pedaços de muita coisa
Que eu tentei juntar e colocar
Mas havia sempre algum que ficava desfeito
Na chuva que caia, levado pelo vento
Eu abri a porta e sai, deixando-te a dormir ali.

© Jorge Oliveira

Foto de Sonia Delsin

DE MAL...

DE MAL...

O que me faz perder o sono são os seus olhos magoados
dentro da noite, quais feridas sangrando...
O que me faz perder o sono é a sua boca
no teto, no armário, no lustre, na penteadeira.
Na penumbra... caminhando pelo quarto...
O que me faz perder o sono é sua voz
repetindo tudo outra vez.
E a minha! E a minha...
O que me faz perder o sono, é a sua mão
que não encontro...
O que me faz perder o sono é este meu coração
que não se acalma dentro de meu peito...
O que me faz perder o sono é este silêncio
tão gelado!
O que me faz perder o sono é esta barreira
que você coloca entre nós dois...
... ignorando-me ao seu lado.

Foto de Sonia Delsin

O FANTASMA DA SALA

O FANTASMA DA SALA

Quando menina eu sempre ficava com minha mãe na sala aguardando a chegada de papai. Ele saía todas as noites, fizesse tempo bom ou ruim. Era um hábito que tinha, e do qual só se livrou quando eu já estava com quinze anos de idade.

Ficávamos um tanto inseguras na casa sem uma presença masculina, porque morávamos numa chácara.

Minha mãe era uma mulher corajosa e depois de ter trabalhado o dia inteiro ainda contava lindas estórias para nos distrair, todas as noites. Hoje eu me pergunto onde ela conseguia tanta força para suportar tudo o que suportou.

Ouvíamos o nosso velho rádio. As radionovelas... mas a minha paixão eram as estórias de fadas, princesas, príncipes encantados. Eu poderia ouvir mil vezes Cinderela (morria de pena da borralheira e vibrava com o final da estória) e ainda assim queria ouvir de novo. E "Joaninho Pequenino"!... Esta meus irmãos queriam ouvir mais e mais.

Eu nunca ia dormir antes papai chegasse. Minha mãe embalava um a um até que dormisse e eu ficava "firmona". Aguardava-o porque ele sempre trazia doces e também porque o amava tanto e queria vê-lo ainda uma vez antes de pegar no sono.

Enquanto o aguardávamos ficávamos as duas na sala, minha mãe e eu, e foram as melhores horas de minha vida (aquelas horas tão nossas).

Não sei depois de tantos anos se estávamos sugestionadas pelo ambiente, ou se pela ausência de papai, pelas nossas cabeças tão capazes de fantasiar... mas o fato é que minha mãe e eu víamos um fantasma.

Verdade mesmo! Ele se esgueirava rente a parede da sala e adentrava pela porta semi-fechada do quarto da nona. Usava um chapéu na cabeça e logo que ele entrava no quarto a impressão que tínhamos era que a noninha conversava com alguém.

No outro dia ela dizia: O "Queco" veio me visitar de novo esta noite.

Cresci assim, com aquele fantasma passando rente a parede e nem o estranhava mais. Ele fazia parte das nossas noites. Nem nos assustava.

Confesso que sentia mais medo quando as folhas das bananeiras balançavam-se com o vento do que com aquela figura que lentamente passava por nós.

Não conheci pessoalmente este meu avô, pois que faleceu bem antes de meu nascimento. Mas o vi, o senti, ou sei lá o quê. Ele fez parte de minha infância. Não foi um fantasma assustador, foi uma presença fluídica que ficou entre as tantas e tantas incógnitas que não decifrei em minha vida.

Foto de NiKKo

O frio da saudade.

Sinto saudade de você e minha alma chora.
Quando olhando da janela, vejo a noite a terra dominar
no meu peito meu coração sangra relembrando
os dias onde a fantasia e o sonho me fizeram voar.

Fechando os olhos deixo-me guiar pela saudade
que carrega meu pensamento para junto do infinito.
Através do vento eu ouço uma musica suave
que embala meu choro e sufoca meu grito.

Olho as estrelas que brilham no céu tão distante
que mesmo com o clarão da lua, não conseguem iluminar
as ruas e as estradas desta minha vida,
que deixam meu céu noturno, triste e sem luar.

E vou buscando motivos para sobreviver
mesmo longe de você, que é a minha razão do meu existir.
Mas não consigo sufocar em minha alma essa dor
que me rouba o sono, a alegria e o sorrir.

Hoje eu estou muito diferente do que era.
Reconheço que perdi o viço e a minha mocidade.
Vivo somente de lembranças do que você me deu,
hoje a saudade e a dor, são a minha realidade.

Sei que viver só do passado não é vida
e ficar só te recordando, não te faz voltar para mim.
Mas minha alma por sentir saudades chora,
não sente alegria pela vida que parece chegar ao fim.

Sinto-me sem animo para vida e presa ao passado,
e fico te recordo pela noite a fora, ate o amanhecer.
Mas deixo que o frio da saudade embale minha alma solitária
e saio às ruas fingindo que consegui te esquecer.

Foto de pétala rosa

LENTAMENTE

LENTAMENTE

Lentamente me desnudas a alma, o corpo, depois
de suspiros e pensamentos dentro da
Tua pele.
Grito, e chamo-te em gemidos no roçar do meu calor
e dos teus lábios que fervem
dentro de mim.
Desvairado, soltaste nos lençóis deslizando
Nesta paixão e deitaste em mim num sono quente.

Escorre nos meus lábios o teu corpo.

Descobri que és meu, ou foste ontem, mas as tuas mãos fazem-me
Frio na barriga e lembro-me que sou tua.
Deixo-me levar neste encontro de olhares e na aceitação divina
Dos orgasmos vividos e sentidos na mais
Pura das delicias.
Beija-me sem convite ou hora marcada.
Abraça-me simplesmente sem explicação, e escorrega
os teus dedos dentro de mim.
Arrasta-me ao sol-pôr, nos contornos do meu rosto
e descobre o desejo dentro das delicias que
Ontem guardei para ti.

Bebe de mim o que resta dum abraço.

Lentamente
Somos poesia na madrugada
Somos cheiro a pele
Somos segredos
Somos paixão
Somos o luar dentro das estrelas...

À noite, quando as estrelas despertam a saudade
escuta a minha voz, semeando rosas
no teu olhar, e...guarda o meu sorriso
Na tua alma...

Amália LOPES
Setº 2007

Foto de Cecília Santos

MEU POEMA SEM PALAVRAS...

MEU POEMA SEM PALAVRAS...
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No céu... admiro sua beleza infinita.
O azul anil... é uma imensidão, onde
mergulho minh’alma e meu coração.
Mãos mágicas espalham vidas ao seu redor.
Pincéis invisíveis desenham as cores do arco-íris.
O sol... é ouro derretido, e seus raios refletidos
irradiam tamanha magia.
As flores... nascem aqui acolá trazidas pelo vento,
pelos pássaros, pelas abelhas.
Se multiplicam, se colorem e perfumam.
A revoadas... dos pássaros em bandos, ou
solitários, são manifestações de amor à vida.
A chuva... é uma benção de Deus, faz brotar
a vida no chão esturricado.
Matando assim a sede da terra, e dando de
beber a natureza.
O dia... é pra nos presentear, com os afazeres
e com o trabalho.
A noite... se faz de cama macia, pra podermos
descansar nossos corpos exaustos.
As estrelas... pontos longínquos de perfeição
velam nosso sono.
A lua... derrama sua luz , refletindo sua
própria imagem nas pétalas orvalhadas.
Poema sem palavras...!!!
Não existem palavras que possam descrever,
a perfeição do UNIVERSO, a perfeição da VIDA!
Nossa vida é um lindo poema sem palavras.
Representando os versos, estão nossos filhos.
Representando as rimas, estão a nossa harmonia.

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*

Foto de Sonia Delsin

VELO TEU SONO

VELO TEU SONO

Velo teu sono, menino.
Beijo teus olhos adormecidos.
Olhos tão queridos.
Acaricio-te com minhas sedosas mãos.
Sinto desejos de que no teu sonho encontres.
Remanso, paz.
Velo teu sono de longe.
Numa telepatia encontro quem me deu tanta alegria.
Quem se afastou um dia.
Velo teu sono, menino calado.
Meu doce amado.

Foto de Henrique Fernandes

QUANDO AMAMOS

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Quando amamos
Libertamo-nos da indiferença
E alcançamos capacidade para mostrar a nós próprios
A plenitude das coisas pelo prazer ou pelo incómodo
E ter por bom tudo aquilo que nós desagrada
Abandonando as tristezas pelos declives do ar
Quando somos amados, moldamo-nos á substância do céu
E a voz do tempo cantarola melodias de felicidade
Invadindo o corpo com um toque aceso de Eros
Lançando a sua flecha no apetite de um beijo puro
E então o amor engorda o nosso sorriso
Num encanto que nos prende á imortalidade
Por caminhos de alegria versejando os quatro ventos
E preservamos as estrelas com vontade de amar
Expulsando de nós um brilho perfeito
Que ilumina as galáxias plantadas no jardim da alma
Cultivado pelo amor sincero de quem nos sente
No meio de uma flor que nos eleva de coração aberto
Saltando por cima da aparência até á substância
De quem se expõe ao outro pelo outro
Num sono a dois em duas almas que se redizem
Em palavras interiores que o amor dirige para o exterior
Em gestos de igualdade que sustém os amantes
Redobrando e conjugando a vida com a de um outro
Amar é o que há de mais alto, é uma fonte de água viva
É um jorro que se expande vibrante até ao limite do infinito
Nas atitudes que exprimem sentimentos vitais
Quando amamos

Foto de Osmar Fernandes

O mar chora no asfalto...

Nasci de um vendaval de interesses...
Cresci jogando bola no quintal...
Descobri desejos e segredos...
Perdi meu sonho matinal...
Dormi quando estava acordado...
Acordado, dormi no sono da lua...
Já vi o sol chorar quadrado...
Andei sem destino pela rua...
O hospício é minha casa...
Meu quarto não tem endereço...
Vivo no mundo de conto de fada...
Meu silêncio grita alto...
Liberdade não tem preço...
O mar chora no asfalto...

Osmar Soares Fernandes

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