Ousei ver o que não via...
Minha própria realidade
mantida calada,
amordaçada por mim mesma;
enganada pelo próprio eu...
emudecido pelo medo,
por tudo que se perdeu
e que doeu...E como doeu!
Medo de mais experiências,
novas vivências,
amores mal sucedidos,
mágoas não passadas a limpo,
latentes e agudas feridas.
A dor da alma não é visível,
nem previsível...
Não manda recado,
vem feito tornado,
sem aviso, de improviso...
Mas, calar-se é admitir,
permitir que ela se instale.
Sair da condição de silêncio
é o que vale...
E enfrentá-la!
Fazer de cada experiência vivida,
lição de vida...
Continuar sonhando,
buscando emoções,
porque é através dos sonhos
que se chega às realizações.
[Carmen Lúcia]