Silêncio

Foto de Fernando Vieira

Simplesmente me usou

Simplesmente me usou
(Fernando Vieira)

Noite que trás o silêncio
Barulho ensurdecedor
Dos pingos da chuva e o vento
Que me sopram lembranças do amor

De um amor que já foi esquecido
Mas que lembra o que nunca esqueceu
Os momentos um dia vividos
Algo que comigo aconteceu

Conversando e andando na chuva
Se apoiando em algum coração
Machucando e sendo machucado
Me molhando e perdendo a razão

Amor que nunca foi realidade
Fingimento, pura ilusão
O prazer esse sim foi verdade
Foi só sexo, desejo e paixão

Numa cama que ficou marcada
Com o suor de quem nela encenou
Se dizendo ser minha amada
Se dizendo ser meu grande amor

Ela foi uma tremenda mentira
Bailarina você me enganou
Me encantei com a sua beleza
E você simplesmente me usou

Foto de Fernando Poeta

Uma tarde Para Esquecer

Exponho tão fácil o que sinto,
Tão forte o que vejo,
Que torna-se resoluto o meu desejo,
De deixar fluir pelos poros meu sentimentos.

Desnudo minh'alma empírica,
Nesta tarde fria e cinza,
Entrego em palavras e versos,
Todo desespero de minha solidão.

Agora o que cerca-me são ambientes vazios,
Paredes nuas em tons ambíguos,
Sons fortes e torturantes,
Do mais obsceno silêncio.

O que resta além de tudo isto?
A tentativa vã de um sorriso?
Mesmo buscando encontrar motivos,
Com palavras apenas para meus ouvidos?

Pois assim vivo e me vejo,
Como louco falando comigo mesmo,
Distante da algazarra da vida,
Morrendo aos poucos, aos poucos ficando sem vida.

Tão severo castigo imposto,
À quem buscou errar tão pouco,
À quem quase acredita ainda,
Que um dia não haverá lágrimas vertidas.

Foto de Osmar Fernandes

Direção

Eu sou o arco.
Estou em todas as direções.
Sou o marco...
O sentido das canções.

Eu sou a flecha.
O acerto de todos os corações.
Sou a mecha...
O fio de todas as reflexões.

Tudo acontece dentro ou à minha volta.
Sou o choro e o riso.
Sou a prata e a cor da revolta.

Eu sou a onda no meio do mar à deriva.
Sou a união das águas do rio.
Sou o silêncio que dentro de mim grita.

Foto de BarbaraCristine

You and I

Tentei muitas vezes escrever algo que fosse perfeito, que fosse único,
único igual ao meu sentimento por você.
Lembrando de nossos dias juntos eu reparei o quanto eu sinto sua falta
e vi que sem você tudo muda de cor, meu sol, minha lua, meu sorriso,
tudo se torna preto e branco só pela sua mera ausência.
Sempre que tudo se cala, meu coração implora por palavras
porque no silêncio eu me lembro de nossos beijos,
de nossos abraços, da beleza do seu sorriso.
Me lembro do quanto eu fui feliz ao seu lado,
e do quanto minha vida se acabou assim que nos separamos.
Sinto tanto a sua falta, quero tanto te ter outra vez.
Ainda sinto o cheiro da rosa, da rosa que você me deu,
mas ela, assim como nosso amor, não durou e murchou.
Quem sabe um dia aquela planta murcha possa voltar a ser a rosa,
a rosa linda e magnifíca que um dia marcou nossa história,
história que se depender de mim ainda não chegou ao fim.

Foto de Carmen Lúcia

Distintas Solidões

Nem sempre solidão é estar sozinho...
Ela se faz necessária em certos momentos da vida
quando se torna imprescindível refletir em paz
e repensar os erros , ponderar e acertar mais.

No silêncio da solidão conversamos frente a frente
num diálogo leal ”eu e eu”, sinceramente...
É o encontro do que sou, com o que fui e o que serei,
é buscar no interior o que nunca revelei.

Às vezes solidão é sentir-se mesmo só
ainda que ao lado de uma vasta multidão
que não fala a mesma língua, não se enquadra no contexto
já que o texto a ser falado requer trato e compreensão.

Porém, a solidão mais ressentida
não é reconhecida pela falta de amor...
Tampouco viver só a faz tornar-se tão sofrida,
ainda que a convivência fale alto, grite a esmo...
a solidão mais doída é a ausência de nós mesmos.

_Carmen Lúcia _

Foto de Oliveira Santos

Sonho

A noite seria inesquecível: nós frente a frente sentados a uma mesa
num jantar especialmente feito a quatro mãos.
Bebida era a de costume: aquela cerveja "véu de noiva", que apesar
do sabor um tanto amargo era degustada solenemente como um
vinho raro.
A música embalava o diálogo e, repentinamente, decidimos dançar.
Corpos juntos, abraços calorosos, carinhos na nuca, sussurros no
ouvido e o tempo parecia não passar.
Subitamente o silêncio nos toma e nossos olhos se confrontaram,
recuaram e investiram novamente como se quiséssemos dizer, fazer
algo.
O clímax cada vez mais próximo e estávamos prestes a realizar tudo
que queríamos e quando abri os olhos olhei ao redor e não havia
noite, não havia bebida, não havia música, não havia você.

27/04/96

Foto de betimartins

No silencio da minha lalma

No silêncio da minha alma

Dentro do meu peito dói a permanência
Dos dias que correm e que nada se faz de bom
Neste mundo desigual, facínora e egoísta
E correm em desatino, as lágrimas apressadas...

Mornas, incolores, transparentes e letais
Isolo-me de tudo pensando ser intocável
Mas ligo a TV e assisto aos horrores
Como o meu maravilhoso mundo! Está...

Olho, pela janela do tempo! Pensativa
Imaginando-me num belo mundo de amor
Onde a paz, seria o lema da canção de embalar...

Para embalar nossas belas crianças na esperança
E nos meus braços o cansaço do dia, apenas!
Apenas, chorando de tristeza, que ela jaz no silêncio...

Foto de Ozeias

A obra prima do escritor anormal

Ele passou toda a noite buscando alguma coisa. Algo que pudesse preenchê-lo para assim, com a ajuda da caneta e do papel, esvaziar-se.
Como quem puxa todo o catarro do fundo e depois o cospe, assim, segundo ele, é escrever. Em seu caso, ele puxava outras coisas de outro fundo, um fundo mais pessoal, um fundo inteiro e somente dele, que mesmo assim, não conhecia por inteiro.
Naquela noite, devido às nuvens que tapavam a lua, ele viu-se obrigado a usar velas. Chovera o dia todo e ele ainda podia ouvir as gotas pingarem nas folhas das árvores.
Mas naquela hora não havia gotas pingando em folhas. Todas as gotas já haviam pingado.
- A janta. – Anunciou a sua mãe.
Sua mãe havia se deitado mais cedo e a sopa esfriado, mas só naquela hora que ele foi ouvi-la. Também não estava com fome, então deixou seu prato intacto na mesa. Ele nem sabia que era sopa.
Pegou a caneta e encostou a ponta no papel amarelado. Quando um ponto preto surgiu no papel, sua mão afrouxou-se e a caneta se soltou dela, deitando assim no papel.
Lá fora as pessoas corriam de um lado para outro, pisando nas poças de água, produzindo um barulho que estava distraindo. Primeiro, ele ficou apenas prestando atenção. Depois, mais pessoas começaram a correr, deixando-o irritado. Fechou os olhos tentando se controlar, mas não conseguiu. Num gesto rápido, ele levantou-se produzindo um ranger alto e dirigiu-se para a janela.
- Vocês querem parar de correr nessa merda?
Dois gatos assustaram-se e sumiram em meio ao breu. Não havia ninguém lá fora, mas mesmo assim as pessoas pararam de correr. Satisfeito com o novo silêncio, ele voltou para a sua cadeira.
Cadê aquilo que ele buscava? Ele fechava os olhos, ele olhava para o céu negro, ele olhava para cada canto daquele quarto mal iluminado à procura de alguma coisa, mas nada lhe vinha.
- Não, não... Não! – Irritou-se ele com a voz feminina que lhe dava idéias – Isso eu já escrevi ontem!
As sombras dos fogos das velas começaram a dançar por cima da folha e um cachorro começou a latir. Ao ver e ouvir tais coisas, ele teve um insight. Pegou rapidamente a caneta e começou a escrever com frenesi.
Enquanto o cachorro latia lá fora, as sombras das velas dançavam sobre a folha amarela...
Enquanto ele escrevia, foi tomado pela sensação de prazer. Um êxtase que somente ele era capaz de sentir. E cada palavra escrita foi lhe proporcionando tanto prazer que quando estava prestes a terminar, sentiu um prazer orgástico. Aquela fora a primeira vez que ele gozou enquanto escrevia.
Feliz e orgulhoso, leu e releu o que havia acabado de escrever.
- Obra prima!-Disse-lhe a voz, fazendo com que ele ficasse mais cheio de si.
Inquieto, ele andava de um lado para o outro, no quarto. Alguém tinha que ler, mas quem? Seja lá quem fosse, haveria de ser logo, naquela noite. Sua mãe já estava dormindo, seu irmão, um ignorante, algum amigo que quase nunca entendiam, mas então quem?
De repente, o som da porta da cozinha fez com que ele pulasse. Um vendaval entrou pela casa, fazendo as portas do armário bater, o fogo das velas se apagarem e... O papel! O vento carregou o papel, que saiu pela janela.
- Não!- Gritou ele enquanto corria para fora, à procura do papel.
Para onde o vento teria levado? Enquanto ele corria, seu medo ia crescendo. Aquilo não podia estar acontecendo. Logo a sua obra prima? Ele não ia permitir aquilo. Que o vento levasse outra coisa, mas não aquele texto.
Ele parou de correr ao ver a folha caída na poça de água. Ainda que a rua tivesse mal iluminada ele pode ver. Não teve coragem de se aproximar enquanto a folha se dissolvia na água. Seu estado de choque era tamanho que ele ainda não conseguia chorar. Naquele momento ele era uma pedra.
- Depois você reescreve- Disse-lhe a voz.
- Não, eu já esqueci. Eu já esqueci. Eu já esqueci.
Foi aí que ele se entregou. Foi para a beirada da poça e sentou-se. Não agüentava ficar em pé. Admitir era o que ele tinha que fazer. Seu conto fora diluído pela água.
Sua boca começou a tremer, seus olhos já trasbordavam.
A dor era insuportável, era como se tivessem-lhe arrancado um filho. O único filho.
Então a voz sussurrou para ele uma ideia. No mesmo instante, ele engoliu o choro. Havia uma saída, uma esperança. Seu coração voltou a bater acelerado. Por que ele não havia pensado naquilo?
Ajoelhou-se e aproximou a cabeça da poça. Abaixou-se mais um pouco, tocando os lábios na água lamacenta. Sugou. Sugou para que, segundo a voz, tudo o que a água tivesse tomado dele, ele tomaria de volta.

Foto de Lady Magus Barommis

A Morte

Numa noite escura e guiando o luar
Que pelo amor segui em tua busca
Oiço de longe a tua voz chamar
Dentro da tua triste e fúnebre tumba

Passo os negros e altos portões
E deambulo no meio do silêncio
Oiço chorar todos os mortos corações
Da deleitosa saudade levada pelo vento

Por entre as demais tumbas assombradas
Sussurras com forte intensidade o meu nome
Num pranto de lágrimas, tudo devastavas
Na tua triste e fúnebre tumba, envolta em lume

Cessou o fogo a minha chegada
Cessou o teu choro a minha companhia
Espero, sobre a tua sombra deleitada
A minha doce e desejada partida

Espero encontrar de novo o teu ser
E com ele viver o que outrora a morte levou
Deixa-me agora deleitar a teu lado e morrer
Para satisfazer o que minh’alma tanto desejou

Tudo em mim desapareceu quando te foste
Perdida andava a minha vida envolta em escuridão
Por entre cinzas e mortos tu ergues-te
E fizeste bater de novo meu coração

Aí vem ela, que sem pressas é demorada
Figurada de mulher com enorme negro manto
Ela, que por toda a gente é esperada
E que perante sua figura, a minha cabeça levanto

Olho de frente aquele rosto sem feições
Respeitável e inevitável figura
Que com suspiros faz parar corações
Curvo-me perante ela, esperando então a altura

Encosta o seu frio machado contra o meu peito
Sussurra-me ao ouvido com voz dormente e pesada
Pergunta porque eu tão nova e neste leito
Quero pelo demónio ser levada

Levanto o rosto afogado em lágrimas
Levo ao peito as mãos estancando a dor
Relembro as páginas da vida por mim rasgadas
E soluçando lhe digo, quero estar somente com o meu amor

A morte de espanto nem uma palavra proferiu
Voltando-se na mão suada, o fatal antídoto colocou
Afastando – se na escura e assombrosa noite, sorriu
Foi também por amor que nisto me tornei, refutou

Olho de frente a tumba esperada
Lembro todos os momentos de aflições
Na palma da mão a vida ironizada
Olho para o céu despedindo e gritando a plenos pulmões:

Morro se não te tenho em mim
Desespero se de ti não receber beijo algum
Ambiciono tocar para sempre a tua pele
Quero-te para o infinito Lord Luciferum

Ingerindo o fatal antídoto e sorrindo
Penso em ti e nas eternas horas de explendor
Fecho os cansados olhos na tumba caindo
Estou finalmente de novo a teu lado meu amor

Desvaneia-se o corpo em sinuosas cinzas
Levadas pelo vento que outrora no rosto senti enfim
Na triste e fúnebre tumba ficaram as nossas almas
E o eterno casal apaixonado, amando-se por fim.

Foto de llayra

Me Fiz Poema em Teu Olhar.

Seu olhar
desnuda-me...
deixe-me dormir
neste sonho.

Céu em sua cama.
virás a buscar,
a probiotica
vida.

Suas mãos...
meu encanto,
alonga-se...
na busca.

Conseguirás
a seiva?
em silêncio,
acalmo-me.

Estudo teu
olhar
vejo-te pela
brisa aurora.

Encanto
das manhãns,
com a ânsia
do desejo.

Como um
cativeiro,
entênderás!!!

Páginas

Subscrever Silêncio

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma