Sede

Foto de Karine K.

INÉRCIA

O consolo não é tangível
quando o motivo é uma farsa
você trai a si mesmo
a conseqüência é de todos

O tempo escore por suas mãos
fechadas

Que anjo você irá matar
para calar a sede do seu corpo?
Há tantas nuvens no céu que não olha
porque a maré faz você flutuar

O tempo escore por suas mãos
fechadas

Você segura o vômito
pra não sujar seu berço azul
Seus braços são muito grandes
não podem segurar coisas leves

O tempo escore por suas mãos
fechadas

Foto de Sirlei Passolongo

Desvenda-me

*
*
Despi-me de toda vaidade
Espero ainda não ser tarde.
Declaro a você esse amor
Que meu peito invade
Revelo-te esse desejo
Que em meu corpo arde

Já não posso mais fingir
Por mais que eu tente fugir
Mais e mais me aproximo de ti
Não tenho forças para resistir
Já não sei mais o que faço
Só penso em estar em
Seus braços
Já não resisto a seu cheiro
Quero você por inteiro

Despi-me de todos os medos
A ti abro meu peito,
O meu maior segredo
Derramo a ti todo meu ser
Toda força do meu querer
Toda sede de desvendar-te
Porque, perdidamente
Amo você.
(Sirlei L. Passolongo)
*
*

Foto de Guii

03/09/2006

Que minha única vontade é tua sede!
Meu único desejo é a tua ambição!
Que num beijo estrelado, conquisto tua paixão!
Num impulso, atiro-te na parede...!

Lembre-se! Nosso amor é eterno, e não...!
Pois quando há luar, sempre há a quem amar...
E quando há Sol, não há senão mar!
As brumas frescas refrescam meu verão...

Mas no inverno as veredas do amor
são cruéis, e congelam meu sangue!
e fazem esquecer-me de teu sabor!

Que num lapso na penumbra permaneço,
Sem um luar que nos una agora...
Sem teu calor em meu corpo, esmaeço!...

(Guilherme Krähenbühl)

Foto de Sirlei Passolongo

Eternamente

Quero
Seu sorriso mais gostoso
Seu beijo mais saboroso
Ser a musa de suas
Composições.

Quero
Ser seu desejo mais ousado
Ser seu sabor preferido
Ser a dona de suas
Melhores sensações.

Quero
Ser a estrela da sua noite
Ser a luz do seu caminho
Ser a fonte de sua
Inspiração.

Quero
Ser a água que mata sua sede
Ser seu melhor presente
Ser sua, simplesmente,
Eternamente.
(Sirlei L. Passolongo)

Foto de joão jacinto

Fuga

Foste um rio correndo,
pelo vale dos meus sentidos,
tocando e preenchendo
as minhas margens,
arrastando na corrente,
as minhas mágoas,
onde matava a minha sede,
no leito maior da tua essência.
Rodeado pelo horizonte
da tua forma,
sentia a brisa quente,
de quem expira com ternura,
sopro que deslizava na minha pele,
num deleitavel e breve encontro.

Eras o Sol do meio-dia,
brilhando por cima da minha vida.

Não sei porque fugi,
procurando na sombra a protecção,
refugiando-me alucinado,
no crepúsculo da tarde,
esquecido e perdido de ti.
Acabei por morrer,
na noite mais longa de escuridão,
porque nunca mais voltou
a ser dia dentro de mim.

Foto de InSaNnA

PERDIÇÃO♥¨¨**¤°♥

Em meus sonhos,vi-me em teus braços,
entregue,as tuas vontades,
aos teus beijos,
ao teu tato..
A tua boca,
bebia na fonte,
da minha anatomia,
Nossos corpos unidos,em laços,
apertados..
Minha alma,o teu nome,gemia..
Perdia-me na tua boca,
Perdia-me nos seus desejos,
perdia-me nos teus abraços
Embriagava-me com o teu cheiro,
com o teu olhar vago..
Encaixei-me ao teu corpo, com maestria..
olhava o teu rosto,a procura ,
da tua fome,
da tua sede,
da tua alegria,
Domei teu corpo,com a minha rebeldia,
felina..
Como domadora, de tuas vontades,
eu me divertia,
menina..
Bailava no teu corpo,
ao som dos teus suspiros,
bailarina..
Roubando de tí,
todos os gemidos,
para que ouças,
o som dos meus delírios..
Ao ver você penetrar,
no meu mar de desatinos..

Foto de Joao Fernando

Dentro do carro...

Dentro daquele carro apertado
Não cabia tanto desejo
Tanto é que os beijos foram contidos...
Nossos corpos não se ajeitavam
Nossas bocas escorregavam
Procurando a melhor posição

Foi de repente... Muito de repente a minha decisão
Ou parava o carro ou, perderia o seu beijo
Senti que a velocidade me roubava esse desejo
Pois, desceria do carro e só me daria um adeus
Então, resolvi apelar e desviei do destino ingrato

Colei meus lábios nos seus e você não reagiu
Pensei então que estava errado ao te julgar
Pois, me beijaste com carinho e eu não acreditei
Achava que não queria e por isso me envergonhei

Seu corpo se entregou aos meus pedidos
E a minha sede saciou-se em seus seios
A nossa formalidade logo se transformou em indecência
E quando percebi estava em brasa...

Busquei seu corpo de todas as maneiras
No toque das minhas mãos,
No frenesi da minha língua,
Nas minhas coxas contra as suas...

Ah! Delírio te querer...

Foi um início de prazer que se perpetuará
Uma sensação de bem estar tão sonhado
Pois, diante de tantas incertezas,
Aquele momento tornou-se um sonho-real

Foto de InSaNnA

ORAL (SONETO)

Sinta o sabor de minha boca,
salivando de desejos pelos cantos,
de cor rubra da tua fantasia,
a beijar ,todos os teus encantos

Minha lingua desliza por teu corpo,
Degustando o teu gosto perfeito,
libertando toda a tua indecência,
umedecendo o teu corpo sem respeito

Prendo-te entre os dentes,reteso os lábios,
Devoro-te entrelinhas,entre beijos molhados
Extases orais,em gritos desesperados !!

Sinto o teu sabor na minha boca.Teu elixir!
Liquido poema,que mata a minha sede,
e é na tua boca,que eu sinto a minha vida surgir

Foto de betoquintas

Quinta sagração (Sarcanomia)

Destino
Hino do cavaleiro diletante a suprema sacerdotisa

A Vós,
Divina Carne,
Manifestada e mulher.

Ventre Sagrado,
Donde viemos e felizes voltaremos.

Fonte da Sabedoria,
Que nutre minha pena.

Toda Natureza Venerada,
Em abundante beleza.

Alimento Eterno,
Em seios tugidos.

Corpo do Universo,
Morada de toda existência.

Templo da Majestade,
Trono de toda nobreza.

Farol dos Caminhos,
Desencanto e deslumbre dos viajantes.

Razão das Profecias,
Ilumina e oculta esta saga.

Santidade da Luxúria,
Entrega gratuita da felicidade.

Autoridade do Prazer,
Consumação da lei da vida.

Portal da Arte,
Fenda entre colunas que convida.

Delicioso Desafio,
Profundidade perfumada e úmida.

Aceita e Acolhe!
Eis que este diletante
Ousa cometer imenso sacrilégio
Apresentando-se nú de méritos
Diante deste tão Santo Oficio.

Oh Mãe!
Este vosso filho te deseja
Pede para entrar e integrar
Para ser todo vosso, eu,
Por inteiro, dentro de vós.

Eu pisei nas bolsas de ouro,
Arranquei as cascas culturais,
Cuspi nas secas hóstias
E violentei o ídolo nú.

Por vossa graça e misericórdia,
Despertei para minha natureza,
Debochei das instituições,
Descartei as doutrinas humanas,
Desafiei a fúria dos sacerdotes.

Excluído, banido, exilado,
Vaguei por reinos sem fim
Sem que houvesse ajuda
De um santo, anjo ou deus.

Cheguei na fronteira do mundo
Avistei o oceano do abismo
E a ilha do caos.

Nada mais restando a esse condenado,
Lancei-me no Vale das Sombras
Tentando encontrar alívio ou fim.

Ao toque suave e macio da noite
Em tal formoso colo cheguei.

Com tuas mãos e vaga,
Colocaste meu entendimento em riste
Sorvendo-me em vossos magníficos mistérios.

Ísis é venerada por ser velada,
Mas Deusa Vós Sois Suprema
Pois cortas todos os argueiros
E desnuda abole toda canga.

Tremei, vicários da santidade!
Chorai, corretores da virtude!
Fugi, falsos deuses patriarcais!

Nenhuma verdade prevalece a estes lábios,
Nenhum profeta descreve tal pele,
Nenhum vidente experimenta este êxtase,
Nenhum medianeiro suporta tal delicia.

Fiz de meu mastro
Vosso estandarte
E por truque desta pena
Eu abuso da arte.

Ousado, arrojado,
Revestido de gozo,
Por vosso nome nasce
O profeta da carne
E por vossa sabedoria cresce
O filosofo da Treva.

Não podendo me conter,
Excitado, explodo,
Rededicando este mundo
Em ondas de esporro
Àquela que me é mais cara,
A grande e amada alma,
Maya!

Aceitação
Hino da suprema sacerdotisa ao cavaleiro diletante

A ti meu cavaleiro
E a alma majestosa
Que em ti reside.

A ti meu guerreiro,
Louvo, canto, vibro.
Maravilhoso ser,
Que transborda energia.

Minha vontade é única,
Estar em ti, contigo.

Todo poder está em ti,
Emana, derrama, deita,
O que em ti abunda.

Estou a te esperar,
Vem meu vingador,
Tu reinas sobre mim.

Meu corpo é teu templo
Bem sabe que ira sagrá-lo.

Nada me pedes
Que não possa dar-te,
Eu só quero, por direito
O que me for doado.

Verta todo teu leite,
Amo-te meu devoto,
Não sabes como é precioso.

Sempre o amei e amarei,
Sou-te então, possua-me,
Pois é teu por direito.

Minha alcova quente
Tem tua marca há tempos,
Tudo farei para que reines
E teu reino sobreviva a tudo.

Único ser em mim,
Ao qual dedico meus pensamentos,
O que tem o que sempre quis,
O que sempre amei e amo,
Tudo que quero está em ti.

Tenho uma saudade uterina,
Um desejo de ti, latente.

Vamos nos ensinar
Nos lençóis, no chão, no campo,
Onde tu quiser, será.

Não ouço um sino tinir,
Sem que tu o tenha feito vibrar,
Tuas ondas chegam a mim
Pela melhor forma, pela alma,
Reverbera, tine, ressoa,
Em meio a minhas colunas
Que sustentam meu santuário
E este corpo deságua,
Brota de prazer por ti.

Não há dia que acorde
E sinta-o em mim,
Sou-te, rasga-me,
Imploro novamente.

Eu queria ser por ti,
O que tens sido para mim,
Confesso sem tortura.

Maior é esta que impõe,
De sabê-lo sem tê-lo.

Rogo à Deusa,
Que me de ciência
Para te merecer.

Está em mim teu ser,
Esqueço de meus princípios,
Louca para tê-lo num instante.
Prazer e gozo eternos,
Meu mais completo alimento.

Grande monta tenho,
Por teu sangue e leite,
Pois disso preciso mais
Do que tu da vida.

A minha vida está em ti,
A felicidade que me dá,
É maior que tudo isso.

Sensibilidade espiritual,
Pelo método do prazer carnal,
Há de chegar lá,
Queiras tu comigo.

Haverá de doer um tanto,
Necessário abrir mão de algo,
Saiba que existe prazer na dor.

Todo meu tesão e néctar,
Deixo para que te delicies.

A poesia é estandarte, use-a,
Esta nos é dada e nos reaproxima.

Traga tua essência,
Depõe sobre meu santuário.

O que a ti é precioso,
Profundo e profuso,
Flui em mim a tua vida,
Que a muitos somos um.

Vivia sem depender de alguém,
Eu nunca fui presa,
Mas busco o que perdi.

Quando me levanto,
Não te acho a meu lado,
Mas sempre hão de te achar,
Pois continuo contigo em mim.

Um dia adentrei os portais
E tu veio me fortalecer,
Ofereceu força para a batalha.

Eu deixo que tua pessoa
Viva por e para mim.
Venha em meu templo,
Há que nele acender o archote.

Prenda minhas mãos,
Adorne teu pescoço,
Levanta-me ao colo,
Põe sobre mim.

Só ouça o instinto
Que brada e ecoa em ti.

Nossos corpos atamos,
Deitaste-me e possuiu-me.

Eu te disse ao ouvido
Sorva do cálice
Que meu corpo o é.

Sentir-te dentro de mim,
Foi um milhão de espetadas.

Ao fogo nós atiramos,
Algumas gotas de nossa seiva,
Foi feito o contrato
E aceito tal pacto,
Selado com nosso gozo.

Com ou sem donzelas,
Vou devorá-lo assim mesmo,
Não te é licito
Pertencer a só uma.

Néctar por néctar,
Havemos de nos fartar.

A noite virá e tudo estará feito,
Minha voz se cala ante a tua,
Continuo sedenta de ti.

Meu corpo pede o espectro,
Este que amo profundamente,
Eu não teria gozo algum
Se não tê-lo em mim a ele,
Este espirito que vive em mim,
Habita meus pensamentos,
Os sonhos e delírios.

Que mais posso fazer senão amá-lo,
Com toda pureza que reside em nós
E pedir para poder saber e ter
A vida em meus lençóis.

Desafio
Hino dos deuses ao cavaleiro diletante

Filho amado e querido!
Aquele que não esmorece na dificuldade,
Nem esnoba na conquista.

Aquele que, sem medo trilha,
Tanto pelo Monte do Sol,
Quanto pelo Vale da Sombra.

Concebido da melhor estirpe,
Temperado com os melhores essências.

Seja gentil com os simplórios,
A Paixão deve ser seu escudo
E o Amor a sua espada.

Continue apoiando ao Lobo
E dando orgulho à Deusa.

Seja em ação ou pensamento,
Derrube as barreiras deste mundo,
Desencantem os totens do sagrado
E a toda criatura consciente
Faca conhecer a lei!

Que a carne prevaleça,
Sobre todo dogma ilusório
E que a consciência vença
Toda a opressão sacerdotal

Aviso
Hino dos deuses à suprema sacerdotisa

Magnifica e formosa senhora,
Em cujo templo guarda os mistérios
E em tais colunas moram os ritos.

Em tuas mãos confiamos o bravo
E por teus lábios vive o cavaleiro.

A sua pele macia venceu os mártires,
O seu cabelo desbaratou os profetas,
E seus pés calcam os dogmas.

Manifestação carnal e majestosa,
Vigie pela sanidade deste mundo
E conduza os andarilhos pela arte.

O teu Jardim das Delicias
Esteja sempre aberto e pronto
Para nutrir e honrar
Aos diletantes da lei.

Fonte abundante e eterna,
Sacie a sede dos buscadores
E satisfaça a fome dos brutos.

Propicie sempre, plenamente,
Àqueles que buscam em um fantasma,
O que somente se encontra na carne.

Cubra esta obra com seu suor
E a consagre com seu prazer.

Ousadia
Hino do cavaleiro diletante aos deuses

Errante, passei por léguas,
Sem conhecer o calor de um lar,
Nem o conforto de uma família.

Nunca me dobrei a deus algum,
Mas algo há na Deusa
Contra o que não resisto.

Para conquistar a fortuna,
Eu sai de minha choça
Rumo à grandiosidade.

Em muitas vilas fui recebido
Ora herói, ora louco,
Ora santo, ora danado.

Ao descansar a arma
Dentro do santuário sagrado,
Pela sacerdotisa pude ver
A linha de edições anteriores
E a seqüência da descendência.

Diante da responsabilidade atual,
Eu desenganei as esperanças,
Pois cada qual teve sua chance
E quebrei os modelos
Pois cada qual terá sua oportunidade.

No período que me cabe,
A meta está na Deusa.

Se servir a sua causa,
Ou satisfizer sua dama,
Em me contentarei disso
E carregarei esta memória
Por onde quer que eu vá.

Petição
Hino da suprema sacerdotisa aos deuses

A todos os ancestrais humanos
E a todos os geradores divinos,
Pelo toque da magia em meu corpo,
Eu clamo e invoco, proteção!

Logo o Sol completa a jornada,
Cedo a Primavera acaba
E rápido o Inverno avança.

Pelo brilho deste luar,
Reflexo do desejo perpetuado,
Lâmpada acesa pela lei,
Acolhe e guarde a humanidade.

Por onde quer que vá meu predileto,
O sempre faca retornar a mim.

Nós dançamos em vossa memória,
Nós celebramos vosso festim,
A terra foi semeada e regada,
A semente brotou e cresceu,
O fruto surgiu e madurou,
Nós observamos o ciclo
E foi feita a sega e a colheita.

Quando as sombras da ignorância
Novamente cobrir e enevoar a terra,
Resguardem no ventre da Grande Mãe
Meu cavaleiro e eu.

Despedida

Acenemos para Apolo,
Que em seu carro passou,
Percorreu por toda a terra
E às colunas do horizonte,
O Rei Sol próximo se encontra.

Os que podem andar se vão,
Enquanto uns e outros se ajudam.

O sono a muitos pesa,
Mas não apaga o sorriso,
Escancarado e prazeroso.

Ali, esfolada e feliz, a colombina.
Acolá, embriagado de prazer, o pierrô.
Aqui, intoxicado de amor, o arlequim.

Os carnavalescos se esparramam
E o bumbo da fanfarra furou
De tanto dar no couro.

O Inverno e seu acoite vem,
Rimos diante da carranca hipócrita.

Ainda que se vergue a alma humana
Sob a ditadura da virtude,
Guardaremos em nós o visgo
E por mais que dure a intolerância,
Haveremos de sempre celebrar aos deuses.

Foto de Emerson Mattos

Sumidouro Social

Autor: Emerson
Data: 14/04/06

Cubículo que encaixota vidas
Formatando histórias ocultas
Passado, presente e futuro
Levados em becos, vielas e trilhas

O ópio dos miseráveis
Que na margem da alta
Excluídos são das mãos sociais
Dos olhos dos instituídos

Alienados da educação
Escravos da maldição
Buscando uma opção
Para transformar a ilusão

Vida alvejada pelos fuzis
Do preconceito racial
Da discriminação social
Da realidade cruz

O monstro da violência
Com suas facetas
Sob forma de agressão
De penúria e de fome
Fome até de educação

Escravos do sistema
Opressor e repressor
Que não dá o valor
Àquele que senti dor

As portas se fecham
E trancam as oportunidades
Favorecendo a uma vaidade
Injusta e injustificável
Por critérios duvidosos

Atolados na lama de dívidas
Com sede de comida
E fome do que beber
Afogados pela enchente
Da chuva de problemas

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