Foste um rio correndo,
pelo vale dos meus sentidos,
tocando e preenchendo
as minhas margens,
arrastando na corrente,
as minhas mágoas,
onde matava a minha sede,
no leito maior da tua essência.
Rodeado pelo horizonte
da tua forma,
sentia a brisa quente,
de quem expira com ternura,
sopro que deslizava na minha pele,
num deleitavel e breve encontro.
Eras o Sol do meio-dia,
brilhando por cima da minha vida.
Não sei porque fugi,
procurando na sombra a protecção,
refugiando-me alucinado,
no crepúsculo da tarde,
esquecido e perdido de ti.
Acabei por morrer,
na noite mais longa de escuridão,
porque nunca mais voltou
a ser dia dentro de mim.