Sangue

Foto de Carlos Danilo

Sem título ainda

O amor se alojou nas víceras sem licença
Que contaminou o sangue das minhas veias
Que entorpeceram os sentidos
Mas o que sobrou de lucidez
Acendeu a luz da busca
Se não enxerga,ofusca
Coragem de olhar para os demônios
Brilho de sobrevivência perdida
Bálsamo de alívio,mistura de dor e partida

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

Foto de Fernando Inazumi

ANJOS DA NOITE

Cai a noite.
Anjos na porta batem, tocando minha alma flamejante. Sonho.
Sinto minha alma voltar para o meu corpo, quente como o calor do Sol, a aquecer o frio de minha alma.
Um suspiro me vem à cabeça.
Penso ser a última gota do meu sangue, a devorar meu corpo coberto por cascas da imoralidade.
Queimo no fogo do inferno, a culpa da minha fraca existência.
Um ser recalcado pela ignorância de outrora, que bate de frente com a vida imposta.
Ah! Vida, despeja em mim sua emoção. A dor de estar vivo.
Vivendo de emoções, a resposta que justifica a minha existência, ínfima diante da grande roda gigante, carrossel de ilusões, perfume da vida.
Anjos da noite vêm me despertar para o lúdico, o imaginário. Trazendo consigo esperanças. Sonhos ingratos me fazem sofrer.
Trás para mim a lembrança do mundo perfeito. A dança que movimenta meu corpo, minha alma vai de encontro à sua, em perfeita sintonia rítmica.
Doces ilusões, sonhos de uma noite de verão. Acordo para as cores gritantes da vida cotidiana, forasteira.
Anjos da noite.

Fernando Inazumi
sexta-feira, 05 de janeiro de 2007.

Foto de franciscotorres

Sem Título

Bebi o meu sangue.
Olho em frente, vejo o frio da estrada
Custa-me ter a ti somente, meu velho companheiro!
Ambiento-me já a este cemitério, onde fantasmas como tu percorrem
Gosto daquela árvore ali, onde estás sentado, com o teu ar de triste rebelde
Estou-me a sentir morto desde que morreste por mim!

Foto de InSaNnA

Amor em erupção

Sinto o calor de tuas mãos
na minha..
O sangue esquenta,
provocando arrepios..
a luz do teu olhar,
desenha os teus desejos,
no meu corpo,
A boca a caminhar...
Os meus sentidos loucos
dançam em seus dedos..
Perco-me no enlaçe confuso
dos nossos corpos,
em tantas carícias roubadas,
entre os nossos montes
de relvas..
Faíscas de volúpia
saltam em odores,
ressaltando as cores,
de nossas peles rubras..
hormônios em elevadores,
passeiam em suspiros cedentes..
Corpos em erupção !!
É A vida presente,
em lavas
transparentes..

***********************************************************

Beijos,beijos e beijos!
Obrigada pelo carinho!

Foto de josecarreiro

quisera eu inventar um poetar de amor

A MORTE PRECURSORA OU SILENCIOSA IMOLAÇÃO

Fraco
como viúvo
nos quais lábios houve amor
leio o limite
na quase impropriedade de mim,
a efemeridade sacerdotal de um rio.
Emociono-me com os dias
as manhãs inteiras em que me ouço
adianto os lugares
desfaço a noite antiga
e oiço uma rapsódia a ver se me vejo
mudado – quisera eu inventar
um poetar de amor
dizer chama, flor
e depois extravasar-me em sangue
em dor.
Mas nada me contém
nada me fixa:
um olhar um quadro
um laço que me enlace
um corpo que eu deseje.
Quem sou eu que me não vejo
nem tenho nas coisas fáceis
dos dias que passam.
A verdade evola-me e entumece-me
ingrata.

José Maria de Aguiar Carreiro, CHUVA DE ÉPOCA (Ponta Delgada, 2005)
http://folhadepoesia.com.sapo.pt/

Foto de susana pestana

Pétalas

Uma pétala que cai
uma flor que se desfolha,
estás a ver essa flor, olha!
Essa flor em sangue se esvai.

Uma pétala a cair
uma flor a ficar nua
já nem quer, Amor, ser tua
esta flor que quer fugir.

Fugir e não sofrer aqui
neste lugar perto de ti,
de ti, Amor, que não entendes

que eu morro e sofro constantemente
por este amor que de mim se desprende
como numa flor as pétalas pendentes.

Foto de InSaNnA

Suave

Com a tua cabeça no meu colo,
um convite ao (meu )prazer,
o caminho curto,sem desvios,
A ânsia para enlouquecer..
o meu calor queima
a tua língua...
A tua gula se perde
entre paredes úmidas,
dos meus lábios tímidos,
Clamo a eternidade !
O sangue vermelho ,pulsa
em nas minhas veias,
ritmando com os meus gemidos..
Liberando a minha alma encarcerada,
flutuo em seus braços..
a vida pàra por alguns minutos,
toco as estrelas, que brilham de dia,
para comemorar a minha chegada...

***************************************************************************Beijos Beijos,meus adoráveis poetas....

Foto de Adeilton Marcelos

Angel

A cada vôo, a cada batida de minhas asas...uma pena cai...estou ficando fraco...perdendo meu poder...estou voltando a ser mais um simples mortal...voltando a ser como outros do cotidiano! Vou recolher-me...ficar quietinho..fortalecer-me no encanto da minha magnitude e força vital! Vou aparecer com minha áurea coberta de luz e com minha asas na penumbra de um abismo...para que todos os meus inimigos e falsos anfitriões possam tentar enxergar-me no meio de tanta luz e ficarem cegos com o clarão que os ofuscará para todo o sempre! Estarei sempre a todo o momento te protegendo com minhas táticas e armas...estarei ao seu lado...de dentro e de fora...para que nenhum mal desça sobre a sua carne...estarei com minha foice amolada para que todos que tentarem de alguma forma te atingir sintam seu sangue escorrendo por entre meus dedos sem misericórida...

Te amo...

Foto de BCF

Maior Amor do Mundo

Descobri o amor no dia 16 de abril de 1979,
... Com os amores eternos da minha vida...
Foi lindo!
Muito embora eu não me lembre de nada...
Muito embora a minha reação fosse ter chorado...
Um choro que gerou alegrias...
Não sabia onde estava talvez tenha sentido frio... Ou ansiedade pelo novo mundo que surgia a meus sentidos.
Mas em seus braços ainda suja de sangue fui acalentada, aquecida, acarinha e confortada...
Muito embora eu não me lembre de nada...
Senti seu calor, seu cheiro, seu amor incondicional que persiste até hoje...
Este amor generoso que me ensinou quão gratificante é poder amar e quão inesquecível é ser amada.
Muito embora eu não me lembre de nada...
Fui colocada em outro braço, este mais forte,
Senti-me muito protegida,
Esta segurança eu sinto até hoje...
Esta segurança e proteção tão acolhedoras é que me faz ser forte... Valente!

O amor tem dessas coisas...
Muito embora eu não me lembre de nada,
... Em memória...
Lembro-me de tudo dentro do meu coração,
... Em sentimento profundo...
Sentimento profundo não depende da memória nem do tempo, nunca é esquecido ou deixado para trás...
Muito embora eu não me lembre de nada...
Nunca esquecerei da lição de Amor que recebi...
Do amor eterno, tão imenso, que se alojou em meu coração ainda tão pequenino...
E que carrego comigo a mais de 27 anos...
E que continuarei a carregar comigo por toda a eternidade.
Homenagem aos meus Pais Vera e Edson...
Sintam-se muito amados!!!

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