Sal

Foto de Sirlei Passolongo

Alma e carne

Quem dera
a dor da espera
Se transformasse
em sorriso
A saudade
fosse levada
A cada tic-tac
do relógio
As horas
fossem felizes
E não eternos
gemidos...
O sonho fosse real
Unindo
alma e carne
a boca
salivasse o néctar
e não o gosto do sal.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Cecília Santos

AMOR PRA VIDA TODA

AMOR PRA VIDA TODA
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Quando as lembranças
chegam até meu coração.
Meus pensamentos te procuram.
E num doce enlevo te encontram.
Recordo momentos vividos.
Mas ainda é pouco pra mim...
Quero mais de você!
Procuro no ar, no mar, no sol.
No sal das minhas lágrimas.
Procuro nas flores e sinto seu
perfume em cada pétala macia.
A brisa suave me faz caricias
iguais as suas.
Procuro você no vento que bailam
fazendo as folhas flutuarem.
Num balé suave e ensaiado.
Numa música que chega até a mim,
em notas suaves, mas tristes.
Mas é tudo tão vago!
Por mais que eu tente preencher esse
vazio, algo me falta!
E nessa procura sem tréguas, entendo!
Que por mais que a vida passe.
E a distância seja imensa.
A única verdade que fica em meu coração.
É que pra sempre vou te amar.
Que a distância, não separa,
Une ainda mais eu e você!

Direitos reservados*
Cecília-SP/03/2008*

VÍDEO DE fabioanesio

Foto de Gideon

O doutor, o carroceiro e a joça (conto)

-Bela paisagem, Zé…
-É sim doutor
-A gente até esquece que é da cidade…
-Pois é, doutor
-Zé, você nasceu aqui mesmo?
-Sim, doutor

-É Zé, eu sou da cidade grande, vida agitada…
-Hum… Cidade grande…
-A gente cresce no meio dos carros, dos prédios, do lixo, até esquece que existe isso aqui, bem perto…
-É, doutor…

-Tá balançando muito aí, doutor?
-Um pouco, mas dá pra levar. É tudo muito gostoso, a natureza, essa carroça…
-Pois é Zé, eu vou trabalhar… Ainda bem que é aqui.. nesse paraíso…
Dá prazer vir ver as pessoas doentes aqui… Elas parecem conformadas com a sina…
Na cidade, Zé, as pessoas brigam com a gente dentro do consultório…
-É mesmo, doutor?
Brigam assim, por nada?
-Mais ou menos. Reclamam que a gente faz a receita sem mesmo olhar para eles…
Às vezes querem que a gente atenda aos conhecidos usando o seu plano de saúde, enfim…

-Belo pássaro aquele, Zé…
-Cambaxirra, doutor…
-Cam-ba-xir-ra.. Nome estranho e diferente. De onde deve ter surgido esse nome?
-Sei não, doutor, sei que é Cambaxirra desde que eu era menino…
-Bela égua, a sua, Zé…
-É Betinha, doutor. Ganhei ela quando inda era potra. Antunes da Bigorna me deu… Era dívida de uns carretos de pai que ele devia….
-E você a criou assim tão bela…
-Foi nosso Senhor, doutor, eu apenas dei sal grosso com capim… Ela ficou bonita pela natureza mesmo…

* * *

-Deixa ver Zé, quem sabe ela levanta agora!
Êpa, levanta eguinha, vamos lá…
-“Dianta” não, doutor, acho que ela bateu as botas…
O senhor é doutor, poderia ouvir o coraçãozinho dela…
-Deixa ver, Zé, vou botar o ouvido aqui, perto do coração…
-Não doutor, ponha aquela joça, que fica pendurada aí na orelha…
-Ah, sim, o estetoscópio! Não Zé, acho que não adianta no corpo de uma égua…
-Mas doutor, ela não tem coração?
-Tem, Zé…
-Ela não respira?
-Sim, Zé, respira…
-Pois então, tasca essa joça logo no peito dela e ouve se ainda vive…
-Para quê Zé? Não tenho remédios aqui nem tempo para esperá-la melhorar…
-Não, doutor, é que se ela inda tiver viva, eu rezo para São Francisco de Assis e ela vive..
-Ah, sim, Zé. Você tem razão, vou ouvir o coração dela então…

Quem diria, eu, um médico aqui ouvindo o coração da égua com meu estetoscópio, nesse fim do mundo !!!

* * *

-Até a próxima, Zé.
-Té mais ver, Doutor e brigado pela Betinha!
-Se ela deitar, Zé, é só tascar a joça no peito dela e rezar para São Francisco de Assis.
-Tá bom Doutor, brigado pela joça.

Foto de Bira Melo

O CARA MELO

Eu Melo o cara,
O cara Melo ...
É doce a cara,
Do cara Melo...
Sedosa é a capa,
Do cara Melo...
Meloso, melado,
Ah!, cara Melo...
Às vezes gosto ácido
De cara Melo...
Salgado, sal-doce,
Esse cara Melo...
De mel, de melaço,
O cara Melo...
É o amor em pedaços
De um cara Melo...
Vem... prove um pedaço
Desse CaraMelo!!!

Em tempo : esse poema é a chamada do meu II livro ( na forma ainda )
que se chama PEDAÇOS DE UM CARA-MELO.

Foto de Carmen Vervloet

QUANDO EXISTE AMOR

QUANDO EXISTE AMOR

Os ouvidos se alimentam
com o silêncio da cumplicidade...
Os olhos se cumprimentam...
A alegria nos invade...

Os corpos se entendem
e conversam sem falar...
As mãos se estendem
como raios de luar...

Os sonhos tão pertinentes
neste conjugar do amar
decifram sons envolventes
que se espalham pelo ar...

Sons de desejos velados
revelados pelo olhar...
Cheiro de suor exalado,
Sal que tempera este mar...

Mar de ondas oscilantes...
Branca espuma a se espalhar...
Corpos que se entregam ondulantes
No navegar deste amar...

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados ao autor

Foto de Rose Felliciano

A Utopia que eu quero....

.
.
.
.

“Ah quem dera fosse
Meu saber apenas doce
Felicidade, alegria...

Ter apenas em teoria
A saudade, melancolia,
Abandono, sofrimento...

E em nenhum momento
Dessa vida
Conhecer a separação, a despedida.

Ser a mais ignorante dos mortais
Saber da tristeza,
Apenas por jornais.

E a poesia???
Oras! seria apenas a magia
Dos casais apaixonados

Declarações e recados...
Relatos inusitados...
Apenas isso.

Ah quem me dera
Que meus medos nessa terra
Fossem só de bicho papão

E não da solidão
Da mentira camuflada
E do esquecimento....

Queria ter conhecimento
Que o amor é puro e eterno
Que os beijos são sempre sinceros
E a traição não existe...

Mas há ainda quem insiste
Em dizer que a vida assim é tolice
Utópica e Banal...
Sem emoção e sem “sal”

Dizem até,
Que o tempero é o sofrimento!
Não sei se entendo
Ou se quero entender...

Mas se eu pudesse
Apenas um pedido fazer,
Queria que todos, ao viver
Tivessem um amor a seu lado...

E assim,
Quando enfim a morte chegar
Que então se possa estar
Nos braços do seu amado....” (Rose Felliciano)

.
*Mantenha a autoria do poema"

Foto de JGMOREIRA

AINDA LEMBRAS? II

AINDA LEMBRAS? ll
RRR

Minhas desesperanças são vagos lumes
Na mata fechada sem alumiar nada
Além dos passos que dou, morta de cansada
Alpinismos milimétricos
Verminais gostos inodoros da tua saliva
Visual insípido aos teus olhos cépticos

Não sou nem o riso ou a dor
Comumente transparente em seu dorso
De suor no ato da falta de amor
O lirismo acabou?
Não incubou em teias de aranha na alma
Satanás ainda batendo palmas
Cristo se envergonha e chora
Vês? Todas as lágrimas transbordam

Não te espero mais na calçada
Não ando descalça nem sou sem graça
Policiais policiam meus fatos típicos
Feriados singulares, coincidentes
Sem reincidência, coerência, decência

Onde andamos nós que ficamos tão sós?
Velhos jovens loucos sãos e de antemão, contraceptivos
Canto mas nada entoa
Falo mas nada em ti ecoa
Grito sem orgasmo
Só doloroso espasmo de músculo contraído

Onde fugimos de nós?
O hoje se masturbou no ontem
Lançou sêmen morto no amanhã
Que nasceu à noite
Abortou a tarde
Enterrou uma manhã pálida
Do dia ofuscante já morto

Não consigo estremecer perante o medo
Nem tenho medo perante o ladrão
Não há roubo. Só roubados
Não consigo aspirar e expirar
Os hélios ou helênicos que respiras
A mim não concedo o pão do Senhor
Não prossigo que a escada encaracolou
Submergiu no teu rodamoinho

Essa vida toda contida na cabeça de alfinete
Esse teu congelo e degelo, setenta quilos
De pedra e sub sal.
Meus afagos desafogam energias nucleares
Em homens que encontro nos bares
Acordando em camas alugadas
Faço amor sem amar, dando sem entregar
Essa imaginaria guerra real se prolonga
Ao som de tambores e caças
Submarinos submergem à minha aparição
Sou o front, o desalinho da tropa dispersada
Na tua farda mal amada, branca de medo

Somos as engrenagens enferrujadas das máquinas
Gosto ácido de azia que corrói o estômago
Espinho na pata do leão; Paleótipo vazio
Puro som de grito abafado na fronha usada
A caldeira do diabo a que me atiraste
Harpa de archanjo que jamais ouvirei
Depois que meu Deus passou para o terno e gravata
Cabelo cortado, ar compenetrado, empresário de almas

Correria se tivesse pés
Falava se houvesse voz
Amaria se meu coração não estivesse partido
Fragmentado em dor atroz
Amaro amargo, Cinzano
Corte de fazenda barata
Peso perdido na balança desregulada

Acima de tudo, quero amar
Projetar-te em outro corpo
Que seja meu, meu de tudo
Para amar essa parte tua
Como nunca pude te amar
Que não deixarias
Sem mágoas nem angústia
Nem caos nem paz

Ainda te perpetuo
Teimo contigo no meu peito indeciso
Incoerente
Ainda te sinto apesar do tempo cretino
Que só sabe medir distância
Sou o nãoseioquê na tua vida
Talvez, teu olho cego, um sonho teu
Despertado
Armário de respostas que não abres
O porto seguro no qual atracas após
A deriva diária
Um vício, mania de criança
Algo em alguém destemido
A força fraca de ser valente
Encarar e debochar da vida
Chamar homens de meninos
Rir dele e fazê-lo crescer
Estacionar o trem do tempo
No garimpo do sentimento
Carregando a bateia para te achar
Ou achar uma pedra preciosa
Não mais a rosa fria, cadáver de flor
No que esse amor me tornou

Talvez, seja só meu esse amor...

Outro dia/1979

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÕES XVI - CARRILHÕES DE BEIJOS - Cap II

*
* CARRILHÕES DE BEIJOS II
*

Adormeci satisfeito,
Mas depois de algumas horas,
Acordo daquele jeito...
Com o peito inflado e todo intumescido
E o que faço agora,
Sob o som de uma melodia
“Melodia de amor”
Que, automaticamente,
Reiniciava-se com o raiar
Do dia.

Vejo-te ao meu lado,
Adormecida e seminua,
Coberta por um lençol de cetim
Com tuas curvas graciosas
Tuas ancas voluptuosas
E te passo o braço
Direito na cintura
E te acaricio
Suave
E vagarosamente,
Sussurro baixinho em teu ouvido
“_ Eu te quero, outra vez”
E tu me respondes roucamente:
“_Yo también mi querido”
Então, te beijo
Apaixonadamente,
No início levemente e
Ao ver teu olhar brilhar.
Atiçando-me um fogo
Com os raios de tua íris estelar.

Então, me perco, nesse olhar,
Recomeço lascivamente a te beijar,
Busco o céu e o mel em tua boca
E em tua saliva o sal
Do mar.

Alvoroço-me,
Cheiro-te e suspiro em teus poros.
Sinto o perfume feminino
Que exalas e roço
Com a boca
Teus seios.
Meus pelos,
Escovam-te e tu explodes
Em ondas de gozo espumante
Em borbulhas embranquecidas pela
Volúpia de tuas ondas de amor.
E arrepia, mas, te sacias,
Mas sempre, queres mais
São verdadeiras ondas do mar,
Ou de amar...

Num balanço sensual de um sobe e desce
Enleva-me no mais alto do horizonte
E de lá do alto mostras-me tua face corada
Reluzente e brilhante
Como o carmim,
E demonstras que se entregas,
Eternamente
Para mim,
Neste mar
De cetim,
Em tua
Cama.

Foto de Mentiroso Compulsivo

UM BEIJO TEU

.
.
.

Hoje senti um beijo teu
Sabias a sal e a luar
Queimei-me no sol do teu olhar
Falamos do nosso tempo
Quando eras um tronco que ardia
E eu a primavera verde que nascia
Dançamos em torno de uma camomila
Arrepiámos uma meiga carícia
Num sopro à luz da noite
Até ao apagar-se da madrugada
Nas águas cantantes do rio.

© Jorge Oliveira

Foto de Raiblue

Saliv(ando)...

.
Nas noites brancas
De sua pele
Me dis traio
Guardo Dostoiéwisk
Num canto do quarto...
Nos olhos
O ópio prolongando
Colóquios do tato
Con textos e texturas
Da língua
Corroendo tédios
Catando cacos
Cactos na superfície
Da carne árida ...
Arranhando as horas
Sangrando os minutos
Dissolvendo dores
Anti-corrosiva língua...
Sal e saliva
Lambendo as feridas
Fechando cortes
Subcutâneos labirintos
Na sanha da linguagem
Esquecida no tempo
O toque...
Palavras diluídas no suor
Poesia líquida
Numa noite dis traída...
Na pausa da razão
No dança dos sentidos...

(Raiblue)

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