Rugas

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Parabéns à voce ( pra mim) - 45 anos - 2ª metade da minha vida

Resolvi me presentear com esse texto(humor), cantando Parabéns à voce (pra mim, rssss)

Pensei procurar um cirurgião plástico
Dar um jeitinho na barriga
E nas rugas aparentes...
Melhorar o sorriso e clarear os dentes

Pensei procurar um analista
Pra questionar minha existencia
Me fazer entender os “porquês”e
Procurar resposta na ciencia

Pensei procurar um advogado
Pra tratar do meu testamento
Não deixar para que os outros
Se preocupem com esses documentos

Pensei em procurar um famoso cabelereiro
Dar uma novo look no visual
Um estilista competente
Novo estilo, mais casual

Mas nada disso eu fiz
Nada disso agora vou fazer
Sou muito mais que isso
Sou toda a essência de um ser

Esqueci o cirurgião,
O analista nem procurei
Mudei sim os cabelos:
Eu mesma me decorei

Na segunda metade da minha vida
Muitas coisas vou fazer
Sei bem o que quero
“ Quero intensamente viver”

O melhor presente do mundo é ter vontade de viver. Isso eu tenho sobrando (15/10/2008)-

Foto de pttuii

E a infância foi-se.....

Eu que me tenho aqui,
Pronto a questionar a
lei das soluções carentes,
Dos homens e dos animais
que hesitam antes de tentar,
Quando menino inacabava diálogos,
Fotogramas que diluía
ao conjecturar quem seria,
Fiz de tudo protectorados do que sou hoje,
Máscaras minhas para manter,
de rugas apagadas,
com corpo iludido,
Fiz da minha verve de menino
quem me acompanha hoje,
Animal que estimo,
Que cresce quando decresço,
Que nota o que perco
do mundo,
Reescritos os medos
deixaram-se os corpos
decepados,
Como vingança,
À laia de brincadeira
enquanto se espera,
No momento em que espero,
Pelo fim do mundo
com um copo de cola
gelada na mão....

Foto de pttuii

Tele-escola

Se o tino não me falha
já tinha aprendido a ler-me,
desenhei de um trago as curvas do mundo,
com as aparas do carvão
fiz povos às cores,....

gente que olhasse o passado com ar frívolo,
desnudando mulheres pela maldade de o fazer,
e esperar em troca o declínio das estações,
e o benfazer das rugas traçadas a sangue,....

todos os dias me faço mal,
habito em oceanos de aldeias desertas,
e continuo sem entender,
se a terra tem alma,...

ou se sou eu o mapa-mundo dos equívocos....

Foto de Lmax

A PAZ DE MEU SILÊNCIO....

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.
Em meio ao barulho da multidão há paz,
Límpida e aconchegante de um olhar fugaz.
A noite enluarada trouxe a mim o paraíso,
Uma brisa ululante me devolveu o juízo.
Ouvi no vento um passado azul-infante,
Que sem piedade me mostrou o diante.
A paz do meu silêncio foi quebrada,
Agora é grito, é força e mais nada.
Assim ouvi o estatelar em uníssono,
Senti o doloroso despertar do sono.
E a alma renovou-se como um corte,
Cheguei buscar dos desejos a morte.
A paz do meu silêncio tornou-se o frio,
Sinto desgastar-me como pedras de rio.
A razão me mostra o solstício logo à frente,
E o final dessa tempestade negra e demente.
E no intenso, breve e claro, sol brilhar,
Farei a luz de o meu próprio dedilhar.
Aqueles sonhos que tornaste escuridão,
Nunca mais em teus amanheceres serão.
Despir-me-ei das inserções de minhas rugas,
Serei cuidadoso ao trepar com sanguessugas.
Para mim não serve mais paixões sem nexo,
Esse total e desvairado entregar-se por sexo.
Farei de minha vida um aprender constante,
Olharei para esse mundo por mais distante.
Claro! Meus sonhos são maiores que o mar,
Indubitavelmente irei descobrir o real amar.
Quanto ao eminente errar quando se flerta,
A dor é menor se for com a cabeça certa.
Reviverei de minha inerte angustia crua,
Terei o inicial sentido de uma alma nua.
Como doce poesia, desenharei novas trilhas,
Serei arrimo de todo amor em minhas filhas.
A paz do meu silêncio é latência dos meus dias,
É o tramitar das vontades açucaradas em alegrias.
Serei novamente o silêncio certo e conciso,
Manterei em minha face o sincero sorriso.
Enfim exaltarei o eu daquele olhar fugaz,
E assim na paz do meu silêncio, terá paz...

L’(Max) 16.08.08

Foto de Cecília Santos

SAUDADE ANTIGA

SAUDADE ANTIGA
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Minha saudade é antiga.
Tem rugas na face também.
Somos velhas amigas.
Que não sei quanto tempo tem.
Só sei que um dia chegou, e ficou!
Surgiu do nada, era noite.
E na madrugada, pra sempre ficou.
De longe veio está saudade.
Chegou, e ao meu lado sentou.
Abraçou-me como velha companheira.
E nunca mais me deixou.
Na madrugada vazia e triste, procuro.
Nas dobras do meu pensamento, encontrar.
Resquícios do que ficou.
E que em tantas saudades se tornou.
Ouço canções à distância.
Que soam lentas, quase sonolentas.
Versos de amor inacabados, quase incompletos.
Mas são versos que trago na lembrança.
Quando os ouço, enche-me a alma de dor.
São versos adormecidos, quase esquecidos.
Mas são alentos da minha saudade.

Direitos reservados*
Cecília-SP/06/2008*

Foto de Dennel

A escritora sem rosto

No silêncio de seu quarto, ela escrevia furiosamente. Era a única atividade que lhe dava prazer, uma vez que fora rejeitada pela sociedade que teimava em não reconhecer seu talento de escritora.

Amigos, não os tinha, e os que afirmavam sê-lo, o faziam por conveniência ou oportunismo; no entanto, ela não desistia de escrever, seus dedos calejados eram atraídos pela caneta que a seduzia, como um beija-flor é seduzido pelo néctar da formosa flor.

Sempre quisera ter filhos, mas a natureza lhe privara deste privilégio; em certos momentos de solidão, julgava que era melhor assim, pois acreditava que filhos traziam aborrecimentos e dissabores.

Sonhava ser uma grande escritora, admirada e reconhecida nos círculos literários. Escrever lhe fazia relembrar da imigração da sua família para o Brasil. Tempos difíceis aqueles, tempos turbulentos. Hoje, nada mais possuía, além da tradição do nome da família; tradição que não lhe trazia o reconhecimento esperado junto à sociedade.

Viu surgir sua grande oportunidade quando foi convidada, pelo diretor da revista Entricas & Futricas, a escrever uma coluna sobre personalidades famosas. Seu entusiasmo era visível com sua nova função; imaginava-se sendo laureada na academia de letras, ouvindo o burburinho de repórteres, implorando por uma entrevista.

Mas as coisas não saíram como era esperado, o número de leitores e comentários da sua coluna caía vertiginosamente. A direção da revista não teve alternativa, senão rescindir o contrato, pois apesar do talento para as investigações jornalísticas, ela fazia a cobertura do cotidiano de pessoas tão ou mais desconhecidas do que ela; evidentemente para a revista não interessava a vida de desconhecidos.

Tentou sem sucesso todos os argumentos que julgavam válidos, porém, o diretor fora inflexível. Via desabar diante de seus olhos o castelo de sonhos que erguera para si; sentiu um nó na garganta ao receber o veredicto fatal, a única ocasião em que sentira tamanha angústia fora numa solenidade literária, ao engasgar com um gole de água que bebera às pressas.

Passou dias desolada, lamentava a injustiça que sofria; a única que parecia compreendê-la era sua inseparável caneta. Agora escrevia como um autômato, descarregava toda a sua frustração nos escritos. Seus pensamentos não tinham unidade ou valor que levassem as pessoas a refletir sobre um modo de vida salutar, mas o que importava é que, escrevendo, sentia-se melhor.

Tomou uma decisão que avaliou lhe traria o reconhecimento que tanto buscava. Sabia que no mundo das letras havia o plágio; soubera inclusive do autor americano que fora laureado com o Nobel de literatura plagiando um escritor de outro país. Ela faria o mesmo, arrazoava consigo mesma que os fins justificam os meios. Quando se deparava com um texto que lhe agradava, ela o modificava ligeiramente, afirmando depois ser o mesmo de sua autoria. Para maior credibilidade, lançou uma campanha contra o plágio, defendendo os direitos autorais.

Sua obstinação de ser reconhecida levava-a ao ridículo, pois abordava pessoas desconhecidas na rua, propondo amizade, o que não raro produzia uma frase indignada do abordado: “Vem cá, eu te conheço?”.

Ela não se importava com estas situações vexatórias, lembrava-se de seus únicos ídolos, Hitler, Mussolini, Lampião e Idi-Amin Dada, que sempre souberam vencer preconceitos e dificuldades, tornando-se heróis para alguns e vilões para muitos.

Olhando-se no espelho, via as rugas a sulcar-lhe o rosto, o tempo fora implacável com ela. Lançando um olhar para a penteadeira, via as poucas fotos que retratavam sua vida; não havia semelhanças entre elas, de forma que se outra pessoa as visse, juraria que estava diante de um camaleão.

Sua atenção volta-se novamente para o espelho, cuja imagem parece lhe transmitir terrível acusação: “Você é uma fracassada”. Ela sente uma vertigem, apóia-se ligeiramente na penteadeira; ao lado, sua velha e fiel companheira parece convidá-la para escrever o último ato de sua existência.

Trêmulos, seus dedos agarram fortemente a caneta, que com a força empregada, se rompe, deixando um borrão de tinta na folha que um dia fora branca.

Juraci Rocha Da Silva - Copyright (c) 2005 All Rights Reserved

Foto de Henrique Fernandes

NÃO DESISTO DE MIM

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Sento-me triste num banco de jardim áspero
Onde as árvores são sacudidas até o cair das folhas
Por um vento de saudade que me sopra no peito
As plantas vergam-se à amargura que engulo a seco
E as flores mais belas bebem as minhas lágrimas
Tornando-se em tons cinzentos de um preto e branco
Que solto rastejando em suspiros venenosos
Envenenando o meu rosto com melancolia
Os pássaros orquestram marchas fúnebres no ar
Poluído com choros de dor que o meu olhar larga
Ao largo do horizonte com gritos deprimidos
Rompendo um buraco negro que me suga até si
Ao centro do jardim há uma estátua de espinhos
Que outrora era silhueta de um corpo esbelto
Esse busto espinhoso indica-me a saída deste jardim
De horrores dissabores plantados no meu chão rugoso
Que piso descalço ensanguentado em atritos cortantes
Uma desilusão ponte e aguda cravada no teor do dia
Uma saudade pelo tão pouco que peço e não tenho
E a raiva exibe-se volumosa ao revistar os sentimentos
Armadilhados como um suicida á flor da minha pele
Onde as explosões de rugas marcam carências
Que os meus desejos rogam e invocam nesta gruta
Onde dormem monstros famintos de sonhos
E vermes sedentos de beber toda a minha esperança
Caminho de olhos postos nos textos escritos no chão
Pela mão de um tempo morto que leio desfocados
Aperto as minhas mãos num nada tão sólidas e frias
Arrefecendo-me o corpo mas nunca a alma
Longe de tudo e mesmo assim não desisto de mim

Foto de Sirlei Passolongo

MÃE! És tu, o símbolo do amor.

MÃE!

__  És tu mãe, o símbolo do amor.
___  Sem você, eu não existiria
_ﻶჱﮨﯝﮨ  A você ,
_____  Venho dizer neste dia:
______ - Obrigada mãe!
_______  Pelas noites que ficaste sem dormir
ﻶჱﮨﯝﮨﻶჱﮨﯝ__  por minha causa.
_______ - Obrigada mãe...
______  Pelos passos que me ensinaste a dar
_____  Pelas primeiras palavras que me ensinaste
_ﻶჱﮨﯝﮨ  soletrar.
___  Mãe! Sua pele já possui rugas,
__  Seus cabelos teimam em ficar grisalhos,
_  Marcas de uma vida inteira
__  cheia de amor e dedicação
___  Mãe! Sei que muitas vezes você chorou
_ﻶჱﮨﯝﮨ  escondido para que eu não notasse
_____  sua tristeza, sua preocupação.
______  Mas, a você, Mãe querida!
_______  Venho dizer nesse dia:
ﻶჱﮨﯝﮨﻶჱﮨﯝﮨ___ Perdoa-me mãe!
_______  Pelas vezes em que a fiz chorar
_______ Perdoa-me mãe!
_____  Pelas vezes em que não ouvi
_ﻶჱﮨﯝﮨ  seus conselhos
___ Perdoa-me, mãe!
___  Por não poder lhe dar o amor que merece
_ﻶჱﮨﯝﮨ_____  Você, mãe!
______  Merece o céu, o mar, as estrelas...
_______  Merece todas as flores do mundo
ﻶჱﮨﯝﮨﻶჱﮨﯝ__  Você merece o amor que jamais poderei dar
_______  Pois, somente a ti Deus concedeu
______  a graça de um amor tão grande,
_ﻶჱﮨﯝﮨ___  de um amor tão especial.
__  Só me resta dizer:
_  Obrigada mãe,
__  Obrigada, enfim, pela vida!
___  EU TE AMO!

_ﻶჱﮨﯝﮨ  (Sirlei L. Passolongo)

Foto de Henrique Fernandes

GELO DA SOLIDÃO

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Paira um manto de suspiros
Prolongados por uma angustia
A alegria que me viciou outrora
Neste momento é um palácio em ruínas
Onde pássaros sem asas
Fazem ninhos de espinhos
E o tempo decadente atalha as rugas
Que rubricam a minha tristeza
As minhas horas que já não conto
São de Inverno rigoroso
Aqueço a alma no gelo da solidão
Com um calor mórbido
São múltiplos tesouros por descobrir
E eu tento escapar ao peso da pedra
Que me sepulta nesta cova
Tão escura quão recheada de nada
Envolto por muralhas de batalhas
Embandeiradas de luto e revestidas
De lágrimas que festejam a minha derrota
Sou aposta de um sonho
Que é carta fora do baralho
A vida preza-me veneno puro
Meu choro é um grito sinistro
Atormentando até as serpentes
Que rastejam nos meus desejos
Mas não consigo morrer para a vida

Foto de Sonia Delsin

POEIRA CÓSMICA

POEIRA CÓSMICA

A barba dele alcançava a ponta do externo.
Já nem era mais branca de tão encardida.
Ele tinha uns olhos guardados numa caixinha de rugas como nunca vi igual na vida.
Tão plissada a pele que quase nem se via mais o negro da íris.
Mas existia e eu via.
Algumas verrugas no rosto e braços.
Ele trazia na boca um riso que nascera e morrera ali.
Era mais uma contração.
Mas eu queria acreditar que era um leve sorriso estagnado em sua face incinerada pelo sol ardente.
As cestas de lixo que se distribuíam pela pracinha ele não deixava de observar uma sequer.
O que encontrava comia.
Eu o vi certa vez a comer um restinho de iogurte com colher.
Ele remexia, comia.
Restinhos de refrigerante bebia.
Depois se sentava num banco qualquer.
Arrotava como se tivesse se deliciado com uma bela refeição.
Vi isto em cima deste chão.
E embaixo deste céu de meu Deus.
Que somos? Poeira cósmica?
Somos pó?
Tento encontrar o fio da meada e encontro um nó.
A refletir me coloco.
Me desloco.
Que somos perante o Universo?
O que somos nós?

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