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Ruas

Foto de andrepiui

Dama de Preto

Vagando pelas ruas
em rumo ao infinito
vejo muitas constelações
e o quanto o céu está tão lindo
a rainha do meu coração
está toda vestida de preto
andando pelas estradas
pego carona num caminhão
peço duas doses de conhaque
e toco meu violão enquanto eu bebo
ela gosta de paz interior
e é o que tenta para os outros passar
eu viajo nas cornéas dos teus olhos
e vejo que á paz
só ao meu lado irá encontrar
nao tenho o dom de prever o futuro
nem tão pouco sei o dia da minha morte
mas peço a Deus
para que seus labios com os meus
um dia ainda se toquem...

Óh!! dama de preto
onde estás você agora
faço uma oração a lua e as estrelas
para que você surja a o meu lado
e nunca mais vá embora não
Óh!! doce dama de preto
que robou meu coração
sem você eu só faço beber
esqueço até de como tocar meu violão...

fecho os olhos para dormir
e chego em outra dimensão
não sei o que estou fazendo aqui
mas entendi quando você
com suas mãos celestiais
tocou o meu coração
o azul celestial o verde da natureza
espalhados pelos quatro cantos do mundo
mas sem você é impossivel que eu floresça
invento desculpas para sempre a o seu lado está
mais você não acredita
e o porquê também
não sabe me explicar
te entrego óh rainha
o meu coração inteiro
para que só você possa reinar
por toda eternidade
e com ele se expandir
pelo mundo inteiro...
(André dos Santos Pestana)

Foto de M.Veríssimo

Criança

Crianças nas ruas, de fome atacadas,
no mundo inteiro em vão padecem...
nas imagens soltas que não se esquecem,
farrapos nus de guerras provocadas.

Crianças perdidas para a morte levadas,
nas carnes sofrendo o que outros tecem,
porque a morte necessita e os homens enriquecem
e tu menino, sem esperança num canto te acabas.

Tua dor fechada, atingiu-me...e chorei...!
Teu grito calado, no meu peito senti
e por ser criança como tu, procurar-te tentei...

para te encontrar a mim próprio menti...
porque embora não te visse, contigo brinquei
e os sonhos que não tiveste, tive eu por ti.

Foto de Jorgejb

Guerra

Há carros de combate
em todas as ruas,
capacetes metálicos
de olhos escondidos,
e outros de faces
cheias e duras
gritando ordens e ordens,
de bastão empunhado.
Começou a guerra
na minha cidade,
e as torres das igrejas
são estandartes torpes
das tropas inimigas,
dos fantasmas e sonhos
dos livros da escola.
Que morram os heróis,
diz alguém de face hirsuta,
e dedos fechados,
e por cada letra
de uma palavra,
morre um soldado
sem se saber bem porquê.
Há um miúdo,
sozinho – pateticamente
seguro
de fuzil de pau
em punho,
desafiando as balas
que passeiam perto
do medo,
e cheiram a pólvora e a sangue,
odor próprio dos generais.
Alguém grita lancinante,
e eu digo – é a mãe.
E depois um estrondo
e outro
e mais outro
e ainda um último (trabalho competente)
e no chão, largado o fuzil,
chorando a mãe, como
qualquer guerreiro,
de olhos grandes e fortes,
abre os seus braços órfãos
e murmura,
mãezinha… quem cuidará de mim!

Foto de Vera Silva

Mendiga

Quando a noite cai sobre mim
Deito-me envolvida pela escuridão,
Tapada com o manto das estrelas,
Contemplando a lua com emoção.

No meu rosto, o véu da melancolia,
Com lágrimas que correm perdidas…
Sou apenas mais um número,
Estatística de pessoas esquecidas.

Quem passa, finge que não me vê,
Sou vagabunda transparente…
Se tenho fome ou sinto frio,
A todos é indiferente.

Sem roupa decente para vestir,
E mais parecendo um espantalho,
Ninguém me abre uma porta,
Como vou eu arranjar trabalho?

De dia ando pelas ruas,
Pedindo, com um pouco de esperança,
Sendo animada por vezes
Pelo sorriso de uma criança.

Já um dia fui feliz
E passei pelos outros sem os ver.
Mal sabia eu que me esperava
Ficar na rua, tudo perder...

Foto de Sacana Honesta

Quando Nasceu o Amor

Onde ontem havia caos, hoje se fez luz
No peito antes vazio, reside uma emoção
Olhos que se buscam, vencem a solidão
E o que era sem rumo, seguro se conduz.

Longa fez-se a noite, mil estrelas a brilhar
Têm anjos flutuando, dançando pelas ruas
Mil sereias a sorrir, e ninfas semi-nuas
Chove flor e algodão-doce, há música no ar.

Acabou-se o sofrimento, a carne é indolor
Há só sonho e beleza, em todos esses dias
Perfume, beijo e mel: a vida está perfeita.

A mente não se cansa, o corpo se deleita
Tudo é só calor, em mãos que já foram frias
Há mais cores no arco-íris...enfim, nasceu o amor.

Por Bruno Henrique Lima Horst, meu namorado, relativa ao dia em que nos conhecemos.

Foto de Jorgejb

Por Ela

Olhei-a de soslaio, sem deixar entender meus olhos fitados nela. A sua beleza descrevia o entardecer magnífico de um qualquer campo de trigo amarelo, amadurecido no pincel de um qualquer Van Gogh. Derramava dela a brutal incompreensão do absoluto, um mar de solstício de Setembro, forte e rude, belo e vital.
A presença dela, inundava a luz das coisas em que tocava, inventando áureas mágicas, texturas forradas a prazer, entregando-se nos gestos que compunha – banais – como se fossem momentos únicos, actos solenes, deíficos, imaginando (eu) que seus beijos fossem obras de autor, ternos consolos de quem se sentia um Cesário perdido nos braços da sua amada.
Foi então, sim foi então que a desejei. Desejei-a como se deseja no íntimo de cada alma, ansiando a plenitude, resgatando gestos, olhares, pedindo os cabelos, as pernas, as mãos, os seus seios. E fui então o maior dos poetas, compus oitavas de génio, falando de amor e solidão, incontornável veste de poeta, da muita solidão – e falei de todas as ruas onde a queria levar. Pintei o seu nu com a arte que se arroja e a decência inocente dos anjos. Cantei o madrigal mais terno e leve que se deseja cantar, quando o seu rosto por fim repousar no meu ombro.
Parei. E o meu peito arfava. Havia tecnicamente, como que a impossibilidade de respirar. Num esgar, o meu rosto contraiu-se, os olhos humedecidos pedindo – como qualquer pedinte que se verga a pedir do desespero de nada ter. Decidido, ergui-me. Ergui-me, como qualquer homem se ergue no meio da noite do leito da sua amante, arrefecendo no caminho os pés que o levarão de volta à cama conjugal, sempre quente.
Olhei-a uma última vez, na doçura de um quadro pintado pelo melhor dos artistas, lembrou-me uma bailarina de Degas.
A história chegava assustadoramente a um eminente fim, quase possível, evidentemente clássico. Os meus passos transportavam o sorriso dos conformados, ébria virtude de quem sofre da mais profunda imaginação, e se perdoa diante dos santos, que riem de todas as preces com a mesma terna e impassível candura.
É agora que se inventa um final feliz. Logo ela virá correndo, quem sabe, perguntando as horas, um endereço. Depois, porque não, conversaremos, marcaremos o encontro no café, que será o de todas as vésperas, e o amor, o que move e desenha palavras, nascerá perene e doce, até ao fim deste conto. Ela, será forçosamente a razão do sonho de um homem, a razão, de sempre se perder a razão – por uma paixão.

Foto de Ricardo felipe

Silêncio amor

Silêncio.
Silêncio.
Ouve o som dos olhos.
Os carros apressados, as ruas, as paradas, as esquinas, a lua tardia.
Silêncio.
Ouve minha lágrima formando-se.
Meu desejo, meu corpo, minhas mãos conversando com as tuas,
as luzes se apagando, as televisões solitárias ao longe.
Silêncio.
Ouve nossos mais profundos medos desaparecendo.
Nossa moral, nossa vergonha, nosso orgulho,
adormecidos, quando nossos perfumes se confundem.
Silêncio.
Ouve o silêncio da nossa única verdade.
Nossa historia não contada, nossa felicidade negada, nosso pobre sonho de ser feliz partindo.
Silêncio.
É só a noite, o vento e a neblina, são só os passaros, as flores da madrugada,
os cantos da escuridão, nossa dispar natureza conversando, nossa única pureza, nosso maior pecado de termos nos amado contra tudo.
Silêncio amor.
Silêncio.

Foto de franciscotorres

Rotina

O Sol renasce.
As formigas acordam.
São dez horas.
Multidões de formigas invadem as ruas.
Há portas a espera de serem abertas.
Não admitem nenhum atraso.
O tempo passa e entristece.
As formigas abandonam o local.
Elas voltam a cruzar-se nas ruas.
Há outras portas abertas.
As formigas entram.
A luz desaparece do dia.
As formigas abandonam o local.
Fazem agora um último caminho
No regresso à toca.

Foto de krodrigo

Seu olhar

Em seu olhar vejo a pureza de sua alma, sinto o céu mais perto...
Seu olhar sereno me passa tranqüilidade, amor, paz enfim...
Em seu olhar sinto a serenidade, a calma de seu coração apaixonado,
Seu olhar, doce fantasia, grandiosa sinfonia.
Meu amor, seu olhar me traz de volta todo sentimento perdido, liberta minha alma para sonhar as belezas da vida,
Seus olhos, pedras preciosas que tanto gosto de admirar, de sentir...
Quando estás perto sinto-me seguro, protegido,
Quando não estás, sou de novo criança indefesa, frágil.
Você me dá forças, coragem, me faz forte a seguir o caminho da vida.
Por ti acordo todas as manhãs e em busca de seu olhar procuro nas janelas, nas ruas, nas frestas ainda que em vão, ainda que não encontre.
Seu olhar me propõe sonhos loucos, maravilhosos, por vezes obscenos.
Por te amar, persigo teu olhar pelas cidades, mesmo às vezes não encontrando.
E nessa busca incansável eu sigo a procurar teu olhar em todo rosto que encontro, a procurar tua alma em cada olhar, a te procurar em cada pessoa que vejo.
Por te amar sigo nessa busca...
Por te amar...

Foto de Sharth

Ventos que me lembram...

Quando tento não pensar em você
Vem aquele vento.
Logo lembro de nós andando pelas ruas
Procurando alguém lugar para se divertir.

Hoje vejo que eu tinha a minha diversão
Não precisava procurar mais
Queria ter você de novo
Mas você decidiu partir
Deixou a saudade
As lagrimas
Os momentos bons
E tristes que passamos juntos.

Tenho pensado muito no tempo em que não nos desgrudávamos
Lembrei de uma jura de amor que lhe fiz
Dizendo mais ou menos assim:

Não são pessoas nem palavras que me mudam
São os gestos que me fizeram ficar tão grudada a você.

Ao seu lado eu estava completo
Pena que você decidiu partir
Não quero guardar momentos ruins
Somente os bons me interessam.

Beijos
Um anjo.

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