Rotina

Foto de diana sad

Caos

Eu já nem abro mais a porta
Não deixo o ar entrar
O ventilador ventila e leva meu desespero
Pra qualquer cantinho que eu não precise enxergar

Eu nem abro as janelas
O pôr do sol que eu vejo é do cartão-postal
Que o porteiro me entregou por engano
E eu não quis devolver ao dono

Caos legitimo embaixo do tapete

Se o céu ainda é azul?
Pelo o que vi na TV parece que sim
As interpretações tão impessoais
Revelaram um raio triste dentro de mim

Talvez eu não sonhe mais
Em voltar a pular carnaval
Do imediatismo normal
Talvez eu não sonhe mais
Em voltar a pular carnaval
E nem volte assumir
Tudo que furtei
Buscando alguma coisa que nem sei

Já nem vou a nenhum lugar
Meu mundo se reduziu a 60 m2
Meu organismo se acostumou a viver sem amor
Não existe amor na rotina
Só mesmo na poesia de poucas linhas
Não acredito mais na força que ainda busco
Para distrair a mente e fingir que ainda sente
Tudo o que já morreu.

Foto de Paulo Master

Ainda te amo!

Não me deixa pensar ser essa a última frase a te dizer, pois seu desapego se faz o senhor, um terrível oponente contra o meu amor.
E como vou ficar se nessa ciranda em que o nosso amor se encontrava, sempre feliz e sorrindo a girar, você se foi e me deixou a chorar.
Sabe como é sentir uma vontade de correr em direção do que não mais existe, e como tentando resgatar o que outrora fosse realidade, se faz real meu desespero, minha saudade.
Sentimento de perda e revolta que não consegue se juntar, e o amor como um juiz, tentando apaziguar essa discórdia, se encontra impossibilitado de se encontrar.
Sabe o que é isso?
Isso é vontade de você, saudade dos seus beijos, desejo de outra vez ouvir sua respiração bem juntinho do meu coração, desejo do seu ser.
Castigo que virou rotina se for essa minha sina, melhor seria ficar olhando para o céu à espera de um milagre, um anjo que viesse com seu nome, em nome de você.
Sentimento que sem fingir, vem com todo seu poder, me fazendo suspirar, como se fosse faltar o ar, esse ar que outrora roubava de você, toda vez ao te beijar.
Ainda te amo, e mesmo com mil anos seria capaz de te amar, sem imaginar sem ao menos deixar que esse amor viesse parar, pois de você somente tenho uma parte que sou eu, a outra... Perdeu-se.
Mas sem você não mais me sinto, e prescindo que aos poucos venho deixando de existir, e apenas me basta saber que um dia você pode voltar, esperança que ainda está no ar.
Sofrimento de fininho vem, e se deixa alojar em meu ser, parece que a saudade me alimenta e acalenta a vontade de você, me fazendo resistir à cada amanhecer, como a flor que se entrega ao beija flor, levando o seu néctar pra viver.
Nem sei mais o que seria loucura, pois quem te procura não sou eu, é tão somente uma saudade bandida que me rouba o sossego e me deixa de frente as lembranças de nós dois.
Saudade essa que se acha poderosa, que me traz de volta, seu beijo, sua boca, e sem me dar chance de lutar me deixa sem chão, sem lugar onde pisar.
Esse amor é maior que eu, é amor verdadeiro, um amor de corpo inteiro, sentimento sorrateiro que faz pensar em ser eu em todo meu próprio coração.
Ainda te amo, ainda te chamo, ainda quero você aqui, quero porque sei que não acabou, sei que se o meu amor a chama, é porque o amor vê além do que meu coração possa enxergar.
Quando a se ama, chega-se à ser egoísta e sem pensar criamos uma lacuna onde o amor se vê impossibilitado de passar, subitamente e sem pensar, estamos matando o melhor que há em nós.
O presente no amor é muito gratificante, e muito maravilhoso, estamos vivendo num mundo de magia, encantamento que parece sem fim, mas sem saber, o fim pode ser nosso vizinho e morar ao lado, e jogar longe todo sonho encantado.
Com o fim no amor, vem o começo da dor, de um ardor, de uma saudade que na verdade nada mais é que nosso coração sentindo-se partido à metade.
Ainda te amo, sou a metade de você que nem voltou à mim ainda, o pedaço do amor que faltara em minha vida, o ponto de partida para outra vida, que não consigo enxergar.
Sim, me sinto como cego, mas porque ainda me apego no amor que aos poucos foi esvaziando o meu ego, como se desfalecendo algo dentro de mim.
Cansei de rolar na cama sozinho, e no meu cantinho sua presença se faz presente, mas me falta o seu cheirinho, falta seu carinho e falta o meu sonho realizar, ver você voltar.
Ainda te amo, sei que vou amar, mas quem ama tem motivos para ser feliz, quem ama nunca esquece, pois carrega consigo o amor, e leva no peito a dor do amor que um dia me fez muito feliz.

Foto de Vadevino

GUERRA BESTA GUERRA

Na Faixa de Gaza
A paz se atrasa,
A guerra arrasa
Em perene chacina.

A diplomacia falha,
O fogo da metralha
Destrói, escangalha
Em hedionda rotina.

E nesse bangue-bangue
Morre um, morre gangue,
Encharcando de sangue
A Terra da Palestina.

Foto de pttuii

O amante da translação

A noite desfez-se em amenidades,
Quando o dia lhe roçou a honra,
Avançando para um bálsamo de afectos...

Jurou fervências por apetecimento,
Enlameou o sol que anelava o dia,
E afagou os cabelos louros do entardecer...

Ao menos que diletantes galanteios,
Ajudassem a baixar a frieza de um anátema,
Feito mestre da sedução ligeira...

Resumido o enamoramento da existência,
Está solto o armagedão da animalidade humana,

Que se abriguem os descontentes da rotina assassina....

Foto de Lorena Luiza Fernandes

Bruta flor do querer.

Quando eu não o tinha, o desejava tanto... No tempo em que a ilusão de o ter alimentava a esperança de poder passar noites à fio escrevendo confortavelmente sobre a minha cama, eu nutria um desejo tão grande de tê-lo... Consegui, comprei meu notebook e nunca escrevi nada em nenhuma madrugada solitária, nem em dias solitários, nem em tardes frias... Nada! Perdeu a graça. Odeio conseguir, mas adoro tanto desejar.
Minha vida é uma sucessão de grandes quereres e ilusões, que depois que viram aquisições perdem o brilho. Então, percebe-se que minha vida é bicromática, pintada vez de rosa purpurina, vez de branco chocho cheio de equilíbrio e paz.
Dia desses parei pra pensar se eu gosto mais do rosa purpurina da luta pela conquista, ou desse branco chocho que toma conta do depois, não soube decidir (grande novidade, nunca fui boa com decisões), superficialmente sempre exibi uma pose tão 'branca', uma vida tão equilibrada de moça certa e pra casar... Em contra partida, minhas pequenas atitudes sempre tentavam dar uma pincelada pink na minha vida enfiar aventura na minha rotina, pra ver se eu conseguia virar o jogo e só ser eu mesma... Nem muito pombinha da paz, nem muito rosa choque. Mas nunca consegui!
De certo nunca me conheci. Dia desses, outra vez, me peguei dizendo que mentia muito, será que eu sou mesmo dissimulada? Nunca tinha pensado a meu respeito dessa forma. Fui procurar no meu amigo fiel, o Aurélio, um esclarecimento, o que seria ao pé da letra dissimular? No Aurélio estava assim, Dissimular: Ocultar ou encobrir com astúcia (Ah, isso quem não faz? Não pode ser critério. Não tenho culpa de não gostar de tudo que eu penso e esconder partes, e mesmo que fosse um bom critério se eu me encobrisse com astúcia nunca teriam me chamado de dissimulada e eu não estaria aqui fazendo essa análise, 0 pra Lorena Capitu x 1 pra Lorena e só), não dar a perceber, calado ou simulando( É, nunca soube discutir, no fim eu sempre fico calada, mas é uma questão de passividade e falta de convicção nos meus ideais, Sou só a Lory, Cabou! Não simulo nada, só aceito novidades tranquilamente), não revelar seus sentimentos ou propósitos (E eu vou revelar pra quê? Tá, essa eu assumo, não gosto de sentimentos assim como não gosto de carne e mesmo não gostando eu como, mesmo não gostando de sentimentos, eu sinto, mesmo não gostando os escondo!). Sou sincera aos meus pensamentos momentâneos, sem analisar muito falo coisas, o exame vem depois e talvez as ideias mudem e é apenas isso não sou dissimulada, nem mentirosa. Parece-me que não adianta a simples Lorena será sempre a menina pacífica e passiva por fora, viciada em adrenalina e fortes emoções por dentro e uma coisa não exclui a outra. Por fim, se metade de mim for certeza o resto será dúvida. E quando meu corpo viver aventuras minha alma pedirá paz, se muito serena ela estiver implora por desassossego. Se eu conquisto meu desejo, já não o quero. Odeio conseguir, adoro desejar e sofro tanto por isso.

Foto de Lorena Luiza Fernandes

Insônia.

Envelhecer perturba, ainda mais pra quem já era velha por dentro. Além das dores que vêm, surgem as responsabilidades que antes eram zero e agora tendem ao infinito, as preocupações que rendem aquelas ruguinhas e o fato de saber que tudo isso só vai é piorar com o passar do tempo. Estou cansada só de imaginar (cansar... já é coisa de gente velha). Insônia, outro sintoma agudo que chegou com a idade, no relógio são 23:26 há essa hora eu já deveria estar no sétimo sono, sonhando com um belo príncipe encantado, nosso casamento e filhos, minha carreira bem-sucedida e meu guarda-roupa chiquérrimo repleto de peças brancas! Entretanto, estou plantada na minha cama, depois de uma tarde inteira de pensamentos malvados a meu respeito, acordadíssima dialogando com a minha decadência. Me deparo com a página daquela velha colega de escola, paro pra dar uma bela analisada, típico de mim - típico de gente que não tem mais o que fazer de madrugada, tipo dormir. Ela não está com essas olheiras de gente que como eu, que mesmo sem conseguir dormir tem acordar seis da matina pra enfrentar um dia inteiro de ocupações, ela não, ela acorda tarde, toma aquele sol e depois está pronta para aproveitar seu dia, de ócio, é claro. Ela está sempre estampando um emoticon de coração no nome, um arzinho juvenil de gente que ainda não sabe o que ser gente. E o que mais surpreende, a menina sempre está namorando, exibindo fotos e mais fotos com seu grande amor - que é atualizado com frequência. Os caras nunca são bonitos, eu concordo que isso não é preciso, mas visivelmente são o par perfeito, fúteis e despreocupados com a vida. Eu que leio, viajo, estudo, escrevo tinha tudo pra acrescentar encanto na vida de alguém, opto pela solidão. E às vezes, depois que a madrugada arrasta o cansaço e ninguém mais pode me julgar só eu, tenho um pouco de inveja da minha ex colega de classe que não tem medo de ser boba e infantil aproveitando as paixonites que surgem e não tendo vergonha de mostrar. Pior do que envelhecer é sentir que por dentro tanta coisa já morreu em função da vida adequada a uma rotina maçante. As risadas altas foram substituídas, por sorrisos contidos que é pra não chamar muita atenção, as brincadeiras inocentes já não são naturais, é tudo impregnado de duplo sentido e eu nunca fui boa em captar coisas no ar, smiles nos nicks são impossíveis, me permitir um romancezinho juvenil? Só no dia que chover canivete. Deixei meu lado infantil morrer pra me encontrar e foi aí que eu me perdi.

Foto de Laio_Fernando

PALAVRAS QUE NÃO SÃO DITAS

*
*
*
*
Quantas palavras rolaram no silêncio ?
E quantos gestos perderam-se ao acaso ?
Na rotina do nosso dia-a-dia
já não notamos mais a beleza do que é simples .

E o amor assim se esvai ,
como água por entre os dedos .
Até que sem que se perceba ,
acaba completamente .

E tudo o que resta são as lembranças ;
as doces lembranças dos piqueniques nas manhãs de primavera ,
ou dos passeios de mãos dadas
nas suaves tardes de outono .

A simples e singela lembrança das noites frias de inverno
passadas sob o calor dos lençóis .
Toda , e cada recordação , se torna um lamento
por tudo que ainda poderia ter sido ...
e simplesmente já não existe .

E quem saberá agora das noites insones ,
passadas entre as páginas de livros ,
que falam de amores perfeitos
nos quais já não acredita ?

E quem poderá agora fazer voltar o tempo perdido
e consertar tudo o que houve de errado ?

Quem poderá ?
Simplesmente ninguém .

Pois um cristal quebrado
já não pode ser o mesmo .
Um simples segundo que se perde
já não se pode recuperar .

E palavras que não são ditas ...
não constroem um romance .

Foto de Sonia Delsin

O DIVINO EM NÓS

O DIVINO EM NÓS

Anjos dançam em nuvens macias.
Anjos sentem tantas alegrias.
Somos anjos sim.
Com nossas penas brancas.
Com nossas asas fortes.
Com nossas vidas.
Nossas mortes.
Nossas sortes.
Dançando nas nuvens...
Longe da rotina massacrante.
Num céu brilhante.
Num ideal de luz e paz.
Dançando nas nuvens... encontro divino com o divino em nós.

Foto de Anderson Maciel

EU SOU

eu sou um amante
eu sou deslumbrante
eu sou criatura de Deus
eu sou mais eu
eu sou uma das estrelas la no ceu
eu sou o poderoso mel
eu sou o que vc chama de rotina do recitar
eu sou um poeta chamado Anderson que ama amar
eu sou uma simples composição
eu sou uma mera formação
eu sou uma coisa sagrada
eu sou uma coisa que por muitos é amada
eu apenas sou feliz
eu sou Anderson o Poeta fazendo o que sempre quiz. Anderson Poeta

Foto de Carmen Lúcia

Rotina

Rotina

Acordo!
Começa o dia.
O mesmo refrão:
“Que horas são?”
Apresso-me.
Abro o portão,
afago meu cão.
De novo, no ponto;
atraso do ônibus.
Que situação!
Corro à avenida.
A carona da amiga...
Que satisfação!
Chego ao meu destino,
(total desatino)
sorrio pro cão do patrão!
E ao ler o aviso:
(o mesmo de sempre)
“Seja operário-padrão!”
Eu fico contente...
A mesma impressão!
De novo a pressão:
”... e a documentação?”
Papéis,falatórios,
listas e relatórios,
salas de escritórios,
a digitação.
Organização!
E o chefe?Sem hora!
Sem preocupação!
Trabalho sem pressa,
Faço hora-extra...
Cumpro a minha função.
Salário?Demora!
Que importa, agora?
Sou operária-padrão!

Carmen Lúcia

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