Rosas

Foto de Carmen Vervloet

Primavera

Estação amena
Explosão de buganvílias e açucenas
Natureza em cores
Pincelando tantas flores!

Estação de amores
Deliciosos odores
Rosas, cravos, jasmins,
Enfeitando tantos jardins!

Pétalas anacaradas
Colorindo almas apaixonadas
Corpos sobre lençóis de cetim
Acordes de bandolim!

Cheiro de fêmea no cio,
Murmúrios, suaves cicios!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de sidcleyjr

Cansei de falar das musas

Viajei para outros mundos
Viajei a procura de avanços,
Encontrei um jardim de flores coloridas
Devotei meus olhos e alma às rosas
Que assediava-me com seu perfume
E o contraste do amor.
As rosas grandes egoístas
Belas alquimistas
Dementadores de consciência
Que orvalha o sangue do poeta.
O poeta foi assassinado
E reconhecido no terceiro dia
Trás as marcas no peito e nas mãos
Quase não escreve mais
Perdeu a pura inocência de amar
Ressuscita ao perdão de suas lágrimas
Tornando-se uma lembrança
Papeis antigos,
Cravados no baú esquecido no porão.

'Macro

Foto de Carmen Lúcia

A acompanhante

(texto inspirado no conto “O enfermeiro”, de Machado de Assis, em homenagem ao centenário de sua morte.)

Lembranças me vêm à mente. Ano de 1968. Meus pais já haviam falecido e me restara apenas uma irmã, Ana.
Foi preciso parar com meus estudos, 3º ano do Magistério, para prestar serviços de babá, a fim de sobrevivência.
Morava em Queluz, cidade pequena, no estado de São Paulo, quando, ao chegar do trabalho, bastante cansada, recebi a carta de uma amiga, Beth, que morava em Caçapava, para ser acompanhante de uma senhora idosa, muito doente. A viúva Cândida. O salário era bom.
Ficaria lá por uns bons tempos, guardaria o dinheiro, só gastando no que fosse extremamente necessário.Depois, voltaria para minha cidade e poderia viver tranqüilamente, com minha irmã.
Não pensei duas vezes. Arrumei a mala, colocando nela o pouco de roupa que possuía e me despedi de Ana.
Peguei o trem de aço na estação e cheguei ao meu destino no prazo de uma hora, mais ou menos.
Lá chegando, fui ter com minha amiga Beth, que morava perto da Praça da Bandeira e estudava numa escola grande, próxima de sua casa. Ela me relatou dados mais detalhados sobre a viúva, que, não fosse pela grande dificuldade financeira que atravessava, eu teria desistido na mesma hora.
Soube que dezenas de pessoas trabalharam para ela, mas não conseguiram ficar nem uma semana, devido aos maus tratos e péssimo gênio da Sra Cândida.
Procurei refletir e atribuir tudo isso a sua saúde debilitada, devido às várias moléstias que a acometiam.
Os médicos previram-lhe pouco tempo de vida. Seu coração batia muito fraco e além disso, tinha esclerose, artrite, bicos-de-papagaio que a impossibilitavam de andar e outras afecções mais leves.
Depois de várias recomendações de paciência, espírito de caridade, solidariedade por parte de minha amiga e seus familiares, chamei um táxi e fui para a fazenda, onde morava a viúva, na estrada de Caçapava Velha.
A casa era de estilo colonial e lembrava o passado, de coronéis e escravos.
Ela me esperava, numa cadeira de rodas, na varanda enorme e mal cuidada, onde vasos de plantas sucumbiam por falta de água.
Percebi a solidão em que vivia, pois apenas uma empregada doméstica, já velha e com aspecto de cansada, a acompanhava.
Apresentei-me:-Alice de Moura, às suas ordens!Gostou de mim.Pareceu-me!
Por alguns dias vivemos um mar de rosas.Contou-me de outras acompanhantes que dormiam, não lhe davam seus remédios e que a roubavam.
Procurei tratá-la com muito carinho e ouvia atentamente suas histórias.
Porém, pouco durou essa amistosa convivência. Na segunda semana de minha estadia lá, passei a pertencer à lista de minhas precursoras.
Maltratava-me, injuriava-me, não me deixava dormir, comparando-me às outras serviçais.Procurei não me exaltar, devido a sua idade e doença.Ficaria ali por mais algum tempo. Sujeitei-me a isso pela necessidade de conseguir algum dinheiro.
Mas, a Sra Cândida, mesmo sendo totalmente dependente, não se compadecia de ninguém.Era má, sádica, comprazia-se com a humilhação e sofrimento alheios.
Já me havia atirado objetos, bengala, talheres, enfeites da casa.Alguns me feriram, mas a dor maior estava em minh’alma.Chorava, às escondidas, para não ver a satisfação esboçada em seu rosto e amargurava o dia em que pusera os pés naquela casa.
Passaram-se quatro meses.Eu estava exausta, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.Resolvi que voltaria à Queluz.Só esperaria a próxima rabugisse dela.Foi quando, de sua cadeira de rodas, ela atirou-me fortemente a bengala, sem razão alguma, pelo simples prazer de satisfazer seu sadismo.
Então eu explodi. Revidei, com mais força ainda.Mantive-me estática, por alguns minutos, procurando equilibrar minhas fortes emoções e recuperar a razão.
Foi quando levei o maior susto de minha vida. Deparei-me com a viúva, debruçada sobre suas pernas e uma secreção leitosa escorrendo de sua boca.Estava imóvel.
Já havia visto essa cena, quando meu pai morrera de ataque cardíaco.
Aos poucos, fui chegando mais perto, até que com um esforço sobre-humano, consegui colocá-la sentada na cadeira e com o xale que havia caído ao chão, esconder o hematoma no pescoço, causado pela minha bengalada.
Pronto!Tornara-me uma assassina!Como fui capaz de tal ato?
Bem, fora uma reação repentina, em minha legítima defesa.Ou quem sabe, a morte tenha sido uma coincidência, justamente no momento em que revidei ao golpe da bengala.
Comecei a gritar e a velha empregada apareceu. Ajudou-me a levar o corpo até o quarto.Chamei Dr. Guedinho, médico da Sra Cândida e padre Monteiro, que lhe deu extrema unção.
Pelo que percebi, o médico achou que ela fora vítima de seu coração, um ataque fulminante.E eu tentei acreditar que teria sido mesmo, para aliviar a minha culpa.
Após os funerais, missa de corpo presente na igreja Matriz de São João Batista, recebi os abraços de algumas poucas pessoas que lá estavam, ouvindo os comentários:
-Agora você está livre!Cândida era uma serpente!Nem sei como agüentou tanto tempo!Você foi a única!
E, para disfarçar minha culpa, eu retrucava:
-Era por causa da doença!Que Deus a tenha!Que ela descanse em paz!
Esperei o mesmo trem que me trouxera à Caçapava e embarquei para minha cidade.Aquelas últimas cenas não saíam de minha mente. Perseguiam-me dia e noite.
Os dias foram se passando e o sentimento de culpa aumentando.
-Uma carta para você!gritara minha irmã.-E é de Caçapava!
Senti um calafrio dos pés à cabeça. Peguei a carta e fui lê-la trancada em meu quarto.
Que ironia do destino!Eu era a herdeira universal da fortuna da viúva Cândida!Logo eu, que lhe antecipara a morte.Ou teria sido coincidência?
Pensei em recusar, mas esse fato poderia levantar suspeita.
Voltei para Caçapava e fui ter com o tabelião, que leu para mim o testamento, longo e cansativo.
Realmente, era eu, Alice de Moura, a única herdeira.Após cumprir algumas obrigações do inventário, tomei posse da herança, à qual já havia traçado um destino.
Doaria a instituições de caridade, às igrejas, aos pobres e assim iria me livrando, aos poucos, do fardo que pesava em minha consciência.
Cheguei a doar um pouco do dinheiro, mas, comecei a não me achar tão culpada assim e passei a usá-lo em meu benefício próprio. Enfim, coincidência ou não, a velha iria morrer logo mesmo e quem sabe se era naquele momento.
Ainda tive um último gesto de compaixão à morta:Mandei fazer-lhe uma sepultura de mármore, digna de uma pessoa do bem.
Peço a quem ler essa história, que após a minha morte, que é inevitável para todos, deixem incrustada em meu epitáfio, essa emenda que fiz, no sermão da montanha:
_”Bem aventurados os herdeiros universais, pois eles serão respeitados e consolados!”

(Carmen Lúcia)

Foto de sidcleyjr

Adeus estrelinha

Pensei em olhar o céu diariamente
Para nunca esquecer o teu brilho
Algum dia volto a espiar singelos sorrisos seus,
Hoje foi meu ultimo dia no céu
Saudades iram deixar.
Meu grande Deus...
Vós o criador
Cala-me em teus braços fartos
Da luta do poeta vencido,
Que sangra desilusão
E vaga para não mais voltar.
Adeus estrelinha
Deixo-te rosas sem espinhos
Dos que quais os habilitaram a cada parte se meu corpo
Para belas mãos não machucar.
Esqueça o semblante nublado
Sou o personagem principal do teatro
Fantasio aqueles dias molhados,
Um dia amanhecerá.

'Macro

Foto de Sirlei Passolongo

Alma da Primavera

Lírios
Já enfeitam os campos
Margaridas
Colorem as estradas
Na companhia
Dos crisântemos...
Os canteiros
Se cobrem de cores
Orquídeas
Mais belas se enlaçam
E pétalas aveludadas
Começam a vestir
As rosas...
A primavera desabrocha
Cubra-se de alegria
Pra receber a estação
Mais charmosa.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Sirlei Passolongo

As nuvens e a Vida

Olhando as nuvens
Percebi o quanto
A imaginação é mágica...
Nelas, desenhei rosas,
Pássaros e outras imagens...
Cada vez que o vento mudava
Uma imagem nova se formava.
Depois, elas se dissiparam
E me fizeram refletir...
Assim como elas
A vida é efêmera
E de um vento para outro
Nada pode existir...
Por isso, devemos vive-la
Plenamente...
Enquanto ela nos sorri.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Sonia Delsin

INTENSO

INTENSO

Os vitrais são lindos.
Depende dos olhos de quem vê.
Os degraus são muitos.
Depende das pernas de que os sobe ou desce.
Depende do ângulo de visão pra dizer se está ruim ou bom.
Talvez o maior sonho de uma mosca seja mergulhar na tua sopa.
Talvez o teu maior desejo seja mergulhar num mar de rosas.
Talvez amanhã eu nem esteja aqui.
Mas o importante mesmo nesta vida é ter sentimentos.
É intensificar momentos.

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

A FLOR DA POESIA (Homenagem Recebida /Poesia Reinaldo Ribeiro)

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Um dia cansou a poesia de ser apenas a expressão de toda inspiração;
E desenhou-se na sedução, para o delírio dos olhares e corações;
Gerando contundentes sensações, dilacerando as muralhas da solidão;
Tornando-se mulher sem comparação, que reside em tuas feições!

No outono sublime das alturas, pétalas voaram pelas veredas do infinito;
E caíram no pedaço desse mundo mais bonito, te germinando em amor;
Assim nasceu o teu aroma e tua cor, mais impressionante que um mito;
Que em teu poema se faz grito, que em teus poderes se fez flor!

Flor tu és por sobre as odes que enfeitiçam o trovador;
O bálsamo de sua dor, que adormece pasmado pelos contornos de tuas formas;
A transgressão das normas, justificada pelas proibidas leis do amor;
Sim, tu és flor – rainha e modelo dentre as mais maravilhosas!

Flor que nas manhãs e tardes vem perfumar os meus singelos recantos;
Deixando rastros de encantos, legando pétalas que me alegram a cerviz;
Aroma que me faz feliz, desfile de letras que mais parecem acalantos;
Loira flor de dourados mantos, pele de rosas, A Flor de Lis!

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Flores existem na relva, flores adornam os campos, flores inspiram pintores, flores embalam canções, mas nenhuma delas te suplanta em valor e beleza. Mil beijos, minha linda Flor.

Reinaldo Ribeiro para A Flor de Lis.

Querido Reinaldo agradeço o carinho , e fico muito feliz!!!
Reinaldo Ribeiro é um execelente e otimo poeta que conheci no Recanto das letras. E sempre, me deu força.
Sempre me anima a poetisar.

Foto de von buchman

AO TE VER PASSAR MINHA DOCE PAIXÂO . . .

CERTO DIA TE VI PASSAR
NOSSOS OLHOS SE CRUZARAM
E ALGO LINDO FICOU NO AR...

TEU JEITO MEIGO DE OLHAR
A EXPRESSÃO DE TEU SEMBLANTE
ME FAZ PAIRAR DE TANTO TE DESEJAR

ESPEREI DIAS ,
PRA TE VER DE NOVO PASSAR.
QUANDO TU CHEGASTE
MEU CORAÇÃO FICOU A PULAR
MINHAS MÃOS GELADAS E O SUOR A PINGAR.

PUDE TEUS OLHOS OLHAR
SENTIR NO AR TEU CHEIRO E PERFUME
QUE ESTAVAS A USAR...
AI . . . QUE COISA LOUCA
ESTE SENTIMENTO QUE ESTÁ A ROLAR...

VOCE PASSA E ME FAZ DELIRAR
BATE A VONTADE LOUCA DE TE AMAR
ÉS LINDA, COMO UM BOTAO DE ROSAS AO ORVALHO,
QUE MULHER BELA, PELA QUAL FUI ME APAIXONAR...

TE ESPERO TODOS DIAS , PRA TE VER PASSAR
PARA PODER MEUS SONHOS REALIZAR
SENTIR MEU SER A TE DESEJAR...
ÉS MEU SONHO, ÉS MEUS DESEJOS
MAS SEI QUE UM DIA VOU TE AMAR...

QUANDO TU VAIS EMBORA
NÃO CONSIGO DEIXAR DE TE AMAR.
MEUS OLHOS VERTEM LÁGRIMAS DE AMOR.
MAIS UM DIA VOU TER QUE ESPERAR
PARA TE VER NOVAMENTE PASSAR
. . . . . . . . . . . . . .
Tenhas meu eterno amar e meu mais ousado desejar...
Beijos e mimos de paixão
de quem nunca poderá esquecer-te
ou deixar de amar-te..
ICH LIEBE DICH ...
do Von Buchman

Foto de Sirlei Passolongo

Amor de Sal

Quebrou-se
Feito um vaso
Raro

Uma angustia
Entranhada
Na aura

Amor de areia
Em vaso sem malvas
Ou rosas vermelhas
Cuja terra
Era sal.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

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