Razão

Foto de Mentiroso Compulsivo

PEDRA-DE-CEVAR

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Sentiste que descia ao lugar proibido,
Naquele momento louco de paixão
Em que perdemos os dois a razão,
Ao som de um e mais outro gemido...
...................
Como foste tão cruel para mim!...
Quando descolaste aquele beijo
Que tão bem pegado estava ao desejo,
No trémulo instante em que o senti.

Esta cola ainda em meus lábios resiste,
Como mel pegajoso de sabor a cor púrpura.
Magnetismo feitos com opostos de loucura,
Como Pedra-de-cevar querendo unir-se a ti.

Foto de diny

TEU SORRISO

TEU SORRISO

TEU SORRISO É AUREA DE VIDA
COM LUZ MULTICOR
É MUITO MAIS QUE LINDA;
É MAGIA DE AMOR, MEU AMOR.

O TEU SORRISO ANJO, EVIDÊNCIA
A TUA LUZ, A TUA GRANDEZA INTERIOR
O TEU CÉU DE PURA ALEGRIA
A RAZÃO DO MEU TÃO GRANDE AMOR.

O SOM DE TEU RISO É MELODIA
QUE TOCA FUNDO MEU CORAÇÃO
COM ENLEVO SUBLIME, SINTONIA
MAIS QUE CANÇÃO AMOR; ADORAÇÃO.

TEU SORRISO É MAIS QUE VINHO
É TERNURA, É DOÇURA, É PAIXÃO
QUE ME EMBRIAGA DE CARINHO
COM ENLEVADA E LOUCA EMOÇÃO.

AH MEU AMOR, TEU SORRISO É DELÍCIA
É MUITO MAIS QUE SIMPLES PRAZER
É ESSÊNCIA VITAL, É CARICIA
É BEM MAIS QUE RAZÃO DE VIVER!

DINY SOUTO

Foto de Darsham

Apetece-me...

Estou num daqueles raros momentos em que me encontro em perfeita comunhão comigo mesma…Como se nada mais existisse, como se nada mais importasse, a não ser isto, aqui e agora…Adoro estar neste mundo que é só meu, neste estado de fusão…
É como se visse tudo pela primeira vez, como se as palavras fossem todas novas, como se os sons fossem perfeitos, como se me inventasse e reinventasse, como se tudo fosse irrepreensível…
Sinto uma inspiração sem igual, que ocupa o meu coração, sem razão, sem racionalidade…
Apetece-me rir, gargalhar, chorar, sem triste ficar…apetece-me voar…
Voar para um sítio distante e mesmo assim perto…tanto faz que seja praia ou deserto…
Apetece-me o aconchego, sem medo…apetece-me criar, sem imitar…
Apetece-me a sedução, a absorção, sem absolvição…
Apetece-me apetecer…querer, mesmo sabendo que não posso ter…
Apetece-me ficar assim…a olhar…para dentro de mim…sem julgar…
Apetece-me escrever e dizer, falar até a alma se cansar e quase rebentar…
Apetece-me acender o escuro, aquecer o frio, perder-me no obscuro, enquanto me anestesio…
Apetece-me pintar…com cores que não existem…
Apetece-me rimar…desejos que subsistem…
Apetece-me silenciar…um silêncio gritante…desconcertante…
Apetece-me falar…procurar o sorriso constante…
Apetece-me abrir a porta…deixar entrar…inalar…o cheiro que me conforta…
Apetece-me ouvir…sentir…sons que me amansem a alma…e possuir a minha calma…
Apetece-me escrever cartas para ninguém, sabendo que no outro lado estará alguém…
Apetece-me ser criança… viver sem insegurança…
Apetece-me colorir o céu…vesti-lo com um véu…
Apetece-me chamar as estrelas para conversar…sem nada falar…
Apetece-me agir sem pensar…acordar sem dormir…
Apetece-me viver sem existir…
Apetece-me beber palavras em copos de cristal e saborear…ser anormalmente normal….
Apetece-me estar aqui e dizer… que sem poesia o mundo não seria igual…

Vânia Santos

Foto de Cecília Santos

MINHA OUTRA PARTE

MINHA OUTRA PARTE
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Te espero com saudades,
Todos os dias, todas as horas.
Contando as horas e os minutos.
Na ansiedade da tua volta.

Te espero com o sorriso no rosto.
Com meu olhar de ternura.
Com beijos em meus lábios.
Com calor nos meus braços.

Te espero como quem espera a vida.
Como quem espera a brisa.
Como quem espera o riso.
Só pra viver de alegria.

Te espero porque te amo.
Porque minha vida é tua vida.
Porque meu carinho é teu carinho.
Te espero porque te quero eternamente.

Te espero porque você é a razão
do meu viver.
Porque você é minha outra parte
Partes que se completam.
Partes que se encaixam.

Partes que não vivem separadas.
Como o a noite e o dia,
Como o sol e a lua.
Como o céu e as estrelas.
Como a luva e a mão.
Como eu e você...

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*

Foto de Gleisson Brito

Das razões razoáveis, e não rasas.

Amontoei as razões.
Todas!
Amontoadas.

Abreviei as razões.
Todas!
Abreviadas.

Amenizei as razões.
Todas!
Amenizadas.

Entendi as razões.
Todas!
Entediadas.

A menos que as razões sejam rasas,
não há fuga da razão razoável!
Se a dois, obriga-me a ser raso,
a um, estimo mais meu acaso.

Foto de Duzinha

Tormento

Estou com o pensamento
Bloqueado
Num único botão
Sinto-me mal
E sem razão
Não sou capaz
De pensar em coisa alguma
Não consigo ficar em paz
Tenho medo
E preocupação
Mas estou normal
Ou não…
Há alguma coisa
Que me está a atormentar
Mas não sei o que seja
Não consigo decifrar
Estes sinais…
Por favor
Isto é demais…
Aguentar este pavor
Sozinha…
Alguém sabe o percurso do amor?

Foto de Henrique Fernandes

ESPÍRITO DO DAR

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Hora zero de uma noite fria, acalentada pelo brilho de enfeites luzidios que reflectem o piscar multicolor de lâmpadas vigorosas de sustentáculos cintilantes, como estrelas que iluminam a noite numa bonança que pernoita diante de um sublime manto branco de neve; todo pintado a gelo.
A alegria vagueia pelas ruas sem deixar pegadas, flutuando um silêncio interrompido por uma sinfonia de emoções, escutando melodias que tilintam no espaço e no ego o espírito do Dar!
Ao olhar através da vidraça que expunha a rua nessa noite, encontrava-a trajada de encantamento, como sucedia em todas as ruas, encontrei-a coberta por um costume de mil pigmentações em combinações de paz e concordância! Eu estava solitário, vigilante e submisso a este prodígio que a alma compreende, a qual nos transfere no bater do coração.
Ao ecoar a décima segunda badalada dessa noite gélida, escutei o ranger da minha porta e uma voz de silêncio que já havia ousado mostrar-se, proferiu à minha mente:
- Sou o Dar, esquecido pelos povos trezentos e sessenta dias por ano. Tenciono esta mácula desabafar.
Não sei se hipnotizado ou se havia enlouquecido, mas prescindi minha mão a regular-se pelo Dar e ortografei o seu desabafo descontente e tão penetrante, que se podia escutar o pesar que me ditava:
- Sou feto concebido no ventre do nosso carácter, sob a forma de um sentimento que dais à luz num costume de horas contadas num impar. Deveis decepar ao Dar o cordão umbilical, e deixá-lo coabitar menino a crescer em vós, dando-me voz todos os dias do ano.
Dar deambulava na minha alma à procura de se libertar, ou de juntar-se com o seu irmão - Receber - na aberta de uma consciência que soltamos numa comoção, que manifestamos quando dissolvidos na áurea Natalícia que nos transmuda a moral superabundante de uma indigência de asserção humana conquistada pela razão. Sem senão, o nosso ser quer partilhar o receber com o Dar.
Dar passou o tempo à janela do meu olhar, presente num estender a mão a quem não espera por nós e de nós carece como alimento à esperança, desaparecida na fome de contentamento, evacuada numa lágrima que inunda um rosto de solidão e esgotada num clamor mudo em demanda de paz.
Dar brinca no nosso sorriso quando sorrimos despretensiosos, intencionados a ajudar sem imodéstia, numa troca de emoções compartilhadas num pranto de alegria. Como suspiro de satisfação entregue por veneração a um fascínio natural sem ilusionismos ao obséquio de ser gente.
Dar é uma criança que se agiganta adulto nas nossas carências ou aptidões, de receber sem anseio o beijo do sorriso de uma criança, abrilhantado num olhar que agradece inocente a nossa melhor oferenda, agasalhada de quentura despretensiosa, dádiva de amor humano.
Dar está aceso em nós quando sabemos receber o Dar de alguém. O Dar não se dá, partilha-se cedendo o que recebemos: um olá num olhar sincero, a carícia de uma mão sem interesse, um beijo que não impõe retorno numa oferenda que não aguarda restituição, um sorriso de uma cooperação autêntica, um abraço que compreende a adversidade de qualquer um, o interiorizar uma palavra graciosa, o aceitar da incorrecção e imperfeição do comparável simples mortal…
De repente, acordo recheado de existência em mim sobre um papel manuscrito sem memória, e já o Sol da manhã me dava um benéfico dia. Sem saber se havia devaneado, sentia-me desconforme por algo que me havia alegrado o profundo do meu ser, soberbo pela mensagem do Dar.
Considerei estar demente, mas não. O espírito do Dar murmurou para mim. E lá estava eu, na vidraça, enxergando a minha rua trajada pela luminosidade de um Sol que fazia jus à concórdia de um mundo por sensibilizar.
Elevo-me em harmonia e entorno meu olhar lá para fora… Via -a agora guarnecida de crianças turbulentas de júbilo, arrojadas de uma glória, inábeis de ocultar a sua transparente e radiante felicidade.
- É o Dar! É o Dar! - Ouviu-se…

Foto de Henrique Fernandes

NO CORAÇÃO DO MAR

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No coração do mar
Há um ninho de loucura
Lágrimas que pairam no ar
Em brisas de ternura

As marés engolem o vento
E os suspiros consomem o sol
A tempestade leva o pensamento
E a esperança é isco sem anzol

A alma do mar dorme no profundo
Onde a chuva já não se sente
Mergulhando em fuga ao mundo
Mal partilhado por tanta gente

O nevoeiro é contador de histórias
E o silêncio dono e senhor da razão
Pousando extensas memórias
Que nadam no mar do coração

Foto de Carmen Lúcia

Nem sempre fora assim

Nem sempre fora assim...

Cores suaves floriam seus caminhos,
Contos de fadas traçavam seu destino,
Sonhos encantados eram derramados
Em cantos escondidos a serem desvendados.

E sorria...E cantava...E sonhava...
Rodopiava por entre jardins...
Rastreava fragrância de flores,
Era a criança que havia em si.

Nem sempre fora assim...

As cores suaves ficaram marcantes,
Os contos tornaram-se insinuantes,
Perderam-se em cantos, as fadas madrinhas,
A criança se foi, não quis ficar sozinha.

Nem sempre fora assim...

Tudo se transforma...É a norma...
Tornou-se mulher, descobriu a paixão...
Abriu as portas do amor, desafiou a razão...
Teve o bem que mais quis e viveu...Foi feliz!
Deu de cara com a dor...Desabou! Infeliz!

(Carmen Lúcia)

Foto de Sonia Delsin

SENTIMENTAL

SENTIMENTAL

Sim, eu sou uma sentimental.
Mas ser assim não me faz mal.
Pelo contrário.
Me faz é muito bem.
Pensam que sou triste por que sou sensível?
Longe disso.
Da tristeza eu passo para a alegria.
Transformo tudo em poesia.
E sigo...
E vou.
Caminhando.
Apreciando.
O mundo.
O universo.
Transformo tudo em verso.
Me realizo com esta minha alma leve que pousa como borboleta nas flores do mundo.
Mergulho em tudo muito fundo.
Se me deslumbro e me encanto por que razão existiria pranto?
A vida é bela.
Maravilhosa.
Já paraste um dia para observar atentamente uma rosa?

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