Pobres

Foto de Bira Melo

INSETO

U_u
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*_*
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Conheci um triste inseto
Tinha até nome de batismo
Dissera-me que seu nome era Luís
Era como uma triste meretriz
E só queria meu sangue sugar.
Esse inseto se travestira,
Dizia ser Lilly, uma menina
Mas eu soubera que não
Pois sexagem em insetos não se pode fazer.
Chegou manso, pedindo acalento
E como era triste seu canto
Reparei que voava com um lema
Como engodo, fez pra mim um poema
E eu como preservo a natureza
Não usei repelente ou inseticida
Caindo na triste emboscada
Pois o pérfido inseto é sarcástico
Não nobre, invade a alma dos pobres
E pretende a paz extirpar...
Não tem medo de rãs, salamandras,
Sapos, lagartixas ou outros
Que vivem a devorar sua espécie
Pois que travestido ele bebe
Na taça da vã Jezebel.
Parece que tem pacto com o Demônio
Não exala nenhum feromônio
Mas invade a alma dos pobres
E com a vã Jezebel pretende
Ao inferno suas presas levar...
Mas eu sei que nessa cilada não caio
Tenho Jesus e mil anjos ao meu lado
Um forte Querubim armado
Pra essa batalha vencer sem temer.

Publicado também no Recanto das Letras, direitos reservados.

Foto de Marsoalex

Que país é esse?

Que país é esse?
Que dizem ser meu Brasil
Onde só tem coronéis
Onde só tem generais
Onde uns poucos são tão ricos
cheios de ouro e fuzís
E dos poucos sobram tantos
Pobres e marginais...

Que país é esse?
que dizem ser o meu berço
Onde a justiça so serve
Àqueles que têm dinheiro
Onde o ladrão de gravata
É sempre um homem direito
Que assalta os cofres públicos
E nunca, nunca vai preso
E nem devolve o dinheiro

Que país é esse?
Que dizem ser minha terra
Onde não tem saúde,
justiça ou educação
Onde polícia e bandido
Faz a sua propria guerra
E o povo entre esse fogo
É só bucha de canhão

Que país é esse?
Que dizem ser o meu lar
Onde vivo ao relento
com fome e sem moradia
Onde as crianças de rua
Não dá nem pra calcular
E para sobreviver
Elas roubam, se viciam

Que país é esse?
Que dizem ser meu torrão
Onde o povo é como gado
Mantido sempre em curral
Ali só é procurado
Quando chega a eleição
E para esquecer suas mágoas
Ele brinca o carnaval
Que país é esse???

Foto de Paulo Gondim

Encruzilhada

ENCRUZILHADA
Paulo Gondim
08/10/2009

A cada amanhecer, novos mistérios
Que escondem os pesares do mal
A cada folha que cai, uma quimera
Que embalou o sonho e se fez real

Choramos, hoje, a mágoa de ontem
Sepultando-a em cova rasa
Nossas esperanças, nossas utopias
Na dúvida de tantas filosofias
Na angústia cruel que o peito arrasa
Vagamos sem lume pelas noites frias

E nos desencontros de nossas pobres almas
O vazio nos arrebata por completo
Cada um seguiu seu caminho errante
Afogado na mágoa, na busca constante
Do encontro verdadeiro e certo
E nunca olhamos quem está por perto
E sempre procuramos viver num outro instante

Perdemo-nos em nossos descaminhos
Preconceitos e discórdias foram nossas marcas
Esquecemo-nos do simples numa busca vã
Do impossível que não vem com o amanhã
Se nosso sonhos não se encontram
Desviam-se em cada encruzilhada
E seguem solitários, tristes, nessa estrada

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"MUNDO MELHOR"

“MUNDO MELHOR”

Haverá um mundo...
Em que a alegria será institucionalizada...
A saúde será perpetuada...
E o amor será requisito básico!!!

Haverá um mundo...
Onde os cidadãos serão todos irmãos...
Onde a cortesia será praticada...
Onde a harmonia reinará em todos corações!!!

Haverá um mundo muito melhor...
Onde não existiram as diferenças de fracos e fortes...
Ricos ou pobres, pretos ou brancos, pior, ou melhor...
Apenas pessoas saudáveis e felizes!!!

Haverá um mundo...
E nós iremos encontrá-lo...
Senão construí-lo...
Construí-lo para nós, para podermos falar...
Existe um mundo, um mundo melhor...
Um mundo onde a poesia se torne constante...
Onde amor se torne presente...
Onde o ser humano seja respeitado...
Onde as crianças tenham futuro...
Onde o ancião seja ouvido...
E onde o nosso Deus se orgulhe de sua criação...
Um mundo melhor!!!

Foto de serpent possession

O novo eu em mim

No começo algo nos deixa incrédulos
Até que o desespero nos consome
E quando menos imaginamos
Um estranho dorme ao nosso lado na cama

Veste nossas roupas toma o nosso café
E quando menos se imagina
O estranho somos nós

E um lugar que era confortável de ir
Agora se tornara um lugar estranho
Sentimos medo de tudo e todos
Nada está protegido

É como se fizesse brotar cromossomos nas calçadas
Ruas e residências

E o estranho dentro de nós
Começa a se expressar
Ele quer mandar na gente
Assumindo uma nova personalidade

Mudam-se as idéias, continuam nosso rosto e nome
E nada mais
O estranho era um eu, esquecido na poeira do quartinho velho e sujo

Ele sente medo de sentir medo
Sabe como é sair na rua com medo das outras pessoas que não passam de pobres senhores e senhoras velhos ou não, rondando as calçadas enquanto o cachorro passeia... (pessoas como eu ou você)
Essa pessoa assume atitudes e sentimentos novos
Tirados (talvez) de um pedaço de cabelo nosso que estava perdido na escova de cabelos
Era um pedaço dos nossos sentimentos e atitudes nunca expressadas e que agora eram descobertas por outra pessoa

Outra pessoa que acha que sou eu
Que tem o mesmo nome, mas não os mesmo sentimentos
É um eu esquecido que esqueceu de ser descoberto por mim

Foto de dianacardoso

Um dia negro

Um dia diferente apareceu sem explicação na ilha de Amalar onde se falava numa assombração.
Numa noite escura e maliciosa, sem estrelas a brilhar, um buraco negro no céu ocorreu.
Alertando as pessoas com um barulho de terror, levantando-se rapidamente do seu sítio aconchegado, Miguel, um menino com 13 anos foi ver o que se passava.
Chamou apressadamente polícias e bombeiros para lhes comunicar o que tinha avistado no céu nocturno daquela noite em que nem se quer a lua se via, mas ninguém atendeu.
Com medo e receio, Miguel, receou que algo muito mal estivesse para acontecer.
Foi então que as sombras das nuvens da meia-noite a coincidirem com a esperada lua, bateram na terra e no jardim que lá existia, o maior jardim do planeta terra, formaram uma imagem.
Tentou percebe-la mas não a percebia, era confusa.
Passado alguns minutos, forma uma imagem parecendo-se com uma seta apontando para o norte.
E decidiu segui-la.
Foi directa a uma gruta, perto da praia.
Entrou lá para dentro, encontrando uma pequena cascata, atravessou-a e encontrou uma sala cheia de ouro e coisas brilhantes.
Sorriu, mas por trás dele apareceu uma velha, vestida de preto muito rugosa.
Disse-lhe para não se assustar, era a guardiã daquele ouro, conseguido com muito esforço e dedicação.
Disse-lhe também que o seu tempo estava a acabar, e como não aparecia muito na ilha disse que era a assombração que as pessoas comentavam aterrorizada.
Ele só tremia.
A velhota pediu ao rapaz que fica-se no seu lugar, e que fizesse permanecer aquele segredo por os anos que conseguir, que depois de cumprir o que lhe pediu ele seria recompensado pelo esforço, tal como ela iria ser quando chega-se ao seu destino.
Ele disse que sim. Que jurava não contar a ninguém, e guarda-lo como se fosse a sua própria vida que ali estivesse.
A mulher desapareceu rapidamente após a resposta do rapaz.
Ele foi directo para casa, e á maneira que ia caminhando o buraco negro ia desaparecendo, ate acabar por completo.
Ao entrar em casa, olhou pela janela, e já se viam as estrelas, mas entre elas uma que se distinguia mais que as outras.
Chegou o dia e acordou deitado, pensando que não tinha passado de um sonho e correu para a gruta, ajoelhando-se perante o ouro puro e maciço.
Mergulhou nele e gritou:
_ Agora e para sempre, que este ouro brilhe constantemente, que os pobres possam ter melhor vida, e que os ricos os respeitem, que de mais anos de vida aos doentes e velhotes de todo o mundo! Mas que esteja sempre protegido e que fassa proteger os outros, as pessoas boas com bom coração e que quebre o coração das pessoas mas! Que torne este meu mundo melhor!

Foto de Zitinha

Uma história de amor

Uma história de amor

Era uma vez um rapaz que se chamava Luís.
Era uma vez uma princesa chamada Diana.
O Luís era um rapaz pobre mas humilde. A princesa Diana era muito rica que queria subir ao trono para dar dinheiro aos pobres, dar abrigo aos mendigos, etc.
O Luís todos os dias de manhã ia á feira vender queijo para ter dinheiro para comprar comida.
Um dia, o Luís encontrou-se com a princesa Diana, ela viu que o Luís tinha as roupas rotas e disse que o Luís podia ir ao seu Paço para ela mandar o costureiro cozer as suas roupas.
Luís passou a noite em claro a pensar na princesa Diana.
No dia seguinte, ele foi ao Paço da princesa Diana. Ela mal o viu, correu para os braços dele. E disse:
-Vem comigo vamos cozer as tuas roupas.
-Sim claro.
Nessa mesma hora o em pulso foi mais forte e por isso deram um beijo.
Por isso eles casaram e a princesa Diana e o Luís subiram ao trono e tiveram muitos filhos.

Zitinha

Foto de Paulo Gondim

Indiferença

INDIFERENÇA
Paulo Gondim
12/06/2009

A insensibilidade se avizinha
O verso não aparece
Da rima já se esquece
Num sentimento de vazio
As palavras fogem
E me sinto só e frio

Em vez de sonho, gritos
Que ouço na noite vaga
Como eco que aos poucos se apaga
Falta-me o aconchego de teu beijo
O calor amigo de teu peito
Teu abraço benfazejo

Nem a lua hoje se deu conta
Da minha tristeza, de minha solidão,
Escondeu-se nas nuvens
Para não me ver
Assim tão desolado
A mesma lua que me traz o brilho
De teu sorriso encantado

Por isso, a escrita definha
Fica pobre, mesquinha
Os poucos versos desconexos
Que saem de minha pena
São fracos, coisa pequena
De rimas pobres, nada nobres
Perdi a fé, perdi a crença
Tudo por tua indiferença

Foto de Paulo Gondim

Poetas e poetisas

POETAS E POETISAS
Paulo Gondim
09/06/2009

O amor sempre se fará presente
A cada raio de sol, a cada gota de orvalho
A cada amanhecer preguiçoso
A cada olhar esperançoso
A cada palpitar do coração
Quando olhares se cruzam
Num momento de emoção.

E o amor se fará mais bonito
Quando cada um desses momentos
Sai dos sonhos e invade os pensamentos
E se materializam em forma de poesias
Quando a vida se mostra em fantasias
Pelas mãos especiais do poeta
Que tecem de forma inquieta
Versos e rimas, sonhos e utopias

Bem-aventuradas mãos que escrevem
E descrevem a vida em sua magia
Poetas e poetisas, menestréis da noite
Que cantam o amor e suas desventuras
Disfarçam a dor, essas pobres criaturas
Sonham, fogem, se transformam
Em desencantos, só e maltratados
Mas sempre haverá um poeta
Enquanto houver alguém enamorado

Foto de Paulo Gondim

Louvo minha mãe

LOUVO MINHA MÃE
Paulo Gondim

Não vou escrever como a maioria escreve
Versos de lamento, de desculpas
Pela perda da mãe.
Já escrevei, não escrevo mais

Hoje, escrevo versos de louvor
De agradecimento, de ternura
De reconhecimento, de amor
Por quem nesta vida, se fez vida
Não dispensou aventura
Na defesa da cria indefesa
Como fortaleza, nua e crua.

Por isso louvo essa criatura
Corajosa, forte, destemida
Que divide com Deus
A continuidade da vida
Ela pare, Ele (Deus) cria
Dizem os pobres na sua crença fria
Mas é a ela que buscamos
Nas horas de agonia

Por isso não choro a perda,
Já chorei, não choro mais!
Tenho boa lembrança
De amor, de esperança
Daquela mulher franzina
Miúda, mas de muita coragem!
Que guiou meus passos
Me deu muitas surras
Pra me fazer homem
E estava certa: me fez..

Por isso, agradeço e sorrio
Quando me lembro dela
E me sinto feliz
Porque sou na vida
Pelo menos parte
Do que ela sempre quis!

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