Pobres

Foto de Anjo Serafim

A fúria das minhas palavras…

Eu pensava que a felicidade fosse uma bola de futsal;
A estrela luminosa que só a noite lhe espante,
Harmonia dum canto real do anjo celestial;
E a justiça perfeita vindo do omnipotente.

A realidade das coisas envenenou esse meu pensamento;
Ofuscou a minha mente paralisando todo o meu conhecimento,
O que vejo é mais grave do que um simples descontentamento;
É viver como humano mais sem sentir o teu próprio esqueleto,

Tudo que ontem aprendi e vi, hoje vejo segmentados,
Como as violências e as guerras que deixam os estados em delírios;
Políticos escuros embebedados sem os conhecimentos dos sábios,
Toleram a injustiça, a ganância, a inveja como versos meditados.

Vejo os poderosos a pensarem que já são o poder;
E os pobres a pensarem que nasceram apenas para lhes servir,
Tudo é uma metáfora, dizem eles é jogo de saber agir,
Onde o negro humilha o seu próprio reflexo, deixando se compadecer.

Sonhar com o humanismo e fraternidade é despertar o pesadelo;
Usar a corrupção e vestir se de astúcia é pregar o prego sem o martelo.

Uns os pães e as políticas lhes salvaguardam…
Beijam a terra com a mentira do seu veneno,
E fornecem os seus desprezos com orgulho na inocência dum menino.

Uns usam políticas para salvaguardar o pão…
São intelectuais de papéis e cérebros que se perdem debaixo dos lençóis.
Se queres falar da verdade, só verdade, espera uma nova reencarnação,
Porque vivemos apenas num lodo da frustração.

Temos comido o sal das mentiras em cada jantar,
E temos festejado as dores dos outros.
Tornamos em defumados… cabeça fora do pescoço.
E coração sem sentimento de amar…
As vezes somos fraude abraçando o interesse…
Por tudo ou por nada temos um preço…
Valorizamos tudo menos a dignidade! Com um simples arremesso,
Somos alegria para outros animais, mais para Deus estamos a perder o lance…

Feito em: 1/5/2011

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 3

Elis Regina Carvalho Costa. Cantora brasileira. Mesmo morta é mais importante que um bocado de vivos que eu conheço sem os querer ofender. Elis deixou a herança de seu talento até no sangue de seus filhos. Todos os três trabalham com música. Pedro Mariano é cantor. Maria Rita também. O primogênito João Marcello, que fora pai recentemente, é um produtor e crítico de mão cheia. Quando as revistas e os jornais se referem ao seu pequeno nascido como o ‘filho da Eliana’, fico um tanto desconfortável. Quero dizer, sem meias palavras, eu fico é puto mesmo! A criança é filha de Eliana, sim, que é uma apresentadora competente e que tem todo o direito de aproveitar sua maternidade. Agora, que seria muito importante recordar-nos de seu parentesco com a saudosa gaúcha, isso sim, seria bom. Mais do que ser ‘filho da Eliana’, essa criança deve ser apontada também como o ‘neto da Elis Regina’, uma das maiores cantoras que já tivemos, senão a maior. Fica aqui o meu singelo protesto. Mas não desejo me ater a essa discussão mais apaixonada do que pertinente.

O álbum mais famoso de Elis Regina é o Falso Brilhante, de 1976. O disco contava com músicas presentes no show homônimo, um espetáculo que juntava teatro, dança e canto numa apresentação memorável. O show locado no Teatro Brigadeiro teve 180 mil espectadores, o que o coloca como maior êxito da carreira da cantora e prova incontestável de sua popularidade e relevância no cenário da nossa arte. Quanto ao espetáculo, nunca o assisti seu vídeo completo. Mas o disco, não apenas pelas suas canções de maior sucesso, a citar, ‘Como Nossos Pais’ e ‘Fascinação’, marcou época. No auge do regime militar, que começava a ensaiar uma tímida abertura, o Falso Brilhante significou exatamente essa possibilidade, já que, ainda que veladamente, a crítica e a denúncia se faziam presentes na concepção da obra. O país vivia um declínio econômico considerável, a ditadura apesar de consolidada se encontrava desgastada e a incerteza, somada com o acobertamento sobre os desmandos realizados pelo então poder instituído tornavam a realidade brasileira numa situação difícil e pouco encorajadora. Valendo-se da brecha política, Elis remou contra a maré. Ainda que o Falso Brilhante seja um disco imerso na melancolia, sua mensagem final passa um fio de esperança durante a tempestade de seu tempo, um brando sopro de vida na austeridade de um país fechado, um suspiro diante das lágrimas causadas não somente pela violência como também pela miséria que tais circunstâncias trouxeram ao Brasil. Elis provou seu talento. E sua iniciativa ficou para o futuro, como marco da retomada da arte nacional como objeto de expressão dos anseios populares e de opinião.

Todavia, meu disco predileto da cantora não é o Falso Brilhante. Saudade do Brasil, um disco de 1980, pode ser considerada a obra definitiva de sua carreira. Não exclusivamente por ser seu último LP, Saudade do Brasil, que foi lançado em dois volumes, apresenta todo o desenvolvimento de Elis como artista. Numa estrutura seqüencial que de tão coesa chega a até se aproximar de algo conceitual, no sentido de se montar uma narrativa ao invés de se amontoar canção após canção, como que relatando o contexto histórico e social no qual se incidiam os brasileiros àquelas décadas, dando preferência a uma abordagem jornalística em detrimento do universalismo pessoal e intransferível nas artes gerais que encontramos desde então do final do golpe militar. Sem contar a gravação contou com uma quantidade de recursos muito maior para sua execução, o que elevou em muito sua qualidade, dando a cantora e seu repertório uma roupagem atual, destoante da imagem elitista e retrógrada atribuída para Elis antes desse trabalho. Elis, firme e ousada como nunca antes, decidira conduzir sua turnê de maneira até então inédita no país. Seu espetáculo seria montado em circos, para facilitar a mobilidade do show e reduzir seu preço. Ou seja, Elis queria levar sua arte aos mais pobres. Diante da negativa dos governos em obter uma autorização para o seu projeto, com toda a certeza surgira uma grande tristeza e amargura no âmago da cantora. Isso facilitou o processo que a levou à morte, pelo vício em remédios e drogas. Isso facilitou para enfraquecer a cultura nacional, tão restrita aos mais ricos, que temerosos de perder sua posição sempre pressionaram o desestímulo com a educação, a distribuição de renda e a justiça social, que em longo prazo causam mais do que prejuízos, causam o sofrimento de uma vida inteira de humilhações para nossos entes queridos, mal que conhecemos tão bem.

Minha mãe tinha doze anos quando Elis morreu. E certa vez, num desses especiais de televisão, passava a cantora, justamente num cenário que reproduzia um circo, justamente interpretando o repertório desse disco. Ela chorava, não somente pelo ídolo que Elis representa, mas pela realidade em que ela viveu e pelo plano de fundo em que calcava seu pensamento, nada mais que o desejo de paz e felicidade sempre cerceado aos mais simples. Foi ali que eu entendi o que era ser gente e ser artista de verdade. Foi ali que eu entendi que deveria não me abalar diante das dificuldades da vida, por maiores que elas sejam. E se Elis não viveu para ver suas expectativas suprimidas, esse é tributo que devemos ter com ela, que é o tributo de não nos conformarmos com a consternação, de tornarmos o Brasil um lugar onde a dignidade se faz presente, e onde o amor vale mais do que tudo.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 3

Ficção é ficção. Arte é arte. Coincidências são coincidências. Na nossa realidade, chegava enfim o mês de setembro, a primavera dos campos e das pessoas, o dia mais claro, a aura que sopra possibilidades inéditas. Os parvos, de sangue quente e mente fraca, suspiravam por uma chance de perverterem a ordem quase natural onde estavam brutamente inseridos e sufocados. Seu fracasso era óbvio e evidente.
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A troca de peles é um ritual intrínseco aos seres de sangue frio. A cada três meses, ou seja, a cada ano em nossa realidade, isso ocorria uma vez. Trocar de pele, como quem troca de nome ou identidade, é tão repulsivo, tão nojento que nem mesmo os que o fazem suportam a manutenção dessa necessidade. Cabem em tarefas, aos engolidores, os maiores submetidos da sociedade vigente instaurada, dar cabo de sumir com os restos dessa sujeira, cabe aos engolidores auxiliarem e obliterarem quaisquer problemas que aflijam seus patrões e superiores, e cabe aos engolidores viver na miséria para não morrer a míngua, cabe aos engolidores sustentar o lucro e o luxo ao custo da própria dignidade ofuscada pela rapidez das coisas, a cópia de novidades, os valores em bolsas. Cabe aos pobres sustentar aos ricos, por motivos desconhecidos talvez justificados apenas pela ganância e pela sede de poder daqueles que mais podem, numa hipocrisia em tom que de tão cômico chega a ser trágico, um retrato de tantas realidades, inclusive as mais familiares. Política? Filosofia? A resposta é negativa. Trato de humanidade mesmo, de sentimentos, de coisas concretas na sua energia que teimam que colocar como abstratas. Trato de paixão, de suor, de um grito que irrompe da alma e que se afirma acima das expectativas conformistas dos ditos vitoriosos. Trato de algo que não se explica com palavras, do viver com simplicidade, de modo leve e até ingênuo. Trato do amor pelo amor, pelo sentir bem, pelo querer, pelo conciliar. É uma pena não haver o triunfo da paz sobre a guerra, da tranqüilidade sobre o conflito. É uma pena que a evolução carregue essa destruição, dita como inevitável.

É uma pena não encontrarmos o que tanto procuramos, tanto os frágeis como privilegiados.
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- Somos seguros. Temos tudo o que queremos. Pois então qual a causa de achar-nos tristes?

- Olha dona Clarisse...

- Dona? Dona, não. Somos amigos.

- Pois bem, Clarisse... Isso não sou eu quem tem que saber. Não tenho que saber e pronto! Mas que vocês me parecem tristes, me parecem.

- Você está certo... Mas precisamos dessa infelicidade... A vida é assim, o Luís me falou... Ele tem razão...

- Isso é você quem está dizendo.

- Ah, mas é verdade...

Meu coração batia como nunca antes apesar de eu não estar apaixonado.
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Desabafar por vezes faz bem.

- Clarisse, eu te trato tão bem, te dou tudo... Eu te compreendo... Mas você tem que entender que os meus atos são apenas vendo o seu melhor... Não fique assim tão pra baixo, eu te amo...
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Desabafar por vezes faz bem.

- Escuta aqui seu miserável, se eu ficar sabendo que você falou uma só palavra com a minha mulher eu vou te quebrar no meio, mato você, e ela nem vai ficar sabendo, e se você ou ela der qualquer sinal de que estão me passando pra trás eu arranco suas tripas e piso em cima delas, eu taco fogo em você, está me escutando?

Achei justa e aceitável a forma como o patrão me advertiu.
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- Dimas, você é muito resignado. Dimas, não é assim que se vive! Tenha vontade! Eu me preocupo contigo. É verdade. Você é uma das poucas pessoas em que eu confio de verdade. Eu sei que você não tem o melhor, mas o que você tem é muito bom. Você é uma boa pessoa, Dimas! Eu acredito que você pode ser feliz!

Continue calado, e agora com raiva.

- Dimas... Que mal eu te fiz...?

Senti ódio. Continue firme.

- Dimas... Fala alguma coisa...!

Jurei por dentro que nunca iria abrir a boca.

- Dimas... Por favor...!

- Meu problema é que eu te amo e nunca vou ter você.

Agora não tem mais volta. Vou morrer.
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No escuro do silêncio, chorando em um canto, esperei até que meu patrão surgisse e enfim me matasse da forma que eu merecia ou ele pensava, eu tremia o medo dos impotentes, o medo mais humano possível que se sente em vida, que é o medo da morte, o medo de ter existido em vão, ou melhor, ou pior, o medo de não ter existido de fato, o pânico dos julgamentos divinos contrários e da falta de um paraíso, o medo da verdade, mostrada por seres falsos e oportunistas.

Mas quando se abriu a porta não era o Luís Maurício.

Uma mulher linda e negra se confundia com a quase escuridão do quarto.

Foto de albertokaique

Poema de fases

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ㅤㅤㅤPoema de fases

ㅤㅤㅤㅤㅤI
No sertão vasto
O ser homem é poesia.
A palavra é arma

O chão rachado
E fome por justiça.
O povo grita!

Sol extenso sol
Deixa pele morena
Do trabalhador

Estação seca
Faz baiano lutador
Com terço na mão

ㅤㅤㅤㅤㅤII
Não sei pra que me serve
ser homem como todos
os outros empestados,
e assim devasso.

A politica não é corrupta, O homem
que se faz corrupto. E assim desonra
a câmera desta cidade-coragem.

Meu orgulho fica escasso.
Adoro a arte baiana,
mas não esta terra gana
que me arde em chama

Moro na terra manchada com o sangue
dos donos, erguida com o sangue negro
e colonizada por um povo exangue.

ㅤㅤㅤㅤㅤIII
E minha poesia se esvai!
Os versos ficam livres
Des... fra... g-men... ta… dos.

ㅤㅤㅤO Eu então se abusa
Escreve sobre ele mesmo. Sem mais métricas,
sem suas varias rimas pobres, e ricas,
sem crítica e apego pela a sua terra.
ㅤㅤㅤO Eu então escreve:

ㅤㅤㅤㅤㅤIV
Nasci...
Olhos a observar o outro
Mãos a tocar o outro
Ouvidos a escutar o outro
Língua a provar o outro
Nariz a cheirar o outro
Nasci...

Mas não tenho os mesmos olhos dos outros
Mas não tenho as mesmas mãos dos outros
Mas não tenho os mesmos ouvidos dos outros
Mas não tenho a mesma língua dos outros
Mas não tenho o mesmo nariz dos outros

ㅤㅤㅤㅤㅤV
E lá no canto eu canto
A minha ultima canção:

- Acender meu corpo!
Ascende minha alma!
Emergir de todo este caos!
Imergir em toda calmaria!

ㅤㅤㅤㅤㅤVI
E outra vez a minha poesia se esvai!
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤSem haicais
ㅤㅤㅤSem métricas
ㅤㅤㅤㅤSem rimas
ㅤㅤㅤㅤSem críticas
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤSem versos livres
ㅤㅤSem anáforas
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSem Eu
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSem palavras.

Foto de Paulo Gondim

Mágaos

MÁGOAS
Paulo Gondim
06/08/2011

Meu infortúnio não foi perder você
Mas a certeza amarga de me ver
Frente a frente, no espelho
Só eu e minha imagem fosca
Que demonstra um estranho ser

Não sou eu. Não me reconheço.
Essa imagem nunca foi minha
E diante da ausência da verdade
Desfeito em sonho e realidade
Melhor ter sido assim...

Hoje, somos apenas fantasmas
Cada um com medo da escuridão
Que envolve nossas pobres almas
Num labirinto escuro, de mágoas
O que sobrou dessa triste paixão.

Foto de raziasantos

ERA UMA VEZ...

Era uma vez Amy Winehouse!
Era uma vez Zezinho filho do seu João catador
De papelão:
Era uma vez Luciana filha de grande empresário:
Era uma vez Maria dona da padaria:
Era uma vez Carlinhos filhos do promotor de justiça:
Era uma vez seu Paulo de cinqüenta anos…
Eram uma vez jovens crianças de dez anos perdidas no abandono…
Eram uma vez suburbanos moradores de rua:
Era uma vez jovem da classe social filho dos engravatados:
Pobres ricos, famosos, não têm distinção nem se espera compaixão:
Era uma vez tantos seres humanos, adotados pelo vicio, malignos!
Era uma vez lágrima, dor, angústia, e escuridão…
Maconha passaporte barato para porta do inferno.
Cocaína já preste a morte eterna:
Crak suicídio coletivo:
Nossos filhos a beira do perigo:
Entre tantas ofertas de satanás banquete para nossos mortais.
Caminham para morte entregue e sua dose dor, pedido de socorro!
Invisíveis no meio da multidão são os filhos da nossa nação!
Eram uma vez promessas de políticos nas vésperas de eleição!
Era uma vez, mais um filho que ficou sem mãe!
Era uma vez a indiferença…
Era uma vez…!
O SOS…!
ERA UMA VEZ DROGAS ÁLCOOL, INIMIGO FATAL;
Infelizes para sempre?
Brasil qual é nossa missão?
Planeta terra!
Acorde!‼
Acorde!Ate quando vamos enterrar nossos semelhantes,
Em covas tão humilhantes…!

Foto de Ilusionista

Descoberta

Para os que acham que são o centro do mundo.
E pensam que a beleza está acima de tudo,
Rogo para que se dispeçam
Destes sentimentos pobres e
Inconsequentes.
Minha vida mudou quando percebi isso.
E quando me dei conta de que
Uma coisa tão fugaz quanto a aparência
Seria uma saudosa lembrança em meu peito recalcado,
Compreendi que
A ilusão profunda chamada
Beleza, nos aliena completamente
E nos faz menos nós mesmos.
Leio essas palavras com um imenso desgosto.
O mesmo com que via minha adorável juventude se perdendo
Sem aviso e sem volta.

Foto de ISRAEL FELICIANO

amor escravo!

a muito vivi um amor , tão cruel que de nada senti falta , nem mesmo de mim.
era um amor bandido , bailando sobre o ar, que me ia encantando , ate me dominar, esse amor , me travou , não podia sair do lugar, era uma prisão ,mais não parava de admirar.
um amor tão dificil de se viver , que eu nunca vivi , era uma escravatura , aquilo que vivi, era um amor escravo , me prendeu , feroz , me deixou amordaçado , como os pobres gira-sois , que encantam com sua beleza,quando o sol nasce a despontar , mas sabe que nunca , no sol podera tocar!
vivi esse amor sozinho , sem ninguem perceber , era um escravo de mim mesmo, quase cheguei a padecer , esse amor escravo , que agora me fez ver , que um coração escravo , uma princesa não pode ter!

Foto de betimartins

Partículas de amor

Partículas de amor

Derramei os meus sonhos, belos sonhos, são sonhos de amor, doados nas mãos das nossas crianças, entre uma lágrima sombria, triste e solitária, eu deixei-me sonhar simplesmente.
O meu mundo está moribundo, doente, incapaz de curar as suas feridas, cheio de partículas de maldade e egoísmo.
O meu mundo tem gente que apenas conhece o desamor e o derrama como ervas daninhas por todos os lados que passa e deixa semeada a confusão e a ignorância.
Se eu não acreditasse no amor, jamais estaria aqui escrevendo isto, jamais tentaria despertar para um novo dia aqui na terra
Jamais deixaria de acreditar que não voltaria a ver nos olhos dos nossos avôs a tristeza estampada, o descuido, a intolerância, o abandono e a ingratidão.
Jamais deixaria de acreditar, que existem seres capazes de derramar sofrimento, dor, abusos, maus tratos e muitas mais coisas que recuso aqui a escrever, pois é demasiado penoso até para mim, muitos diriam que são seres da escuridão apenas.
Discordo quem plantou aqui toda a esta dor, toda esta ilusão, fomos nós mesmos, por preguiça, por não querer educar, por falta de tempo, por leis brandas, por maus governos, descréditos, ganâncias e guerras e uso indevido de nosso lindo planeta, fomos exatamente nós seres humanos.
Ser humano é como quem diz seres egoístas e demasiado consumistas, exatamente, o mundo esta como está por demasiado consumismo, até os países ricos estão a ficar pobres, até começar a faltar tudo mesmo.
Vamos à parte que importa, a escuridão existe é um fato, dentro de cada um ela é mais que evidente, por vezes comanda até as vontades de quem é fraco e preguiçoso. É bem mais agradável se fazer o bem sem olhar a quem que fazer o mal.
Existe também a luz dentro de nós, se existe a luz é porque somos pessoas inteligentes, audazes e capazes de evoluir no amor.
Ora aqui a esta a palavra chave do segredo da espiritualidade e do mundo, uma simples palavra que é a mais grandiosa de todas as palavras do vocabulário, que tanto nos faz sonhar, sentir e existir.
Lembrando nosso irmão Jesus, o que ele passou por amor a uma humanidade, para trazer a esperança, ensinar o amor na sua real existência. Jesus não era letrado, não tinha posses, nem era especial aos olhos humanos, mas tinha algo sim muito especial o amor dentro de si.
Quanto amor ele doou e arrastou multidões, fez milagres em nome desse amor, orientou sobre a nossa existência e que sempre nos falava por parábolas, pacientemente ele suportou a maldade dos poderosos, dos prepotentes e dos mal amados.
Ele apenas tinha um único chefe o seu pai, o único que apenas podia o julgar ninguém mais. Estranho mesmo ele num momento de dor e superação ele fraquejou, apenas porque ele era humano e suportou alem dos limites humanos, mas na sua fé ele apenas foi intocável porque ele conhecia o amor.
O amor que muda com disposições, o amor que nos faz chorar, rir, faz doar, ser felizes e sermos os verdadeiros seres de luz aqui.
Amor uma palavra tão pequeninha, tão despercebida e ao mesmo tempo nem o próprio universo consegue descrever a dimensão da mesma pela sua maravilhosa criação, ou não terá sido um ato de amor e inspiração de Deus ao criar todas as coisas que nos rodeiam e ate as que ainda desconhecemos.
Quando pegamos num bebê ao colo, sentimos o seu cheiro, seu calor, seu sorriso, sua pele aveludada e sua pureza quanto sentimento bom ele nos desperta e já em Jesus o mesmo acontecia.
Talvez a sua alma esteja ainda pura, imaculada de pensamentos ruins, claro que esses mesmos pensamentos poderiam ficar nesse bebê, mas logo que começa a crescer ele leva doses letais de materialismo e de egoísmo, se um o tem algo ele terá que ter algo bem melhor ou não será mesmo assim?
Mas se observar este ser tão pequenino a dormir, ele sorri, ele transmite a paz interior e a sua pureza. Ora todos os seres humanos deviam ser assim, deviam ter pensamentos puros, caminhar no amor e na doação de ajuda mutua e fraterna.
Jesus o fazia mesmo quando ninguém acreditava que ele o faria, ele não destingia classes sociais, nem vestimentas e nem condutas apenas ajudava nada mais, o resto era por conta de quem errasse.
Essas eram as partículas de amor que ele derramava como estrelas cintilantes no firmamento, nas mesmas partículas ele as adoçava com a esperança de um novo dia melhor e bem mais feliz.
“Como “somos ignorantes e egoístas, como somos preguiçosos, somos como uns caracóis arrastando-nos na nossa incompreensão” è melhor assim”, claro não sabiam e não somos cobrados por isso.
Somos bons a fugir das nossas responsabilidades, não queremos problemas, sempre escuto isto:
- Não é problema teu.
Fico incapaz, de asas cortadas, mas dentro do meu coração eu posso fazer algo sim vibrar amor e enviar amor, ai sou intocável e imputável ninguém acessa e pode criticar. Essa é a minha liberdade a do meu pensamento e ele pode ir bem longe se eu me permitir e eu nos damos ao luxo de eu me permitir sim.
Se todos começar a derramar as nossas partículas de amor em cada pensamento, em cada gesto, em cada atitude ainda vamos a tempo de merecer dar um mundo melhor para nossas gerações seguintes senão teremos um carma tão pesado e tão denso que certamente vamos regredir cada vez mais e mais para voltar a aprender de novo algo simples como o amor.
Eu estou a derramar as minhas partículas de amor e tu? Quando é que tu decides a te amar e ai derramares as tuas partículas de amor. O mundo precisa de ti e Deus também afinal tu és parte dele.
Que a partir de hoje derrames as tuas partículas de amor como as belas rosas perfumadas na estrada da tua vida e da vida do teu irmão sofrido. Afinal não custa nada sonhar, pois não? Começa a fazer a tua parte da aprendizagem.

Betimartins

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Desapaixonado

Existem pessoas no mundo que passam a vida inteira sem ter uma paixão sequer. Se este for seu caso, vá procurar coisa melhor que se faça, ou caso contrário vai se entediar com a história que contarei agora. Citado aqui como homem, masculinamente, o Desapaixonado sempre fazia questão de gabar-se dessa condição. Era assim o modo com que se relacionava com as pessoas a sua volta, ou o imaginava.

O Desapaixonado vivia emoções fortes, gostava delas, talvez pelo fato de nunca tido experimentado uma paixão de verdade, fosse por gente, coisa, ou animal. Gostava de encarar riscos. Não era do tipo sentimental. Mesmo assim tinha lá os seus momentos de alguma fraqueza. Um dia, um tanto distraído, pensou até em chorar. Em outro, mais deprimente ainda, até em sorrir.

- Eu tenho coisa melhor pra fazer! – pensou alto, já entretido por um desses afazeres mundanos que se esquecem rápido.

O Desapaixonado era heterossexual no sentido sexual da palavra. Ele achava que mulher tinha um gosto bom, que era um produto liso e macio. Quem sabe, poderia amar uma por usucapião. Gostava também da sua família, que nunca havia lhe deixado passar por necessidades, ou, pelo menos, nunca o deixara tomar-se conta do mesmo. A perda dos pais doía por ser desvantajosa no sentido financeiro da palavra. Mas por outro lado, o Desapaixonado tinha bom discernimento, sentindo algumas vezes saudades daqueles velhos ingênuos, babacas. Até que não tinham sido tão ruins para dois pobres coitados. Os outros parentes, irmãos, tios, primos, já não o interessavam, como parte de um passado inglório que devia ser esquecido.

Mas, como era de se esperar, certa vez o Desapaixonado passou por um grande apuro. Quase morreu, mas diriam os mais íntimos que vaso ruim não quebra. O homem, então seguro das suas certezas, viu-se estremecido pelas veias que carregam seu sangue pelo corpo que tinha ganhado ao nascer. Sentia-se enfim vulnerável. Sentia-se enfim vivo! O medo que antes atrapalhava seus planos, agora os atormentava, os colocava em choque com sua liberdade. As amarras eram seu motivo para buscar a redenção. Então veio o arrependimento.

O Desapaixonado, na sua razão solitária, nunca havia enxergado de verdade o que se tem de bom nas suas limitações, que esses seriam os cordões da sua catapulta, arremesso ao real, que é triste sim, mas mordaz. Viu que se não amassem aqueles no seu entorno, não os considerasse, tudo o que havia feito na sua existência não teria sentido. E, com a vertigem de um grego, pulou no precipício de se alcançar a felicidade. Desnecessário dizer que quebrou a cara no chão, mas com um sorriso provocador de quem sabe o porquê dos sacrifícios.

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