Peito

Foto de Sirlei Passolongo

Nefasto

Olhos

Dilatados

Encharcados da lágrima

Que teima em rolar

Rosto

Atordoado

Amargurado pela dor

Que teima em queimar

Peito

Dilacerado

Angustiado pelo amor

Que teima em sufocar

Corpo

Desgraçado

Enfado da espera ...

Da morte...

Que teima em demorar.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Carmen Lúcia

Orgulho

Calei-me diante de seu frio olhar
Feito uma lança a me penetrar
Nele eu me vi como uma ré perdida
Que quer fugir até da própria vida!!!

Li em seus olhos que me condenavam,
O fim de tudo...um julgamento atroz,
Não disse nada...não lhe falei de mim
Só vi em frente meu terrível algoz!!!

Calei-me diante desse seu silêncio
Deixei o orgulho decidir por mim
Mesmo sentindo o coração partido
Contive as lágrimas e tentei sorrir...

Havia muito o que dizer...havia tudo...
E nossos sonhos,todos nossos planos???
Morreram ali???Eu quis me explicar...
Mas me detive perante seu olhar!

Você partiu e eu fiquei calada
Com seu olhar cravado em meu peito
Falar de mim...já não mais importava
Não foi começo e sim amargo fim.

Foto de TrabisDeMentia

Onze da noite

Onze da noite. Soava a campainha. “Aposto que ele estava à espera que a hora chegasse” pensei enquanto me dirigia à porta atando meu robe. Ajeitei os cabelos ainda húmidos e espreitei pelo orifício enquanto levava uma mão à maçaneta. Do lado de fora aguardava um indivíduo cabisbaixo. Não era ninguém que eu não esperasse! Corri o trinco e cumprimentei-o com um sorriso! “Entre”, Ordenei em tom de pedido e estendendo a minha mão à sala de estar. “Sente-se ali por favor, no sofá”. Não era um jovem bonito, mas era contudo interessante. Musculado o suficiente para me despertar a curiosidade e abastado de masculinidade se bem me quis parecer. Fiquei observando-o caminhar enquanto fechava lentamente a porta. “Sim, sem dúvida o que eu estou precisando”. Dei duas voltas à chave como sempre faço quando tenho visitas. Se por um lado transmite segurança a quem vem por bem, por outro lado transmite desconfiança a quem vem por mal. E eu gosto sempre de saber em que terreno estou pisando antes de partir para a caça. Aproximei-me do jovem contornando o sofá pela esquerda e me debruçando sobre as costas deste. “E vai querer beber alguma coisa?” Ele se virou e num instante desviou seus olhos para o meu robe propositadamente entreaberto. Antes que ele se engasgasse ao me responder eu continuei - “Não tenho nada com álcool, mas tenho sumo, água...Tenho chá preto fresco, quer?”
“Pode ser chá então se não se importar” disse ele retomando a posição. Atravessei a sala lentamente em direcção à cozinha. Pelo ruído quis-me parecer que ele estava se ajeitando por entre as calças. E concerteza que estava me observando. Assim é que eu gosto, de deixar meus convidados bem esfomeados antes da refeição! De mostrar à presa quem é o predador!

Não demorei mais que dois minutos. O jovem estava debruçado sobre a mesa de vidro com um ar de expectativa. “Espero que não se importe, preparei para si também!”. Não pude evitar o meu ar de surpresa. Afinal não é todos os dias que me deparo com um espectáculo destes! “Não! De jeito nenhum! Hoje vamo-nos divertir imenso!” - disse eu enquanto me ajoelhava e descortinava o porquê dos ruídos! Com um cartão de crédito ele ajeitava o risco de pó branco na minha direcção. Me estendeu uma nota de vinte enrolada sobre si mesma e me convidou. “Não! Você primeiro” retorqui lhe devolvendo a mão! Não se fez rogado! E na mesma sofreguidão que inspirou o pó se recostou no sofá! “Agora eu!”. Levei a nota á narina e limpei o que restava na mesa! Ele olhava para mim com um rasgo ofegante nos lábios e eu... Que saudades que eu tinha disto! Me sentia como que... Viva! Do meu coração partia uma sensação que se espalhava até ao formigueiro na ponta dos dedos! Fitava o jovem com meus dentes serrados, lábios entreabertos, olhar de desejo! Gatinhei até ele e me encaixei entre as suas pernas! “Era assim que me querias?” - falei sem esperar resposta. Puxei a sua camisa branca para fora das jeans e comecei pelo botão de baixo, escalando em direcção ao seu peito, ao seu pescoço. Ele me pegou nos cabelos e deixou que eu levasse minha língua até os seus lábios. Trepei para cima dele, e deixei que ele me desatasse. Sentia ele pulsando sob mim, pulsando a um ritmo louco. Como que implorando pelo meu toque ele se esfregava. Mas é assim que eu gosto, é assim que eu gosto! “Vem cá” disse eu lhe mostrando o caminho com a minha mão! “Vê como eu estou!” - O jovem não cabia em si com tanta loucura, tanto tesão. Tomou meus seios como se fossem dele e se vingou. Queria que eu devolvesse a ele o prazer que ele me estava a dar. “Mas eu devolvo, eu devolvo” -pensei. “Tira as calças” -mandei. Ele num ápice as chegou aos joelhos. Mostrava-se abastado, como eu já esperava pela firmeza das investidas. O tomei em minha mão e me apressei em aconchegá-lo em mim! A sua falta de ar estava, a cada batida, mais apercebida. Ele me olhava boquiaberto com ar de deslumbramento. Eu retorquia com movimentos mansos... Sob as minhas mãos palpitava um coração descontrolado. Cravei as unhas e demarquei meu espaço na sua boca. Sua língua me procurava numa ânsia louca. Demasiado louca para se conter num só lugar. Demasiado grande para caber num só sofá. Agarrou em mim e sem se permitir afastar me jogou no chão. Cruzei minhas pernas sobre as suas costas enquanto ele me ganhava centímetro a centímetro, enquanto palmo a palmo me arrastava pela sala. “Quero mais que isso, muito mais que isso” - eu avisava, mas ele já nem me ouvia de tão surdo que estava. Todo o seu ser se resumia num único ponto e com um único objectivo: me vencer no prazer. Encurralou-me num canto... Uma mão sob mim, outra na parede. Nada poderia ser mais perfeito. “Queres saber o que é prazer?" - Ameacei. Seus movimentos cada vez mais frenéticos eram já de um comboio descarrilado. “Queres?” - E no momento em que ele se enterrou em mim, eu me enterrei nele. Cruzei forte as minhas pernas e não lhe permiti nem mais um movimento.
Sob os meus lábios o quente sabor do prazer. Sob os meus lábios, em cada vez que ele compulsava, o doce sabor do sangue, impregnado de toxinas, me levava ao êxtase. Como leoa esperei pela morte incrédula da caça. Ali naquele canto, me satisfiz!

Foto de Sadman

Lagrimas de Poeta

Uma noite vazia com um violão
Numa estrada escura e sombria
Com uma dor no peito que não que calar
Perdido na noite de meus pensamentos
Uma lua cheia um olhar vazio
Por essa estrada que vou noites a fio
Sem sentido sem um rumo
Vou seguindo uma canção
Que me conta a solidão
De estar aqui sobe a lua
O poeta segue sem direção
Deixando um rastro de lagrimas e dor
Por onde brotam rosas por um amor
Lagrimas na noite derramadas em vão
Caem no asfalta da estrada da solidão
Vozes no escuro vindas de todas direções
Dizem-me apenas se afaste da escuridão
Pois nela sua vida é depressão
Siga as estrelas vá para o luar
E peça para ela seu coração
Mas a rosas não param de brotar
Das lagrimas que o poeta
A de derramar......

Sadman

Foto de tchejoao

Alguém vai pela rua

O olhar, tão diferente,
Exclama!
Indiferente, diz que ama,
E assusta
A rua, quando passa...
Co'a boca fechada,
Colada entre os dentes,
A língua, a nota,
O acorde que faltava...
Na pauta, nas cordas,
Na vida que ela leva
Pra casa, que alegra
O mais triste fantasma...
Mas mata, enterra,
O pouco que restava
Daquilo, que o corpo,
Chamava de Tezão...
E o peito jurava
Que o nome era paixão...
E o dia entendia
Como sendo uma canção.

Foto de Logan Apaixonado

Poeta Morto

Junto meus pedaços um a um
Surge então um mosaico colorido
Disforme, sem nexo
Um misto grande de várias sensações
E de vários sentimentos
Não sei mais quem eu sou
Perdi-me a algum tempo
Meus desejos mais sinceros
Foram fulminados
Viraram pó, sem condições de reconstruir
Um estranho vazio habita meu peito
O nó na garganta não se desfaz
Nos olhos molhados de lagrimas
Um olhar vago, triste
Não tenho forças para levantar
Então permaneço deitado
É inútil remar contra a maré
A realidade dói
Dói mais do que imaginava
Ao olhar ao meu redor
As sombras se levantam friamente
O som da chuva lá fora me acalma
A pior morte não é a física
É a morte dos seus sonhos
Pois a sua visão não escurece
Você nem descansa em paz
Você enxerga tudo o que não aconteceu
Você sente que tudo já não será possível
Você se dá conta que tudo foi em vão
Que nada adiantou
Ninguém percebeu, ninguém notou
Sua devoção era vã e inútil!
Seu desprendimento era rélis!
Suas boas intenções eram mentiras!
A sua esperança era uma fraude!
O que sobra depois disso ?
Se alguém souber a resposta, conte-me
Pois somente assim
Ressuscitará o poeta
Pois ele morreu na última linha deste poema.

Foto de Logan Apaixonado

Fim do Espetáculo

Apagam-se as luzes
Fecham-se as cortinas
O espetáculo maravilhoso
Finda em um escuro aterrorizante
Sinto meu peito dilacerado
Agora mais do que nunca
Sinto o gosto da derrota
Meus olhos molhados estão cobertos
Por um manto de dor
Sem teu calor
Minha angustia infinita
Companheira tão cara
É a dor minha parceira
E a saudade minha esperança
Sentado em meus anseios
Esqueço que sou tão só
Porque ao meu redor
Só há dor e culpa
Padeço diante do fel
Amargo do desamor
Selado nosso destino
Quem sabe há uma razão
Para tamanha desilusão

Foto de Minnie Sevla

Mendigo

Vejo o sol que resplandece e
salta das nuvens reverenciando
o dia que nasce com o pulsar da vida,
mesmo que moribunda ainda insiste.

Onde nem a dor é sentida
e todos os sentimentos indiferentes.
Vive dentro de mim um mendigo,
que busca no súbito silêncio a esperança do amor que persiste.

No dia que não tem reprise, na noite interminável,
na cor púrpura de minh’alma que sofre
um vazio imenso, uma camada de ozônio,
que se resume no nada para compor uma canção.

Queria ver seu sorriso, os dentes brancos e bonitos,
pois hoje é dele que preciso, anseio seu toque suave
e a chave inexorável do seu coração
para alojar-me no jardim das tuas emoções.

Arriar minha cabeça em teu peito másculo
Deixar as lágrimas rolarem pela face ainda pálida
Aconchegar-me em teus braços, como ninho
e inebriar-me com tuas palavras cálidas.

Sou mendigo vagando pelo mundo da solidão
Vasculhando o lixo e tentando juntar meus pedaços.
Dormindo nas ruas da amargura, me aquecendo com jornal,
pois o frio que congela meu ser já não causa tanto mal.

Minnie Sevla/Ramgad

Foto de joycededé

Meu pedido....Deus!!!!

Meu Deus, eu lhe peço ajuda... Ouça meu pedido... me ouça...
Hoje, aqui, me encontro assim... Perdida, precisando de uma força... sua...
Ter forças para essa batalha que parece não acabar...
Impossível de superar...
Peço sua ajuda... Ouça meu pedido... me ouça...
Batalha difícil... Amor quase impossível...
Esse amor me consome... A cada dia que passa...
Preciso da sua presença... Parece um vicio...
Que esta difícil de largar... Superar...
Peço-lhe ajuda... Ouça meu pedido... me ouça...
Peço a ti que se for para esse amor estar comigo... Que assim seja...
Mais se não for para ser assim... Livra-me dessa dor...
Alivia em meu peito... Faça com que eu encontre alguém...
Gostaria tanto que fosse com ele... Minha vida... os meus dias...
Sempre fosse com ele...
Do meu lado... Sempre... sempre foi assim...
Ajuda-me... Ouça meu pedido... me ouça...
Ilumina a mente dele...
Liberta seu coração...
Livro-o dos problemas...
Mostre-lhe soluções...
Liberte-o... Liberte-o...
Livra-o de seus problemas...
Mostre-lhe soluções...
Proteja-o... Pro favor...
Eu o AMO tanto...
Peço proteção... Para o senhor...
Proteja-nos...
Ilumine-nos...
Ajude-nos...
Me ouça... nos ouça...
Que assim seja...
Deus!!!!!!!!!!!

Foto de fer.car

MÃE

Você descobriu minhas dores e me cobriu com seu manto de paz
Estendeu seus braços quando ao chão me encontrava
Chorou o meu choro, e sorriu o meu sorriso
Amou-me desde o primeiro palpitar de vida
Foi a primeira e verdadeira amiga neste mundo desumano
Esteve ao meu lado em cada decisão tomada
E em cada momento disse: continua filha, estarei aqui
Lutou por mim quando meus passos queriam cessar
Gritou minha dor, vibrou minha vitória
Repreendeu-me para nunca desistir e seguir o seu exemplo
Sonhou meus sonhos, criou expectativas para o meu futuro
Amparou minha alma e mente quando estava sozinha e triste
Gargalhou a minha felicidade, e fez-se mãe em plenitude
Você que ensinou o que é justo e leal
A acreditar na fé e perseguir em frente
Você que me deu as primeiras aulas e a escrever
Que caminhou lado a lado por ser apenas mãe
Mãe maravilhosa e única
Só Deus para criar você
Com coração maior do mundo, que mal cabe neste peito
Com a bondade maior que o mais homem dos homens
E com o olhar mais terno e bonito que existe
Mãe que foi mais que mãe
Com sua doação desmedida
Foi minha fonte de ser, de estar viva
Mãe que me gerou e cuidou
Que amou, zelou
E ainda penso que não sou merecedora de tamanho amor
Mãe, linda por dentro e por fora
Humana antes de qualquer qualidade
Lutadora antes de qualquer derrota
E mãe por assim ser
A melhor...
É você a minha mãe

AUTORIA: FERNANDA CARNEIRO
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

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