RIO
Ei de correr
As planícies da vida,
Sem instante,sem partida.
Em onde,por fim,
Haverei de morrer.
Renovarei-me a cada passagem
Tornando-me
Explêndido em vigor.
Revivendo cada paisagem que clama,
Um instante,em pavor.
Encontrarei-me,assim,
Em todas as direções.
Sentirei-me,por fim,pleno
Em unir e banhar
Todas as nações.
Vagarei sem rumo
Deixando em cada canto
Um pedaço do meu corpo.
Assim,ei de lavar a vida
Levando as lágrimas
Que compartilhará comigo
Quando,nas minhas águas,
Lavar seu rosto.
Levarei sua dor e
Diluirei no meu corpo.
Renovarei seu sorriso
Sem ao menos pedir favor,
E o devolverei ao seu rosto.
Trarei a vida ao passar
E renovarei cada chão.
Passarei em silêncio ao escoar e,
Mesmo assim,me ouvirá
Soar como canção.
Gigante ei de ser meu corpo
Sem limites,sem espaço.
Um ser que se torna ignoto,
Que esconde seu misterio
No intimo do regaço.
Impávido,seguirei sem rumo
Impenetrável e sombrio.
E,por fim,abrirei mão da grandeza.
Tornarei-me,por fim,vau.
Abrindo meu corpo a teu corpo,
Unindo-me a tua alma,
Entregue e leal.
Sem grandeza,sem poder.
Mostrarei-me apenas
Como um rio.
Aucenio V. Sousa