Paisagem

Foto de Sentimento sublime

Paisagem... Osvania Souza

Paisagem ...

Da minha janela.
Tenho a paisagem mais bela.
Vejo as mais lindas montanhas.
Se perderem no horizonte.
As nuvens passando entre os montes.
Num vai e vem sem parar.
E fico a me perguntar.
De onde vem?
Para onde vão?
Pela manhã sinto o cheiro da relva.
Ouço o ruído da selva.
Os pássaros anunciando.
O dia que nasce a brilhar.
Ele vem trazendo lembranças.
De minhas manhãs na infância.
Que jamais vou da memória tirar.
Quando chega a primavera.
Eu vejo de minha janela.
Todas as árvores estão mais belas.
Trazendo-me o perfume das flores.
Fazendo-me lembrar...
De vários tipos de amores.
Que me deixa feliz a recordar.
Hoje me sinto feliz.
Por neste lugar habitar.
Com minha família morar.
Em meio a mais pura natureza
E é nesse lugar com certeza.
Que a morte irá me encontrar.

Osvania

Foto de Sonia Delsin

PEDRAS DO MEU CAMINHO

PEDRAS DO MEU CAMINHO

No pisar.
No machucar.
No sentir.
Nas pedras do caminho está a aprendizagem.
O entendimento da viagem.
Fui pisando, ferindo meus frágeis pés.
Mas fui admirando a paisagem.
Fui cantarolando.
Fui com Deus conversando.
Porque pelas estradas da vida eu segui sempre amando.
Nas pedras de meu caminho algum sangue ficou.
Muita coisa marcou.
O passado guardou.
Nas pedras do meu caminho lágrimas caíram.
Mas sorrisos me redimiram.
Hoje estou aqui a olhar.
Deixei tanta coisa para trás.
E à minha frente antevejo um caminho de tanto amor e tanta paz...

Foto de Dennel

Isolamento Reflexivo

Do alto de um rochedo
Em paisagem de céu cor de anil
Olho a terra aos meus pés
Murmuro uma prece
Que em algum lugar será ouvida

Enquanto isso em outras partes
Os homens continuam sua lida

Aqui no alto, pensamentos em devaneios
Um momento de reflexão, de retrospectiva
Sinto-me grande, sou pequeno
Sinto-me parte deste universo
Com minha alma tão diversa

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de Dirceu Marcelino

LEMBRANÇAS DO MENINO QUE QUERIA SER MAQUINISTA DE TREM

Eram três crianças de 8, 6 e 4 anos de idade.
Iriam viajar da cidade de sua infância para outra grande metrópole regional.
A viagem de trem:
Enquanto aguardavam na estação a chegada do trem que os levaria para uma cidadezinha próxima, um importante tronco ferroviário que interliga várias ferrovias que vem do interior do estado ao litoral, mais propriamente ao Porto de Santos, o que viam.
Viam as manobras das locomotivas a vapor.
Entre várias, tal como a chamada “jibóia” enorme, gigante, com várias rodas, as “Baldwins”, a que mais chamava a atenção do “menino” era uma “Maria Fumaça” pequenina. Tão pequena que nem tender ela tinha.
Ia para frente apitando, estridentemente:
Piuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuu!
Retornava, repetia os movimentos para frente para trás, tirando alguns dos vagões de várias composições estacionadas nos diversos trilhos da estação ferroviária.
E o Menino sonhava. Queria ser maquinista de trem.
Tanto que ele gostava, que em outras ocasiões, quando levava comida em marmitas para o pai, que trabalhava nas oficinas, permanecia várias horas sentado nos bancos da estação.
Via as manobras das “marias fumaças” e também a passagem das longas composições de carga puxadas por máquinas elétricas, verdes oliva, chamadas “lobas”.
Até que um dia sua mãe resolveu levá-los em uma viagem.
Nesse dia enquanto aguarda o Menino avistou ao oeste um único farol que surgia no horizonte da linha ferroviária, amarelado e a medida que se aproximava ouvia-se o barulho característico daquela famosa locomotiva elétrica, que zumbia como um grande enxame de abelhas: “zuuummmmmmmmmm”
A locomotiva devagar passava do local de aglomeração das pessoas e aos poucos deixavam em posição de acesso os carros de passageiros de segunda classe e lá quase ao final da plataforma um ou dois vagões de primeira classe.
Eram privilegiados, filhos de ferroviários.
O Menino sentia orgulho desse privilégio.
Lembra-se que naquele dia sentou-se no último banco do lado direito.
Dali podia ver que poucas pessoas permaneciam fora da composição. Alguns parentes, que gesticulavam se dirigindo aos parentes acomodados nos carros de passageiros.
Ao longe. Via um senhor uniformizado de terno azul marinho e “quepi”, com o símbolo – EFS.
Aos poucos esse Senhor vem caminhando pela plataforma, desde o primeiro carro até próximo da janela em que o Menino se encontrava.
Para e tira um apito do bolso superior de sua túnica e dá um apito estridente: “piiiiiiiiiiiiiiiirrriiiiiiiii”
Em seguida, a locomotiva apita “Foohhooommmm..”
Novo apito.
A seguir, começam a ouvir-se os sons característicos dos vagões que retirados de sua inércia estrondavam um a um e começavam a se locomover lentamente até que o carro e que o Menino está começa a se locomover, mas, sem fazer o barulho característico, o seja, o “estralo” ao ser acionado, pois os solavancos que se sentem nos primeiros vão diminuindo gradativamente e quando atingem o ultimo praticamente são imperceptíveis.
Justamente, por essa razão é que os vagões de primeira classe são colocados no fim da composição.
Este carro diferia dos demais por ter os bancos revestidos, corrediços, que permitiam serem virados e propiciar as famílias se acomodarem em um espaço particular.
Assim iniciava-se o percurso até a cidadezinha, onde passariam para outra composição, a qual seria tracionada por uma locomotiva a vapor.
Como era linda a paisagem.
Muitos locais dignos de cartões postais, o primeiro, por exemplo, a ponte sobre o rio Sorocaba, que nasce na serra de Itupararanga e desemboca no rio Tietê
Lindos lugares que por muito tempo permaneceram esquecidos, mas que hoje podem ser registrados em fotos e filmes das câmeras digitais.
Fotos que nos fazem afagar a saudade dos dias de outrora.
Mas, além dessas fotos antigas ou digitais, temos a capacidade de guardar no fundo do nosso inconsciente outras imagens e filmes de nossas lembranças.
Revendo tais filmes, verificamos que inconscientemente queremos alcançar trilhar os nossos sonhos, mas, geralmente em razão das dificuldades da lida, não o atingimos, ou então, ultrapassamo-nos e exercemos outras atividades ou profissões que nada tem a ver com aqueles sonhos.
Eu, por exemplo, adoro trens.
Simplesmente, queria ter sido “maquinista de trem”.
Mas termino este conto, simplesmente, para dizer:
À poucos dias, nesta cidade, de onde o Menino iniciou a viagem teve oportunidade de ver, aquele Senhor, em uma comemoração do retorno da “Maria Fumaça” que estava em outra cidade, onde permanecera sob os cuidados da Associação de Preservação Ferroviária, ser chamado entre outros velhos aposentados, pelo Prefeito:
_”Agora para comemorar o retorno de nossa Maria Fumaça - “Maria Eugenia” - chamo o mais velhos dos aposentados.
Puxa! Que felicidade do Menino, ao ver aquele Senhor caminhando pela plataforma da estação.
Sim. Era motivo de felicidade.
Pois o menino, já não é mais tão criança, já é um envelhescente e aquele Senhor continua vivo.
Noventa e um anos.
Era o “Chefe da Estação”.
O mesmo “Chefe de Trem” que vira caminhando a quarenta anos pela plataforma da estação.

Foto de Dirceu Marcelino

NUVENS DE FUMAÇA I

O vapor forma uma nuvenzinha fina!
Como gostava de ver esta paisagem.
Namoro-a em sonhos como tu menina,
Vejo-te ao longe, só a tua imagem...

Como “Maria-fumaça” lá no alto da colina.
A que corria ver todo dia a passagem,
Toda vez do mesmo lugar, da tua esquina.
E como sonho com essa miragem.

Olhava o céu para ver como se dissipava,
A fumaça de meus sonhos de menino.
Mas ainda hoje. Vejo teus olhos que cintilava

Ao ver-me com teu olhar feminino.
O acorde de teu coração vibrava
E ainda aqui ressoa como um hino.

Foto de Osmar Fernandes

Página vazia

Como uma página vazia
Minh'alma vagueia.
Subindo e descendo
Nas asas da vida.
Tantos encontros
Que nela passei,
Sem restar ao menos
A saudade
Que nela deixei.
Viagem iludida...
Tamanha maldade.
Paisagem perdida
Que tanto chorei.
Dores do amor?
Nem isso sobrou.
Só uma página vazia
Em minh'alma restou.
Até meus desejos,
Prazeres de outrora,
Minha página vazia
Rasgou...
E até meus pedaços
O vento levou.

Foto de CarmenCecilia

Fantasia

Fantasia

O que é essa mera fantasia...
Será a magia...
De sonhar mágicos momentos...

Redimensionar emoções
Que nos aquecem os corações...
Estar em outra dimensão...

Longe da razão...
Fazer serão...
Deixar no sótão...
A tristeza que machuca...

E simplesmente vivenciar o hoje...
Somar devaneios sem receios
Sem medo de enchentes..
E continuar indo em frente?

É atravessar o amar...
Retomar
O leme das paixões...
Rebuscando seu bem querer...

É fascinar com o dia
Que já se anuncia...
Em matizes lilases...
Mesmo quando nuvens
Trazem o breu na paisagem?

É revolver a poeira...
Da estrada
Que nos envolve como capa...
E de que ninguém escapa?

É sorrir...
E brincar de colorir...
Um doce porvir...
Mesmo quando ouvimos um não...

É fechar os olhos...
Somar fragmentos
Filamentos de contentamentos

É estar com você
Festar com você
Mesmo que em pensamento...
Revivendo bons monentos...

Que sejam todas essas porções de felicidade...
Que povoam minha mente
E não mais matem.
O que me mantem a todo instante.

Essa doce ilusão
Que habita meu coração...
Em ritmo de fantasia...

Carmen Cecília

Foto de Naja

QUE AS ONDAS DO MAR ME LEVEM

QUE AS ONDAS DO MAR ME LEVEM

Fico aqui, parada, meus pés na areia molhada, acariciados pelas espumas formadas pelas leves ondas; um vento frio me dá prazer. Meus cabelos soltos, voam por meu rosto; nao me importo.
Ao olhar para esse mar dos mais belos que já vi; hoje bem mais calmo, como
calma está minha alma e meu coração.
A bela imagem para meus olhos alegrar, é das que mais amo. É o caminho prateado que a lua faz desde o horizonte até as espumas que banham meus pés.
Ah!!! Como eu gostaria de ser uma sereia, jogar-me neste mar lindo e ir nadando até alcançar a lua, seguindo seu rastro luminoso nessas águas frias e
tão gostosas desse meu mar que adoro.
Lá, bem longe, posso vislumbrar uma ilhota onde, se quisesse poderia descansar e ir seguindo sem parar para terras distantes, pelos caminhos em que essa lua fosse me levar.
Deixo meus pensamentos livres e permito apenas a meus olhos , repousar nessa reconfortante paisagem e me vejo indo além, seguindo a lua e com alma leve e meu coração descansado, para novos lugares nadar, onde o destino desejasse me guiar.
Aqui, parada nesta praia, com o barulho das ondas a entoar uma bela canção, deixo-me levar em liberdade, com suavidade por caminhos onde a minha paz irá a mim encontrar!...
naja
Publicado no Recanto das Letras em 05/11/2007
Código do texto: T724950

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Comentários

05/11/2007 22h40 - Maria Olimpia Alves de Melo
lindo!
05/11/2007 22h36 - ROMILPEREIRA
ESSA É A NAJA QUE TODOS DA RL QUEREM VER!!! BELISSÍMO TEXTO POETIZA DAS PALAVRAS LINDAS!!...BEM VINDA A SAUDADE QUE DA PRAZER EM SENTIR...E AO AMOR QUE QUEREMOS ALCANÇAR...BJS..BJS...
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Sobre o autor

naja
Rio de Janeiro/RJ - Brasil, Escritora Amadora
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(estatísticas atualizadas diariamente - última atualização em 05/11/07 22:41)
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Foto de sailing

Mulher de Outono, magia e encanto no teu caminhar

Outono que marcas a paisagem de castanho
Tons nostálgicos que acendem paixões,
Vento voraz que arremessa as folhas das árvores,
Acendes as madrugadas...
Iluminas corações,
Numa paisagem que se transforma por magia.
Caminhas na tua plenitude, numa rua despida,
Árvores sem tecto que mostram o céu,
Cores que se misturam nesta aguarela da vida...
Deixas o rasto de perfume na avenida...
Tornas-te rainha com o teu encanto.
Deusa e ninfa do poeta,
Luz na alma, um farol na noite,
Para quem te vê, de quem te segue...
Entregas-te nas manhas frias a quem te adora,
Em momentos de volúpia e amor,
Num território só teu,
Entre o linho e o algodão,
Aqueces a atmosfera num ardor louco,
Em momentos únicos,
Soltas-te e não tens dono.
Folha que se desprende da árvore e parte,
Cai a teus pés, marca a estação...
Natureza que se transforma,
És a Cinderela de uma história que fazes,
Transportas segredos das noites vividas,
Entre os beijos e abraços que te envolvem,
As loucuras sentidas que só tu sabes...
Cabelos que se desprendem ao vento,
Abençoados em cor de mel,
Olhos que penetram como magia,
Contagiam e enfeitiçam quem te olha.
Mulher do Outono, com teu manto...
Felina na noite, anjo de dia...
Segues o teu caminho...
Como a folha que se desprende do seu ramo.

Foto de Ronita Rodrigues de Toledo

ESTAÇÃO

Primavera de amores
que se encontram na estação,
onde o trem traz muitas flores
E carrega a solidão...

O verão se aproximando
e o oceano a festejar.
A tarde o sol no o horizonte.
De noite a lua a brilhar...

O outono tao valente
chega como turbilhão,
vai despindo a paisagem,
de manha folhas no chão.

O inverno que não tarde
traz a chuva repentina,
em garoa ou tempestade
vai regando a campina.

Estação de Velhos anos
com o tempo a transportar,
Não tem flores, nem amores,
Nem a lua a brilhar...

Primavera é solitária,
no verão, sol ofuscou...
O outono hiberna sonhos
que o inverno atinou...

Ronita Marinho - BN

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