Vou andando por aí
meio afobada
a procura de mim...
Corro ruas,avenidas,
dobro esquinas,
vou de encontro
a contra mão.
Meu relógio parou,
é inverno
o sol se ofuscou...
Escrevo o passado a giz,
apago as tristezas
e arrisco dizer
que fui feliz...
E o vento da noite
vem me falar:
-A vida é mesmo assim!
Posso e falo por mim
que ontem bramia
com a tempestade no mar
e hoje sou briza solitária
na noite fria a sussurrar...
E... vou andando por aí
na companhia
do meu grito calado,
escalando o abismo
que há em mim...
Vou em busca de outros braços
para abraçar meu abraço
e eu possa, quem sabe um dia...
encontrar-me
em fim...
Ronita Marinho - BN