Olhos

Foto de diny

DELÍRIOS

DELÍRIOS

Eu sempre te amei, Anjo te amei
Com o coração a latejar
A morrer de amor
A delirar sonhando:

Ah... O teu olhar
Essa tortura
Essa loucura de olhos verdes
A fixar êxtase em minha alma.

Ah o teu riso...
A sonoridade inconfundível de teu riso
A sugerir amenidades ao meu ouvido
Com o teu sussurrar
Inundando a minha vida
Com um singular sentido.

E os acordes que tuas mãos deflagram
Quando tateiam meu corpo
Ardente de paixão
Ah os acordes...
Esse conjunto inédito de sensações
Deixando esse traço de eternidade no coração.

Ah a tua voz!...
Essa delícia louca
Essa doçura me invadindo
Consumindo-me de desejos;
Ser mil beijos em tua boca!

Ah mas isso são apenas delírios
Doces, risonhos, apaixonados, insanos
São apenas sonhos
Mas Anjo, eu te amo...
E me agarro a esses sonhos!...
Meu doce lírio.

Diny Souto

Foto de Paulo Gondim

Busca

BUSCA
Paulo Gondim
06.03.2014

Se me procurares nas ruas, talvez não me encontres
Apesar de lá, ter sido deixado por teu coração
Como restos de sonhos que não se sonham mais

Se me procurares nas estrelas, elas estão muito longe
Certamente, não vais me encontrar; nelas não há mais brilho
O mesmo brilho que havia em teus olhos, quando me viam

Se me buscares no mar, as velas já saíram do cais
Busca-me na tua lembrança, na tua saudade fria
Nos teus ais, nas sobras de nossa tão bela fantasia

Foto de Moisés Oliveira

Saudade

Impossível é o que não se pode, algo sem definição,
é como te ter ao meu lado, mas fora do meu coração.

As paredes do seu quarto guardam todo nosso amor,
no frio nos aquecem o corpo, mas queimam como nosso calor.

O tecido da sua pele é o veludo que me arrepia,
as vezes me enche de idéias, outras deixa minha mente vazia.

O clima intermitente do teu beijo me vicia em querer te beijar,
muitas vezes me esquenta o corpo, as vezes me faz esfriar.

Quando de mim estás longe, me alimento apenas de vontade,
os olhos que por ti procuram, choram lágrimas de saudade.

Foto de Arnault L. D.

A caixa da caixa de música

Ainda sonho consigo;
é quando a razão se cala
e não mais sou dono de mim.
E ao seu encontro sigo,
mais uma vez encontra-la,
para mais uma vez sem fim...

Quando sonho e não penso
é em você que eu moro.
Onde o querer diz que amo
e me entrega, tal incenso,
a subir aonde ignoro,
onde o eu não açamo.

Apenas no devaneio,
quando esqueço, me esqueço;
e inda é a maior razão,
minha riqueza, um veio
de fortuna, aonde desço
a colher estrelas no chão.

Minha alma e sentimento
esperam quando adormeço,
para impunemente a amar.
Nestas horas sem intento,
só o amor fala o que esqueço,
rasga-me o peito e vai voar...

Sob uma lua antiga,
de luar, azul, a cobrir
fecho os olhos para sonhar
dentro doutro que o abriga:
Um beijo... desliga o existir,
e resta só de nós o ar...

Foto de P.H.Rodrigues

Novo Amanhecer

Do monte,
Seus olhos presos num horizonte além
Sua alma feito refém,
Da batalha que começara

Seu exilo invejado
Pela ilustre Águia Real
Libertou seu vigor acorrentado

Por batalhas de um passado
Que eram futuro no presente
Visões de um resultado inexistente

Do monte, seus olhos libertos
De uma guerra fantasma
Traçavam planos concretos
Rumo ao reino que de lá avistara.

Foto de CarmenCecilia

ADEUS...

ADEUS

AQUELE QUÊ DE ADEUS
NOS OLHOS TEUS...
OU NOS MEUS...
QUANDO CRUZARAM COM OS TEUS

AQUELE QUÊ DE ADEUS...
DO QUE FOI MEU...
DO QUE FOI TEU...

AQUELE ADEUS
DE PROMESSAS
DE FESTAS E FRESTAS...

AQUELE ADEUS...
DE DANÇAS
MUDANÇAS

AQUELE ADEUS...
DOS ANOS
DOS PLANOS,

AQUELE ADEUS...
QUE SE DEU...
QUE DOEU.
AQUELE ADEUS...
DE UM AMOR COMO O TEU...
DO NOSSO CÉU...

AGORA...
LEMBRANÇA AQUI MORA...
E NÃO VAI MAIS EMBORA...

CARMEN CECILIA
28/01/2014

Foto de fr94filho

Amanhã é Novembro

Andávamos juntos,
Carícias trocávamos
E em cada olhar
Sobravam sorrisos.

Semanas se calam
Hoje já não se houve o passado,
Ontem já fazia meses de partida
E tempos em que meus olhos ardem.

Amanhã é 10 de Novembro
E você não voltou,
Amanhã você volta?
Não fique presa aí em cima,
Pois sou capaz de ir buscá-la.

Olhos se fecham,
Não quero acreditar,
Que já faz tantos anos
Que perdi meu futuro abraço,
Meu futuro beijo, futuro amor.

Foi difícil aceitar,
Sorri ao invés de chorar,
Tive de ser forte,
Precisava ser forte,
Só queria sorrir pra você aquele dia.

Saudades imensas
Futuro incerto.
Talvez haverá outra pessoa
Capaz de lembrá-la, ou não…

Não, já é 10 de Novembro
E você não voltou,
Você vai voltar?
Se aprendeu andar nas nuvens,
Seria capaz de me ensinar?

Não, já é 10 de Novembro
E você não voltou,
Você vai voltar?
Não fique presa aí em cima,
Pois sou capaz de ir buscá-la.

Foto de Arnault L. D.

Um pouco além da estrela

Eu a procurei a um passo atrás,
num sempre assim, sempre quase,
entre as palavras e canção
que na surpresa vem, lhe trás,
num tema, um nome, uma frase
que reverbera ao coração.

Busquei nas horas tardias
nas quais só a mudez lidava,
a distância a medir nos astros,
saltando as estrelas, frias...
Pousei na Lua que passava
pelo carvão do céu sem rastros.

Em meio a noite eu fervo,
de uma febre que me arde
e deliro, eu, seu amante...
Beijo o seu beijo... O nervo
exposto do sentir já tarde,
a dor de lhe amar distante.

Banhado por gotas de suor,
sou molhado de sal no calor
e por meus olhos, marejados,
confundo o gosto deste amor
ao da lágrima, do mar, sabor
do beijo, e do choro, somados.

Mas, a procurei assim mesmo,
no mel esparso da fruta azeda,
na pouca visão da madrugada,
e no sol, que me cegava a esmo.
Na entrelinha e folha perdida,
na pauta em branco inacabada...

E se o deserto me convide
buscar em miragens, e no nada.
Trarei na areia, riscar seu vulto.
No delírio, oásis, uma vide...
vinho doce à uva fermentada,
clara faz sua sombra, no oculto.

Foto de Albino Santos

VOLTO

Volto
mais saudoso a este “canto”
onde a palavra se renova dia a dia
onde tudo nos toca com encanto
onde nasce o sol da poesia

Volto
aos devaneios de olhos indiscretos
aos sonhos e desejos repartidos
aos encontros breves e secretos
ao deleite dos frutos proibidos

Volto
à vertigem de inéditos sabores
ao calor das palavras e sentidos
trazidas na voz de outros rumores
que segredam beijos aos ouvidos

e quando a noite cai dentro de nós
sai-me do peito um verso comovido
que se ouve como o eco reflectido
no som da minha própria voz…

Foto de Alexandre Montalvan

Teu Pranto

Teu Pranto

A água que desce de teus olhos
encharcam meus sentimentos
que
transbordam em meu coração.

E morta de medo escorre pela face
rola no ar
e cai em minha mão.

Quente salgada a água
faz-me lembrar o mar.

Um mar de ondas em queda
rugindo na noite em meio às trevas
borbulhante, intocado
varrendo o vento em teu rosto, teus cabelos.

Gotejando lentamente a tua tristeza.

Alexandre

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