Notas

Foto de Xandi Puglia

VOCE, POR MIM

Como petala branca
De flor despetalada
Fechada com tranca
Num livro guardada

Junto com a lagrima
Um dia chorada
Borrando o poema
Na folha amarelada

Tao Branca
Sua pele . . .
Delicada

Como um brilhante
Pela luz cortado
Ou coracao amante
Quando saciado

Revela sua alma
7 notas , 7 cores,
Sinfonia de flores
Paraiso desenhado

Brilha, Brilhante
Teu olho . . .
Molhado

Como ave com sede
Longe do rio
Peixe, na rede
Morrendo vadio

Palhaco
Em branco e preto
A Banda no coreto
De um parque vazio

Me Sufoca de sede
Teu Labio . . .
Macio

Foto de Boemio

Para meu Anjo Bom

Grandes pessoas não choram a toa
O barco navegando em sua proa
Resiste à tempestade,
Portanto hei de resistir também
Pelo meu bem
É melhor que seja verdade,
Durante muitas vezes me perdi no vazio
Que quando me sinto completo sem frio
Fico confuso com essa nova realidade,
Eu queria apenas rir e compartilhar
Todos os momentos bons dos meus sonhos
Que se dissiparam vendo seus olhos tristonhos,
Por que teve que ser assim, por que tenho que te amar,
Já não bastam os anos que perdi acreditando no amor
Agora também tenho que sentir dor,
Se a indiferença não fizesse parte do seu olhar
E não visse no seu semblante cansado
A liberdade que me prende
Talvez ficasse calado,
E isso talvez também fosse melhor pra mim,
Assim não saberia que te amo,
De um amor desalmado.
Anjo bom, Anjo bom
Grandes pessoas não choram,
Anos tristes são esquecidos,
Notas falsas são queimadas,
As asas crescem novamente
O amor é ridículo Anjo bom
Anjo do bem, a luz não se mistura
Anjo bom, Anjo bom...

Foto de Tati Netto

Quetionamentos

Se Antônia me pediu a manteiga por que lhe passei retóricas?
Se era possível entender àquelas aulas porque as notas não mudaram de tom?
Se os aborígenes lhe causam estranheza por que, para mim, são a imagem da perfeição?
Se afirmam ser gostoso café com leite por que tenho esteoporose?
Se a realidade é tão palpável quanto dizem, com que mãos, com que pele, posso sentir meu filho morto?

Foto de Ednaschneider

Notas musicais

Vou compor a melodia mais silenciosa que existe.
Será com as notas do meu coração.
Sairá uma música um pouco triste,
Mas conterá nela toda minha emoção.

Dó... A primeira nota será o Dó
Que dó, que pena, nosso caso acabou!
Sinto-me tão pequena, sinto-me tão só.
E a mulher feliz que fui não mais sou.

Ré...Reparem como estou chorando
Não consigo me controlar
Meu coração está sangrando
E lágrimas dos olhos querem rolar.

MI...Misturei a música na solidão.
Não consegui separar, a música e o sentimento.
Ficou a melodia da paixão
Para ter na alma um acalento.

Fá...Fazer o que para te esquecer?
Bem que gostaria, mas não consigo;
Então a solução é desabafar
Nas linhas de um caderno amigo.

Sol...Venha me esquentar.
Tire essa friagem chamada tristeza.
Aqueça-me e faça meu amor voltar
Pois se perdeu nas correntezas.

Lá...Lá nas correntes da vida.
A vida que às vezes é tão cruel...
Estou me tornando uma pessoa sofrida.
Por esse amor que já me levou até o céu.

Si...Sim...Farei uma melodia
Com as notas do meu coração
Caso saia uma música triste e fria...
Não me culpem... Culpem a desilusão.

05/05/07 Joana Darc

(Este poema é registrado.Copyright: Todos os direitos reservados à autora dos mesmos,não devendo ser reproduzido total ou parcialmente sem a prévia permissão da respectiva autora, estando protegido pela lei, ao abrigo do Código dos Direitos Autorais)

Foto de Gaivota

* QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA....MINI-CONTO

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QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA

Possuo amigos.. algo de bom, deveras bom.. ser escutado é uma parcela da existência rota e vagabunda de todo escritor. Por um lado amado e por outro amaldiçoado...ou será alma dissociado.? Eternamente mal encarado.. Descarado!
Foi assim.. resolvi sair do casulo onde guardava a mente estúpida entre dedos ao molho campanha e decidi: É agora ou nunca. Não tenho papas na língua e vomito prazeres ou delírios, não guardo pensamentos em vão.
Jogo na vida, nas páginas pretas que passeiam virtualmente a espera de manchetes sangrentas que o povo aguarda roendo unhas.... Onde estão as notícias trágicas? Quem morreu? Onde aconteceu o tiroteio da última avenida manchada de sangue onde moscas e bactérias transitam em fome absoluta?
Saído do lar em perfeita harmonia aconchegante, onde a boca enorme mamava azul ondas deslizantes de dias coloridos abraçado a mãe natureza. Eu pérola expelida.
Caminhei arrastando dedos estúpidos no ritmo da maré e cheguei ao asfalto onde percebi o primeiro tiroteio..
Era a maré! Não..! Não a minha onda que sobe e desce em ritmo cardíaco... era sangue desfeito em pólvora.
Era o cheiro fétido da morte alisando minha cabeça. Era a gosma que sobrou.. era a dor.
Perfurada alma docemente azul que dentro de mim criou-se, vi com estes olhos que comem estrelas sorridentes, corpos estendidos na poça da vida... Na fome, na miséria humana... nas mãos armadas.. nos ratos que passeavam por entre vísceras e fuzis....
Vi que o mundo não parecia o lar-pérola azul-negritude....
O lar era a briga de gangues, era a necessidade de poder, eram notas e notas de dinheiro ensangüentado, era o desejo mórbido de comer algum pedaço de coração humano..era o pseudo existir nas línguas do fogo cruzado. Era matar! Matar! Matar..
Engoli a lágrima escorrida, lambi meu beiço na voracidade do desejo...desceram lágrimas sal doce aportando a garganta e fizemos sexo... Eu, a lágrima e a cama desfeita de meu ser. Ali no silêncio da garganta entrei em transe....nossos corações batendo no desespero selvagem dos prazeres...

RJ- 08/11/2006
** Gaivota **

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Foto de Minnie Sevla

Gota

Queria te tocar.
Como uma gota d’água,
que desliza suave pelo teu corpo,
fazer deste instante algo mágico, alucinante.
Usar de uma sintonia perfeita,
prover todas as notas musicais.
Fazer-me presente, neste desejo ardente de te amar.
Até que o dia amanheça...
e nossos corpos já exaustos pelo furor do sentimento,
adormeçam mansos, calmos, nús,
fim deste caminho onde a gota se desfaz
e deixa o contentamento,
que só o amor é capaz...

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos

Quando eu era adolescente, meu pai incentivava os filhos a estudarem, para as provas finas, usando uma estratégia muito sedutora: Me diga o que quer ganhar no fim do ano, se for aprovado em lhe dou. Era um tal de estudar como nunca antes. Em certa ocasião meu irmão Aristeu, tratado por Teco, um ano mais novo que eu e hoje arquiteto, pediu um violão, de verdade, e se comprometeu a estudar para passar de ano. O Velho achou que ele poderia ter escolhido uma coisa mais apropriada a um garoto de 12 anos, mas não deixaria de cumprir sua parte no trato. Pois bem, o Teco passou de ano fácil.

Numa noite, chegando das minhas amadas peladas em rua de paralelepípedos, ou das caronas, pendurado nos estribos dos bondes, até hoje tradicionais do bairro Santa Teresa, morro contíguo ao centro do Rio de Janeiro, entrei em casa todo suado e sujo. Eu amava, mas minha mãe detestava isso: Direto pro banho, menino! Não encosta em nada! Como eu adorava esportes. Sentir o corpo suado, o corpo-a-corpo às vezes perigoso das peladas. Gostava de sentir o limite dos músculos, de ser íntimo da dor física controlada. Jogávamos mesmo à noite, a luz tênue dos postes distantes, ainda do tipo incandescente, refletindo nas pedras do calçamento. Que saudade da minha meninice... Bem, então voltando ao violão, entrei em casa e dei de frente com ele em cima da cama do meu irmão.

Fiquei fascinado. Era lindo e novinho em folha, brilhava demais. De boa marca e corpo grande, era até algo desproporcional para meu irmão. O velho não fizera por menos, mas era seu jeito. Era calado, emburrado em casa, gastava dinheiro nas farras, porém nunca foi sovina com os filhos. Não resisti à tentação e peguei o violão para experimentar. O som era bem mais alto do que o dos violões que conhecia, e chamou a atenção do Teco, que logo apareceu. Reconhecendo-me suado, devolvi o instrumento ao seu dono. Afinal de contas, eu também havia passado de ano.

Começaram as aulas de acompanhamento, os primeiros acordes, mas também logo vieram as primeiras bolhas na ponta dos dedos. Meu irmão não superou essa fase e em alguns poucos meses, o violão já havia ganho um lugar escondidinho para ficar, entre o guarda-roupas e a parede, no canto quarto. Ficou ali por vários meses. Um dia, vendo-o ali abandonado, tornei a pegá-lo e me assustei quando ouvi algo cair no chão. Despencado sobre os tacos de madeira clara, estava um livreto que me apressei em pegar do chão. Era um Método Prático Para Violão e Guitarra. Folheando-o compreendi que eram cifras para acompanhamento. Foi um momento mágico. Não pude naquele momento imaginar, que era apenas um pequeno instante, o despertar de um amor que me acompanharia, uma emoção que se repetiria pelo resto da vida.

Lendo o método, exercitando e, principalmente, observando alguns colegas que já sabiam tocar mais que eu, em pouco tempo já sabia o básico de acompanhamento e já me arriscava em solos iniciais. Gostava tanto que suportei as bolhas. Como bom aqüariano, não me contentava em tocar e cantar as músicas da moda. Com pouquíssimo tempo de aprendizado, já fazia minhas primeiras composições, ainda muito simples e com letras ingênuas. Mas era nisso que queria chegar desde o início desse texto: o violão me levou a começar a compor letras. Na escola, minhas notas em Português (na época se dizia Linguagem) eram sempre as mais baixas, detestava. Que ironia, hoje amo escrever.

Embora adolescente, muito novo e sem experiência de vida, quando escrevia letras para as minhas músicas (compunha ambas ao mesmo tempo) tinha a sensação plena de ter domínio sobre o que escrevia. E vivenciava aquelas emoções de verdade, sem tê-las jamais experimentado. Os adultos da família não entendiam bem. Mas nunca me senti inseguro. Era como se eu já soubesse fazer aquilo há muito tempo. Vejam como, com cerca de catorze anos ainda, eu me via “grande”, até pretensioso, nessa letra que pertence à minha primeira composição:

“Vida, vida minha
Não te perdoarei jamais
Por ter levado o molequinho...
Isso não se faz”.

Ora, eu me esqueci de que ainda não era mais que um moleque! Embora já andasse com mania de ralador, não tinha ainda tramas de amor para contar. Mas vejam o tipo de sentimento implícito nessa outra letra, da mesma época ou pouco mais:

“Vou partir
Pra bem longe
Vou-me embora
Deixo aqui meu coração
Minha casa, meu portão.

Ah, se um dia
Eu pudesse voltar
Eu iria ver de novo
Minha terra, meu lugar
E os meus tempos de criança
Poderia recordar”.

Alguns anos depois, pela primeira vez na vida senti a receptividade de pessoas que não eram familiares. Me inscrevi, por exigência de um grupo de amigos, num festival escolar de música. Escolhemos juntos quatro músicas minhas. Aquela que mais gostávamos foi apresentada pelo grupo todo, mas estávamos tremendo demais para tocar e cantar no palco improvisado. Os jurados não ouviram nada e “Santa Terra” foi desclassificada. Vendo minha tristeza, uma jurada, professora de inglês, veio me explicar o critério utilizado diante da dificuldade de julgar. E nesse dia aprendi a amar e odiar os critérios.

Porém, como reaprenderia em muitas outras ocasiões futuras, a tristeza dá sentido à alegria, assim como as sombras à luz. Com as três músicas restantes, que apresentei sozinho, voz e violão, consegui o segundo (Vou Partir), o terceiro e o quinto lugares do festival. Não obtive o primeiro lugar, mas os prêmios foram pagos em dinheiro e voltei pra casa rico, considerando a situação financeira da época. Mais rico do que o vencedor, que tinha uma música belíssima.

Os anos vieram e a vida mudou muitas vezes. Os campeonatos estaduais de vôlei, o trabalho, a faculdade, o casamento e o descasamento, a vida é uma sucessão de sonhos e pesadelos. Mas também uma grande escola e isso se reflete no produto do artista. A poesia seguinte na verdade é letra de uma música, composta no anos noventa. Sempre fui um apaixonado pelas manhãs. Em uma prosa cheguei a afirmar que elas também foram feitas à imagem e semelhança do criador. Tendo que recomeçar minha vida, tornei-me um amante ainda mais apaixonado pelas manhãs, a ponto de amalgamar as minhas amadas e as “Nossas Manhãs”:

“Porque são as manhãs
tão humildes manhãs
Saram o que as noites cortam
Lavam, abortam estrelas vãs
Vem, que me desperta
Essa rosa madura
Sob a renda flerta
Captura o meu instinto, vem
Me joga no orvalho do jardim.

Vem de mim por ruas dormidas
Que dores banidas
Não despertarão tão cedo
E ninguém contará a ninguém
Que ainda tenho medo
Porque são as manhãs
Tão humildes manhãs.

Porque são as manhãs
Tão lúcidas manhãs
No estreito vão da janela
Um corpo que foi meu se esfarela
Num rastro distante
Guardo os pássaros no peito claro
Ardo e perto me declaro amante
Vestindo as chamas
Que restam das velas
Dançando com elas beijo
Beijo e protejo o seu despertar.

São nossas primícias, nossas milícias
Cavalgadas e reconquistas
Quando o sol entrar pelas janelas
Jamais sairá nas revistas
Mas são nossas manhãs
As mais belas manhãs
As mais belas manhãs”.

Não considero que esse texto tenha esgotado o assunto. Gostei da idéia de mostrar poemas e letras de músicas como pedaços pedaçudos de uma sopa auto-biográfica. Creio que aqueles que tenham gostado poderão esperar mais.

Foto de Abner Marques

Esperança dum tempo que passou.

Palavras do coração
São belas quando a paixão
Ao rever todas expressões que me penetram
Com um suave toque de rosas.

Mexeu e abalou meu intimo ao revelas
O que outrora sentia
Ao recitar com uma mistura de letras
Uma emoção celeste entre a inépcia e o momentoso.

Enquanto nascia em mim o desejo
De tocar as mais tremulas notas
Voltando de um estado onde meus próprios dedos
Permaneciam nas migalhas da sorrateira morte.

Onde vejo o sonho se confundir
Nos domínios do real que não suplicamos
Volto às sombras destes encantos
Onde Jeová a aconselha voltar.

(Abner Marques)

Foto de Hisalena

As tuas mãos...

As tuas mão tocam a minha alma
como um rio toca o leito onde corre,
são águas correntes de paz e calma
onde a vida se renova e nunca morre.
As tuas mãos tocam a minha vida
como música saindo de um piano,
são chuva caindo na terra ressequida
onde a seca trouxe vazio e dano.
As tuas mãos tocam o meu ser
como a brisa que corta a manhã,
são as notas soltas do meu viver
que compõem esta minha esperança vã.
As tuas mãos! Ai, as tuas mãos!
As tuas mãos tocam-me sem me tocar
não passando de uma doce miragem,
com elas apenas me limito a sonhar
nos sonhos em que tu és personagem!

Foto de M.Veríssimo

Acabou a musica

Acabou a musica que compusemos,
em nossos pensamentos ditosos...
dedos trémulos ansiosos expusemos
no teclado de corpos sequiosos.

Acabou a musica que delicadamente,
no instrumento da tua alma toquei
notas graves vibrando infatigavelmente,
percorrendo segredos que ocultos acariciei.

No tambor de tua pele aveludada
escrevemos versos em tons de gemidos...
mas acabou a musica na qual alterada,

nos embrulhámos suados em sustenidos
e orgulhosos tocámos música transpirada
maestros na orgia dos sentidos.

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