Marido

Foto de Lou Poulit

São Jorge e o Dragão

Sentados em bancos tipo meia-bunda, Hermes e Cuia haviam acabado de chegar ao balcão da birosca. Cuia era bebedor dos bons. Mulato quase negro, de fala mansa e bigodinho de chinês. Bom malandro, sobrevivente a tudo. De terno e gravata daria um excelente relações públicas. Só bebia cachaça e tinha preferência: Ô Portuga, dá meu marimbondo aí! Já seu amigo Hermes era letrado. O Vela, como era chamado na adolescência, era magérrimo, branco como um defunto, parecia meio lento em tudo. Havia se afastado dali por alguns anos e nesse tempo fez faculdade, arrumou emprego, casou, separou, casou de novo, separou de novo, casou mais uma vez... Continuava mal bebedor, pedindo a mesma marca de uísque: Ah... Bota qualquer um aí, Portuga.

O Cuia só observando. Em sua cabeça um silêncio era bom conselheiro: gozado, o tempo passa e as pessoas vão se misturando. Aquela que conhecemos desde dos tempos das pipas e peladas, agregam-se com outras que não conhecemos ainda, mas parecem tão importantes quanto as antigas, senão mais. E todas se dão muito bem umas com as outras, dentro do mesmo corpo.

Era manhã de domingo, dia de decisão no campeonato local de futebol. A birosca na encosta da favela já parecia lotada. Se a polícia chegasse de repente, com certeza ganharia o dia, porque já era quase impossível aos de dentro vigiar os que viessem de fora. O tumulto pacífico da birosca era como o Hermes. Com o passar dos anos alguns não arredam pé. Outros, desconhecidos, chegam, depois voltam e vão ficando. E outros tantos somem, por algum tempo ou definitivamente. Mas a birosca ainda era a birosca do Portuga e as alterações individuais não modificavam muito a mistura. Fora a fauna birosqueira, tudo mais parecia continuar nos mesmos lugares: as garrafas de bebidas mais caras, os salames e enlatados cobertos de poeira, no nicho de táboa a lâmpada devia estar iluminando o São Jorge que, a despeito da ausência de uma lança, não fora ainda comido pelo dragão, apesar de tantos anos de luta. O próprio Portuga sempre se dizia convencido de o aquele dragão enchia a cara de madrugada, depois que fechava as portas, e que só por isso não conseguira ainda comer o santinho.

O Hermes agora tinha uma identidade virtual, a julgar pelo palavriado que estava usando e que provocava a indignação dissimulada dos bebuns mais próximos: sabe, Cuia, o Portuga devia deletar aquele mictório compactado... Como é que é? – Espantou-se o amigo. É verdade, mermão... Aquilo é um banco de vírus! O Portuga é meio lento mesmo. Ele quer que esses caras acertem uma latinha daquelas. Já viu bêbado bom de mira?... Não – Cuia achou melhor não interromper – Nunca vi não... Então, Cuia, pra começar você tem que se espremer pra passar na portinhola. Só nisso já vai um risco. Depois tem que segurar a bebida, o cigarro, a portinhola... A portinhola?... Claro, mermão, vai que alguém deixa pra última hora e entra lotado. É uma senhora “portada”!... Riram-se os dois e o Cuia completou: É o que chamo de um arranca-rabo!... E o cara que não queria encostar em nada... Vai chegar em casa todo molhado – Hermes interrompeu - e a dona encrenca vai inserir o cara na casinha do quintal, vai passar a noite junto com o Totó!

Ô Hermes, por falar nisso, cadê a Laurinha?... Laura? Ô Cuia, que estória é essa de “por falar nisso”? Eu nunca dormi com o Totó não. Você precisa ler as atualizações do meu perfil... Ler as atualizações... – Repetiu o outro perplexo. E faz isso rapidinho, porque eu tô saindo, Cuia... Você tá saindo... Já vai embora?... Que vou embora, cara? Quis dizer que tô desistindo das mulheres dos outros... – e aproximou-se do ouvido do amigo – Estou apostando todas as fichas na mentirinha... Que mentirinha, Hermes?... Ô rapaz, aquela gata gorducha, que trabalha na “lan house”, vai dizer que nunca viu?... Sei, da loja de internet ali no fim da ladeira. Mas não era a Laurinha a razão da sua vida?... Laurinha nada... Se arrumou com o dono da firma, agora desfila de gerente... Ô meu irmão... – O Cuia mostrou-se penalizado – Que azar... Azar? Você não sabe da missa a metade. Depois dela já tive a Mariazinha, a Teresinha e a Socorrinho... É mesmo Hermes?... Tô te falando, Cuia, mulher dos outros agora pra mim é homem!... Nenhuma delas deu certo, né?... Não podia dar: A Mariazinha só queria saber de ganhar coisas caras... Ih, mermão, isso ia te deixar na miséria... Deixou mesmo. A Teresinha no início era uma santinha, o marido tinha sido atropelado, vivia numa cama, e ela passava o dia fazendo sexo pelo computador... Mas isso não resolve, Hermes... Não, a gente saía toda semana... Então, qual foi o problema?... Ela acabou viciada, Cuia. Perdeu a fibra... Como assim, não era a sua mulher?... Não!! Era mulher do computador!!... Ô Portuga, dá mais um aqui pro Hermes!

Cuia precisou pedir mais bebida para dissimular. Tinha muita gente em volta olhando, querendo saber quem era aquela tal mulher do computador. Sem se dar conta e parecendo soterrado de alguma culpa, Hermes foi se explicando: Mas a Laura, ô Cuia, ela não foi a única culpada, sabe? Porque quando comecei a desconfiar dei de ficar deprimido. Depois, sabe... Eu não dava mais cem por cento, depois nem oitenta, e foi diminuindo, diminuindo a transmissão dos dados... Entende?... Os dados? Ah, sim, acho que entendo. Mas e a outra?

Quem, Cuia? Já te falei, depois foi a Mariazinha... Me deixou numa miséria de dar gosto. Ô acesso caro aquele, sô... Aí eu não podia mais fazer outras coisas das quais gostava e sentia falta, não tinha grana pra nada. Estourei o cartão de crédito. Ninguém olhava mais pra minha cara, mermão... Tentando entender melhor, o Cuia perguntos pelos dados... Ah, a transmissão voltou a cair, né? Chegou a menos de um quilobite por segundo! Ô desespero o meu... Por que você não fez uns programas, pra variar?... Programa, não fiz nenhum, Cuia. Mas baixei tudo que pude baixar. Todo dia era dia de “down”... E nada de “up”... Nem um cachorrinho? – O Cuia perguntou brincando, para tentar levantar o astral do amigo... Nem um, era só cavalo-de-tróia!... Essa eu não conheço ainda, mermão... Nem queira, Cuia. Depois você tem que fazer uma faixina geral. É muito chato mesmo. E se perdesse o HD nunca mais vinha aqui beber com você. Em falar nisso, ô Portuga! Cadê o meu uisquinho?... Já vos dei, ó pá!... Tão dá outro!

Da posição em que estava, Cuia percebia o interesse crescente dos bebuns em volta na estória do Hermes, mas achou melhor não interromper. O amigo devia estar precisando desabafar. Depois, eles não poderiam mesmo entender aquele dialeto de informática. Também não entendia bem. E o Vela continuava falando: Agora a Teresinha, Cuia, nas primeiras vezes aquilo chegava sem jeito, olhando pro chão... Mas dali a pouco a santinha virava o demônio com rabo e tudo. Caraca, mermão! – O Cuia completou – Você só no piloto-automático... É isso, Cuia, o navegador era dela. Ela que escolhia a página... E num tinha anúncio não!...

Ao ouvir tais palavras, um dos bebuns já bastante calibrado, amigo dos tempos das pipas, chegou-se ao ouvido do Cuia e perguntou: Ele tava vendo televisão ou o que?... O Cuia dissimulou: Ainda não sei, mermãozinho. Fica na tua aí, na moral. Deixa o cara acabar de falar, valeu? O bebum voltou meio inconformado pro canto dele e o Hermes falando: Mas foi assim só nas primeiras vezes. Pôxa, Cuia, eu já tava apaixonado por ela quando, numa tarde, começou a balbuciar umas arrôbas diferentes... Que arrobas, Hermes?... Endereços, Cuia... Ah, dos outros amantes dela?... Que outros amantes? Amante era eu, o resto era virtual! - Hermes indignou-se, deu um murro na táboa do balcão e pediu mais uísque. Do seu canto, sentindo-se desprezado, o bebum disse com a voz lenta: Taí... Que machão que ele é... E recebeu um olhar enviezado do Cuia.

O Vela nem se dava conta do que acontecia à sua volta, ia desfiando o seu rosário enquanto a audiência dos bebuns aumentava: Eu não queria bloquear nem excluir a Teresinha, mas a cada nova tentativa ficava pior... Aí conheci a Socorrinho, que também era Maria, Maria do Socorro... E qual era o problema dela, mermão?... Não era ela não, Cuia. O problema era o marido dela... Ué, por que?... Porque o cara tinha mais de dois metros de altura, era muito forte e ruim que só o cão... E ele sabia que era chifrudo?... Sabia, mas era apaixonado pela Socorrinho e já tinha mandado dois pra lixeira, cara!... Ih, canoa furada, Hermes... Então uma tarde ela me chamou na casa dela... E você foi, maluco?!... Fui, ela me disse que estava precisando de um desencanador... Ocê é doido... É foi doidice mesmo. Quando eu pensei que ia carregar o arquivo, a trezentos kilobites por segundo... O cara te deu o flagrante... Não, tocaram a campanhinha... Ô mermão, ninguém toca a campaínha pra entrar na própria casa... Pois é, mas já derrubou a velocidade, né? Era o filho da vizinha. Ela despachou o moleque a agente voltou pro matadouro...

O bebum desprezado era um bebum respeitado. Toda hora fazia uma careta, ou um gesto, e os demais bebuns, formando já uma meia-lua às costas do Hermes, trocavam impressões. Percebendo tudo, o Cuia tentou levantar a moral do amigo: Aí você fez o couro comer... O bebum balançou o dedo indicador e fez beiço, querendo dizer que não acreditava. O Hermes respondeu: Mais ou menos, Cuia... Os bebuns metidos a jurados dissimularam uma estrondosa risada, quando o bebum desprezado saiu da birosca fazendo uma porção de gestos. Mas não demorou muito, alguns minutos depois lá estava ele novamente, pedindo licença para passar e voltar ao seu canto. Que mais ou menos é esse? – Perguntou o Cuia. Eu disse mais ou menos porque quando o programa estava quase carregado, ela me sussurrou que ouvira um barulho na cozinha. De repente o cara entrou no banheiro, já tirando a roupa, e quando me viu perguntou o que eu estava fazendo ali... E você, mermão, por que não pulou a janela?... Que janela, Cuia? Primeiro porque não tinha uma por onde eu pudesse passar. Segundo porque o banheiro era tão pequeno e o cara tão grande, que eu tinha a impressão de que éramos duas sardinhas numa lata. Ou melhor, uma sardinha e um tubarão! Que coisa, rapaz. Ele entrou tirando a roupa e eu tentando vestir a minha!... E aí?... Ai eu disse que já sabia qual era o problema... Como assim, Hermes?... É, mermão. Vou explicar: Quando corri pro banheiro, logo vesti a cueca. Aí ouvi o cara falando que havia chegado o caça-vírus. Então, em vez de por a roupa, eu desenrosquei o sifão da pia e abri a torneira. Só não deu tempo de abotoar as calças... E o cara caiu nessa? Mas que otário!... Bem isso eu não sei. Porque eu disse a ele que no dia seguinte voltava pra tirar o entupimento. Ele me pediu que saísse do banheiro porque queria olhar o serviço. Enquanto ele olhava eu fui saindo. Quando pus o pé na rua, mermão, desembestei que nem a mula-sem-cabeça! E ainda passei uma semana correndo. Vendo o cara atrás de tudo que era poste.

A turma de bebuns já não dissimulava mais as risadas e os julgamentos. E já não era composta apenas de bebuns, nem somente de homens. Haviam chegado mais torcedores e algumas prostitutas mas, devido a bebida já em conta alta e ao peso das lembranças, o Vela não se importava. Expunha-se ao ridículo, despertando a piedade de alguns. Cuia não sabia mais o que fazer. Pensava em como levar o amigo para casa, enquanto ele ainda pudesse andar com as próprias pernas. Mas de repente o Hermes se empolgava e recomeçava a falar, sem tramelas na lingua já melosa. Estava claro que ele não se submeteria a nenhum conselho: E tudo por causa daquela piranha, Cuia! A gente era feliz. Eu percebi muito antes e falei com ela. Disse que o Afrânio ia querer lotar o disco, secretária novinha, com tudo no lugar, se sentindo importante... É, o cara foi esperto... Ela é que foi uma vagabunda! Eu avisei antes, ela aceitou porque se entusiasmou com as gentilezas do Dr. Afrânio – disse o Hermes com desdém... Mas clama, mermão, isso agora já é passado. Esquece essa estória e vai em frente. Você não quer pegar agora a mentirinha? Então pega e esculacha, mermão. Vai te fazer esquecer as outras. Inclusive a Laurinha... Ah, a Laura não, Cuia. Eu não consigo esquecer o que ela me fez. Nunca, jamais vou perdoar aquela mulher. Se encontrar com ela na rua eu arrebento a piranha de porrada.

Sem sair do seu canto, o bebum desprezado balançava o dedo e fazia beiço. Os demais, já em franco debate, se dividiam. As prostitutas, em grupo, se defendiam. Alguns torcedores defendiam as prostitutas, para que tivessem o que fazer depois do jogo, afundar a mágoa em caso de derrota. O Portuga não tomava partido, bastava-lhe vender bebidas para todos. No fundo todos se divertiam, aproveitavam o fim-de-semana. Até o dragão se divertia com aquele São Jorge sem lança! Menos o Vela. Estava realmente consternado, não parava de imaginar formas alternativas de trucidar a Laura. E usava as opiniões dos bebuns para reorientar as suas tramas, curtindo a dramatização da sua desgraça, como se lhe causasse prazer. Numa dessas, ao dirigir-se ao grupo de prostitutas para ver sua reação, percebeu que uma delas saia de trás do grupo e atravessava em sua direção. Ele não queria falar com ela, era apenas uma puta, como dizia ser também a Laura. Tudo farinha do mesmo saco! – Disse em definitivo.

Quando o Hermes escutou aquela voz de mulher lhe dizendo um curtíssimo “Oi” pelas costas, imaginou que o mundo havia parado de repente. Um silêncio palpável preencheu o ambiente. O Vela tentava decidir o que fazer, sob o peso de muitos olhares. Quando se voltou para trás, viu que havia uma mulher muito bonita no centro de um pequeno espaço, obviamente aberto para ela. Apesar do congelamento generalizado, apenas o bebum desprezado balançava a cabeça, mas agora positivamente. O Hermes não conseguia articular uma só palavra. Dentro do seu íntimo encharcado de uísque “qualquer um”, tudo era escuridão, uma multidão de vultos ia e vinha, sem que ele pudesse organizar o pensamento. Não teve coragem de dizê-lo, mas não restava nenhuma dúvida: só podia ser a Laura. Queria olhar dentro dos seus olhos, pois conhecia-lhe o olhar, mas a bebida já não o permitia. E quando a mulher lhe estendeu docemente a mão, com um sorriso calmo e soberano no rosto, o Vela não conseguiu fazer resistência. E deixou-se levar lentamente para fora, pela mão, como uma criança ingênua. Atravessando o silêncio estupefato e o julgamento sem veredicto de cada um dos presentes, sumiram os dois entre os torcedores que, na rua, preparavam-se empolgados para tomar o caminho do estádio. Como se houvessem ali dois mundos paralelos, o casal e os torcedores não se confundiam, mal se notavam. Era de se pensar que não estivessem no mesmo tempo e no mesmo lugar. Uma mão imensa e irresistível parecia abrir aquele mar de gente, enquanto o casal sereno e mudo escapava dos julgamentos, sem que se molhassem sequer no suor dos torcedores.

Na birosca, foi o bebum desprezado que quebrou a perplexidade. Deu um tapa na lateral do balcão, fazendo um estrondo que deixou o Portuga furioso. Ô Portuga! Dá outro marimbondo aqui pro meu amigo Cuia, que ele está pagando o meu também – e virando-se para o mulato, que se mantinha pensativo, sussurrou - como nos bons tempos, hem Cuia? Uma a uma as pessoas foram se reacomodando pela birosca. O bebum sentou-se no banco, que o Hermes deixara morninho, disse com ar sábio: Ah, o amor. Coisa mais linda é o amor... Encafifado, o Cuia não respondeu mas quis saber: Sabe, você até pode me achar com cara de panaca, mas eu não tenho certeza de que aquela mulher era a Laurinha. Se bem que era muito parecida, não vejo há anos, mas acho que não era não... O bebum virou a sua cachaça toda de uma vez e depois ficou olhando para o chão, reflexivo, com um sorriso torpe nos lábios. Depois de um tempo, finalmente falou claramente: Não era ela mesmo, Cuia... Mas então, quem era ela?... Depois de fazer uma careta, como se rebuscasse o passado, explicou: Você não se lembra da Fátima? Não, né. A menina que vendia bala na estação do trem... Não, não me lembro mesmo... Eu conheci as duas desde pequenas, desde quando eu era um homem respeitado. A Fátima é mais nova, mas sempre foi parecida com a Laura. Depois meteu-se com aquele bandido, famoso por cortar as orelhas dos seus desafetos... O Pinga-Fogo... Isso, ele mesmo. Ele sustentava a ela e a outras molecas. A Fátima engravidou para se sentir mais segura, mas o cara apareceu cheio de buracos pouco antes do bebê nascer. Ela então andou na mão de um e outro bandido, pra manter o pirralho. Depois desapareceu de repente. Passou uns anos fazendo programas com gente endinheirada, gerentes de banco, diretores de empresa. Tem três meses que ela reapareceu, está morando no bairro aí de trás... Mas por que ela tomou aquela iniciativa?... Porque, como lhe disse, coisa mais linda é o amor...

O Cuia estava inconformado, não conseguia entender direito. Não vai me dizer que ela está apaixonada pelo Hermes?... Que apaixonada, Cuia. Ela nem conhecia ele direito... E como ela veio parar aqui na birosca?... Eu chamei, ora. Ela é puta, não é adivinha. Mas eu conheço ela muito bem. Você sabe que conheço as putas daqui. Não posso mais pagar pelos serviços delas, mas conheço bem várias delas e sou amigo delas... Que coisa de doido, quem vai pagar? Quando o Vela entender tudo não vai tirar um tostão do bolso... Nada de doido não, Cuia. Ela não veio receber dinheiro não... Como não?... O bebum parou, se ajeitou no banco e continuou: Cuia, meu velho Cuia... Eu já vivi um pouco mais que você. E lhe digo com toda a convicção: As mulheres que vivem de programa não são todas iguais. Mas são seres humanos todas elas, têm sentimento. Eu não pedi, apenas perguntei se ela queria fazer isso. Ela confiou em mim e topou fazer... Mas o Hermes não ama essa mulher... Já deve estar amando, Cuia... Não é a Laurinha... Que diferença faz, Cuia? Ele precisava amar, se regenerar, tirar o paredão de dentro dele. Você acha que o amor dele, que ele não pode exercer e não serve pra nada, é mais amor que o da Fátima, dado de graça, pela necessidade dele e por amizade a mim? E ademais ela não tem nada a perder, tem a dar. Qual o pecado nesse caso? Mas o Vela podia ter perdido a vida, lá no banheiro do caça-vírus. E noutras vezes, porque ficar pegando as mulheres dos outros...

O Cuia ainda não aceitava plenamente a conversa do amigo, porém reconhecia certa razão. E será que o Vela vai segurar a peteca? Do jeito que saiu daqui, não sei não... Ora, Cuia, ela é uma mulher sofrida, experiente, com certeza vai dar o jeito dela... Mas ele não vai se casar com ela, né?... Casar? Acho que ela não ta pensando nisso, não. Prostitutas nunca pensam em casamento numa primeira ocasião. Não é esse o trato. Se você sair com uma delas e falar em casamento, nunca mais ela sai contigo, pra não apanhar do cafetão... Mas vai que a Fátima pensa... E daí? Eu não sou cafetão, não ganho dinheiro com ela... O Cuia pediu a conta ao Portuga, pagou a cachaça e pendurou o uísque, reclamando do preço. Depois, com ar de satisfeito, disse ao amigo: bom, tomara que pelo menos você esteja certo e ela saiba acender velas. Senão, quando ele voltar aqui, vai dizer que de repente bateu um vento... Que nada, Cuia, você num entende nada de velas. Ele vai dizer que quando o programa estava carregado, caiu a conexão!

Foto de Coyotte Ribeiro

"Amor Sincero

Há muito tempo atrás, um casal de velhinhos que não tinham filhos morava em uma casinha humilde de madeira, tinham uma vida muito tranqüila, alegre, a qual ambos se amavam muito, eram felizes.
Até que um dia aconteceu um acidente com a senhora.
Ela estava trabalhando em sua casa quando começa a pegar fogo na cozinha e as chamas atingem todo o seu corpo.
O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua procura, quando a vê coberta pelas chamas imediatamente tenta ajuda-la e o fogo também atinge seus braços e mesmo em chamas consegue
apagar o fogo.
Quando chegaram os bombeiros já não havia mais fogo apenas fumaça e parte da casa toda destruída.
Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo, onde foram internados em estado grave.
Após algum tempo aquele senhor menos atingido pelo fogo saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada.
Ainda em seu leito a senhora toda queimada, pensava em não viver mais, pois estava toda deformada, as chamas queimaram todo o seu rosto. Chegando ao quarto de sua senhora, logo ela foi falando:
- Tudo bem com você meu amor? Sim respondeu ele, pena que o fogo atingiu os meus olhos e eu não posso mais enxergar, mas fique tranqüila amor que a sua beleza esta gravada em meu coração
para sempre.
Então triste pelo esposo, disse-lhe:
- Deus vendo tudo o que aconteceu meu marido, tirou-lhe as vista para que não se presencia esta deformidade em que eu fiquei.
As chamas queimaram todo o meu rosto e estou parecendo um monstro.
Passando algum tempo recuperados, voltaram para casa onde ela fazia tudo para seu querido esposo e ele todos os dias dizia-lhes, como eu te amo!
E assim viveram 20 anos até que a No dia de seu enterro quando todos se despediam então veio aquele senhor sem seus óculos escuro e com sua bengala nas mãos, chegou perto do caixão, beijando-o rosto e acariciando sua amada disse em um tom apaixonante:
- "Como você é linda meu amor eu te amo muito".
Ouvindo e vendo aquela cena, um amigo que estava ao lado perguntou se o que tinha acontecido era um milagre, e olhando nos olhos dele o velhinho apenas falou:
- "Nunca estive cego, apenas fingia, pois quando há vi toda queimada sabia que seria duro para ela continuar
Foram vinte anos vivendo ambos muito felizes e apaixonados!!”

"Por MJPA "

El Estraño....Coyotte

Foto de fer.car

MULHER

Mulher, símbolo da fortaleza, da vida, da essência, da luz
Mulher, ventre que emana amor, cuidado e zelo para com o seu feto
Mulher, palavra de fibra, de dedicação desmedida e amor de mãe
Mulher que cala, que sente, que luta e se faz presente na vida de toda a família
Lágrimas derramadas no rosto de uma mulher, pois dela sai a vida e se reproduz
Mas acima de tudo mulher é um ser humano, é ser de muito valor, de muita garra
Mulher, você é a fonte de tudo, de ser e do existir
Parte do homem, e membro importante da sociedade
Mulher que se faz igual ao homem, pois este a completa e dela necessita
Mulher que zela pelos seus descentes, que ama incondicionalmente seus filhos
Mulher, símbolo de majestosa flor em beleza e magnitude
Mulher que não esmorece, aguenta as grandes fortes dores do parto
Os maiores tormentos buscando seu espaço neste mundo ainda fechado de valores
Mulher que nunca deixa de acreditar que ainda vale a pena lutar
Mulher que sonha, que vibra e acredita na vida, nas pessoas, nos homens...
Mulher, você é fonte de vida, de seu corpo dá luz a demais corpos
Mulher que em nove meses sente o palpitar de um novo ser em seu íntimo
E diante das atrocidades deste viver ainda não se envergonha de chorar e mostrar que é mulher
Mulher que chora, mas sabe sorrir e sua luta é incansável
Além de cuidar da casa, zela pela saúde de marido, namorado, irmão, familiares
Mulher, palavra que demonstra complexidade
Mulher que é mãe, que é esposa, que só quer ser amada e valorizada
Mulher que ergue-se das cinzas, que enxuga as lágrimas e ainda continua seu caminho
Porque mulher você é guerreira
É mulher...
Sentimento, luz, amor, vida....
Mulher, apenas por ser mulher....
Você é grande...

Autoria: FERNANDA CARNEIRO
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Foto de HELDER-DUARTE

Meu amor

Alfeizerão, 26 de Fevereiro de 2007

Isabel!
Amor de alma minha!

Hoje é o dia do teu aniversário!...
Passaram-se horas, dias, meses e anos, durante os quais, nossos dois seres se uniram numa só carne.

Neste teu dia especial, lamento que estejas distante. Mas essa distância revela ainda mais, este eterno sentimento, que no meu ser existe por ti!... Amo-te tanto!... Tanto!...

Volta o quanto antes dessa tua missão! Pois é em unidade, que nosso amor, dá mais frutos.

Um feliz aniversário.

Um beijo sem fim.

Teu marido,

HELDER DOS SANTOS DUARTE

Foto de Jamaveira

A Viúva

A Viúva

Atendendo pedido cheguei a casa para consertar problemas na instalação hidráulica, casarão antigo, porém bem tratado, uma beleza! Fui atendido pela empregada, muito cortês levou-me a suíte da madame onde havia infiltração de água, comecei a trabalhar imediatamente, absorto não percebi a presença da bela senhora que ao me cumprimentar tomei um susto. Pedi perdão e retribuí com um bom dia! Da porta entreaberta do banheiro observei a linda mulher, aparentava uns cinqüenta anos, cabelos ruivos nos ombros, contrastando com a pele clara de sensualidade ímpar. Fiquei ali pasmo diante de tão expressiva beleza, de repente ela vira-se e me olha, apressado continuei o trabalho com vergonha de ser pego em fragrante, mais pasmo ainda fiquei quando ela aproximou-se e com aquela voz de veludo perguntou-me sem piscar - Acha-me bela? ...Engoli em seco e balbuciei – Sim, muito linda! Sem mais, deixou cair o robe... Deslumbrado e abobado não conseguia sair do canto, ela veio de mansinho e tocou meus cabelos, abraçou minha cabeça e fez levantar-me, beijou com sofreguidão minha boca que chegou a doer. Esfregava com tamanha volúpia seu corpo ao meu que meu pênis ereto como ferro parecia querer traspassá-la, o desejo tomou conta de mim, o sangue fervendo verdadeira erupção, abracei aquela Vênus com tamanha força como se quisesse me colocar dentro dela, aos meus ouvidos ela suplicava amor, pedia que a possuísse com bestialidade, insaciável loba uivava de paixão.
Cansados e saciados, olhei para os lados, tudo espalhado, o quarto testemunha do furacão de loucuras de amor que ali havia passado. Como uma deusa levantou-se, vestiu o roupão foi ao espelho alisou os belos cabelos e saiu. Desorientado, voltei ao trabalho, não sabia o que fazer, não saía da mente as cenas a pouco vividas. Dei um jeito de terminar o serviço, quando de repente entrou a educada empregada, perguntou o valor do serviço, pagou-me e levou-me até a saída. Ao despedir-me perguntei pela senhora que foi verificar o serviço, ela respondeu com certa rispidez: - A madame ainda estar muito abalada pela perda do seu marido, anda sem paciência, se lhe tratou com indiferença, releve! Passe bem, adeus.

Jamaveira

Foto de TrabisDeMentia

Quando eu morrer

Quando eu morrer...
Que seja sem aviso,
Que seja breve e bem longe de olhares.
Porque eu não quero ter que ouvir de alguém o tempo que me resta.
Um,
Dois,
Três meses para viver á pressa.
Não!
Que seja breve!
Não quero ter tempo para despedidas,
Telefonemas consecutivos,
Ter a pressa,
De novo a pressa,
De contar aos amigos.
Não quero ter que pedir á minha esposa
Que cuide bem dos meus filhos,
Que arranje um marido.
Não quero ter que reuni-los
E um a um lhes fazer um pedido.
"Cuida dos teus irmãos".
Não quero ir assim,
Escondendo aos netos.
Não quero ter que ouvir os talheres á mesa,
O silêncio,
Ver lábios tremendo,
Olhares desviando.
Não quero ter a família me limpando a casa,
Fazendo o pouco que podem fazer por mim.
Não!
Não quero ficar olhando para a televisão,
Vendo o jogo da jornada,
A novela que já não diz nada,
Sentir o quanto insignificante tudo se torna de repente.
Ver o meu futuro.
Não, não quero ter que ir trabalhar para pagar
Os medicamentos e cada prego do meu caixão.
Não quero chegar á terceira semana de "vida" em que tudo é caimbrã,
Em que o ar não chega e a dor não passa
E pedir morfina,
Cura e sentença.
Meter cunha e pedir ao filho
Que a vá buscar á pressa.
Pois há pressa.
Ver meu amigo condoído,
Chorando,
Me injectando,
Consciente do perigo.
Ambulâncias.
Noite que nem imagino.
Madrugada.
Premonição.
Dia de visita.
Desorientação.
"Senta-te".
"O Pai morreu".
Como pode?
Não!
Não quero isso!
Quero morrer bem longe.
Que ninguém me encontre.
Não quero voluntários para reconhecer meu corpo.
"Meu Deus! Pai?!"
Pra quê?
Não!
Não quero velório.
Fato velho e caixão pobre.
Onde tudo é amarelo, algodão e morte.
Onde o silêncio só se quebra com uma mão no peito (como que cobrando vida)
E o choro de um adulto.
Foto em café,
Hora marcada,
Gente de pé,
A corda levando,
Uma mão de terra,
Uma pá de terra,
Dez pás de terra,
Um monte inteiro de terra pelas mãos de um estranho,
A pedra tapando,
As flores rodeando,
O regresso a casa,
Um nó me apertando,
A roupa dobrada,
A parteleira meia de leite vitaminado,
(Que não serviu para nada)
Um sem fim de saudade
A lágrima que não me lembro de ter chorado.

Foto de Fatima Cristina

Ainda choro!

Sera que mereco o meu proprio lagrimar?
Lembro de ti, do teu rosto, que quero tocar...
De um amor quase perfeito.
Daquela tarde que te disse adeus, nao porque quis, mas porque mo pediste.E fui embora, na mala levava um pouco de esperanca e dor, no coracao lembrancas e magoa.
Chorei, quando fiz amor contigo pela primeira vez, porque tudo foi tao perfeito, o susurro da tua voz no meu ouvido, aquele conjunto de palavras "te amo".Foi preciso tao pouco pra ser feliz, foi me preciso apenas tu e mais ninguem.
Chorei, quando descobri que a verdade nao passava de uma mentira criada no teatro da tua mente, construida com os teus actos, dita por falsas mas belas frases.

E eu era tao nova, ingenua, humilde, o mundo se vestia de cor de rosa para mim, mas foi pelo brilho de uma cor vulgar que eu me apaixonei, a cor dos teus olhos castanhos cintilantes, o moreno da tua pele, o preto dos teus cabelos, e o branco do teu sorriso, essas foram as cores do meu arco iris.

Tu, Danilo, meu marido, meu homem, meu amante, que em tempo me fazias chorar de felicidade, me fazes chorar de tristeza hoje.Nao te tenho mais, nunca te tive talvez mas enquanto durou foi lindo, foi uma fusao de sentimentos que nao podiamos controlar, nunca sentirei jamais algo assim.

Dizias que adoravas fazer amor comigo, que ninguem te realizava mais que eu,que eu soube te satisfazer todos os teus desejos e saciei a tua fome de amor.E por isso chorei por tanto te amar, as vezes nao acreditava que um homem como tu se pudesse apaixonar por alguem com tantas incertezas,com a unica certeza sendo tu, mas foi a minha pureza, a minha docura que te conquistou, e foi contigo que me fiz mulher, com o suco do teu sexo provei a formula magica e eterna da paixao.

Sem limites foi como me senti, foi como tu me fizeste, tornaste me capaz, forte e poderosa, usei toda a minha sensualidade pra te provocar, fui sexy ate mesmo quando nao devia para te ouvir gemer loucuras.

E de todas essas vezes, no fim eu sempre chorei, a minha sensibilidade jogava comigo e nao pensei que te ralasses com o meu choro, mas no dia que juntos choramos, foi como um dia em que chove e faz sol ao mesmo tempo, e quando isso acontece, nasce um arco iris.

Nessa noite, o nosso choro nao foi pela mesma razao, mas mesmo assim tu foste sempre o meu arco iris, mas incompleto...Porque nele existe apenas as cores que eu quero, o castanho dos teus olhos, o preto dos teus abelos, o branco do teu sorriso, e o vermelho, das lagrimas de sangue que me escorrem do peito.

Em 02/06/2006 as 23horas.

Fatima Cristina

(texto manuscrito na mini edicao de "Nunca percas esse sorriso")

Foto de paulobocaslobito

Velida

Velida que na vida te dê mais charme,
Ou que todavia
Se deus me perdoar
Por tão dita, a cotovia
Que do cimo irá cantar,
Cancões para te embalar.

Ai dona que deus me deu,
E, que por seres velida
A minha chama desce, à vida,
Ao paraíso.

A minha chama a mim me tomou
Que em tão gran coração legou,
Pero... com duas copas
De caminhada
Nas gentes, que a teu comando
Mais se asperam.

E tu que dama és
Senhora ou por outra julgada,
Esforçado serei o teu aio
Que nos caminhos sozinho
Busco encontrar-te.

Partiremos ao amanhecer
Assim que claro houver,
E, ansioso daquele, que se opuser
Com tal ardir,
Com vil e lixosas calúnias,
Ai... não se me duravam as iras
Desse afã que me provir
... Pois que tal cavalheiro
De mim terá que ouvir:
Se, não zurrar... ladrarei,
Até que o fidalgo
De mau agravo mo consentir,
Tua mão.

Prez vossa excelência
A concupiscência,
Da minha mal criação
Mas, fala mais alto o coração
Que de vós é gravo e amargurado...
Amargurado.

Sinto
De vosco pruido,
E vós mulher
Que soias em prol
"Is" dizer aos patriotas
E a tal marido,
Que a esclarecer
E, a amadurecer,
Por mim que vedes partir,
Com as lágrimas em sofrimento
A destro e a sestro
Onde nada mais há,
Que não seja
Mui gravemente a hora de partir
... Lágrimas para mim.

Partirei na hora prima
Onde não haja senão provir,
E, aqueles que se arreigarem
Comigo irão soturnos
E mesmo que esmagados,
Nenhum deles voltará...
Santa Maria vale!
Ah amor!
Que em boa hora teso me fiz solteiro
Manipulado pelo estio
Em guisa que me pariu
Nesta vida de romances
Fala mais alto o coração,
Que a nossa perdição.

Partirei...

Paulo Martins

Foto de Gata Apaixonada

Beijo que te quero mais

Beijo deveria ser moeda de pedágio. Passar pela porta de casa seria proibido sem antes lascar um beijo na mãe, no pai, no irmão, no filho, no marido e, para quem gosta, até no cachorro!
Beijo deveria ser como bolinha de sabão. Num sopro, a gente poderia mandar alguns pelos ares, que explodiriam na pele de quem neles encostassem. E de repente, sem saber de onde veio, seríamos presenteados com um beijinho perdido pelas ruas da cidade...
Beijo deveria ser elemento químico. Constar na Tabela de Elementos que a gente tem de decorar para a prova de química, no colégio. Assim, certamente seria mais interessante e ainda ensinaria qual a fórmula mágica deste estalo tão bom...
Beijo deveria caber num envelope, mesmo que fosse dos maiores, mas que pudéssemos enviá-lo pelo correio, para aquela pessoa que está tão longe e que daria qualquer coisa para sentir o gosto da boca de seu amado.
Beijo deveria acender luzes pelo corpo da gente. E quando a energia elétrica entrasse em pane, bastaria que demonstrássemos nosso amor pelas pessoas queridas e qualquer escuridão terminaria...
Beijo deveria estar disponível nas vitrines das melhores docerias. Poderia até ter preço especial, mas que pudessem pagar por ele aqueles que aparentemente menos merecessem, porque beijos são realmente transformadores e certamente provocariam reações sensacionais.
Mas beijo não é assim. É particular e a gente escolhe em quem quer dar. Porque beijo é um presente que precisa de vontade para ser oferecido. E talvez seja melhor que assim seja: não tão anônimo, não tão sem motivo, nunca forçado, ainda que possa ser pedido.
Por fim, é essencial que o beijo seja leve, fluido, sintonizado com a delicadeza própria de quem sabe dar.
Na verdade, beijo é sempre dado. Receber é apenas contingência da mais gostosa e prazerosa troca entre duas pessoas que se desejam insanas por alguns instantes, posto que um beijo pode valer mais que a lucidez de uma vida inteira.

Foto de @iram

Estranhas conclusões

São estranhas ilusões
As conclusões do amor.
Não tem sabor,
Mas o fustigo é dor no peito.
É tão estreito,
Sozinho... devagar...
Não tenho medo.
Tenho sim medo do teu olhar.
Mar para divagar,
Mergulhar e não morrer.
És uma perdição errante,
Sentimento de amor.
Dúvida constante.
Afinal onde está o meu amante?
Eterno em olhar,
Cantar, dançar...
Em casa um marido para agradar,
Um amigo para conversar;
Companheiro para arriscar...
Um homem com quem caminhar,
Um sorriso para saborear...
Uma mão para dar
E atravessar sem medo a vida concedida.

Sonho, mágoa, naufrágio.
O teu sorriso é mágico;
Sussurra-me,
Sopra-me luz!...

Lídia de Sousa 24-05-2004

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