Marés

Foto de poetisando

Esquecido

Esquecido das tempestades
Navego sem rumo certo
Vou navegando sem rota
Como navegando no deserto

Neste mar tenebroso
Que a minha vida leva
Não encontro porto seguro
Só o vento é que me leva

Ao sabor das marés
Assim vou navegando
Olhando bem o horizonte
Para ver onde estou chegando

Navego como eu gosto
Sozinho nesta minha solidão
No meio deste mar tenebroso
Soletrando a minha canção

Ao sabor das marés
Tudo me vem á cabeça
Lembrando o meu passado
Até que ele de novo adormeça

Esquecido das tempestades
Assim os dias vão passando
Navegando num deserto
Rumo certo procurando

Procuro acertar a minha rota
Para porto seguro encontrar
Para esquecer o passado
E num porto seguro atracar

De: António Candeias

Foto de Bruno Silvano

Lembranças..

Dos saberes , dos brincares dos sabores
Das coisas que conseguimos
Das coisas que um dia amamos,
Das atividades insensatas, dos momentos inexplicáveis
Das brincadeiras inimagináveis

De cada cruzares, olhares
De cada entrelaces
Dos pulsos, da adrenalina
De cada risada, de cada impulso

De cada luar
De nós dois livres presos no ar
Das manhãs, das serenatas
Do pôr-do-sol, iluminando o nosso farol

Das primaveras que amadurecemos
Das flores que colhemos
Do nosso amor que brotou aqui dentro

Do tempo que procurávamos ser felizes
Das tempestades astrais de momentos de deslizes
Do brilho que encontramos em cada coração
Das afinidades da paixão

Dos sonhos incríveis
Das marés aos nossos pés fazendo-nos flutuar em um mar de esperança em pleno luar
Do nosso amor acima de tudo, das diferenças indiferentes,das coisas anormais
Do tocar dos sinos ao amanhecer, nos fazendo suspirar

Do encanto do recanto encantado onde costumava-mos no encontrar
Naquele mesmo canto onde cresceu aquela flor, onde a estrela se dispersou
E nos uniu em um único conto, onde o que importa é o amor

Das estradas que seguimos, que nunca se perdemos
Nesse mesma canto de surgimentos, acontecimento de nossos sentimentos
Dessas estradas da vida que nos encontrou, que nos reconciliou..

Das estrelas que liguemos que se tornaram constelações
Dos passarinhos que alimentemos que viraram belas aves
Das borboletas que transformamos em esperança
Do nosso amor que liguemos a um só coração

Foto de Melquizedeque

‎:::: CAOS DA HUMANIDADE ::::

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.
.
.
Quero ver todas as sociedades
Desesperadas com o gemido,
Fecundados com o ódio máximo;
- Tornarem-se ferro retorcido.
Um inferno semeado nas enchentes
De populações virtualizadas.
Sociedade maldita! – Agouro iconoclasta.

Vereis a última árvore cortada,
Essa tal, que limpa suas fezes.
Higiene mental deformada...
- Epigênese da esfinge diluída.
Quero ver toda água contaminada,
Todo solo rachado em insolação;
Poesia! Ampare-me depressa.
– Seja anti-herói dessa maestria!

Sociedade que transforma tudo em fumaça,
Queimadas sustentam teu progresso.
Quero ver-lhe sufocada nas estradas,
Presas nos congestionamentos.
Almejo assistir a chuva ácida
A derreter o produto do teu trabalho.
Abalos sísmicos intermináveis – Cinismo?!

Quero ver as marés engolirem teus prédios,
O lixo nos esgotos transbordarem nos ralos.
Sociedade ingrata! Até os ratos lhe abominam.
As experiências serão suas muletas quebradas
Em ruas cobertas por densa neblina.
Acenderei a última vela no teu black-out,
Onde verás os erros jamais corrigidos.

Charles Von Dorff, 19 de janeiro de 2012.

Foto de vânia frança flores

a tua ausência..

A Tua Ausência
Tony Carreira
Eu sem ti
Venci a solidão
De corpo e coração
Que o sopro do adeus deixou.
E consegui,
Amando por amar
Deixando por beijar
Matando com prazer a dor.
Mas sempre que vem o amanhecer,
Volto a ver o que eu não quero ver.
Que eu consigo até viver contendo a minha dor
Afogando as mágoas no teu cobertor
Mesmo assim não vale nada
E consigo até vencer as minhas horas más
Mas a tua ausência eu não sou capaz
De vencer por mais que eu faça.
Eu sem ti
Venci por tanta vez
Os ventos e marés
Que o mar do teu adeus deixou.
Mas por quando a saudade me vem ver
Lembro aquilo que eu quero esquecer.
Que eu consigo até viver contendo a minha dor
Afogando as mágoas no teu cobertor
Mesmo assim não vale nada
E consigo até vencer as minhas horas más
Mas a tua ausência eu não sou capaz
De vencer por mais que eu faça.
E por isso estou aqui,
Lutando outra vez por ti
E vencer tua indiferença.
Assumir um perdedor,
Dizer volta por favor,
Que eu não venço a tua ausência.
Que eu consigo até viver contendo a minha dor
Afogando as mágoas no teu cobertor
Mesmo assim não vale nada
E consigo até vencer as minhas horas más
Mas a tua ausência eu não sou capaz
De vencer por mais que eu faça.

Foto de Paulo Master

Reles Mortais

“Em nome do prazer permita-se comprimir entre meu corpo e a porta do carro. Compartilharemos um êxtase intenso. A penumbra ocultara suavemente nossos corpos, incutindo o paraíso aos nossos sentidos”.
O texto acima sugere uma complexidade de ações voltadas ao desejo, como um fluxo de marés, uma troca afetiva em consentimento focando o alcance do prazer.
O ser humano consegue sentir a imortalidade mesmo dentro de um corpo mortal, somos capazes de raciocinar, embelezar os sentidos através do raciocínio acerca de eventos extraordinários. Enfim, podemos ser felizes, criar o paraíso particular, um lugar ideal, na terra em utopia, outrora representada pelo Jardim do Éden.
A magia da fala concebe o som das palavras, a fonografia cria um cosmo abundante em beleza, rico em poesia. Aos protagonistas dessa ciranda deleitosa resta apenas subtrair o máximo do prazer de cada um para o benefício de ambos, certamente um voluptuoso jogo de cartas marcadas que proporcionará um excitante final.
Por vezes somos tanto, mais do que devemos ser, menos que podemos suportar. A natureza foi gentil criando dois tipos diferentes de seres, não gostamos de nos sentir incompletos, solitários, isso gera angústia. O sentimento que alivia a dor da solidão também nos direciona a ela.
“O sangue lateja nas veias, é possível ouvir o forte fibrilar do coração”!
A natureza ironicamente criou o paradoxo tépido, ora desejamos, ora não conseguimos desvincular. Se não formos deuses, somos reles mortais.

Foto de Marilene Anacleto

Nasce uma Alma na Primavera

Nasce uma alma na primavera
Respira os ares das árvores
Dos mares e suas marés.
Flores, primeira atmosfera.

Céu azul e infinito,
Morada da alma em êxtase,
Provinda de muitas eras.

Do degelo destemido
Feito as pautas de Vivaldi
Surge pequena vida,
Num corpo-estrela-aeronave.

Toca o Planeta entre escorpião e libra,
Ganha o nome de Maria + Selene,
Enigmática, amorosa, poetisa,
Feliz Aniversário Marilene!

Na esteira das estrelas
Trilha caminho de luz,
E vai, e vem, e espera,
E a si mesma a conduz.

De cada fato ou pessoa
Retira o melhor, a alegria.
Ama pássaros, mar e flores,
Tudo transforma em poesia.

Na lida da vida linda,
Na busca por tantas belezas,
Encontra agora em si mesma
A sua própria riqueza.

Foto de Rute Mesquita

Vagueia silhueta vagueia...

Hoje sou uma silhueta,
que vagueia descalça…
Ainda não sei o que levar nesta proveta,
pois tudo me realça.
Sinto o mundo a meus pés,
sinto-me num andar desarticulado…
Sou uma alma perdida
que segue o cheiro a sal das marés
das marés onde um dia te havia deixado.
Sou um corpo,
onde o sangue congelou…
vivo ou morto?
alguém me perguntou.
Mas, não oiço,
não vejo,
não falo,
apenas me movo carregada
dos meus erros…
Destes pesos que baloiço
ao andar…
quanto mais desejo
ver-me livre deles mais tenho que carregar.
Procuro-te minha água cristalina,
tu que engoliste a minha luz,
só te quero encontrar minha divina
e em ti um brilho que me seduz.
Vagueio e vagueio…
o mundo continua a girar…
ninguém dá pela minha presença…
pergunto-me ‘porque veio
tudo agora abalar
contra esta minha crença?’
O cheiro!
O cheiro está cada vez mais intenso.
já te sinto, já te vejo e já te oiço
e só penso,
em voltar sem nada em baloiço.
Sinto os meus pés a provarem a tua sede,
sinto os meus cabelos em movimento,
ninfa, pede para em ti mergulhar, pede
eu sei o que tenho a fazer, prometo.
Toda a areia se desviou,
agora era apenas eu, as profundezas daquele mar
e a minha procura por quem de mim se separou,
de quem senti se afogar.
Recuperei-te minha luz,
nós que andámos ambos tão perdidos,
eu sou a tua escuridão e tu a minha claridade,
somos um só, somos este poema que compus,
somos nós tão concretos e tão indefinidos,
como a felicidade.
Agora que te tenho,
caminho com leveza…
todas as minhas feridas sararam,
E desta história retenho,
a tua clareza,
nas minhas pupilas que dilataram.
Agora posso descansar em paz,
eu e tu num só tumulo,
no qual de desespero as minhas unhas cravaram,
‘Nunca vás,
se fores a minha alma deste mundo,
de novo desaparece’.

Foto de Arnault L. D.

Enganando Girassóis

Como as pontas atraem relâmpagos
e as abelhas são pelas cores;
como o colibri pelas flores
e as sereias aos náufragos.

Como as estrelas aos apaixonados
e os luares as marés;
o nove a completar-se em dez,
ou a cina aos predestinados.

Assim e você para mim.
A tornar-se a direção,
por meu rumo em colisão
das flores de seu jardim...

Como ferro magnetizado,
que busca uma só intenção.
O norte para o meu coração
é o estar ao seu lado...

Qual me houvesse dois sóis
quando passa brilhante, alegro a sigo.
Ao vê-la, acho que existe o perigo
de se enganarem os girassóis...

Foto de Carmen Lúcia

Liberdade

Mostrei o que sou !
O que realmente modulava em mim;
fui contra as marés,
emergi de um abismo sem fim.
Cruzei linhas paralelas,
corri na contramão do vento, do tempo
e me alcancei na última estação...

Rasguei minha carne, expus meu avesso,
o meu contexto
e toda a sensibilidade verbal, emocional,
escondida em contra senso,
sufocando o bem, endeusando o mal.

Postei nua minha identidade
e toda a verdade antissocial ...
chocando a realidade dura.
Vomitei iniqüidades cruas
ingeridas por razão irracional
sob forte pressão radical.

Viajo sem malas...
Sem revolta ou bilhete de volta...
Sinto-me leve, sem nada que me pese,
sem alças das parafernálias
que pendurei num tempo que já teve fim.

Sigo só... melhor assim..
Insana, estranha, profana
é o que pensam e podem pensar de mim.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Vervloet

MATIZES DO AMOR

Se o sentir jamais será eterno
e as emoções são sempre perigosas,
por que insistimos em viver nesse inferno
pintando o amor em nuances cor de rosa?

Amar é navegar em mar desconhecido,
surfar com riscos nas ondas incertas,
é buscar no coração alheio o abrigo
aportando em praias áridas e desertas.

É embrenhar-se por diversos sentimentos...
Navegar por marés calmas ou em grande agitação!
É viver intensamente cada momento
deixando à deriva o pobre coração!

É deixar o riso se fazer pranto,
silencioso e branco como a espuma,
é ouvir a tristeza no som de um canto,
é perder o caminho coberto por brumas.

Ah! Mas o amor está plantado em meu peito
sua semente é fecunda, profundas são as raízes!
Necessito dele como o rio do seu leito
meus sonhos se pintam em seus infindos matizes.

Carmen Vervloet

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