Mostrei o que sou !
O que realmente modulava em mim;
fui contra as marés,
emergi de um abismo sem fim.
Cruzei linhas paralelas,
corri na contramão do vento, do tempo
e me alcancei na última estação...
Rasguei minha carne, expus meu avesso,
o meu contexto
e toda a sensibilidade verbal, emocional,
escondida em contra senso,
sufocando o bem, endeusando o mal.
Postei nua minha identidade
e toda a verdade antissocial ...
chocando a realidade dura.
Vomitei iniqüidades cruas
ingeridas por razão irracional
sob forte pressão radical.
Viajo sem malas...
Sem revolta ou bilhete de volta...
Sinto-me leve, sem nada que me pese,
sem alças das parafernálias
que pendurei num tempo que já teve fim.
Sigo só... melhor assim..
Insana, estranha, profana
é o que pensam e podem pensar de mim.
(Carmen Lúcia)
Comentários
Oi, Carmen.
Segue só não, Carmen. Mutos se identificam e se encontram nesse teu poema.
Excelente texto. Forte, determinado e profundo. Parabéns!
Paulo Gondim
Paulo Gondim
carmem lucia
bela obra caríssima, muito forrte seu desabafo
Tudo que é humanamente possível eu posso conseguir!
Tudo que é humanamente possível eu posso conseguir!
Querida Carmen Lúcia...
seu poema é a mais pura verdade sem máscaras...adoroooooo
xero...
Nailde Barreto.
Querida Nailde/Carmen Lúcia
Um comentário seu é como uma brisa suave em meu rosto. Saiba que a admiro muito!
Bjsss miles!
Carmen Lúcia
Maryany/Carmen Lúcia
Querida Carmen Lúcia. Admiro a pessoa que consegue ficar só, que consegue encarar-se sem máscaras e sem medos. Se há algo para fazer, assume. Se há algum enfrentamento na vida, ela enfrenta. Resolve as coisas, não 'empurra com a barriga', assim é melhor para viver. Minha admiração e meu abraço afetuoso. Marilene
Marilene
para Maryany/Carmen Lúcia
Agradeço-lhe pelo comentário e a parabenizo pela criação de tão belos poemas. Você é uma poeta!
Quanto às minhas poesias, leia ou releia esses versos:
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente. "(Fernando Pessoa)
Esses dois últimos versos definem muito bem o poeta, a meu ver.Claro que não consigo, nem ninguém, viver só. Os versos que faço não relatam ao pé da letra aquilo que sinto e faço. Porém, todo poeta deixa um pouco(às vezes muito) de si naquilo que faz. Estou lhe falando o óbvio, pois como poeta sabe bem que é assim.
Tenha uma noite de sábado de muita luz!
Beijos!
Carmen Lúcia
Carmen Lúcia