Lua

Foto de Arnault L. D.

Sonhar o próprio sonho

Lua, minha amiga, andei distante um pouco.
Sonhar o próprio sonho devaneia...
Ébrio de esperança, esqueci do real,
não fiz assim de meu ouvido mouco
as canções da musa, ou melhor, sereia.
Atirei nos olhos, marejar de água e sal...

Olhos cansados, miragem passageira...
Lua indiferente a minha ausência, espera,
confiante em saber que eu voltaria
ao contemplar, só, a vida da vida à beira.
Amputar o sonho, o peito dilacera...
Ah... Quem dera... Volta a Lua, sai o dia.

Farei novo poema, distante de mim,
pois, sou corpo e ele apenas diz a alma...
Tal a luz do Sol a refletir na Lua
que fria se dilui..., não mais parece assim.
Em brandura, a chama jaz na calma
do luar que o brilho só alcança a rua...

Dentro das casas, fundo dos corações
a penumbra prevalece... E a pode olhar,
projetada fria, longe luz que veja,
o sabor da doçura, desejo e paixões
emprestados de um Sol... Já sem queimar;
direi que é garoa, o que o rosto goteja...

Foto de Ednaschneider

Poesia- Fonte de Juventude

Afastei-me de todos os poetas
Enterrei meus talentos
Agora o que me resta?
Chorar a todo momento?

Minha riqueza não eram em cifrão
Era fortuna de contentamento
E por causa de uma paixão
Deixei os versos soltos ao vento.

Um poeta será eterno
Na fonte em que se bebe
As águas da juventude: os seus versos
E inspiração que o rejuvenesce.

Por isso amigos poetas
Perdoem-me a minha ausência
Estou frágil, mas ainda resta
Meu pensar, a minha essência.

Nesse período distante
Eu não consegui cantar
as músicas a mim ofertadas
nem um quadro de natureza consegui pintar.

A lua era minguante nas noites frias
Nos dias quentes o sol queimava
A beleza da vida inteira não mais via
Nem o canto do pássaro admirava.

Meus cabelos ficaram grisalhos
A voz rouca
O ouvido falho
A visão fosca.

Não consegui cantar
Não ouvia o vento
Não via a beleza do mar
Mas restou-me o sentimento
A vontade eterna de poetizar.

Nas águas da poesia agora me vejo
Nas eternas fontes da inspiração
Bebo versos e me rejuvenesço
Mais forte estou: satisfação!

16-10-2012 Joana Darc Brasil *
*Edna Schneider Lemos

Foto de Maria silvania dos santos

Serenata!

Serenata!

_ Histórias dos antigos, experiência vivida, palavras, de verdadeiros amigos...
Em noites fria, lua clarear, fogueiras no terreiro, sanfona oito baixo a tocar, familias unidas cantando, não era pra ninguém ficar chorando...
Frango frito vinha no grito, do lado a pinguinha já estava no lito.
Festinha nos ranchinho tempo que ninguém sentia sozinho...
A criançada, com suas brincadeiras a brilhar, é que o tempo não podia parar...
Na saida de volta para casa, oito baixo nas estradas tocando, os pinguço ia cantando e a próxima festinha a combinando, quando nada combinado, o tempo não podia ficar parado, sem duvida a serenata em algum lugar seria tocada, no fim, tudo acabava animado...
Hoje sinto saudade, do tempo que não volta mais, as crianças deixarão de ser crianças, de bonecas e carinhos não quer mais brincar, só pensão em namorar...
O espaço da humildade e união, o dinheiro fez confusão, já não existe mais tempo para verdadeiros amigos prosear, sempre dizemos que temos que trabalhar...
Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Carmen Lúcia

Sempre contigo

Quero anoitecer contigo,
da estrela-guia desviar o brilho
em tua direção...Serás o meu clarão!
Ser lua para o seresteiro,
doar-me por inteiro, me fazer canção
pra te ouvir cantar
com a emoção que nasce
e me faz chorar...

Quero o prata do luar
pra te fazer sonhar o sonho mais bonito,
um sonho atrevido, ser tua imaginação,
sentir tua paixão só pra me ver corar...
Comigo te levar pra onde haja céu,
transpormos todo o véu,
é lá que Deus está...

Quero entardecer contigo
ser o teu abrigo, o final da tarde, o teu arrebol,
onde cores descoradas, fracas, embaçadas
tornam-se caiadas sem a luz do sol...
E na linha do horizonte onde o céu se funde
com a terra ou mar, pendurar todos os versos
que a própria vida vem nos ofertar...

Quero amanhecer contigo,
recolher manhãs plenas de recomeços,
estender momentos, abrandar o vento
que os quer soprar...
Quero enfatizar o tempo,
ser a ladainha, o poder do mantra,
força que retranca e o faz parar...

E na fria madrugada
ser o teu orvalho, o teu agasalho,
me fazer calada, amando e amada
saber esperar...
Que o dia aconteça,
sempre amanheça,
o amor prevaleça
e eu sempre contigo
pra recomeçar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Maria silvania dos santos

È lindo, é bonito

È lindo, é bonito
_ Cada estrela no céu a brilhar, é para admirar, me faz fitar o meu olhar, pois es linda, brilhante, é como pedra de diamante!..
ÉS noite fria, lua a brilhar, a relva molhada pelo sereno está, estou a admirar, em cada gota quero me molhar.
O mundo é este imenso infinito, é lindo, é bonito, nele eu danço, eu grito, pois é obra de Jesus Cristo!

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Antonio Alberto

ESTAMPAS DE LUA - POESIA DE ALBERTO ARAÚJO

Estampas de lua

É noite, a lua sorri...
e anuncia com seus clarins que:
suas estampas são abissais,
que o seu cântico alivia as dores,
e seu silente amor engana o vazio
e atravessa as paredes, os ouvidos...

Sabe-se que certas cidades
têm as estradas longas demais,
mas na transbordante aurora
a fonte da flor do amor está bordado
e o passaredo traz alumbramentos.

Quanto ao suor da noite
numa brevidade explosiva
traduzirá o sorriso em nossas mãos.

:::

Conchas acústicas
Assim veemente, rasgam os pensamentos.

E tudo por conta do vício do amor,
Abunda-se em certezas.

As luzes da pele macia se acendem
e afirmam que tudo na vida é absoluto demais.

Dos meus bravios sois;
do meu poético abajur;
vejo que existe CÉU:
E a cabeceira do rio mora em mim.

Nasci da esplendida arte poética,
E tenho a certeza que:
o mundo e suas folhas
durante breves dias,
em total alumiação unirão os corações.

©by Alberto Araújo.
18-09-12

Foto de Delusa

Tristezas

Em tristezas de cristal e marfim, na lua de contos de fadas, se enleia minha alma de cetim!

Delusa

Foto de bob_j

Lua

uma lagrima
é o clamor de uma criança
uma gota de esperança
que mancha a fantasia

a alma que não cansa
dançar a mesma dança
com outras melodias

meu espelho
é o azul do infinito
onde pinto o seu sorriso
pra me iluminar

seu grito é tão tímido
bendito é fatidico
uma fera a repousar

o mundo
da volta em suas curvas
envolto em meio a brumas
desliza em nostalgia

fadas que vestem luvas
e desfilam sobre as ruas
roubaram a sua magia

lua
me mande uma canção
que encante um coração
e nos leve a sua altura

lua
me mostre as estrelas
pra que eu possa vê-la
em sua forma pura

Foto de Diario de uma bruxa

Portões da imaginação

Estou de frente aos portões
e não posso entrar.
As palavras sumiram da minha boca,
como se eu estivesse muda...
Não há som e os gestos não servem de nada.
O céu já esta denso e as estrelas brilham sem cessar,
a lua robusta esta bem ali sempre a me iluminar.
Aguardo uma voz, um alguém que sei logo chegará
e os portões então se abrirão e novamente eu voltarei a falar.

Deby N. M. (Poema as Bruxas)

Foto de Bruno Silvano

O olhar de uma estrela

“Estrelas, para muitos apenas mais uma grande esfera luminosa sem vida e sem importância. Ao olhar da astronomia um grande astro celeste, de incomparáveis magnitudes, altitudes, diversidades. Muito valorizada pelos astrônomos, podem simbólica e afetivamente representar algo muito importante, bonito e necessário em nossa vida” Foi isso que me chamou atenção no livro.
Para mim não era diferente, era um garoto sonhador, no apogeu da adolescência, minhas expectativas para o futuro eram todas voltadas aos céus, sonhava em ser astrônomo, não importava a que patamar de fama, ou até onde eu seria reconhecido, mas tudo que queria era poder estar dentro daquele mundo de astros, que mesmo sendo apenas um sonho me sentia fazendo parte disso. Vinha de uma família de classe media baixa, uma grande parte da minha infância foi marcada pelas dificuldades, que apesar de serem imensas, nunca tiravam o sorriso do meu rosto.
Era uma noite, não como outra qualquer, era fria, caia aquela chuva fina que passavam pelas gretas do telhado e encharcavam tudo minha cama, a casa só tinha 2 quartos e o jeito era me refugiar no quarto de meus pais. Estava sozinho em casa meu pai havia ido trabalhar como de costume, ele era mineiro e seu turno era na madrugada, minha mãe havia saído as pressas para algum lugar, sem me especificar para onde.
O vento gelado começou a soar ainda mais forte, formando um barulho amedrontador que dava a impressão de arrancar a casa do lugar, o clima ao meu redor começou a ficar pesado, escutei gritos e tiros na parte de fora da casa, corri e me escondi em baixo da cama. A energia havia caído e fiquei iluminado somente pela luz das estrelas e da lua. Passei a observa-las com intensidade, nunca havia me encantado tanto com uma estrela, talvez o medo dos tiros e o nervosismo me fizeram ver coisas, era acostumado a ter observações noturnas no céu, mas nunca havia me deparado com aquela constelação, era muito diferente das outras, era formada por estrelas de grandes magnitudes e parecia formar um diamante e dentro dele parecia estar escrito “Júlia”. Meus olhares se prenderam a aquele lugar, cada vez ia ficando mais lindo e aquilo me acalmou. Continuei por ali e acabei pegando no sono.
Estava encantado com o que acabará de ver, era uma visão perfeita e aquilo me induziu a ter um belo sonho. Era metade da madrugada continuava ali intacto observando-a, não tinha certeza se fazia parte do sonho ou se era realidade, mas nem queria saber, apenas não fiz movimentos bruscos para que aquilo não acabasse. A estrela parecia estar cada vez mais perto, era como um pingo de luz com vida propria, soltava perfume de flor, parecia muito com o de uma dama da noite, era muito cheirosa, dali foi se criando uma mulher, não era muita alta, não emitia nenhum som, mas sua presença deixava um ar de suavidade no lugar, parecia uma deusa. Não permaneceu ali por muito tempo, logo foi embora.
Não tinha certeza se havia sido um sonho, mas no outro dia quando amanheceu brotou ali 3 lindas flores e a guria havia perdido ali um colar de diamantes que por coincidência estava escrito “Julia”.
Mais tarde havia recebido a noticia de que minha mãe havia sido assassinada durante a madrugada, mal pude permanecer em pé. Foi a ultima das quedas que tive. Eu e meu pai tivemos que ir para outra cidade, longe daquele que trazia fortes lembranças de minha mãe. Depois desse dia nunca mais fui o mesmo, jamais havia aberto um sorriso.
A partir daí nunca mais vi aquela misteriosa garota dos meus sonhos, e muito menos visto a constelação de “Júlia”.
Os dias foram passando, passará horas e horas estudando para a faculdade, em qualquer livro ou explicações de professores, não era relatado não sobre aquela constelação, me pergunta se havia aparecido para a outras pessoas e me sentia honrado por até o momento ter aparecido exclusivamente para mim.
A base de muito estudo, ingressei em uma universidade de astronomia, em porto alegre. Havia guardado comigo aquele colar de diamantes que ela esqueceu em meu quarto, todas as noites me perguntara quem era ela, o porque deixará aquele colar comigo, e porque apenas eu avistei aquela constelação. A cada indagação surgia ainda mais duvidas. Desde o falecimento de minha mãe passará a pensar sozinho em voz baixa, até que o barulho da campainha me tirou da transe de meus pensamentos, era uma colega de faculdade, nunca a havia visto, mas logo a reconheci, pensei estar sonhando novamente, mais o colar de diamantes começaram a brilhar em sua presença, não sei se seu nome era Júlia, mas como no sonho estava linda, ela havia vindo atrás de seu colar, também não sei como sabia que ele estaria ali, mas fui recompensado por ter cuidado daquilo com um dos melhores abraços que já tive ganhado. Mas como no sonho foi embora rapidamente, sem se quer dizer o seu nome.
Fiquei ainda mais confuso, mas a noite passará rapidamente e já era hora de ir para a faculdade, era o primeiro dia, cheguei ainda com olheiras na sala de aula. Era palestra com um astrônomo renomeado, um dos meus maiores ídolos. Peguei a caneta para assinar presença, logo surgiu uma mão apreçada que a pegou antes que eu, assinou em “Júlia” e saiu rapidamente, olhei para trás e vi em seu olhar o brilho de uma estrela, não demorei pra perceber que deveria correr atrás, antes que ela desaparecesse novamente.

Bruno Silvano

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