Afastei-me de todos os poetas
Enterrei meus talentos
Agora o que me resta?
Chorar a todo momento?
Minha riqueza não eram em cifrão
Era fortuna de contentamento
E por causa de uma paixão
Deixei os versos soltos ao vento.
Um poeta será eterno
Na fonte em que se bebe
As águas da juventude: os seus versos
E inspiração que o rejuvenesce.
Por isso amigos poetas
Perdoem-me a minha ausência
Estou frágil, mas ainda resta
Meu pensar, a minha essência.
Nesse período distante
Eu não consegui cantar
as músicas a mim ofertadas
nem um quadro de natureza consegui pintar.
A lua era minguante nas noites frias
Nos dias quentes o sol queimava
A beleza da vida inteira não mais via
Nem o canto do pássaro admirava.
Meus cabelos ficaram grisalhos
A voz rouca
O ouvido falho
A visão fosca.
Não consegui cantar
Não ouvia o vento
Não via a beleza do mar
Mas restou-me o sentimento
A vontade eterna de poetizar.
Nas águas da poesia agora me vejo
Nas eternas fontes da inspiração
Bebo versos e me rejuvenesço
Mais forte estou: satisfação!
16-10-2012 Joana Darc Brasil *
*Edna Schneider Lemos