Lixo

Foto de priinc3ss cawiine

perguntas e respostas sobre a minha personalidade

Se sou louca ?
Tenho as minhas pancadas ...
Se sou ridícula ?
Estamos a falar de mim ou de ti ?
Se sou santa ?
Ainda nao estou no altar ao pé dos outros ...
Se fui fácil ?
Tiveste sorte ...
Se fui difícil ?
Temos pena tenta de novo ... Senão ... cai fora...
Se Tas a querer me lixar ?
Tenho pena de ti …
Se aceitei ?
Tiveste sorte ...
Se sou boa amiga ?
Sempre ...
Se eu minto ?
Opa , ninguém é perfeito ...
Duvidas de mim ?
Paga para ver só e tira as tuas conclusões ..
. Se eu amo ?
Claro que sim ...
Se eu odeio ?
Não , sinto pena ...
Incomodo-te ?
Lamento mas não nasci para te agradar ...
Queres ?
Eu posso ...
Eu bonita ?
Achas mesmo ?
Tu sim és bonito ...
Eu ?
Sou TOP ...
Pisar-te ?
Para quê ?
Já estás no chão ...
Se sou convencida ?
Não , essa parte de ser convencida já passou , agora sim , sou mesmo boa ... Estás-me a criticar ?
Experimenta comprar um espelho ...
Se eu estou com inveja ?
Até te posso copiar mas faço muito melhor ...
Odeias-me ?
Que coincidência não achas ?
Se me conheces-te ?
O prazer é todo meu ...
Estiguei-te ?
Epah mereces-te ...
Perdoei-te ?
Perdoou-te mais uma vez se possível ...
Sinto saudades tuas ?
Porque talvez , és especial ...
Não sinto ?
Talvez já tenha vivido tudo o que possa ...
Fiz-te chorar?
Não faço de novo ...
Mereces-te?
Então continua a chorar ...
Disse que te amava ?
Não foi por acaso !
Acredita é verdade...
Ficas-te comigo ?
Dá valor ...
Não deste valor ?
Abris-te para a concorrência ...
Não me queres mais ?
Há quem queira ...
Disse que te adoro ?
Acredita ...
Percebes-te que te quero ?
estas a espera de quê ?
Quero mesmo ...
Se tenho defeitos?
Sim , tenho alguns , o perfeito ainda não existe ...
Qualidades ?
Sim , tenho muitas ...
És meu amigo ?
Tens sorte ...
És meu inimigo ?
És insignificante para mim ...
Ajudas-me ?
Farei o mesmo por ti ...
Atrapalhas-me ?
Vou fazer-te o mesmo ...
Amiga ?
De quem merece ...
Família ?
Eu amo a minha como ela é ...
Meus amigos ?
tenho os melhores do mundo ...
Felicidade ? Vou atrás até ao meu ultimo dia ...
Lutar ?
Sempre ...
Desistir ?
Nunca ...
Se eu sou demais ?
Não ... Porque tudo o que é demais sobra ...
Tudo o que sobra é resto ...
E tudo que é resto vai para o lixo !
Então eu sou Demenos ...
Porque tudo o que é Demenos é pouco ...
Tudo que é pouco é raro ...
E tudo o que é raro é especial como eu !
Adoro tudo aquilo que odeias ...
Magoei-te ?
Desculpa , foi sem querer...
Mereceste ?
Então não me arrependo.Odeias’me? Não és o único(a) Amas’me? Eu também amo alguém que não me ama :S
Sou feia? Olha para ti .|. Sou bonita? Tenho espelhos
Enervo’te? Mete os nervos no cu =D Chateio’te? Talvez mereças
Resmungo contigo? É para teu bem Aturas’me? Não és único (A)
Comeste’me? Porque eu deixei Dei’te um fora? Mereces’te
Pertubei’te? Tinha motivos Defendi’te? Porque tinhas razão
Não te ligo? Desculpa. Mas tenho prioridades Não me conheces?
Podes sempre faze’lo
Conheces’me?
Obrigado (A) por a tua amizade!Sou chata so
Depende de ti...
Sou metida
Inveja e' triste...
Sou feia.
Ha' quem qeira...
Sou bonita...
Tenho espelhos...
Amas me?
Bom pa no's...
Odeias me?
Poe te na fila...
Sou educada?
Quase sempre...
Sou mal educada?
Mereceste...
Sou louca?
O problema nao e' meu...
Sou santa?
Nem tanto...
Tenho juizo?
nao muito.
Beijo mal?
Tu tambem...
Beijo bem?
Ja' sabia...
Humilde?
A's vezes...
Modesta?
Nem sempre...
Nao te largo?
Sorte a tua. Gosto de ti...
Dei te uma tampa?
Desiste!
Sou boa amiga?
Talvez ...
Sou boa inimiga?
Mais ainda...
Eu minto?
Tu tambem...
Duvidas de mim?
Paga pa ver...
Eu amo?
Quem sabe...
Eu odeio?
Nao... Sinto pena...
Sou ma...
Ainda posso ser pior...
Gostar de mim?
Facil...
Gostar de ti?
Convence me...

pera mais uma coisa que intresa a algums gostas de mim ?? Nao ?? Entao Sai daki pq aki nao es bem vindo tu ... So me importo cmg e com os meus amigos por isso se alguma vez fizeste me mal ... Tambem nunca penxes que te vou fazer bem,ja alguma ves me viste a cair e riste de mim entao olha meu tolo... Olha mas olha bem... Porque quando tu caires vou la tar eu pa certificar que cais bem fundo.... Isto e pa todos aqueles que merecem ouvir nao vale a pena se pensas que e pa ti nem devias ter lido isto ja deves saber como sou alias nao leste au inicio foi ?? eu repito nao gostas de mim ? Entao ----> Sai Parvo mas nao au Teu Ponto Lol Pa quem leu isto agora e que nao tem nada a ver e que nem me conhexe . Lol Nao se ponham a imaginar nao sou uma a
parva. Sou uma gaja bem bacana pa quem e bacano cmg Sou Amiga dos meus amigos Nunca Falto nem faltei ao respeito a eles. Eles e q podem comprovar isso :) Alguma coisa Deixa um comment :P

o mundo contem olhares, tons e sentidos!!! o mundo por vezes é escuro por outra é claro, onde há barulho e silêncio, onde se destingue o aspero do liso, onde o espaço por vezes é curto e por vezes é longo, mas só o saberam aqueles que voltarem de novo a sua infância onde o tempo pode ser curto ou por vezes pode ser longo.....cada um é que escolhe....de qualquer forma escolhe sempre a melhor maneira de visualizar o mundo, pois cada dia deverá sempre ser vivido da melhor forma e sempre com a cabeça levantada para a vida, apesar de ás vezes ser necessario derramar uma lagrima, mas por mais que custe vela cair do canto do olhos, nunca andes triste e mostra sempre aquilo que és, nao escondas um sentimento nem uma faceta tua com medo daquilo que os outros podem pensar ou dizer...pensa que cada um é aquilo que quer e nao aquilo que os outros querem...
cada vez que necessitares volta a tua infância, vive, brinca, chora, sorri, faz o que necessitares mas nao te deixes intristecer....
nunca deixes de sorrir, nem chores por causa de quem nao merece uma lagrima tua, mas tambem nao dês um sorriso a quem nao o merece.......

Por que... por que sofro dessa forma ?
Sofrendo por alguém ?
Sofrendo por um sentimento ?
Sofrendo por uma causa ?
Sofrendo por um motivo ?
Sofrendo por uma dor ?
Sofrendo por um problema ?
Sofrendo por um sofrimento ?
Sofrendo por simplesmente sofrer ? Eu sofro..
Sofro de amor
Por amar tanto você

Sofro de não entender,nem ter esse amor
Sofro de não poder compartilhar esse amor
Sofro por não telo comigo
Sofro de não poder tocá-lo
Sofro de não poder abraçá-lo
Sofro de não poder beijá-lo
Sofro por não poder fazer nada com ele

ELOGIOS NÃO ME ELEVAM ,

CRITICAS N ME AFETAM,

SOU COMO SOU

NÃO COMO QUEREM QUE SEJA!

Lemas da vida:
-->Eu sou eu, não tas bem dor de cotovelo é fodida .|.
-->Aproveitar enquanto se pode :D

Foto de Leonilson Veras

Selva de Pétalas

Ó linda, bela e doce luz,
tão linda quão a luz do sol!
Talvez cultive em mim um girassol
que condenado esteja a ir pra cruz.

Garota de livre e suave olhar
tua face ressalta singular beleza.
Tocar-te é um sonho afastado, ou não, da natureza
que retoma o desejo de em ti pensar.

Os teus lábios me levam a meditar
Teu sorriso entoa divina melodia
Minha mente te procura, como a noite busca ao dia
e sinto na boca o desejo de beijar.

Mas agora chega!
Chega de rimas,
chega de céu,
chega de mar
chega de rosas!
Chega de sofrer sem aparente motivo!

Vês! A aula acabou!
ninguém indagou sobre teu dia!
Ninguém!

Mas não será o amor o derradeiro motivo?
então eu quero sofrer,
eu quero amar
e quero rimar.

Quero fazer da solidão uma saudade,
supérflua saudade
que me batia como se fosse eu lixo
e me xingava como se fosse eu fútil
que me ingeria como se fosse eu bixo
e me beijava como se fosse útil

Que agora destroça meu corpo
sem a mínima e absurda gentileza
E que esquarteja minha alma
como um animal
ou um predador que devora sua presa.

Preciso me despir
de toda e qualquer norma
de completa e total insegurança
Tal receio me desarma e põe-me em xeque
Preciso tocar teu nome
de qualquer forma

Como vai, Odete?

Foto de cafezambeze

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA (POR GRAZIELA VIEIRA)

ESTE É UM CONTO DA MINHA DILETA AMIGA GRAZIELA VIEIRA, QUE RECEBI COM PEDIDO DE DIVULGAÇÃO. NÃO CONCORRE A NADA. MAS SE QUISEREM DAR UM VOTO NELA, ELA VAI FICAR MUITO CONTENTE.

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA

Numa pequena cidade nortenha, o João Pirisca contemplava embevecido uma montra profusamente iluminada, onde estavam expostos muitos dos presentes e brinquedos alusivos à quadra festiva que por todo o Portugal se vivia. Com as mãos enfiadas nos bolsos das calças gastas e rotas, parecia alheio ao frio cortante que se fazia sentir.
Os pequenos flocos de neve, quais borboletas brancas que se amontoavam nas ruas, iam engrossando o gigantesco manto branco que tudo cobria. De vez em quando, tirava rapidamente a mão arroxeada do bolso, sacudindo alguns flocos dos cabelos negros, e com a mesma rapidez, tornava a enfiar a mão no bolso, onde tinha uma pontas de cigarros embrulhadas num pedaço de jornal velho, que tinha apanhado no chão do café da esquina.
Os seus olhitos negros e brilhantes, contemplavam uma pequena boneca de cabelos loiros, olhos azuis e um lindo vestido de princesa. Era a coisa mais linda, que os seus dez anos tinham visto.
Do outro bolso, tirou pela milésima vez as parcas moedas que o Ti‑Xico lhe ia dando, de cada vez que ele o ajudava na distribuição dos jornais. Não precisou de o contar... Demais sabia ele que, ainda faltavam 250$00, para chegar ao preço da almejada boneca: ‑ Rai‑de‑Sorte, balbuciava; quase dois meses a calcorrear as ruas da cidade a distribuir jornais nos intervalos da 'scola, ajuntar todos os tostões, e não consegui dinheiro que chegue p'ra comprar aquela maravilha. Tamén, estes gajos dos brinquedos, julgam q'um home não tem mais que fazer ao dinheiro p'ra dar 750 paus por uma boneca que nem vale 300: Rais‑os‑parta. Aproveitam esta altura p'ra incher os bolsos. 'stá decidido; não compro e pronto.
Contudo não arredava pé, como se a boneca lhe implorasse para a tirar dali, pois que a sua linhagem aristocrática, não se sentia bem, no meio de ursos, lobos e cães de peluxe, bem como comboios, tambores, pistolas e tudo o mais que enchia aquela montra, qual paraíso de sonhos infantis.
Pareceu‑lhe que a boneca estava muito triste: Ao pensar nisso, o João fazia um enorme esforço para reter duas lágrimas que teimavam em desprender‑se dos seus olhitos meigos, para dar lugar a outras.
‑ C'um raio, (disse em voz alta), os homes num choram; quero lá saber da tristeza da boneca. Num assomo de coragem, voltou costas à montra com tal rapidez, que esbarrou num senhor já de idade, que sem ele dar por isso, o observava há algum tempo, indo estatelar‑se no chão. Com a mesma rapidez, levantou‑se e desfazendo‑se em desculpas, ia sacudindo a neve que se introduzia nos buracos da camisola velha, enregelando‑lhe mais ainda o magro corpito.
‑ Olha lá ó miúdo, como te chamas?
‑ João Pirisca, senhor André, porquê?
‑ João Pirisca?... Que nome tão esquisito, mas não interessa, chega‑te aqui para debaixo do meu guarda‑chuva, senão molhas ainda mais a camisola.
‑ Não faz mal senhor André, ela já está habituada ao tempo.
‑ Diz‑me cá: o que é que fazias há tanto tempo parado em frente da montra, querias assaltá‑la?
‑ Eu? Cruzes credo senhor André, se a minha mãe soubesse que uma coisa dessas me passava pela cabeça sequer, punha‑me três dias a pão e água, embora em minha casa, pouco mais haja para comer.
‑ Então!, gostavas de ter algum daqueles brinquedos, é isso?
‑ Bem... lá isso era, mas ainda faltam 250$00 p'ra comprar.
‑ Bom, bom; estás com sorte, tenho aqui uns trocos, que devem chegar para o que queres. E deu‑lhe uma nota novinha de 500$00.
‑ 0 João arregalou muito os olhos agora brilhantes de alegria, e fazendo uma vénia de agradecimento, entrou a correr na loja dos brinquedos. Chegou junto do balcão, pôs‑se em bicos de pés para parecer mais alto, e gritou: ‑ quero aquela boneca que está na montra, e faça um bonito embrulho com um laço cor‑de‑rosa.
‑ ó rapaz!, tanto faz ser dessa cor como de outra qualquer, disse o empregado que o atendia.
‑ ómessa, diz o João indignado; um home paga, é p'ra ser bem atendido.
‑ Não querem lá ve ro fedelho, resmungava o empregado, enquanto procurava a fita da cor exigida.
0 senhor André que espiava de longe ficou bastante admirado com a escolha do João, mas não disse nada.
Depois de pagara boneca, meteu‑a debaixo da camisola de encontro ao peito, que arfava de alegria. Depois, encaminhou‑se para o café.
‑ Quero um maço de cigarros daqueles ali. No fim de ele sair, o dono do café disse entre‑dentes: ‑ Estes miúdos d'agora; no meu tempo não era assim. Este, quase não tem que vestir nem que comer, mas ao apanhar dinheiro, veio logo comprar cigarros. Um freguês replicou:
‑ Também no meu tempo, não se vendiam cigarros a crianças, e você vendeu-lhos sem querer saber de onde vinha o dinheiro.
Indiferente ao diálogo que se travava nas suas costas, o João ia a meter os cigarros no bolso, quando notou o pacote das piriscas que lá tinha posto. Hesitou um pouco, abriu o pedaço do jornal velho, e uma a uma, foi deitando as pontas no caixote do lixo. Quando se voltou, deu novamente de caras com o senhor André que lhe perguntou.
‑ Onde moras João?
‑ Eu moro perto da sua casa senhor. A minha, é uma casa muito pequenina, com duas janelas sem vidros que fica ao fundo da rua.
‑ Então é por isso que sabes o meu nome, já que somos vizinhos, vamos andando que se está a fazer noite.
‑ É verdade senhor e a minha mãe ralha‑me se não chego a horas de rezar o Terço.
Enquanto caminhavam juntos, o senhor André perguntou:
- ó João, satisfazes‑me uma curiosidade?
- Tudo o que quiser senhor.
- Porque te chamas João Pirisca?
- Ah... Isso foi alcunha que os miúdos me puseram, por causa de eu andar sempre a apanhar pontas de cigarros.
‑ A tua mãe sabe que tu fumas?
‑ Mas .... mas .... balbuciava o João corando até a raiz dos cabelos; Os cigarros são para o meu avôzinho que não pode trabalhar e vive com a gente, e como o dinheiro é pouco...
‑ Então quer dizer que a boneca!...
‑ É para a minha irmã que tem cinco anos e nunca teve nenhuma. Aqui há tempos a Ritinha, aquela menina que mora na casa grande perto da sua, que tem muitas luzes e parece um palácio com aquelas 'státuas no jardim grande q'até parece gente a sério, q'eu até tinha medo de me perder lá dentro, sabe?
‑ Mas conta lá João, o que é que se passou com a Ritinha?
‑ Ah, pois; ela andava a passear com a criada elevava uma boneca muito linda ao colo; a minha irmã, pediu‑lhe que a deixasse pegar na boneca só um bocadinho, e quando a Ritinha lha estava a passar p'ras mãos, a criada empurrou a minha irmãzinha na pressa de a afastar, como se ela tivesse peste. Eu fiquei com tanta pena dela, que jurei comprar‑lhe uma igual logo que tivesse dinheiro, nem que andasse dois anos a juntá‑lo, mas graças à sua ajuda, ainda lha dou no Natal.
‑ Mas ó João, o Natal já passou. Estamos em véspera de Ano Novo.
‑ Eu sei; mas o Natal em minha casa, festeja‑se no Ano Novo, porque dia de Natal, a minha mãe e o meu avô paterno, fartam‑se de chorar.
‑ Mas porquê?
‑ Porque foi precisamente nesse dia, há quatro anos, que o meu pai nos abandonou fugindo com outra mulher e a minha pobre mãe, farta‑se de trabalhar a dias, para que possamos ter que comer.
Despedíram‑se, pois estavam perto das respectivas moradas.
Depois de agradecer mais uma vez ao seu novo amigo, o João entrou em casa como um furacão chamando alto pela mãe, a fim de lhe contar a boa nova. Esta, levou um dedo aos lábios como que a pedir silêncio. Era a hora de rezar o Terço antes da parca refeição. Naquele humilde lar, rezava‑se agradecendo a Deus a saúde, os poucos alimentos, e rogava‑se pelos doentes e por todos os que não tinham pão nem um tecto para se abrigar., sem esquecer de pedir a paz para todo o mundo.
Parecia ao João, que as orações eram mais demoradas que o costume, tal era a pressa de contar as novidades alegres que trazia, e enquanto o avô se deleitava com um cigarro inteirinho e a irmã embalava nos seus bracitos roliços a sua primeira boneca, de pronto trocada pelo carolo de milho que fazia as mesmas vezes, ouviram‑se duas pancadas na porta. A mãe foi abrir, e dos seus olhos cansados, rolaram duas grossas e escaldantes lágrimas de alegria, ao deparar com um grande cesto cheinho de coisas boas, incluindo uma camisola novinha para o João.
Não foi preciso muito para adivinhar quem era esse estranho Pai Natal que se afastava a passos largos, esquivando‑se a agradecimentos.
A partir daí, acrescentou‑se ao número das orações em família, mais uma pelo senhor André.
GRAZIELA VIEIRA
JUNHO 1995

Foto de Jamaveira

Abandonado

Ao longo da nossa vida
Roubei-te a felicidade
Ultrajei nossos sonhos
Enganei a fidelidade
Enfim! Joguei ao lixo
O que era pra ser guardado
No coração exaltado.

Sem volta ando as voltas
De bar em bar a rota
Já lido com a cirrose
Suicídio da alma
Nossa casa desengano
Nunca mais o brilho dos teus olhos
Nunca mais o teu sorriso...

Vago o dia sem sentido
Noite e dia na bebida
Abraçado ao desamor
Figura descartada pra lida
Álbum esquecido sem historia
Jogado na cama que armou.

Jamaveira

Foto de Osmar Fernandes

Vamos salvar o planeta!

Vamos salvar a água
Antes que a sede nos mate!
Chega de tantas queimadas.
Vamos reciclar o lixo.
Una-se ao meu grito!
O mundo só leva pedradas...
Se quer um novo amanhã, pense... pare!
Está na hora de acordar.

Somos a geração da informática.
Temos o mundo nas mãos.
Não adianta saber matemática,
Se não tiver conscientização.
Vamos salvar o planeta!
Chega de destruição,
Chega de usar picareta...
Chega de devastação!.

Não fique ausente.
Vamos fazer um multirão!
Ou o futuro não terá presente.
Existe tanta sujeira no ar.
Destrua o lixo do seu coração.
Vamos reaprender a plantar.
Temos que encarar essa realidade,
Ou o mundo vai acabar.

Osmar Soares Fernandes

Foto de Osmar Fernandes

O anjo caído

Tô com medo de morrer,
Tô vivendo por acaso...
Tenho medo de sair,
Não quero ficar aqui.
Minha casa não tem muros.
A internet está cheia de espiões.
Minha vida não tem seguro.
Andar na rua é insegurança.
Tenho medo de paixões.
Meu "eu" perdeu a criança...
O passado eu me esqueci.
O presente está cheio de grilos.
O futuro é uma incógnita.
Tenho pavor de ficar sozinho.
Tenho pânico de multidão.
Meu filho está com medo da escola.
É gente roubando gente.
Criança furtando velho.
Adulto tá louco, sem juízo.
Meu dinheiro tá no prego...
O mundo virou martírio.
O sonho sem esperança.
Tá faltando comida na mesa.
A natureza está no prejuízo.
Tô gritando em silêncio,
Vivo no desespero desse grito.
É lixo pra todo lado...
É conta sem pagar.
Todo mundo só reclama de problema.
Aonde isso vai parar?!
A Besta anda à solta.
O santo tá num dilema.
O anjo está caído...
A vida anda louca.
Todo mundo faz promessa.
Tô na rua, tô sem casa
Já nem sei se me perdoo
Querem me levar na conversa.
O mundo tá doido!
Deus vive ocupado...
Eu não sei a quem pedir socorro!
Osmar Soares Fernandes

Foto de Osmar Fernandes

Que amor é esse?

Eu te amei de um jeito tão puro, tão lindo, que não se pode explicar... Virei meu mundo do avesso para viver esse amor. Deixei minha vida para viver a tua. Deixei os meus sonhos para viver os teus. Tudo o que fiz, foi por amor verdadeiro. Mas, foste embora, partiste, e me deixaste tão só, infeliz.
Que amor é esse, que, por uma briga banal, vai embora sem dizer adeus? Tantos anos de amor jogados no lixo da solidão. Não pensaste em mim, nem nos filhos; em nada. Foste embora, e agora, voltas arrependida, pedindo perdão.
Tarde demais meu bem! A fila andou... O mundo deu voltas, a solidão passou, a tristeza foi embora... O meu amor não morreu, mas o joguei ao vento e o vento levou... Não adianta chorar, nem lamentar; tudo acabou.
A vida é assim, segue seu rumo, trilha nova estrada... Perdoar é um ato de amor... Mas, nesse caso, foi desrespeito, e isso, não tem perdão. O tempo é o senhor da sabedoria, é o remédio da frustração, da agonia; desperta a razão.
Nosso casamento não existe mais. Terminou. Já pedi divórcio... Estou curado de ti. Tu quiseste assim. Sigas teu caminho e deixa-me em paz. Tudo na vida passa. Um relacionamento se finda, inicia-se outro... Eu te amei demasiadamente, mas descobri que me amo muito mais... Anulei os meus sonhos para viver os teus... Agora chega! Basta! Vou me dar o valor que mereço... Nossa história foi a redação perfeita, teve começo, meio e fim.
Cada um paga o preço de sua atitude. Vivemos tantos temporais, mas ninguém nunca havia abandonado o barco... Que sejas feliz na tua nova empreitada. Que Deus te abençoe!
Agora, por favor, vás embora! Preciso me arrumar para sair com a minha namorada.

Respeite os direitos autorais

Prof. Osmar Soares Fernandes

Foto de Graciele Gessner

Amar Demais Mata! (Graciele_Gessner)

Amor que se amou,
Amor que se desejou;
Simplesmente acabou.

Despedidas proferidas,
Rosas jogadas ao chão.
Estilhaços de um coração.

Por que tudo terminou?
Não quero, não vou-te esquecer.
Meu coração pede explicação.
Tudo que eu queria saber...

Todos os bons momentos,
Agora jogados no lixo.
Você havia conquistado meu coração,
Nossa história era uma revelação.

19.04.2009

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Osmar Fernandes

Pichador

Pichador
Em outros tempos, era um movimento social...
O artista expressava seu pensamento.
Sabia apontar seu chacal...
Protestava com sentimento.

Hoje em dia, no Brasil, é vandalismo.
Jeito mesquinho de aparecer na televisão...
Disputa entre gangs, revanchismo.
Desejo espúrio de competição.

Essa faccão não teve infância, nem diversão.
Comete o crime no delírio de sua euforia.
Pensando ser sua arte uma criação,
Espalha sua tinta como embolia...

Essa turma vegeta em constante adrenalina.
Não tem medo da morte.
Vive correndo da polícia.
Seu mundo é obscuro, sem norte.

Como vampiro, ataca de madrugada.
Onde põe sua marca faz o objeto chorar...
Virou vício, doença desalmada.
Sua assinatura é um lixo a lamentar.

Osmar Soares Fernandes
Publicado no Recanto das Letras em 26/02/2009
Código do texto: T1457855

Foto de pttuii

Última noite

é a última noite
de todas as noites que nascem
porque o dia quer,
e por a chuva bater,
leio,
através das grades,
a dor nas pedras da calçada,
e o latejar de uma rosa moribunda
que não resiste ao frio,
cubro o quente,
no lixo,
na fome,
sem voz,
Mudo, mudo,
só como a morte é capaz de ser muda,
e eu só, aquecido,
praguejando, suspirando,
por mais uma última noite....

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