Lar

Foto de lucas1402

"meu primeiro amor"

Não sei o que sou
Sou cantor sou escritor
Sou namorador
Na verdade nada sou

Porque essa duvida bati aqui no peito
Será porque não sei o que desejo

Uns dizem pra ser eu mesmo
Mas quem sou eu rapaz.
Nem sei mais
Eu quero paz susego um aconchego

Quem sou eu...
Um pai ou padastro
Um filho.
Ou um bastardo
Um milhonario
Um mas um miserável

Não tenho amigos
Muito menos visinhos
Não tenho familia
Nem ao menos
Uma tia

Fica difícil pensar
Mas escrevendo encontrei um lar

Minha família sempre esteve aqui
Mas eu não senti e nem a vi
Porque não tive tempo
para reflitir.

Amei de mais não soube controlar
Não consigo sorrir
não consegui refletir
Praque me entreguar assim?

Amei ainda a “amo” não esqueço
Não me engano
Meu coração estava amando..T°~°T..
Você sempre estará aqui
No meu coração
Fora da multidão!!!

Não vou te esquecer
E sim aprender a conviver
Sem ti ver.
tocar ou ao menos te abrasar.

Você sempre sera "meu primeiro amor”

Foto de Jessik Vlinder

Desequilíbrio

A cada dia meu amor cresce e por isso é infinito
Se esse amor não fosse assim, tão lindo e tão grande
A minha vida seria uma aventura errante
Ter você pra mim seria quase um castigo
Porque eu viveria numa busca interminável
De tentar compensar tua generosidade
Por fazer de mim uma mulher de verdade
Tendo entre nós uma diferença tão notável
Mas este sentimento que em mim alimento
É certamente puro, único e divino
E assim faz do nosso desequilíbrio
Algo longe de ser um tormento
Quase deixa tal contraste invisível
Como se de fato você eu merecesse
Como se tudo que era insuperável eu vencesse
Tornando essa louca aventura imperdível
Mas terei como a minha maior meta
Ser a mulher que você sempre quis
Te surpreender, te satisfazer, te fazer feliz
Ser a melhor, ser simplesmente a certa
Pois te quero mais que tudo nessa vida
Preciso de você até pra respirar
Te és meu refúgio, és meu mundo, és meu lar
És meu aconchego, meu conforto, minha saída
Agradeço eternamente o teu perdão
Você me trouxe o sentido de viver
E o meu coração que estava a fenecer
Bate igual ao de uma águia a mil metros do chão!!

Foto de Carmen Vervloet

PAI

Pai

Você foi um pai sempre atento
Deu carinho, amor, seu exemplo
Não descuidou por nenhum momento
Foi refúgio, colo, ninho e templo.

Alimentou minha fome do saber
Incentivou minha esperança no futuro
Esqueceu-se do seu próprio querer
Aqueceu-me num lar feliz e seguro.

Hoje busco seu sorriso na memória
Guardo no coração nossa história
Ouço a sua voz na voz do vento.

E se a saudade deixa meu dia cinzento
Busco o azul dos seus olhos no firmamento
Que me trazem paz e acalmam o sofrimento!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de gilsanjes

TUDO ERRADO

O mundo esta todo errado
Nada me faz sentido
O pobre anda pelado
O rico muito bem vestido
O rabo abana o cachorro
Banana descasca o macaco
O médico pede socorro
Para quem está internado
É lenha queimando fogo
Gato latindo no quintal
Tem galo botando ovo
Na maior cara de pau
O homem é dono de casa
Vai ás compras e faz o jantar,
Enquanto a mulher madruga
Deixa o lar e vai trabalhar
Há greve todos os dias
Em toda a nossa nação
O povo em agonia
Traz na palma o coração.
Tem gente desconfiada
Melhor confiar no ladrão
Em casa vivem trancados
É triste a situação
O mundo esta todo errado
Enquanto não vem solução
Meu povo sofre calado
Em constante oração.

Foto de pedro felipe

Pai

Como é bom saber que tenho você junto comigo
Como é bom saber que não tenho somente um pai
Mas sim um grande, e muito mais que um amigo.
Pai...
Se doente fica meu coração é que dói
Se triste estás eu me ofereço a ajudar
Por quê?
Por que você pai, é o meu herói.
Você é o sinônimo da palavra amar
Nunca mudou seu jeito, é a pessoa que sempre foi.
É o guardião do nosso lar
O tempo passa o seu filho vai crescer
Mas saiba que meu amor você sempre vai ter
Pois o que você fez por mim
Sou grato pelo resto de minha vida
Até o meu fim.
Pai...
Que esclareceu a minha dúvida
Disse-me o verdadeiro significado da palavra viver
E tudo isso com seu belo jeito de ser
Singelo como ninguém
Ensinastes-me sempre o bem
Não sei o que faria sem sua presença
Obrigado por me ensinar a ter obediência
Pois hoje a educação que recebi
Hoje sei me dar bem em minha vida
Tudo isso graças a ti
Tu acreditaste em mim,
Disse filho vai!
Encara tudo com força, e com Deus em seu coração.
A ti sou grato hoje e sempre
Agradeço por ter você, meu pai.

Foto de LuizFalcao

"Fica em Paz"

De Luiz Antônio de Lemos Falcão

Ao recolher-me, ainda forte o vazio,
Herança da ausência tua!...
Deitado, as memórias não me permitem um repouso.
E como dói essa presença que tais memórias me trazem!...Esse vazio tão cheio de saudades!...
E nos teus lugares preferidos, e em cada canto da casa, sinto-te ainda tão presente!...
Vejo passares de um cômodo ao outro nos teus afazeres diários e rotineiros,
E o cansaço que nos últimos dias, te afligia o corpo enfermo.
Vejo no rosto estampada a tua tristeza e no olhar as tuas alegrias que são os teus amores, os teus rebentos.
O Olhar teu, desvendando os segredos dos olhares nossos, decifrando-nos os sentimentos.
Das mãos tuas, o calor intenso do amor que nos aquece o coração.
Sobre as nossas cabeças, as mesmas mãos nos ungem de bênçãos,
E com orações protege-nos o teu amor, movendo o céu, o dedo de Deus ao nosso favor.
Longe, em nossa infância, vão buscar-te mais lembranças trazendo-te pelas mãos.
Novamente aos nossos ouvidos a doce voz do passado que embala o sono,
Ao mesmo tempo em que corrige os nossos erros com severas advertências.
Sinto no rosto, os peitos que naqueles dias mataram a minha fome,
Teu cheiro me faz descansar seguro.

Memórias!...
Levam-me de um lado para o outro e em segundos, tantas lembranças!
De tantos sorrisos, de muitas lágrimas, de esperanças e de força, muita força...
Quanta força em tão frágil ser!...Quanto ser em tão frágil corpo!...
O corpo... Cárcere, sofrido, doido!...Cansado de viver!...
Exausta, minha alma não descansa, e novamente vêem as lembranças.
Tão tristes... doídas...recentes! Novamente me põem diante da pedra fria.
Pedra... Aonde o teu cárcere envolto em mortalha, me fez chorar.
No desatar das amarras, descobria o corpo nú, ao qual novamente cobri com teus melhores vestidos.
Debrucei-me sobre o peito, ainda quente, do corpo pálido e inerte.
O coração em silêncio não fazia mais fluir em tuas veias a minha vida rubra.
Enquanto te olhavam os olhos meus, meu coração perguntava por ti:
Onde estavas minha vida? Para onde foras minha querida?
Onde estava o consolo de tua presença vívida?
Confuso, incrédulo da ausência tua, desesperava-me a saudade.
Saudade!... Salgada, molhada, brotada da lamina dos olhos, dói no peito, rasga a alma!
Quanta saudade se pode sentir, sem sufocar, sem morrer?
Quando enfim, com voz embargada e tremulante pronunciei a palavra adeus, ouvi em meu íntimo tua voz de criança dizendo-me:

“Não sofras...Fica feliz! Estou transpondo os portões da cidade dourada! Minha cidade amada...Meu lar! Vejo todos. Os que amo, me aguardam. Entre eles, o mais Amado! Nos braços Dele, do meu Senhor, de toda luta e dor, de toda lágrima, enfim... Descansar! Sei que sofres, pois também já senti essa dor, mas creia em mim...Tudo passa! O tempo é como a água que escorre entre os dedos e logo se vai. Há de chegar o dia em que estarás transpondo os mesmos portões e eu...Eu também estarei lá aguardando para te abraçar e tu estarás feliz assim como estou agora. Então, viva o tempo que tens da melhor maneira. Viva com intensidade cada segundo, cada momento até que chegue o nosso dia de estarmos juntos outra vez. Fica feliz! Fica em paz!”

E nesse consolo que não consola, novamente me vi chorando num misto de dor e de raiva...Tanta raiva!
E tanto amor! O amor que vinha do fundo das entranhas e que socava as vísceras até explodir na garganta um canto.
Melodias vibravam as cordas vocais e jorraram como um rio não represado, posto que os olhos secaram como a terra sem chuva.
Meu lamento era sonoro. E sonora foi toda aquela noite!
Enquanto outros velavam seus mortos, as notas sofridas fluíram alto... Muito alto na madrugada!
Meu corpo tremia levitando o meu lamento! Elevei as alturas minha dor em cânticos de amor e de saudades.
E nesse instante viajei pelo tempo. No passado distante e no recente.
E lembrei de tudo o que foi e não seria mais.
Pensei nos cantos vazios da casa. Nos olhares que estariam ausentes.
Nos sons dos sorrisos. Nas brincadeiras. Nos beijos molhados em minha face.
E na voz que sempre ouvia abençoar minhas partidas: “Deus te abençoe e te traga em paz”
Enquanto contemplava teu rosto em profundo sono, ouvi em meu espírito novamente ecoar as palavras:
“Fica em paz!”... “Fica em paz!” “Paz!...”

Estas últimas, porem marcantes lembranças, gostaria de esquecer e guardar apenas aquelas que sempre me farão sorrir, mais a vida não é toda feita de momentos felizes apenas, nem de presenças perpetuas, mais com certeza, alegres ou tristes, sempre presentes estarão as lembranças, e nelas mamãe querida, comigo sempre estarás, por onde quer que eu vá. “Te amo”

Em memória de minha mãe Maria de Lourdes Lemos Falcão.
De Luiz Antônio de Lemos Falcão. Rio 19/11/1998.

Foto de cafezambeze

CIGANO

CORAÇÃO CIGANO

SE A AVENTURA QUE ME INSTIGA,
ME FEZ PELO MUNDO VAGAR...
ELA ME FEZ TAMBÉM CIGANO NA VIDA,
VIDA, DE QUE SÓ TENHO QUE ME ORGULHAR.

SÓ PORQUE SOU CIGANO, NÃO SOU ESTRANGEIRO NA TUA TERRA,
POIS O MUNDO, TODO ELE, É MEU LAR...
E NELE, MAIS ESTRANGEIRO ÉS TU,
QUE SÓ A TUA PÁTRIA, DIZES TU,
SABES AMAR.
E, BEM AO CONTRÁRIO DE TI, NÃO TENHO O QUE, OU A QUEM ODIAR.
NÃO ME PEÇAS ENTÃO, PARA BRIGAR POR TI, TUA INSANA GUERRA.

PORQUE SOU CIGANO, ME CHAMAS DE VAGABUNDO?
SE NADA TE DEVO, NÃO TENS O QUE ME COBRAR...
TALVEZ... POR BENESSES DE GRILHÕES QUE NUNCA DE NINGUÉM QUIZ ACEITAR?

CIGANO PORQUE NÃO SEI, OU NÃO TENHO A QUEM AMAR?
BEM, AMO A MULHER QUE ME DESEJAR,
E SE MEU AMOR É COMO A FLOR,
QUE DESABROCHA, ENCANTA E FENECE...
TAMBÉM COMO FUMAÇA, ELE DESAPARECE...
SEM DEIXAR DOR,
PERDIDO NO INFINITO COMO UMA PRECE.

Foto de cafezambeze

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA (POR GRAZIELA VIEIRA)

ESTE É UM CONTO DA MINHA DILETA AMIGA GRAZIELA VIEIRA, QUE RECEBI COM PEDIDO DE DIVULGAÇÃO. NÃO CONCORRE A NADA. MAS SE QUISEREM DAR UM VOTO NELA, ELA VAI FICAR MUITO CONTENTE.

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA

Numa pequena cidade nortenha, o João Pirisca contemplava embevecido uma montra profusamente iluminada, onde estavam expostos muitos dos presentes e brinquedos alusivos à quadra festiva que por todo o Portugal se vivia. Com as mãos enfiadas nos bolsos das calças gastas e rotas, parecia alheio ao frio cortante que se fazia sentir.
Os pequenos flocos de neve, quais borboletas brancas que se amontoavam nas ruas, iam engrossando o gigantesco manto branco que tudo cobria. De vez em quando, tirava rapidamente a mão arroxeada do bolso, sacudindo alguns flocos dos cabelos negros, e com a mesma rapidez, tornava a enfiar a mão no bolso, onde tinha uma pontas de cigarros embrulhadas num pedaço de jornal velho, que tinha apanhado no chão do café da esquina.
Os seus olhitos negros e brilhantes, contemplavam uma pequena boneca de cabelos loiros, olhos azuis e um lindo vestido de princesa. Era a coisa mais linda, que os seus dez anos tinham visto.
Do outro bolso, tirou pela milésima vez as parcas moedas que o Ti‑Xico lhe ia dando, de cada vez que ele o ajudava na distribuição dos jornais. Não precisou de o contar... Demais sabia ele que, ainda faltavam 250$00, para chegar ao preço da almejada boneca: ‑ Rai‑de‑Sorte, balbuciava; quase dois meses a calcorrear as ruas da cidade a distribuir jornais nos intervalos da 'scola, ajuntar todos os tostões, e não consegui dinheiro que chegue p'ra comprar aquela maravilha. Tamén, estes gajos dos brinquedos, julgam q'um home não tem mais que fazer ao dinheiro p'ra dar 750 paus por uma boneca que nem vale 300: Rais‑os‑parta. Aproveitam esta altura p'ra incher os bolsos. 'stá decidido; não compro e pronto.
Contudo não arredava pé, como se a boneca lhe implorasse para a tirar dali, pois que a sua linhagem aristocrática, não se sentia bem, no meio de ursos, lobos e cães de peluxe, bem como comboios, tambores, pistolas e tudo o mais que enchia aquela montra, qual paraíso de sonhos infantis.
Pareceu‑lhe que a boneca estava muito triste: Ao pensar nisso, o João fazia um enorme esforço para reter duas lágrimas que teimavam em desprender‑se dos seus olhitos meigos, para dar lugar a outras.
‑ C'um raio, (disse em voz alta), os homes num choram; quero lá saber da tristeza da boneca. Num assomo de coragem, voltou costas à montra com tal rapidez, que esbarrou num senhor já de idade, que sem ele dar por isso, o observava há algum tempo, indo estatelar‑se no chão. Com a mesma rapidez, levantou‑se e desfazendo‑se em desculpas, ia sacudindo a neve que se introduzia nos buracos da camisola velha, enregelando‑lhe mais ainda o magro corpito.
‑ Olha lá ó miúdo, como te chamas?
‑ João Pirisca, senhor André, porquê?
‑ João Pirisca?... Que nome tão esquisito, mas não interessa, chega‑te aqui para debaixo do meu guarda‑chuva, senão molhas ainda mais a camisola.
‑ Não faz mal senhor André, ela já está habituada ao tempo.
‑ Diz‑me cá: o que é que fazias há tanto tempo parado em frente da montra, querias assaltá‑la?
‑ Eu? Cruzes credo senhor André, se a minha mãe soubesse que uma coisa dessas me passava pela cabeça sequer, punha‑me três dias a pão e água, embora em minha casa, pouco mais haja para comer.
‑ Então!, gostavas de ter algum daqueles brinquedos, é isso?
‑ Bem... lá isso era, mas ainda faltam 250$00 p'ra comprar.
‑ Bom, bom; estás com sorte, tenho aqui uns trocos, que devem chegar para o que queres. E deu‑lhe uma nota novinha de 500$00.
‑ 0 João arregalou muito os olhos agora brilhantes de alegria, e fazendo uma vénia de agradecimento, entrou a correr na loja dos brinquedos. Chegou junto do balcão, pôs‑se em bicos de pés para parecer mais alto, e gritou: ‑ quero aquela boneca que está na montra, e faça um bonito embrulho com um laço cor‑de‑rosa.
‑ ó rapaz!, tanto faz ser dessa cor como de outra qualquer, disse o empregado que o atendia.
‑ ómessa, diz o João indignado; um home paga, é p'ra ser bem atendido.
‑ Não querem lá ve ro fedelho, resmungava o empregado, enquanto procurava a fita da cor exigida.
0 senhor André que espiava de longe ficou bastante admirado com a escolha do João, mas não disse nada.
Depois de pagara boneca, meteu‑a debaixo da camisola de encontro ao peito, que arfava de alegria. Depois, encaminhou‑se para o café.
‑ Quero um maço de cigarros daqueles ali. No fim de ele sair, o dono do café disse entre‑dentes: ‑ Estes miúdos d'agora; no meu tempo não era assim. Este, quase não tem que vestir nem que comer, mas ao apanhar dinheiro, veio logo comprar cigarros. Um freguês replicou:
‑ Também no meu tempo, não se vendiam cigarros a crianças, e você vendeu-lhos sem querer saber de onde vinha o dinheiro.
Indiferente ao diálogo que se travava nas suas costas, o João ia a meter os cigarros no bolso, quando notou o pacote das piriscas que lá tinha posto. Hesitou um pouco, abriu o pedaço do jornal velho, e uma a uma, foi deitando as pontas no caixote do lixo. Quando se voltou, deu novamente de caras com o senhor André que lhe perguntou.
‑ Onde moras João?
‑ Eu moro perto da sua casa senhor. A minha, é uma casa muito pequenina, com duas janelas sem vidros que fica ao fundo da rua.
‑ Então é por isso que sabes o meu nome, já que somos vizinhos, vamos andando que se está a fazer noite.
‑ É verdade senhor e a minha mãe ralha‑me se não chego a horas de rezar o Terço.
Enquanto caminhavam juntos, o senhor André perguntou:
- ó João, satisfazes‑me uma curiosidade?
- Tudo o que quiser senhor.
- Porque te chamas João Pirisca?
- Ah... Isso foi alcunha que os miúdos me puseram, por causa de eu andar sempre a apanhar pontas de cigarros.
‑ A tua mãe sabe que tu fumas?
‑ Mas .... mas .... balbuciava o João corando até a raiz dos cabelos; Os cigarros são para o meu avôzinho que não pode trabalhar e vive com a gente, e como o dinheiro é pouco...
‑ Então quer dizer que a boneca!...
‑ É para a minha irmã que tem cinco anos e nunca teve nenhuma. Aqui há tempos a Ritinha, aquela menina que mora na casa grande perto da sua, que tem muitas luzes e parece um palácio com aquelas 'státuas no jardim grande q'até parece gente a sério, q'eu até tinha medo de me perder lá dentro, sabe?
‑ Mas conta lá João, o que é que se passou com a Ritinha?
‑ Ah, pois; ela andava a passear com a criada elevava uma boneca muito linda ao colo; a minha irmã, pediu‑lhe que a deixasse pegar na boneca só um bocadinho, e quando a Ritinha lha estava a passar p'ras mãos, a criada empurrou a minha irmãzinha na pressa de a afastar, como se ela tivesse peste. Eu fiquei com tanta pena dela, que jurei comprar‑lhe uma igual logo que tivesse dinheiro, nem que andasse dois anos a juntá‑lo, mas graças à sua ajuda, ainda lha dou no Natal.
‑ Mas ó João, o Natal já passou. Estamos em véspera de Ano Novo.
‑ Eu sei; mas o Natal em minha casa, festeja‑se no Ano Novo, porque dia de Natal, a minha mãe e o meu avô paterno, fartam‑se de chorar.
‑ Mas porquê?
‑ Porque foi precisamente nesse dia, há quatro anos, que o meu pai nos abandonou fugindo com outra mulher e a minha pobre mãe, farta‑se de trabalhar a dias, para que possamos ter que comer.
Despedíram‑se, pois estavam perto das respectivas moradas.
Depois de agradecer mais uma vez ao seu novo amigo, o João entrou em casa como um furacão chamando alto pela mãe, a fim de lhe contar a boa nova. Esta, levou um dedo aos lábios como que a pedir silêncio. Era a hora de rezar o Terço antes da parca refeição. Naquele humilde lar, rezava‑se agradecendo a Deus a saúde, os poucos alimentos, e rogava‑se pelos doentes e por todos os que não tinham pão nem um tecto para se abrigar., sem esquecer de pedir a paz para todo o mundo.
Parecia ao João, que as orações eram mais demoradas que o costume, tal era a pressa de contar as novidades alegres que trazia, e enquanto o avô se deleitava com um cigarro inteirinho e a irmã embalava nos seus bracitos roliços a sua primeira boneca, de pronto trocada pelo carolo de milho que fazia as mesmas vezes, ouviram‑se duas pancadas na porta. A mãe foi abrir, e dos seus olhos cansados, rolaram duas grossas e escaldantes lágrimas de alegria, ao deparar com um grande cesto cheinho de coisas boas, incluindo uma camisola novinha para o João.
Não foi preciso muito para adivinhar quem era esse estranho Pai Natal que se afastava a passos largos, esquivando‑se a agradecimentos.
A partir daí, acrescentou‑se ao número das orações em família, mais uma pelo senhor André.
GRAZIELA VIEIRA
JUNHO 1995

Foto de Felipe Ricardo

Saudade de Ti

Por será que me vens a mente o sublime
Prazer de lembrar de algo que me faz tão
Triste e sucinto aos male da vida mortal?
Sei que agora vivo em teu sincero coração,
Mas por que isto ocorre? Por que? [...]
Sei que pensos de maneira diferente e
Mais sincera do que em tempos antigos
Onde teus olhos não eram minha morada e lar

Gosto muito de pensar como por escrevia
Minhas felicidades momentaneas e tristes
Oh cara Ondina por que me vinhestes neste
Momento tão oportuno, sabes muito bem
Que sou cativo aos teus lindo olhos e ao
Solene son que de teus labios nasce e a
Min embala em doces melodia que me fazem
Amar e viver de forma tão dissonante a

Minha triste harmonia que outras usaram
De arranjo e simplismente me tiraram a vida [...]
Há jovem Ondina vejo que aceitaste meus
Conselhos e me deste um novo, algo bom de
Ser apreciado em meus pensares e sonhos.
E agora a ti deixo dito de maneira singela e
Sincera me cativaste e me fizeste amar novamente
E querer ser feliz mais uma vez mesmo vivendo

A merce das lagrimas que me apagam de minha
Triste existencia. Oh linda Ondia por qe me deste
Este conselho? Sabes muito bem que sinto saudades
Quando vejo o mar a nossa morada onde brincamos [...]

Foto de Manoel Lúcio de Medeiros

MÃE, MAIOR DESAFIO.

Soneto de Malume (Manoel Lúcio de Medeiros).
Fortaleza – Ceará – Brasil. 09/05/2009. 18h30min.
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Cuidar da gravidez por nove meses,
Sentir no ventre a dor de ter um filho,
Amar sem se cansar por tantas vezes,
É ser mais que estrela no seu brilho!

É a maior missão que ela enfrenta,
Sustentar a criança com ternura,
Mesmo que chore, no braço amamenta,
Dedica tempo, e com amor, segura!

Nas mãos revela o zelo e cuidado,
E mesmo que cobrada nada teme,
Pois tudo faz e não perde o elogio.

No seu papel, da conta do recado,
No lar controla o barco pelo leme,
Porque ser mãe é “maior desafio!”
*´¨)
¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•`
Poeta Malume.
Direitos Autorais reservados.

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