Jogo

Foto de @ngel

100% paixão

Na noite em que te vi

Me apaixonei por completo

Soube que naquele momento

Eu tinha encontrado o amor certo.

Você com seu jeito carinhoso de ser

Me cativou por inteiro

Cada gesto, cada palavra me conquistava

E quanto mais tempo passava, mais me apaixonava

No começo foi só uma paixão

Mas depois eu vi que já te amava

Esse sentimento puro e inocente

Passou a ser sedutor e envolvente.

Amor, caricia, sedução

Um jogo perigoso que virou obsessão

E aquilo que um dia foi paixão

ocupa hoje 100% meu coração

Foto de Débora Pontes

09 de Novembro

Abro os olhos para o dia,
Meio dia, vou levantar.
Abro a janela, fecho os olhos,
Maldito raio solar.
Telefone e campainha, combinaram de tocar,
Tocam juntos em sintonia,
Acho que vou pirar.
Abro a geladeira: queijo prato, laranjada
Andar somente de meias,
Que a vida não vale nada.
Rasguei meu diário ontém
Com quem devo conversar?
Jogo longe sua foto,
Nada mais banal que amar.
Telefone novamente: Engano.
Deve ser um bobo alegre,
Ou algum velho insano.
Ninguém me mandou flores,
Todos riem das minhas dores,
Detesto fazer o tipo "penal"
Não combina com meu jeito,
Meu maior defeito,
É ser real.
Rasgar o calendário,
E esquecer que hoje,
É o meu aniversário.

Foto de Nana ´De Má

Uma história de Amor Puro.

Amor Puro.

Já fui descrente da existência do Amor Puro,
Até que em uma noite de solidão, com ajuda da tecnologia,
Por acaso em uma gostosa brincadeira, me deparei com ele,
Em primeiro momento era só uma conquista, mais uma pra mim,
Fácil, fácil demais, sem valor,
Eis que conquistei,
Mas depois fui conquistada, e então em uma teimosia freqüente comecei a desafiar este tal amor, pois ainda não acreditava em sua existência, nesse jogo perigoso o tempo foi correndo, se passaram dias, e logo se formaram meses, e a dependência e aceitabilidade crescia, não tive dúvidas, me vi vencida, vencida e agradecida, pois pensei jamais ser merecedora de tal dádiva, coisa bela e tão pura, simples e tão transparente, pequenas palavras, situações diminutas, e uma profusão de sentimentos desconhecidos nasciam sem pedir permissão, estou presa mas estou em liberdade, porque antes estava presa na hipocrisia do físico, da pecúnia e das convenções sociais, estou livre , estou livre,
Dantes era tão triste com essa tal liberdade, falsa e contida, hoje estou presa e feliz,
Loucura, pode ser, aceito as pedras de bom grado, estou presa a algo maior, a algo que me neguei durante a vida inteira, estou feliz, me sinto bem, sou mais gente agora, tiro forças pra coisas inacreditáveis e isso porque estou presa,
A força que tudo isso me dá é inacreditável, só posso agradecer,
Agradeço a alguém maior, que também deixei de lado a muitos anos, e hoje me abençoa com seu mais belo presente, obrigada Senhor, não sou digna, mas mesmo sabendo disso, quero me fazer merecedora, obrigada por abri meus olhos, obrigada por tirar as devesas de meu coração, construídas devido por espadas de quem merece perdão, porque não conhece hoje o que eu sei, perdão a estes seres infelizes, obrigada pelas cicatrizes, obrigada por me deixar sentir, hoje eu sei que existe, sim existe , pode parecer bobagem aos olhos de meus colegas sofredores, mas existe, O Amor Puro, existe, e eu o tenho, e quero isso pra todos vocês, porque é tão bom o sentimento que me recuso a ter só pra mim, quero pra todos também o mesmo belo sentimentos, por último agradeço ao guerreiro que agüenta dia após dia, as loucuras dessa sentimental pessoa, agradeço a ti amor por me acompanhar, por me apoiar e principalmente por me amar do jeitinho que eu sou, se por nem tirar.
Eu amo, e bom poder dizer eu amo, palavra esta usada por vários sem saber o sentido real, em minha vida só foi proferida no sentindo de amor entre homem e mulher a um único ser, ao qual me senti confortada e segura o suficiente pra me deixar tão sensível e aberta, é fácil e até necessário dizer sempre que amo-te, pois você é com certeza o meu Amor Puro.

Foto de Gaivota

* QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA....MINI-CONTO

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QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA

Possuo amigos.. algo de bom, deveras bom.. ser escutado é uma parcela da existência rota e vagabunda de todo escritor. Por um lado amado e por outro amaldiçoado...ou será alma dissociado.? Eternamente mal encarado.. Descarado!
Foi assim.. resolvi sair do casulo onde guardava a mente estúpida entre dedos ao molho campanha e decidi: É agora ou nunca. Não tenho papas na língua e vomito prazeres ou delírios, não guardo pensamentos em vão.
Jogo na vida, nas páginas pretas que passeiam virtualmente a espera de manchetes sangrentas que o povo aguarda roendo unhas.... Onde estão as notícias trágicas? Quem morreu? Onde aconteceu o tiroteio da última avenida manchada de sangue onde moscas e bactérias transitam em fome absoluta?
Saído do lar em perfeita harmonia aconchegante, onde a boca enorme mamava azul ondas deslizantes de dias coloridos abraçado a mãe natureza. Eu pérola expelida.
Caminhei arrastando dedos estúpidos no ritmo da maré e cheguei ao asfalto onde percebi o primeiro tiroteio..
Era a maré! Não..! Não a minha onda que sobe e desce em ritmo cardíaco... era sangue desfeito em pólvora.
Era o cheiro fétido da morte alisando minha cabeça. Era a gosma que sobrou.. era a dor.
Perfurada alma docemente azul que dentro de mim criou-se, vi com estes olhos que comem estrelas sorridentes, corpos estendidos na poça da vida... Na fome, na miséria humana... nas mãos armadas.. nos ratos que passeavam por entre vísceras e fuzis....
Vi que o mundo não parecia o lar-pérola azul-negritude....
O lar era a briga de gangues, era a necessidade de poder, eram notas e notas de dinheiro ensangüentado, era o desejo mórbido de comer algum pedaço de coração humano..era o pseudo existir nas línguas do fogo cruzado. Era matar! Matar! Matar..
Engoli a lágrima escorrida, lambi meu beiço na voracidade do desejo...desceram lágrimas sal doce aportando a garganta e fizemos sexo... Eu, a lágrima e a cama desfeita de meu ser. Ali no silêncio da garganta entrei em transe....nossos corações batendo no desespero selvagem dos prazeres...

RJ- 08/11/2006
** Gaivota **

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Foto de Gabriela Brassi

PALAVRAS AO VENTO

PALAVRAS AO VENTO

Não faz sentido exteriorizar meus desejos
Já que não representam nada a não ser a mim mesma.
Numa época, talvez isso fosse um estímulo para aguçar o seu querer.
Mas hoje, hoje são palavras jogadas ao vento.

Então sonho, crio e reprimo...
Me perfumo, me arrumo, me gosto
Me toco, me sinto, me realizo
Eu choro, enfraqueço, reajo e vivo...

Viva volto a sonhar,
Sonhando volto a criar,
Criando não realizo, então reprimo...
Ainda assim, me perfumo, me arrumo, me gosto. Me satisfaço
Eu choro, fortaleço e vivo.

Não jogo as palavras ao vento
são parte do meu interior
Elas representam muito...
Elas são fundamentais pro meu sonhar,
pro meu criar, pro meu realizar, pro meu gostar,
Enfim, pro meu viver...

Foto de hanjo

Noites

A noite vem caindo
A saudade vem chegando
À medida que a luz se esvai
Meu coração se enche de você
E fica na minha lembrança
Seu toque, sua voz
Seu beijo, seu jogo
E tudo que tenho são lembranças
Que me deixam mais perto de ti
Enquanto ao longe, onde estás
Nem sei se pensa em mim
Como eu penso em ti
As noites chegam com saudades
De uma noite que foi minha
De uma noite que foi bela
De uma noite que brilhou
Enquanto eu me tornava dela
E agora cá estou
Na noite, olhando, sonhando
Procurando por ti em cada estrela
Pra poder mais uma vez te ter
Mas o que eu tenho
E que sempre me resta
São as noites, sem ti

Foto de Camillinha

Olhando para as páginas da minha vida

Olá amigos poetas!
Talvez muitos de vocês encontrem letras de músicas ou até mesmo alguns trechos de traduções delas.
Peguei algumas das músicas que mais gosto e com alguns trechos fiz esse poema espero que gostem!
Um beijo a todos!

Olhando para as páginas da minha vida
Vejo que vivo por ele sem saber
Se eu o encontrei ou se fui encontrada
Já não recordo como foi
Mas ao final me conquistou
Vivo por ele que me dá
Toda a minha força de verdade
Para apagar um pouco da minha solidão e me sentir viva de verdade.
Vivo por ele e ninguém mais pode viver dentro de mim.
Isto não é nada do que alguns sentimentos que de quem eu não consigo esquecer...
Sim, eu cometi alguns erros, mais eu sou apenas um aprendiz nesse jogo da vida.
Toda vez que eu penso em você,vejo algo novo.Que me deixa mais animado do que antes e me faz te querer mais.
Sonhar, já se tornou uma perda de tempo já que todos meus sonhos são com você.
E quando olho o que a vida vem se tornando tudo que faço é amar você mais e mais.
Somente leia as linhas no meu rosto e talvez quem sabe você encontre a resposta em meus olhos.
E se você me der somente uma tentativa, nós podemos arrumar a mala dos nossos velhos sonhos e da nossa vida.
Juntos, encontraremos um lugar onde o Sol ainda brilha pra gente.
E eu te prometo, te amarei mais ainda.
Pois eu nunca soube que tinha um sonho, até ter você.

Foto de Neryde

Nesta noite...

Não nos conhecemos pessoalmente,
Trocamos fotos,e-mail's
E desejos virtualmente!
O que foi suficiente para despertar,
A vontade um do outro,
De nesta noite se amar...
Com palavras você
Continua à me provocar.
Novos meios vamos achando
E,na busca de nos saciar
Seguimos imaginando...
Minha pele fica arrepiada,
Quando vejo seu olhar penetrante.
Como se fosse comer,
Meu corpo nu e vibrante.
E desejando suplicar,
Para que o deixe,
Em minhas entranhas se perder,
Sem o caminho de volta achar...
Com minhas mãos vou me tocando.
Estou agora me sentindo molhada,
Querendo à você enlouquecer,
Sugando-o com prazer...
Vou eroticamente me tocando,
Sinto fortes contraturas e espasmos,
Amor, estou por ti gozando...
Este jogo da imaginação à ambos alucina,
Nos sufoca e nos domina,
Você também não consegue resistir...
E gozando,gemendo,me diz pra imaginar,
Que dentro da minha boca está a jorrar,
Sua seiva quente me fazendo engolir....
Imagino o gosto agridoce que sinto agora,
É o fruto da paixão que nos devora...
Nesta noite o que mais gostaria,
Era estar fazendo amor com você, agora!

Foto de Enise

chovo

Desdigo o que disse
saio da mesmice
alimento um fogo
ardente sem direção

Vento na minha alma
como na sua palma
caio no seu jogo
chovo além do furacão

As horas que ora passam
como se elas fossem minhas
rodam minhas ventoinhas
me ferem sem arranhão

Troco a pele açucena
mudo a casca do poema
cerro a porta da ilusão.

Congelo atitude,
escondo acidez,
evoluo na latitude,
enquanto chove na minha mudez...

Foto de Zedio Alvarez

A Deusa do Xadrez

Sou professor de xadrez e admiro muito esse esporte que me conquistou pela lógica dos seus movimentos, pela magia que impõe à nossa vida, fazendo-nos ser guiados pelo mundo quadrado e mágico de um tabuleiro, representando o nosso universo imaginário, elevando a nossa auto estima, fazendo-nos pensar a cada momento, trazendo satisfação e com isso antecipando a nossa felicidade num simples xeque mate da eternidade.
Sempre participo de torneios pelo Brasil e América do Sul , aumentando ainda mais a vontade de jogar, pois abre o nosso leque de amizade transpondo as fronteiras dos idiomas fazendo dele, o xadrez, uma linguagem universal.
Eu tenho muitas histórias para contar do mundo do xadrez e sem dúvidas a mais espetacular de todos os tempos foi uma experiência vivida na Argentina, mais precisamente em Buenos Aires, em fevereiro de 99, quando disputei um torneio em nível mundial, contra enxadristas de várias nacionalidades.
Tive a oportunidade de conhecer alguns grandes mestres de xadrez e viver uma aventura apoteótica com uma Mestra Espanhola, chamada Lucy Polgar, que agora passo a contar nos mínimos detalhes no tabuleiro da minha vida.
Ao começar a primeira rodada enfrentei um mestre argentino, Luiz Martinez, de grande potencial e que tive muitas dificuldades para enfrenta-lo e vence-lo, não só por causa de sua habilidade com um jogo muito forte, mas com um obstáculo por ter me desconcentrado do jogo, uma boa parte do tempo, vindo a ameaça de uma retumbante derrota, da outra fileira de competidores.
Quis as coincidências que só o Deuses do xadrez explicam, que a Mestra Lucy Polgar ficasse justamente a minha frente. Ao apresentar-me na recepção do Hotel Ondas Del Mar, a mesma já lançava olhares venenosos para minha pessoa, como se já arquitetando algumas jogadas para um possível encontro “enxadrístico” entre nós, provocando por inteiro a minha libidinosidade,
Ela era uma das maiores enxadristas de todos os tempos e possuía um jogo denso, cheio de combinações e ciladas, convidando a nossa vontade para duelá-la.
A mesma estava em processo de litígio com o seu esposo que não concordara com a sua vinda para participar daquele torneio. Eu já era fã incondicional daquela beleza morena de cabelos negros e de um sorriso simplesmente fantástico.
Durante toda partida com o argentino, ela ratificou o que antes já fizera no nosso primeiro contato, só que além dos olhares cruzados, ela lançou uma nova arma sedutora, que foi uma amostra de suas coxas roliças e a cada cruzamento dos nossos olhos, contribuía para que em alguns momentos eu vislumbrasse a sua calcinha azul, me atraindo para aquele campo minado de tesão. Ela estava com uma minissaia Jean, que serviu de pretexto para que aquela cena maravilhosa de suas lindas pernas, fossem vistas pelos meus olhos de radares.
A cada intervalo das rodadas nossos caminhos se cruzavam e os flertes eram incisivos. Chegamos a duo monologar em alguns instantes sobre a forte pressão do momento, fazendo com que o coração e a voz desentoasse na sinfonia, pela falta de respiração. Num desses momentos falei do filme, Lances Inocentes que estava em cartaz, e propositadamente iríamos assistir na parte da tarde.
Chegamos juntos ao cinema e sentamos lado a lado. Permanecemos alguns minutos sem propalar nenhuma palavra, incentivados pela emoção que nos causava uma ebulição corporal. Ficou claro que o filme seria um motivo, para aquele primeiro encontro. Fazendo jus ao nome “lances inocentes” começamos a participar do estrelato sendo protagonistas daquela fita. Ela começou a falar da sua vida matrimonial, que não estava bem entrosada e que aquele torneio tinha sido o estopim para desencadear a sua separação. Falamos muito sobre xadrez é claro, mas principalmente da minha admiração e minha idolatria pela aquela beleza basca. Ela contra atacou falando que já tinha visto algumas partidas minhas e que era seu sonho me conhecer. Fiquei lisonjeado com a afirmativa da Dama do xadrez.
Nossos scripts foram deixados de lado e começamos a atender o que a emoção pedia insistentemente. A essa altura estávamos abraçados e nossas bocas começaram a ir de encontro fazendo uma junção perfeita, amaciada pela saliva quente com gosto de hortelã. A língua como sempre fez seu trabalho de coadjuvante. A partir daí as nossas mãos tomaram um rumo ignorado pela razão, mas aceito pelo desejo, que mandava na nossa contracena. Elas procuraram a sua fenda quente e orvalhada que foi totalmente massageada. As dela também fizeram a sua parte indo de encontro ao meu instrumento medidor de temperatura que estava fumegante e já a ponto de explodir diante de tanta pressão. Foi quando fomos interrompidos pelo final do filme, “o outro”, e tivemos que nos retirar do ambiente. Fiz um convite formal à mesma para jantarmos a noite no meu apartamento, aproveitando para estudarmos algumas táticas, estratégias, revermos algumas jogadas e jogarmos algumas partidas. Ela prontamente aceitou.
Justamente às nove horas ela bateu suavemente na porta, cujas batidas ecoaram na minha imaginação com o acompanhamento do meu alegre coração que vibrava com aquele encontro triunfal da minha vida.
Ao abrir a porta, deparei-me com aquela beleza rara, a qual estava com um vestido azul, que trazia um decote deixando-a praticamente com seios à mostra, fazendo com que a temperatura ambiente do cenário preparado, se elevasse deixando o clímax a beira do pecado. Surpreendi-me quando fui tomando de assalto num beijo interminável, sendo que as nossas salivas misturadas produziram uma fórmula química que alterava ainda mais o nosso ciclo hormonal fazendo girar em energizar todo nosso corpo, provocando o aceleramento dos batimentos cardíaco.
Eu como um bom estrategista, senti-me na obrigação de tomar a iniciativa do combate e ali comecei a depenar sem pressa aquela Águia Real de plumas azuis. Queria degustar de todas as regiões daquele corpo escultural. Comecei a usar uma das minhas armas fatais, a língua, num passeio pelas suas coxas queimadas e sua duna que possuía um farto areal. Fui a cada localidade sempre a reverenciando com palavras poéticas, com a língua banhando suas fartas áreas e dando o seu recado. Nos seus seios com forma de pêra passei um bom tempo mamando e me alimentando daquele leite afrodisíaco, com a voracidade de uma criança faminta.
Todo ritual seguia o que planejei para uma estratégia vitoriosa. Comecei a pegar o caminho em direção a gruta do amor, contornando o umbigo que a fez suspirar. E chegamos a Terra prometida. Deparando-me com aquela fonte maravilhosa de prazer, constituída de pelos escuros cuja superfície já estava molhada provocada por uma chuva de essência nectal. A essas alturas a paciente Rainha me pedia para dar-lhe um xeque mate de imediato formalizando um convite para ser o dono do seu reinado do amor; mas ainda tive a humildade de pincelar toda aquela arquitetura lapidada pela natureza que minava através de uma água salobra, fazendo com que a minha sede aumentasse ainda mais. Ela retribuiu toda minha receptividade lingual e deu um verdadeiro show no meu universo corporal. Matematicamente falando, nossos corpos paralelos, traçaram perpendiculares, e numa junção geométrica, construímos várias figuras, num jogo constante e simultâneo de trocas de carícias e gentilezas.
O incrível é que a cada variante escolhida através dos meus planos ela já conhecia, seguindo o caminho que nos levava ao desfecho extasial, ditando palavras ofegantes e sussurrantes, no bailar da dança de nossas massas corpóreas. No balanço produzido pelas nossas almas, havia um sincronismo perfeito no vai vem dos nossos músculos picantes.
E chegamos ao ápice final de uma partida magistral. Levando-a para um tabuleiro de almofada prontamente preparado para aquele duelo, executei-a atendendo a sedutora ordem expressa, vinda da voz desesperada de uma fêmea. Estávamos no limite e uma explosão não tardaria. Foi justamente o que veio acontecer, com um mate único e preciso na história de um amor enxadrístico. Invadi o castelo de amor, da minha Deusa com fervor. Aquela bela rainha virou uma felina feroz quando despejei todo meu líquido seminal naquela fenda quente e gostosa. Foi um momento único e monumental. Sem dúvidas foi uma das maiores experiências amorosas que tive na minha vida.
Desfalecemos e sonhamos... Ao acordarmos pela manhã jogamos mais uma partida, que também foi espetacular. Fizemos alguns planos e decidimos concluir o torneio, o qual faltava apenas duas rodadas para o seu encerramento.
– Ah! Vocês querem saber da nossa colocação no torneio de xadrez?
– Deixa pra lá... (risos)
Ela queria conhecer o Rio de Janeiro, falando que um dia tinha sonhado desfilando numa escola de samba carioca. E pegamos o primeiro vôo para o Rio numa viagem onde não nos desgrudamos nenhum segundo um do outro. Ainda vivíamos das imagens da noite de amor inesquecível.
Eu tinha um certo conhecimento com a diretoria da Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio e conseguindo contatá-los, prontamente atenderam o nosso pedido, viabilizando a participação da mesma numa ala de destaques da Escola, tornando possível a realização do sonho de minha Rainha Espanhola.
No dia seguinte embarquei a mesma para Barcelona. Nunca deixamos de nos corresponder... Só quando a saudade resolveu entrar em cena...
Um ano depois ela resolveu voltar ao Rio de Janeiro para morar, se tornando uma Professora de xadrez e hoje trabalha nas comunidades carentes, divulgando a nossa nobre arte enxadrística. Reatou por questões de conveniências com o seu marido e de maneira parcial ele resolveu acompanha-la. Mas o mesmo não vai a torneios justamente para evitar a ciumeira doentia que ele tem, e assim tempos a oportunidade de “jogarmos” muitas partidas de xadrez por esse Brasil afora. Mas ele tem razão, porque ela chama atenção do público com a sua exuberante beleza em qualquer local onde esteja.
Continuo me comunicando com aquela Realeza através do MSN, e quando sobra um tempo dos meus afazeres no estado de Pernambuco onde trabalho, vou ao encontro daquela fêmea fantástica, participar de torneios e realizando partidas espetaculares fazendo dos nossos “lances inocentes”, um lance surpresa para alimentar a nosso espírito na eterna jogada da vida.

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