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A Humanidade se recolhe.
A lua quase cheia segue leve
Acompanhada pela estrela,
Ao dirigir-se para o oeste.
Uma nuvem faceira toma corpo,
Cai de mansinho, não faz lodo.
Molha as calçadas na rua
E, ali mesmo, beija a lua.
Esplendor reflete longo tempo.
Numa transformação solene,
Alegria esparge, meio nua,
Na poça, a nuvem serena.
Ao reflexo, que a lua expande,
Outra nuvem até se emociona.
Debulha-se em lágrimas a beijar a terra,
Torna-se a lua, feito espelho eterno.
Homens repousam corpos sem beleza,
Torpeza que devora o ânimo.
Imagens e ameaças de guerra,
Insegurança que produz pânico.
Movimentos atrás das portas,
Uns escondidos, outros às soltas.
Alguns em lágrimas, outros em êxtase,
Trazem insônia, enlaçam corpos.
A terra segue o fluir, seu fluxo.
O Amor, ao homem se apresenta
No respirar sufocado em refluxo.
Na chuva, na cama, na lua, na estrela.
Marilene Anacleto