Perdoa-me...
Por essa falta de jeito
de entrar em tua vida
assim...
atrevida e sem freio
juntando fragmentos de
nós dentro e fora de mim...
perdoa-me...
por essa busca insensata pura e tão certa...
nesse coração descompassado que jaz em alerta
num desejo devasso que em chamas queima por ti
em meu corpo vazio risca em fagulhas frementes de
fogo com pedaços quebrados de giz...
perdoa-me...
pelos dias intermináveis e nas noites escuras e frias
onde vagueio desnuda na imensidão sem rumo e sem direção
descansando nos astros nas estrelas e na lua e seu clarão
tentando aquecer meu gélido e inerte coração...
perdoa-me...
por essa leviandade um tanto pueril que aos teus
olhos possam parecer uma utopia uma viagem uma loucura
mas que em mim desnorteia corpo mente e alma
em muitas vidas sigo ao léu em tua procura...
perdoa-me...
pelas lágrimas densas que caem dos meus olhos marejados
quando em minha introspecção te busco num labirinto emaranhado...
e encolhida num breu estática e fragilizada vejo-me num poço...
tento te alcançar, mas estás tão perto e tão longe...
e muito além do flash de luz que aparece no horizonte...
em sonhos letárgicos sei que pensas em mim agora...
e vivencias comigo momentos tórridos e insaciáveis de outrora...
Perdoa-me...
por pensar que um dia em meus braços te terei...
será querer muito nessa vida contigo ser feliz?
ou tudo isso não passa de uma ilusão alada e perene
de outras vidas que eu te encontrei, mas não te quis?
Perdoa-me...
se eu te encontrar, te ouvir e nem ao menos te sentir...
e novamente nesse ciclo infindável nossa paixão esmorecer
mesmo que não consiga gritar que te amo te amei e sempre te amarei...
Como esse carma levar adiante, conseguirei?
nesse amor inatingível e eterno que dilacera e corrói em meu peito...
que é levado sempre de mim como cinzas mórbidas ao vento...
antes de deixar esse ciclo efêmero e de novo perecer...
diga-me...
- Por que, não estás comigo outra vez?