Guerra

Foto de Nora Enfyl

Poema de Amor (Glauber Rocha)

Tudo talvez se defina
na conspiração
da poesya e
da infecção,
estou no começo da vida
mas não sei se a saúde resiste
o mundo profetiza guerra global
e corta o mistério da existência
nos projetando nos braços vitais
revolucionando o prazer, essência.
Junho, 1981.

(AMO GLAUBER ROCHA)

Foto de betoquintas

Quarta sagração (Sarcanomia)

Fraternitas
Hino do Cordeiro ao Leão

Bom e querido amigo!
Enfim posso em teus braços descansar,
Recarregar em teu leito,
A força e a coragem.

Por tempos fui sufocado
Por uma armadura,
Pelo cargo de general,
Pelo oficio da batalha.

Buscando na guerra,
Esquecer essa paixão,
O maior enganado era eu!

Cercando-me de louvores e adoração,
Provocando a discórdia e o preconceito,
Mas o pior admirador masculino
É aquele que usa a máscara do macho.

Muitas ovelhas eu arrebanhei,
Mas apenas aos Apóstolos me aproximei.

Agora deixo o rebanho
Aos cuidados do Lobo
E que os que me seguem
Que conquiste seu Leão.

Cumplicidade
Hino do Leão ao Cordeiro

Venha, sem demora!
Não faz idéia da dor
Que a cada chamado ignorado
Tu me causavas ao coração.

Por tantas vezes me ofendia,
Dirigindo suas flechas
Ao invés de seus carinhos,
Perseguindo a minha gente,
Como se não fossemos irmãos!

Venha, para reavivar a paixão
E que esse eterno amor
Possa servir de exemplo
E as pessoas se lembrem
Das palavras do profeta da carne.

Toda existência é divina,
É macho e fêmea,
Ambas e nenhuma.

Que os fanáticos descubram
O verdadeiro sentido
Do amor que ensinaste:

Amor sem restrição,
Paixão sem forma,
Prazer sem culpa.

Memória
Hino dos deuses ao Cordeiro

Frágil e fraca criança!
Por nossa imensa bondade
Nós mantivemos a lei,
Apesar de seus ávidos esforços.

Da fúria religiosa,
Protegemos a saúde do Leão
E o futuro das criaturas.

Dispensamos pelo mundo
O guarda e vingador máximo,
O que entrega franca e livremente,
A Lei da Vida a toda gente
E, na forma do Lobo,
Resgata as ovelhas da ignorância.

Mas não é tempo e momento
De julgamentos e condenações,
Este oficio é de tua estação,
Agora reina a Primavera!

Entre sem receio,
Misture-se na festa,
Brinde com seu Leão
E sorria com o Lobo
Alegre-se e viva!

Responsabilidade
Hino dos deuses ao Leão

Bendito seja, verdadeiro rei,
Aquele que lidera sem oprimir,
O que toma a paixão por nobreza,
O que faz do amor autoridade
E põe o prazer no trono.

Bendito seja, amor manifestado,
Arrebatador, incondicional,
Divulgador e promotor da lei,
Entrega-se aos devotos
Mais amor que estes exprimem.

Lembre ao Cordeiro a verdade
E mostre às ovelhas a forma,
Ao Lobo abra caça à castidade
E aos Apóstolos proíba a homofobia.

Que a toda criatura,
Veja, sinta e desfrute
A plenitude da Vida!

Defesa
Hino do Cordeiro aos deuses

Anciões da Eternidade!
O tempo do Inverno
É pesada lembrança
De meu cruel oficio.

Tudo que eu trouxe
Foi medo, ódio e guerra.

Por ser luminoso como vós,
Tornei tudo ao meu redor
Em sombras densas
Para destacar meu brilho,
Eis meu orgulho e vaidade!

Quis converter a todos e,
Para disfarçar meus defeitos,
Impus aos crentes ordem e disciplina.

Os cânticos me elogiam,
Os homens me clamam,
Eu sou o Messias.

Mas diante do Sol,
Mostro minha verdadeira face,
Eu sou a Estrela Dalva,
A Estrela Vespertina.

Eu apenas sou um luzeiro,
Diante do fogo do Amor!

Coragem
Hino do Leão aos deuses

Fraco eu sou também
E indigno de uma coroa,
Feliz em receber amor,
É imperativo distribuir.

Nada fiz de extraordinário,
Apenas segui a vontade natural.

Debaixo do Amor,
Estou sob as ordens do menor
E rendido ao vencido.

Ainda que seja objeto de escárnio,
Eu sempre hei de amar o Cordeiro.

Nosso amor não enxerga diferença,
Somos ativos e passivos,
Vivemos nosso lado feminino
Para elogiar nosso lado masculino.

O macho é figura em extinção,
Todo herói sabe-o bem,
Mais coragem se exige
Em desafiar infundado preconceito.

Foto de Marco Magalhães

A Arte da Guerra

Meu filho perdoa-me por favor,
Já nem voz tenho para te chorar,
Contigo morro para calar a dor,
Iremos os dois a Deus implorar.

O inquieto desejo desta tortura,
Que anima os homens para a guerra,
Que Seja ambição de pouca dura,
E que de sangue não mate a terra.

Orar para seus filhos não matarem
Os seus filhos. já perdi a esperança.
Perdoa-me a fraqueza deste momento,
Já viver não quero, nesta matança.

Meu filho perdoa-me por favor,
De não te ter podido salvar,
Esta dor não irei mais carregar,
A ti entrego meu Deus, este meu amor.

Foto de pardal

castigo

Afrodite brinca conosco
Amamos que não queríamos amar
Um simples olhar nos faz feliz,
Uma simples palavra nos faz sofrer
No princípio éramos como animais
Não amávamos,
Porem não sofríamos

Apenas por um momento...
Queria eu ser compreendido
Isso é uma guerra
Aonde mesmo quem vence
Perde

Somos marionetes
A falta de razão nos controla
Mesmo sem esperança pensamos
Que haverá um arco-íris no escuro
Mais como é o amor?

Amamos só quem nos faz sofrer
Apenas por um momento...
Queria seu correspondido
Passei anos atráz de alguém para dizer
Ti amo

Por pura ironia do destino
Por puro sarcasmo dos deuses
Quem eu encontrei, e não o direi
O amor é um mal, mais é um mal necessário

Na magia acredita-se
Quando se faz um mal,
Ele folta em triplo
Cá me pergunto,
Será que magoei alguém?
Fiz alguém sofrer cruelmente?

Seja como for eu devo merecer esse sofrimento
Quando a noite me embala,
Murmuro
Por que não poço tê-la?
Afrodite me castiga
A cada dia que passa
Meu coração morre

Meu mundo é violado a cada dia que passa
E nele até os dragões choram
A neve não cai mais
Mesmo assim esperarei
Um dia Afrodite me perdoará

Foto de Marco Magalhães

Bela Fenda...

Alguêm que não Eu um dia disse...

"O homem leva nove meses a tentar sair de um buraquinho, e passa o resto da vida a tentar entrar de novo nele."
E por concordar, deixo aqui meu testemunho...

Por sua grandiosa nobreza,
Por ser a Fonte de vida,
Eu agradeço concerteza,
Em mim ter sido envolvida.

Essa bela Gruta da Natureza,
Esse belo Espaço de lazer,
Transforma o mole em dureza,
Sendo a maior fonte de prazer.

Essa bela Fenda sempre honrada,
Pois ninguêm com seu labuto,
Tenha ocupado muito ou nada,
Raramente escapa sem tributo.

Aqueles que não o têm fiel,
Podem sempre se prostar,
Provando seu maravilhoso mel,
Não terão nada a reclamar.

Para muitos pequeno jardim,
De preferência nunca plantado,
É mais procurado que Marfim,
Pois o primeiro não é superado.

A História nunca encerra,
Nessa bela e vistosa covinha,
Seja de Rainha ou da vizinha,
Ainda é causa de muita guerra.

Seja de amor ou de apaixonado,
É para muitos um fruto endiabrado,
Seja de pé, de quatro ou sentado,
Todos querem o seu bem plantado.

Foto de angela lugo

Passado Presente!

Você partiu o meu coração
Meu mundo desabou
O fantasma voltou !!!

Fantasma que pensei
Havia desaparecido
Da minha vida

Que pena!!! Que ironia...
Pensar que...
Fantasma desaparece

Na verdade ele sempre
Esteve presente em minha vida
Agora... Nada temos para falar

Mas quero que saiba
Um dia te amei muito... muito
Que poderia morrer por você

Quando te via
Meu coração batia fortemente
Parecia uma sinfonia

Elevando-me ao céu
Quando sentia seu olhar sentia-me nua
Diante de seu olhar avassalador

Quando me abraçava
Sentia teu corpo quente
Estar em seus braços era tudo

Toda vez que te via
Esperava... Esperava...
Que me pedisse para voltar

Mas... .Você não pedia...
E o tempo foi passando
E nada acontecia...

Demorou muito tempo
Mas não o suficiente
Para deixar de amá-lo

Cada dia que passava
Não te esquecia
Amava-te... Mais. e mais....

E um belo dia...
Ah ! Que Dia...
Você me pediu para voltar

Voltei e fiquei
Nunca mais queria te deixar
Queria estar em seus braços

Eles me davam segurança
Conforto e me acalmavam
Dava-me prazer estar entre eles

Você foi à razão
De todas às coisas
Importantes da minha vida

Amei outro só que ninguém igual a você
Meu amor por você superava tudo
Era como se você fosse minha alma gêmea

E de repente
O fantasma retornou
E entrou em minha vida

Que pena!!! Acabou
Como tudo na vida
Você e seu fantasma

Conseguiu nos separar
E agora? O que fazer?
Nada... Nada

Só restou esse eterno vazio
Dentro do meu coração
Essa angústia amarga

De ver o fantasma a seu lado
Você ganhou, o fantasma ganhou.
E eu? Eu perdi... Perdi... Perdi.

Perdi você... Perdi minha vida.
Perdi o amor... .Perdi a esperança.
Perdi a vontade... .Perdi a felicidade.

Perdi a guerra... Perdi a paz
Perdi o ontem... Perdi o amanhã
Mas não perdi a dignidade

Hoje só restou o presente
E o presente não pode perder
A exuberância do novo dia

Foto de Ana_Luar

Palavras Nuas

Observo-te de longe...
Tento perceber-te... Para entender
Porque te vestes como um guerreiro pronto
Para a guerra da indiferença
Encerrando a ternura, num íntimo de aço...
Onde sem te dares conta...
Desprezas o sabor da brisa
A eloquência do sonho
O desejo de voar.
Falas-me em metáforas...
Sinais que eu apreendo... ou não!
Mesmo que contestes a sua direcção...
Sei que é para mim que falas!
Assim interrogo:
Onde fica o desinteresse que te instiga a desnudar as palavras?
Que me diz que sou aurora na tua saudade?

Não me dás ouvidos quando te sussurro
Que no céu são muitas as estrelas que existem por numerar...
Estrelas que te vigiam...
Iluminando esse caminho tortuoso no qual te alforrias.
Na boca do poeta achei a verdade
e a verdade diz:
"Que para morrer apenas carecemos
da indiferença do nosso próprio olhar".
Criaste dúvidas onde existia genuinidade...
Deixas-te o acre no lugar de beijos
Ergueste defesas que impedem o abraço.
Algo sucedeu e não me dei conta!
Desculpa se a expressividade das minhas palavras
te provocam a precaução dos sentidos.
Envergonho-me da minha simplicidade,
de não conseguir sair digna... deste sonho solitário
que me permiti sonhar.
Conheces-me...
sabes que...
A minha ternura,
Existirá para lá do sonho
Para lá dos beijos
Para lá do desejo...
Porque eu permaneço!

Foto de Antônio Antunes Almeida

O sonho

Sonhei, um dia com um homem,
Daquelas bandas que eu não sei contar!
Era um homem magro, de semblante triste,
Que chama o filho pra conversar.

Pediu que o menino se assentasse,
Bem pertinho pra escutar,
A história mais triste e cruel
Quem alguém possa imaginar.

Começou a conversar com o filho
E se pôs a tremular,
Pediu paciência ao garoto,
Pois era difícil até começar:

“Eu compreendo a sua revolta.
E sinto, também, que há muito tempo o perdi.
De nada, hoje, adiantará minha volta,
Pois o abandonei, quando mais precisava de mim.”

E o garoto amofinado,
Nem sabia o que falar!
Olhava firme no rosto,
Daquele que, há muito, deixou o lar.

E o pai, cabisbaixo e doente,
Sentindo dificuldade até pra falar,
Conta ao menino toda sua vivência e o que sente,
Vendo a vida a se exaurir e a morte a chegar.

“Eu era jovem, ainda,
Moço forte e sadio.
Procurei, então, batalhar,
Para ser alguém um dia."

Procurei vários empregos,
De mascate a cozinheiro.
Para mim nada servia:
Eu queria mesmo era ser fuzileiro.

Então, me engajei no exército,
Com toda convicção.
Queria ter no peito divisas,
Também muita condecoração.

Mas, com o passar do tempo,
As coisas vieram a se modificar.
Comecei a mandar nos outros;
Passei, então, a comandar.

Pra mostrar superioridade,
Comecei a espezinhar.
Ordenei, aos amigos de antes,
Que fossem os cavalos limpar.

Deixei a bondade um dia,
Para transformar-me em cruel.
Abandonei a Bíblia, o Rosário e a Cruz:
Eu era, então, um coronel.

Comecei a ver meu nome
Nos jornais, em todo lugar.
Senti ser mais do que rei,
Mandava nas armas, do ar, da terra e do mar.

Ordenei, assim, que se fizessem,
Genocídios, prisões e massacres.
Mandei prender jornalistas,
Gente pobre, advogados, freiras e padres.

Recordo, também, no momento,
Que mandei construir aviões.
Gastei uma fortuna, que não entendo,
Somente pra carregar munições.

Mandei fabricar navios de guerra,
Foguetes, torpedos, bombas e canhões;
Tive submarinos e tanques blindados em terra.
Eu era o homem que mandava nas nações!

Construíram, a meu pedido colúmbias,
Bomba “H”, de Neutrons, que maravilha!
Em “TNT”, a maior reserva do mundo,
Testes nucleares, em quase todas as ilhas.

Assinei convênio para fabricar reatores,
Experimentei a chuva amarela, nos viventes da serra.
Gastamos bilhões, em canhões de laser,
Enganei esse povo honesto, em nome da paz na Terra...

Lembro do desfilar de tanques e armamentos,
Esquadrilha da fumaça em todas as comemorações.
Pra que você tenha idéia, meu filho,
Esse dinheiro gasto, acabaria com a fome das nações!

Recordo dos relatórios que rubriquei,
Negando provimento para hospitais.
Hoje vejo, o monstro em que me transformei:
A dor e a fome são seqüelas,do que hoje não posso fazer mais.

Matar em nome da lei é fácil...
Somente sinto ter sido um assassino legalizado.
Com todas as prerrogativas que tive,
Matei, torturei, roubei e não fui incriminado...

E, hoje, aqui sentado,
Nada mais posso fazer.
Penso no ouro do cofre,
Que me deu tanto prazer.

Vejo, ainda, no canto do armário,
A velha bota encerada,
E penso, nas crianças que massacrei,
E nos órfãos das guerrilhas, que eu comandava...

E, agora, meu filho querido,
Só tenho a fazer-lhe um pedido:
Que perdoe com o coração,
Este seu velho inimigo.”

“Eu queria, nesta hora papai,
Abraçá-lo e amenizar suas dores,
Mas você me abandonou no berço, e viveu pra matar.
Então,o devolvo entre lágrimas,às suas metralhadoras.”

“Mas, de qualquer forma, lhe peço,
Antes deste câncer me eliminar,
Olhe bem pra estas divisas,
Que eu trouxe pra lhe mostrar.

Cada uma significa tristeza.
Quando penso, até começo a chorar...
Quantos homens inocentes morreram,
Pra que eu as conseguisse ganhar.

Por isso, mais uma vez,
Peço, de todo o coração:
Não seja como eu fui na vida.
Ame mais a seus irmãos.

Este Rosário e esta Cruz,
Que eu guardei, pra não lembrar,
Tem a imagem do único Homem, com poder realmente,
Mas que, preferiu morrer que usar.

E pra finalizar esta história,
Antes deste meu adeus,
Saiba meu filho, que esta lágrima que rola,
É o arrependimento de não ter amado a Deus...”

Direitos reservados e registrados

Foto de Peter

o grito

No deserto uma criança chora
Ela há muito que implora
Mas o seu pedido é esquecido
Simplesmente porque há outros valores
O poder, a ganância dão tudo por perdido

Eles não se importam por ela estar a chorar
Não se dignam a reflectir
Esquecem o que é amar
Esquecem o grito dos inocentes
Simplesmente deixam de sentir
E tornam-se dementes

Querem é guerra, a grande causa
Que se dane a paz
Querem é tudo, a grande causa
E os inocentes? Esses que chorem
Desde que vençam e ganhem, eles que implorem

O grito ecoa nas areias
O sangue jorra pelas veias
Mais uma vida termina
Graças a essa ganância que tudo extremina
Mais uma familía fica sem terra
Por causa dessa maldita guerra

Coroas e poder ganharam
Afinal foi por isso que mataram
Envolvidos em louvores
São esquecidos os horrores

Foto de Fernanda Daniela

Dentro de Mim...

Dentro de Mim
Moram dois seres
Que se completam e se equilibram
Duas polaridades, duas almas...

Dentro de Mim vivem duas criaturas
Diferentes como a noite e o dia
Cada qual poderosa a sua maneira
Cada qual lutando com suas armas...

Dentro de Mim em algum lugar
Uma guerra é travada a cada dia
A cada hora, Uma sobressai a outra
E quem sai ganhando sou Eu...

Não são nem boas nem Más
Essas duas partes...
São um resumo do Universo e da força Criadora
Sou eu mesma me revelando...

Uma tem a garra de uma Leoa,
A outra a delicadeza de um cristal
Ambas existem em Mim,
Mas somente agora as Duas realmente Convivem!!!!

Dentro de Mim
Habitam uma fada e uma guerreira
Que me mostram que a vida é única...
Que me mostram que viver é lutar...

Duas polaridades perfeitas
Que me dizem que minhas ações não são erros
Que me sussuram poemas ao ouvido...
Que erguem minha espada e escudo na batalha....

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