Gesto

Foto de Carlos Henrique Costa

Relato

Suaviza meu coração quebrantado e partido!
Eu te amo tanto, porém não sou compreendido,
A tua ingratidão relata uma dura indagação!
Será que também me ama com mesma intenção?

Alma chora por um amor que não é fingido!
Tudo que faço lembra-me teu semblante cingido,
Nas longas madrugadas a insônia em questão;
Refletindo o que seria de mim sem essa paixão.

Andando por todos os lados vejo teu retrato!
Tua foto ameniza a dor dessa saudade ingrata,
Que retrata os passos de toda a nossa vida de fato.

Seu gesto muitas vezes me perturba e maltrata!
Mas, com o passar dos anos reflito no quarto,
Que tudo é psicologia que minha mente relata.

Foto de Carlos Henrique Costa

Lágrimas

Chora meu amor, nessa noite ativa!
Que enxugo as tuas lágrimas caídas,
Pode durar um pernoite a tua lida,
Mas ao amanhecer a alegria nasce viva.

Chora que ao entardecer a lua altiva...
Ainda não surgiu pela noite perdida.
O teu gemido irradia o açoite da vida,
Que grita neste gesto de alternativa.

Estou aqui ao lado teu, também a chorar,
Para trazer-te o amor e tudo que mude;
Como forma real, de a ti me mostrar.

Mas bem perto, a alegria é minha atitude!
E também por certo a ti sempre te amar,
Para que possas desfrutar a virtude.

Foto de Ana Botelho

NATAL PERMANENTE

Que não só nesta noite única,
Mas também, durante o ano inteiro
Todos tenhamos a suave presença
Do Anjo lindo e cristalino do Natal
Assim, o nosso deserto mais árido
Reverdecerá, a cada manhãzinha,
E o afago tranquilo do amor,
Cantará a sua eterna canção matinal
Aí, pediremos ao Anjo, toda vez
Que passar pela Terra, que nos abrace
E nos balsamize com a sua essência salutar
Alegrando os corações por igual
E que a solidão quando chegar,
Não seja importante, nem dure,
Porque Ele em nós sempre estará
Construindo um gesto universal,
Pautado na grande delicadeza,
Do vento, aliviador das agonias,
Que cochicha por entre as árvores
Toda a sua musicalidade habitual.
Seja em quaisquer momentos,
Desde o seco farfalhar das folhas,
Até o pesado murmurar das ondas,
Vencedoras dos recifes em coral,
A fim de que os pesos não arrebentem
Os nossos frágeis e doridos ombros,
Receberemos tão somente os ingredientes
Para temperar, na medida do nosso sal,
Durante os atos rotineiros que praticarmos
Porque eles serão o nosso eterno cartão
Para nos apresentar em qualquer situação
Terão o registro das nossas marcas individuais,
Pois arrastamos o que somos, e seremos,
O acúmulo de tudo o que pensarmos,
Fizermos e desejarmos ao outro, regatos
Perenes, em seus grandiosos mananciais
Que renascem e crescem a cada estímulo,
Onde todo o universo se completa
Entre vidas e sobrevidas intermináveis
Dos nossos preciosos projetos imortais.

Foto de jessebarbosadeoliveira27

IMORREDOURO DA MENTE

Indelével é a sua face.
Indelével é o seu corpo, silente e calmo bólide caudaloso.
Indelével é o seu mosaical gesto:
Capcioso, modorrenta brisa alegre.
Nunca olvidarei da basáltica pele marrom-formiga.
Que temeridade pegar o metrô errado da vida:
O fogo é o monsenhor da perfídia, cria quimeras daninhas!
Agora, o que paira sobre a paisagem
É o frívolo nevoeiro do vão lamento:
Armar-se, como puder,
Contra o horizonte insidioso
É o único caminho que lhe cabe.
Sinto, não poderá lográ-lo:
Mesmo que o pudesse,
Quando conseguisse tocá-lo,
Ele mudaria de forma
E se revelaria caixa aberta de Pandora.
Enfim, você não pode ser acolhida
Nos braços do éden sonhado.
Todavia,
Não importa, não importa!
No meu horizonte,
Sempre terá lugar cativo.
Ah, no horizonte da mente,
Eu, diariamente,
A persigo! Persigo!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

http://www.myspace.com/nirvanapoetico
• http://twitter.com/jessebarbosa27

Foto de Marsoalex

CAMUFLAGEM

Você foge se esconde,
Dissimula, tenta me confundir,
E desmentir um amor
Que os teus olhos mostram,
Teu desejo deseja,
Teu coração grita.
É um amor tão grande!
Tão bonito! Tão forte!
Que se mostra te entrega,
E não deixa que eu me confunda
Com tanta complexidade,
Tanta contradição...
Ele faz de cada negação
Uma afirmação de sua intensidade,
Sua autenticidade...

É importante para você negá-lo?
Negue-o! Mas eu o vejo e sinto.
Quanto mais foges mais me dás
A certeza desse amor
Porque eu sei que não foges de mim
Foges de ti mesmo e do que sentes
E tentas sufocar.
Só distante de mim
Conseguirás ficar seguro.
Perto, olhando para o amor que te dou,
Sem nada te pedir em troca,
O teu amor não deixará que o sufoques
Porque ele é mais forte do que tu
Assim como o meu amor é mais forte do que eu.
Eles são metades um do outro
E se atraem para se completarem
Se tornarem inteiros, unos...
Ninguém consegue impedir que o amor se liberte
Quando se sabe nutrido, amado.
Ele arrebenta grilhões, desrespeita normas,
Regras, leis, qualquer coisa que o limite.
E nem que seja por apenas um momento
Ele se mostra, se deixa ver,
Através de um olhar, de um sorriso,
De um gesto, um beijo, uma palavra,
Ou apenas no silêncio mudo dos que amam,
Que não precisam de palavras para se expressar,
Se entenderem, se amarem...

Marsoalex

Foto de AjAraujo poeta humanista

Queria apenas falar de um Natal...

De um Natal que simbolize
O gesto largo e espontâneo,
o sonho de um certo Dom Quixote,

De um abraço fraternal que valorize
Os laços solidários,
dos povos de Jerusalém e, de Cabul a Belize

De um Natal que não apenas retrate
O consumo fatal - inevitável
mas, que a estrela de Belém resgate

De um sonho abissal, ao radiante despertar
No espírito universal, transcendental
da chama no coração-criança a libertar

De um Natal que renove a fé,
esperança e doação, em melodia e madrigal,
na vinha e no pão,na humana comunhão...

Queria apenas falar
de uma criança a sorrir,
Que abrisse, no amanhã, os portais

Que acenda,
nos labirintos, os castiçais
Que conduza a humanidade para um novo por-vir...

Que este Natal represente um momento especial
em suas vidas e, naquelas
que encontram ou cruzam seus caminhos,

Que possam sentir-se como parte indivisível
da grande espiral universal
prontos a se transformarem em elos
desta corrente que move moinhos.

Obs. O poeta homenageias a todos que através da arte da palavra escrita, falada, declamada contribuem para o contínuo desenvolvimento da espiritualidade humana.

Foto de AjAraujo poeta humanista

Conto de Natal: Os três meninos!

Chegava o Natal.
Aqueles três meninos observavam a correria daquela gente.
O relógio da torre marcava 8 horas da noite, muitas lojas cerravam as portas.
Um vento frio fazia tremer o corpo e doíam os ossos. Recostavam-se uns aos outros na espera do pai que tentava (em vão) comprar algo para a ceia.

Tempos ruins aqueles, haviam sido despejados e agora dormiam em um trailer abandonado, com pouca lenha para aquecer nas longas noites de inverno que se anunciavam.

Um dos meninos, que se chamava Juan, olhava para a algazarra de um garoto típico da cidade, escolhendo os presentes mais caros e bonitos que jamais vira, deixava-se levar pelo pensamento, sonhando também tocar aquele presente, momentaneamente parecia-lhe viver aquela cena.

Um de seus irmãos, Rodrigo, parecia ter o olhar perdido na multidão, nada dizia ou gesticulava, contemplava em silêncio uma noite que nada prometia de diferente de outras tantas vividas.

O terceiro e mais velho dos irmãos, Jose, preocupava-se em observar o pai, que em longa confabulação, tentava convencer o dono do armazém a lhe vender algo fiado. Em desespero, o pai mostrava os filhos no frio, ao relento, como última cartada para obter algo para levar para casa.

Nada feito. O pai sai cabisbaixo do armazém, mal podia divisar os olhares de seus filhos, não cabia em si de abatimento e revolta. Quando subitamente, ao atravessar a rua, vê uma criança desprender-se das mãos de sua mãe e postar-se indefesa em frente a um bonde em velocidade.

Trêmula, o medo a impedia de movimentar-se. O pai dos meninos pobres se lança como uma flecha e consegue tirar a menina da frente do bonde, mas o destino cruel lhe reservou uma peça, uma de suas pernas ficou presa nas rodas da composição.

Os meninos correram ao pai e todos os passageiros do bonde e os passantes em solidariedade àquele corajoso homem conseguiram libertá-lo das ferragens do bonde e levaram-no a um hospital.

A criança salva por ironia do destino era nada mais nada menos que a neta do dono do armazém.

Aquele gesto generoso expondo a própria vida, estava prestes a custar à perda da perna do pobre senhor.

Então, eis que subitamente, surge uma senhora de alvos cabelos e tez macia e se oferece para prestar ajuda ao pobre pai.

Durante 7 dias cuidou dos ferimentos, da ameaça de gangrena e o pai já começava a mexer os dedos dos pés, quando ao acordar na véspera do novo ano, ao chamar por tão especial senhora, apenas ouviu de seu filho mais velho:

"Pai, quem cuidou de você foi Nossa Senhora. Ela já se foi pois você está melhor. Quem a chamou foi a menina que você salvou. Ela me disse em sonho para você orar, não entrar em desespero, pois na vida temos provações que são desafios para que mostremos o quanto somos determinados para enfrentá-los com serenidade, fé e determinação."

Ao sair do Hospital, todas as luzes se apagaram e toda a gente da cidade viu um asteróide riscar o céu em belíssima luminosidade.

Enquanto caminhava, todas as pessoas acorriam para ajudá-lo, ofereciam suas casas para a ceia daquela pobre família e brinquedos e roupas para seus filhos.

Um milagre havia acontecido naquela cidade. Um milagre no espírito do Natal.

A generosidade e a solidariedade andam juntas, e aquele pobre senhor bem poderia ser Jesus Cristo e as crianças famintas, os jovens pastores em sua cabana.

Um conto de natal, um conto de solidariedade, homenajeando Charles Dickens e as pessoas que fazem a diferença, pregando e praticando atos que mantém acesa a chama da esperança.

Foto de Arnault L. D.

Sei que queres me deixar

Preciso me apressar em beijar-te
para que tua boca não possa falar
preciso me apressar em beijar-te
enquanto nada se pôde pensar

Preciso depressa te encher de carinho
e em cada gesto encantar
preciso depressa te encher de carinho
para que aqui tu queiras ficar

Preciso urgente tornar-me adivinho
para aos teus atos antecipar
preciso depressa tornar-me adivinho
pois com o acaso não devo contar

Pois não preciso que me fales nada
porque eu não quero escutar
não preciso que me fales nada
que eu não queira calar

Não preciso do distânciamento
de estares aqui, mas noutro lugar
não preciso do distânciamento
do teu amor a apagar

Não preciso que me surpreenda
como não precisa adivinhar
não preciso que me surpreenda
sei que queres me deixar

Foto de Carmen Lúcia

Um simples gesto

Tudo nasce de um sonho,
de uma atitude arrojada
e o que era escuro resplandece,
o que tendia a desabar, fortalece.

Basta um simples gesto
e a vida fica mais bonita...
Renasce a esperança, tempo de acreditar,
o sorriso retesado se abre
num riso escancarado,
a contagiar...

Nos olhos, um brilho exagerado...
“Acenderam o farol do mundo!”
Cores vivas se expandem...e acrescem...
Retocam os vazios desbotados,
combatem a apatia indolente
que, de repente,
se apodera da gente.

Uma nova visão, um novo agir,
postura irreverente,
um mundo diferente...
E o coração pulsa novamente.

A vida se cobre de flores,
exala amores, revê valores,
despreza padrões, ignora tradições,
derruba fronteiras, tremula bandeiras...
Um toque de clarim se ouve:
“ O mundo recomeça!”

Carmen Lúcia

Foto de MAR DA IBÉRIA

CONVERGÊNCIA

TENHO EM MIM A MISTURA TREPIDANTE
DE UM CONTRASTE DE VIDA OU DE IDEAL,
DE UMA PUREZA EXTREMA ALADA AO MAL
E DE UMA PAZ QUE VEM E PASSA ADIANTE...

BATO AS ASAS NUM GESTO RADIANTE
E SOU O MUNDO E SONHO E SOU REAL...
...MAS LOGO, GRÃO DE AREIA EM AREAL
DE MIM ME VOU FICANDO TÃO DISTANTE...

SE UM DIA EU ME PERDER NESTE UNIVERSO
DE SONS, IMAGENS, CORES DE QUE SOU PARTE,
DE ALGO QUE EU PROCURO E NÃO ALCANÇO,

QUE O MEU CAIXÃO, SENHOR, SEJA UM SÓ VERSO
DO MEU DESEJO IMENSO DE ENCONTRAR-TE
PARA QUE EU TENHA, ENFIM, ALGUM DESCANSO!

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