Indelével é a sua face.
Indelével é o seu corpo, silente e calmo bólide caudaloso.
Indelével é o seu mosaical gesto:
Capcioso, modorrenta brisa alegre.
Nunca olvidarei da basáltica pele marrom-formiga.
Que temeridade pegar o metrô errado da vida:
O fogo é o monsenhor da perfídia, cria quimeras daninhas!
Agora, o que paira sobre a paisagem
É o frívolo nevoeiro do vão lamento:
Armar-se, como puder,
Contra o horizonte insidioso
É o único caminho que lhe cabe.
Sinto, não poderá lográ-lo:
Mesmo que o pudesse,
Quando conseguisse tocá-lo,
Ele mudaria de forma
E se revelaria caixa aberta de Pandora.
Enfim, você não pode ser acolhida
Nos braços do éden sonhado.
Todavia,
Não importa, não importa!
No meu horizonte,
Sempre terá lugar cativo.
Ah, no horizonte da mente,
Eu, diariamente,
A persigo! Persigo!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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