Garganta

Foto de @nd@rilho

Doce Ilusão

Nas trilhas que segui,
Cada passo que dei,
Foi em direção a ti,
Que roubou a minha paz,

Nos versos que compus,
Busquei cada palavra,
Tentando lhe alcançar,
Mas você caminha a passos largos,

Nos amores que vivi,
Me entreguei por inteiro,
Tentando preencher o vazio,
Que deixaste em minha alma,

Nas brigas que provoquei,
Projetei seu rosto,
Para expurgar do peito,
O ódio que sinto de sua ausência,

Nas músicas que ouvi,
Busquei em cada verso,
Palavras que me levassem a você,
Mas não te encontrei,

Até já sentei a beira do caminho,
Esperando você passar,
A espera foi em vão,

É com um nó na garganta,
E um aperto no peito,
Que reluto em acreditar,
Que você só existiu,
Na doce Fantasia dos meus sonhos.

Foto de Gaivota

__INFINITAMENTE, AMO-TE!__

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A luva do orvalho descia,
minha garganta invadia,
noite escura de estrelas fugidias.
Que fazes comigo estrelas infiéis?
Por que roubas
as pérolas que dormem
no coração do poeta?

Escorrido pranto
de nervos ensangüentados,
que pulsam no perfume
pele de desejos,
balbuciam...
Amo-te!

A cada olhar trêmulo
na casca de tua pele,
em cada passo sonoro
de teu sorriso,
sou cão que fareja
tua roupa suja,
apenas porque...
Amo-te!

Respinga a noite do prazer
na boca louca,
onde derramei desejos,
engolindo vísceras da paixão.
Somente porque..
Amo-te!

RJ – 01/06/2006
** Gaivota **
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Foto de Logan Apaixonado

Poeta Morto

Junto meus pedaços um a um
Surge então um mosaico colorido
Disforme, sem nexo
Um misto grande de várias sensações
E de vários sentimentos
Não sei mais quem eu sou
Perdi-me a algum tempo
Meus desejos mais sinceros
Foram fulminados
Viraram pó, sem condições de reconstruir
Um estranho vazio habita meu peito
O nó na garganta não se desfaz
Nos olhos molhados de lagrimas
Um olhar vago, triste
Não tenho forças para levantar
Então permaneço deitado
É inútil remar contra a maré
A realidade dói
Dói mais do que imaginava
Ao olhar ao meu redor
As sombras se levantam friamente
O som da chuva lá fora me acalma
A pior morte não é a física
É a morte dos seus sonhos
Pois a sua visão não escurece
Você nem descansa em paz
Você enxerga tudo o que não aconteceu
Você sente que tudo já não será possível
Você se dá conta que tudo foi em vão
Que nada adiantou
Ninguém percebeu, ninguém notou
Sua devoção era vã e inútil!
Seu desprendimento era rélis!
Suas boas intenções eram mentiras!
A sua esperança era uma fraude!
O que sobra depois disso ?
Se alguém souber a resposta, conte-me
Pois somente assim
Ressuscitará o poeta
Pois ele morreu na última linha deste poema.

Foto de Nana ´De Má

Saudade de Minas.

Saudades de um mineiro.

Distante,
Muito distante,
A voz das Gerais,
Grita,
Agita meu ser

Lento,
Muito lento,
A resposta da lembrança
Apavora
Demora a me dizer

Perfumes,
Cheiros,
De flores, de comidas, de grama cortada,

Ouço, e entre o sonho e a realidade,
As lágrimas brotam num choro calado
E o nó na garganta é o mais apertado,

E dói, quando o punhal da saudade.
Rasga meu peito e lá se esconde
Chora mineiro, porque você está longe.

Foto de Gaivota

* QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA....MINI-CONTO

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QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA

Possuo amigos.. algo de bom, deveras bom.. ser escutado é uma parcela da existência rota e vagabunda de todo escritor. Por um lado amado e por outro amaldiçoado...ou será alma dissociado.? Eternamente mal encarado.. Descarado!
Foi assim.. resolvi sair do casulo onde guardava a mente estúpida entre dedos ao molho campanha e decidi: É agora ou nunca. Não tenho papas na língua e vomito prazeres ou delírios, não guardo pensamentos em vão.
Jogo na vida, nas páginas pretas que passeiam virtualmente a espera de manchetes sangrentas que o povo aguarda roendo unhas.... Onde estão as notícias trágicas? Quem morreu? Onde aconteceu o tiroteio da última avenida manchada de sangue onde moscas e bactérias transitam em fome absoluta?
Saído do lar em perfeita harmonia aconchegante, onde a boca enorme mamava azul ondas deslizantes de dias coloridos abraçado a mãe natureza. Eu pérola expelida.
Caminhei arrastando dedos estúpidos no ritmo da maré e cheguei ao asfalto onde percebi o primeiro tiroteio..
Era a maré! Não..! Não a minha onda que sobe e desce em ritmo cardíaco... era sangue desfeito em pólvora.
Era o cheiro fétido da morte alisando minha cabeça. Era a gosma que sobrou.. era a dor.
Perfurada alma docemente azul que dentro de mim criou-se, vi com estes olhos que comem estrelas sorridentes, corpos estendidos na poça da vida... Na fome, na miséria humana... nas mãos armadas.. nos ratos que passeavam por entre vísceras e fuzis....
Vi que o mundo não parecia o lar-pérola azul-negritude....
O lar era a briga de gangues, era a necessidade de poder, eram notas e notas de dinheiro ensangüentado, era o desejo mórbido de comer algum pedaço de coração humano..era o pseudo existir nas línguas do fogo cruzado. Era matar! Matar! Matar..
Engoli a lágrima escorrida, lambi meu beiço na voracidade do desejo...desceram lágrimas sal doce aportando a garganta e fizemos sexo... Eu, a lágrima e a cama desfeita de meu ser. Ali no silêncio da garganta entrei em transe....nossos corações batendo no desespero selvagem dos prazeres...

RJ- 08/11/2006
** Gaivota **

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Foto de Gaivota

* MORDO A LÍNGUA *

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MORDO A LÍNGUA

A casa ruía dentro do silêncio,
eu vagava como o vagabundo..
No chão triste comido pelo vento
embrulhava braços
de tristezas,
sem saber exatamente
desatar o nó que havia dentro.

Fulminando no olhar
a mordida quente,
o bolso vazio..
Excêntrico instante
dolorido.

Perpassam ali personagens
de filmes.
Quem sabe?
Ontem choveu e as poças
ainda olham
fugidas do lar..
Na estranha mania,
mordo a língua.
Atravessa a garganta,
penetra o cérebro
escorrido
caldo quente.

Desliza ao coração,
pulsa desnorteado
na busca de luvas
que enxuguem
o sangue espirrado.

** Gaivota **

Do livro: " ABERTA FOLHA DA SUAVE AGONIA"

Foto de Gaivota

* DEVORO O SOM DESSE MAR! *

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Vinha de longe,
quem sabe?
Da canção
que mora em mim..

Não era doce
nem rascante..
Era apenas
um veludo
que se encorpava.

Diria: Sonoridade!
Solta no espaço-tempo
da fração
que invadira
pele, garganta, olfato.

Perfurava-me desejos,
amaciava o peito,
iluminava o olhar,
fazendo-me pingar estrelas,
na calça desbotada que usava.

Disse-lhe:
Devoro o som deste mar!

RJ – 10/03/2006
** Gaivota **

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Foto de Carmen Lúcia

O dia seguinte

Do ontem a triste lembrança
Um grito preso na garganta
Palavras que não disse
Gestos de amor que contive
Verdades que se perderam
Mentiras não reveladas
E nem sequer questionadas
Um encontro ou desencontro?
O dia tão esperado
Que jamais deveria ter chegado
E sim do calendário arrancado
Do meu ser ... do meu sofrer...
E tanto eu tinha para dar, para falar, para amar!
Lágrimas que tentei esconder,
Dor que não consegui sufocar,
Vida que não pude viver,
Seu gosto...que não pude provar...
Cravado no meu, o seu olhar...
Mescla de desprezo e piedade.
Oh, dor! Seria verdade?
Perante o óbvio, nada a dizer...
Diante do óbvio, melhor morrer.

Acordo !Retrato da nostalgia. Novo dia.
Preciso acordar! A cor dar ...
À vida, ao amor, ao recomeçar...
Olho o dia ainda insosso
-Bem-te-vi!Lá fora ouço!
Um facho de luz invade meu quarto
Levanto ... um novo passo, ainda em falso
As lições do passado comigo guardo,
Hão de me servir! E me fazer sorrir...
Levanto! Não vou decepcionar o dia!
Não quero desapontar o Sol!

Carmen Lúcia

Foto de Gaivota

* FINA CAMADA DA OSTRA *

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Podes me ver
apenas em parte,
pérola guardada,
fina camada
da ostra.

Sou mistério,
arte incomum,
herdeiro do silêncio,
criminoso,
cruel.

Tal como a ostra
sofre
no parto da beleza,
sofro
ao ter
garganta cortada,
voz flechada.

Dentro apenas o
brilho e o sabor
do mel.
Entre frestas
acendo a luz,
espuma vermelha
brinda
a praia,
em cores fortes
do pequeno
corte.

Julho / 2005
** Gaivota **

Poema de meu 1º livro," Com a Asa Toco o Mar "

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Foto de Zedio Alvarez

Lendo Quintana...

Do teu respeito pela vida;
Da infancia a juventude;
Da velhice concebida;
Da inocência poetude.

Da sonhada paisagem real
Nos desejos de um sonhador
Um riacho passou no teu quintal
Na rotina de um homem do amor

“a mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer”
Simplicidade e o humor são teus ingredientes
Entre risos o teu espanto nos faz enaltecer
Para te decifrar convocarei meus doendes

Levarei a sério o nó da tua garganta
Ouvirei teu declamar num poema delirante
Os ventos soprarão os cataventos de um Quintana
Verei “a cor do invisível”de um mirante

Se você disse que o livro leva vantagem
Vou desvendar o criador da criatura
Grifando cada letra da tua linguagem
Estarei só, mas acompanhado pela tua leitura

(Homenagem ao poeta Mario Quintana, nos seus cem anos sem êle)

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