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MORDO A LÍNGUA
A casa ruía dentro do silêncio,
eu vagava como o vagabundo..
No chão triste comido pelo vento
embrulhava braços
de tristezas,
sem saber exatamente
desatar o nó que havia dentro.
Fulminando no olhar
a mordida quente,
o bolso vazio..
Excêntrico instante
dolorido.
Perpassam ali personagens
de filmes.
Quem sabe?
Ontem choveu e as poças
ainda olham
fugidas do lar..
Na estranha mania,
mordo a língua.
Atravessa a garganta,
penetra o cérebro
escorrido
caldo quente.
Desliza ao coração,
pulsa desnorteado
na busca de luvas
que enxuguem
o sangue espirrado.
** Gaivota **
Do livro: " ABERTA FOLHA DA SUAVE AGONIA"