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Vinha de longe,
quem sabe?
Da canção
que mora em mim..
Não era doce
nem rascante..
Era apenas
um veludo
que se encorpava.
Diria: Sonoridade!
Solta no espaço-tempo
da fração
que invadira
pele, garganta, olfato.
Perfurava-me desejos,
amaciava o peito,
iluminava o olhar,
fazendo-me pingar estrelas,
na calça desbotada que usava.
Disse-lhe:
Devoro o som deste mar!
RJ – 10/03/2006
** Gaivota **
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