Futebol

Foto de Aninha P

LEMBRANÇAS

LEMBRANÇAS

Jamais esquecerei
Teu cheiro
Teu sorriso
Teu olhar
Teu carinho
Teu beijo
Teu modo de dançar
De dirigir
De jogar futebol
Tua mao na minha
Teu olhar no meu
Teus labios
Um sussurro
Um convite
Teu jeito de pedir um beijo
E se desculpar pelo atrevimento
Teu jeito de roubar um beijo
E beijar
Nossa musica
Ainda que so minha cordilheira
Aquela mão atrevida
Recusada , arrependida
Nosso amor
Ainda que so meu
Minha saudade
Tua distancia
Tua voz suave
Teu sorriso fácil
Ainda que a matriarca ignore
Ainda que outros não acreditem
Ainda que o tempo passe, voe
Ainda que a distancia afaste, separe
Ainda que vivendo outras vidas
A espera de outra

Foto de Aninha P

LEMBRANÇAS

LEMBRANÇAS

Jamais esquecerei
Teu cheiro
Teu sorriso
Teu olhar
Teu carinho
Teu beijo
Teu modo de dançar
De dirigir
De jogar futebol
Tua mao na minha
Teu olhar no meu
Teus labios
Um sussurro
Um convite
Teu jeito de pedir um beijo
E se desculpar pelo atrevimento
Teu jeito de roubar um beijo
E beijar
Nossa musica
Ainda que so minha cordilheira
Aquela mão atrevida
Recusada , arrependida
Nosso amor
Ainda que so meu
Minha saudade
Tua distancia
Tua voz suave
Teu sorriso fácil
Ainda que a matriarca ignore
Ainda que outros não acreditem
Ainda que o tempo passe, voe
Ainda que a distancia afaste, separe
Ainda que vivendo outras vidas
A espera de outra

Foto de cafezambeze

REFLEXÕES

TENHO AMIGOS DE TUDO O QUE É RELIGIÃO. CATÓLICOS, ORTODOXOS E EVANGÉLICOS, MUÇULMANOS
SUNITAS E XIITAS, HINDÚS, BUDISTAS, XINTÓISTAS, ESPÍRITAS, SEI LÁ MAIS O QUÊ, E ATEUS.
UNS FANÁTICOS, OUTROS NEM TANTO...
APRENDI A SER TOLERANTE COM TODOS, OU NÃO VIVESSE EU NO BRASIL.
AFINAL NÃO IMPORTA O CAMINHO QUE SEGUEM, SE O SEGUEM DE BOA FÉ.
POR ISSO, A MINHA REGRA Nº 1 É NÃO DISCUTIR COM NINGUÉM: RELIGIÃO. (POLITICA OU FUTEBOL TAMBÉM).

ALÉM DO MAIS, ME CALOU BEM FUNDO, ALGO QUE OUVI QUANDO ERA MENINO:
"O QUE PARA TI É SUPERSTIÇÃO, É RELIGIÃO PARA OUTROS, E O INVERSO TAMBÉM É VERDADE... POR ISSO, RESPEITA A TODOS."
ASSIM O TENHO FEITO DESDE ENTÃO.

ESTE É PARTE DO TEXTO DE UMA CARTA QUE ENVIEI A UM AMIGO MUITO CARO, ATEU, MAS QUE PODE SERVIR PARA QUALQUER UM QUE PONHA EM DÚVIDA A FÉ DO SEU PRÓXIMO.

ABRE ASPAS
O ATEU NÃO É, PELO SIMPLES FACTO DE O SER, UMA PESSOA MÁ. TU ÉS UMA PESSOA BOA. POR ISSO A MINHA CARTA.
AMIGO, ANTES DE CONVENCERES ALGUÉM DAS TUAS DESCRENÇAS, O QUE CADA DIA SE TORNA MAIS FÁCIL, PENSA TAMBÉM NA
ESPERANÇA OU CONSOLO QUE PODES OFEREÇER EM TROCA:

- A UMA MÃE DESESPERADA QUE TEM UM FILHO A QUEM NÃO PODE
AJUDAR SENÃO COM A SUA FÉ, ORAÇÕES OU PROMESSAS;
- A UM DOENTE COM OS DIAS CONTADOS;
- A UM CONDENADO;
- A UM FILHO, A UM AMIGO, QUE CHORARÁ POR TI;
- A UM INJUSTIÇADO;

SE ENCONTRARES ALGUEM DESESPERADO:
- NÃO LHES NEGUES A FÉ OU A ESPERANÇA;
- NÃO LHE TIRES TUDO (QUE É TÃO POUCO) EM TROCA DE NADA.
- NEGA-TE A DAR AS TUAS RAZÕES A QUALQUER CRENTE, DO QUE
QUER QUE SEJA!
- NÃO PLANTES A TUA DÚVIDA!
- NÃO AUMENTES O DESESPÊRO DE NINGUEM!
FECHA ASPAS

ELE ENTENDEU!

Foto de pedro felipe

Futebol

Uma partida de futebol
É simplesmente um show
Gritam e pulam o jogo inteiro
A espera de um gol.

Ataque, defesa e o goleiro
São as peças que fazem o estádio
Vibrar durante o jogo inteiro
E torcendo com o coração
Para que seu time fique sempre em primeiro.

Ídolos inesquecíveis
Como o rei Pelé
Seus lances incríveis
Ninguém faz igual ele

Futebol arte viva
Aquela que faz parte da nossa história
Mas nunca se esqueça do espírito esportivo
Pois nem sempre o que vale é a vitória
Mas sim a capacidade de saber competir
E para melhora, sempre persistir.

Foto de Daniel A.J.R

LEMBRANÇAS MATERNAS

TEMPO BOM ERA
AQUELE TEMPO
CORRIA, BRINCAVA
E ME MACHUCAVA
E A MÃE COM
TODO CARINHO
E CUIDADO
CUIDAVA DO MEU MACHUCADO
E LÁ VOU EU
JOGAR FUTEBOL
COMO É BOM JOGAR FUTEBOL
A MAIORIA DA MOLECAGEM GOSTA
PENA QUE NO MESMO DIA
EU DESLOQUEI O PULSO
E A MÃE
PERGUNTOU O QUE
ACONTECEU?
CHORANDO AO LADO DELA
DISSE
MÃE DESCULPA
POR LHE DAR TRABALHO
TODOS OS DIAS.
DESCULPA POR
TER ME MACHUCADO
E A MÃE FALA
NÃO SE PREOCUPE
EU VOU CUIDAR DE VOCÊ
TODOS OS DIAS
VOCÊ NÃO É UM TRABALHO PRA MIM
E SIM UM PRESENTE DE DEUS
DESCULPA PELO FALAR FILHO MEU
MAS É PARA VOCÊ
ENTENDER, QUE ESTÁ ERRADO
SIM ENTENDI
QUE ESSE AMOR
QUE VEM DA MÃE
NÃO TEM IGUAL
AMOR MATERNO
ESSE SIM É AMOR DE MÃE
MÃE QUE AMA
MÃE QUE GOSTA
MÃE QUE CHORA
MÃE QUE SE ALEGRA
EM VER SEU FILHO.
AMOR DE MÃE
NÃO SE COMPARA A NADA NESSE MUNDO
AMOR DE MÃE
É DE MÃE
É DIFERENTE.
ESSE AMOR
MATERNO E ETERNO
ISSO É AMOR DE MÃE

Autor: Daniel Dos Santos Gonçalves

Foto de Edevânio

SETE DE SETEMBRO

Por Edevânio Francisconi Arceno

Dia Sete de Setembro de 1822, dia da Independência do Brasil, dia em que às margens do rio Ipiranga, D. Pedro I deu o famoso grito “Independência ou morte!”. No Brasil o dia Sete de Setembro foi transformado em feriado nacional e é celebrado com desfiles por todo o território. O desfile de sete de setembro era obrigatório na época que o Edevânio estudava. A população prestigiava em peso, margeando toda a Avenida Celso Ramos, da Delegacia à Prefeitura, para ver o desfile, que tradicionalmente era aberto pela Banda do 62º Batalhão de Joinville.

Os desfiles implicitamente externavam qual classe social os alunos pertenciam. Vamos começar pelo ápice da pirâmide para que você entenda melhor. Na parte superior estavam os alunos com maior poder aquisitivo/econômico, ou seja, eram aqueles alunos convidados para desfilarem fantasiados de: D. Pedro I, D. Pedro II, Princesa Leopoldina, Princesa Isabel, Tiradentes, José Bonifácio, Rui Barbosa, enfim toda a nobreza imperial e os heróis da república. Logo abaixo estava os da classe média que geralmente abriam os pelotões como balizas, porta-bandeiras e não podemos esquecer da fanfarra. Neste grupo os alunos menos favorecidos não eram totalmente excluídos, mas só podiam participar se fossem patrocinados por alguém. O desfile ganhava volume e beleza, quando era completado pela classe dos alunos menos favorecidos , que era a grande maioria. Naquela época, os alunos não ganhavam uniformes e tinham que comprar. Os uniformes novos tinham que ser azul e branco e o calçado era a famosa conga, que também tinha nas cores, azul e branco. Mas havia também uma classe menos favorecida ainda, que geralmente não podia comprar o tal uniforme, então eram fantasiados de índios para participarem do desfile, e neste seleto grupo estavam presentes nossos heróis destemidos, Edevânio e Elízio, isto mesmo, o Edevânio e o seu primo Ida, aquele que deu no pé, no primeiro ano lembram?

Mas como tudo tem um fim, os dias do Edevânio desfilar de Índio terminaram, não que ele tenha vergonha da sua classe social ou de usar as roupas de índio que sua mãe fazia, ainda que aquela sainha rodeada de penas o deixasse muito constrangido. Acontece que ele foi promovido e agora ele fazia parte de um outro grupo, onde ele iria desfilar pelo time infantil do CTG, um clube muito conhecido em Garuva nas décadas de 70 e 80. Estava todo orgulhoso, levantou bem cedo, pois mal conseguiu dormir, se arrumou sem que sua mãe se preocupasse e foi ao clube. Chegando lá ganhou uma camisa, um shorts, meias e pela primeira vez na vida calçou um par de chuteiras, e aguardava ansioso para sair dali, formar o pelotão e desfilar.

O ex-indiozinho já estava na fila e tudo estava pronto para o desfile, quando derrepente seu sonho começou a se tornar um pesadelo. Quando todos já estavam vestidos e prontos para começar a desfilar, uniu-se ao grupo o filho do prefeito, e ele também queria desfilar de jogador, porém não tinha mais uniforme. Atendendo a um pedido superior o responsável pelo grupo foi olhando no rostinho de cada criança do grupo e por ironia do destino seu olhar parou no nosso ex-indiozinho, que teve que tirar o uniforme e entregar ao primeiro menino do município.

Edevânio teve que voltar para casa, e uma vez que não iria mais desfilar de jogador, e também não tinha comprado uniforme, adivinhem o que estava esperando por ele? A sua fantasia de índio. Quando chegou em casa começou a chorar, chorou pela perda de um sonho, por sua decepção e humilhação . Sua mãe ao vê-lo naquela situação chorou junto, e abraçados sua mãe dizia que aquilo iria passar e que tudo isso tinha acontecido porque o pelotão de indiozinhos não podia desfilar sem ele. Ela então o arrumou colocou sua sainha de penas, seu cocar, seu arco e flechas e disse: Filho, você é o indiozinho mais lindo do mundo!

Edevânio foi à escola, explicou o que tinha ocorrido à professora e juntou-se a sua tribo, que o recebeu de braços abertos. O seu primo Ida, que ficava a sua frente na formação do desfile, não entendeu por que o Edevânio não desfilou de jogador e também nunca perguntou.

Na Segunda-feira seguinte ao desfile, o prefeito ficou sabendo do acontecido e querendo compensar, levou-lhe de presente uma bola de futebol nº. 5 novinha! Ele aceitou, porque criança não tem orgulho, e se não tem como pode feri-lo! Mas sem dúvida, a maior compensação daquele dia, foi à lição que Edevânio aprendeu com sua mãe, que lhe ensinou: “Não importa o que fazem ou que deixem de fazer, o que dão ou que tirem de você. O importante é que aqueles te amam sempre farão mais e darão coisas melhores ainda do que você merece!”.

Mais Informações: http://historianovicente.blog.terra.com.br/perfil/

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

AVENIDA PAULISTA

AVENIDA PAULISTA

Do passageiro ao motorista
De quem mora na cidade ou é turista
É de vós a avenida paulista.

Do bêbado ao equilibrista
Em vossa letra
Por Elis Regina
Em algoz vos encontrastes
Em meio à avenida paulista.

Ao homem trabalhador
À mulher doméstica
Até vós que sois artistas
É certo que por aqui passais
No centro da avenida paulista.

Aos amantes do futebol
O corintiano, palmeirense,
E até santista
O importante é que vos encontrais
De vez em quando aqui na paulista.

Nos versos desta poesia
Citei católicos, apostólicos,
E umbandistas,
Se algum dia
Tomais-vos por egoístas
Não esqueceis jamais
Da bonita avenida paulista.

Homenagem a São Paulo 450 anos
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
26/março/2004 Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Agamenon Troyan

JORGE BUENO DA SILVA (LAGO AZUL)

JORGE BUENO DA SILVA

( LAGO AZUL )

Jorge Bueno da Silva nasceu em 19 de setembro de1948, na zona rural de Machado-MG. A paixão pelo futebol começou quando jogava no time do São Luís. Depois ingressou no Jardim Teália, no La Salle(dos irmãos lassalistas), e no Flamengodo Divone “Carroeiro”. Aos 14 anos foi morar com os tios em Vila Ema (na capital de São Paulo). Conseguiu um emprego de serralheiro na micro empresa Elie–Pedrosian & Filhos. Fez amizade com torcedores daquele que seria para sempre o seu time de coração: o Santos Futebol Clube.

Era o ano de 1962 quando Jorge e um grupo de amigos foram ao Pacaembu para assistir a uma partida entre Santos x Botafogo, pelo antigo Torneio Rio-São Paulo. Naquela época, o Santos de (Gilmar, Pelé, Coutinho, Pepe, Zito e Mengalvo) juntamente com o Botafogo de (Zagalo, Garrincha e Nilton Santos) eram a base da Seleção Brasileira. Ao completar 19 anos, Jorge retornou a Machado. Nesse ínterim, um primo seu havia formado a equipe do Time da Prefeituraonde jogou por algum tempo.

Foi o técnico e fundador “Dica” que o chamou para jogar no Clube da Ponte. A equipe era formada por Divone, Sérgio, José Vítor, Dito, Zé Perereca, Duréia, Caveira, e Simão. A prefeitura arranjava-lhes, meias, camisas (menos chuteiras) e cedia-lhes um caminhão para transportá-los até as cidades vizinhas... Em 1984, juntamente com os Srs. Natal e Zé Garcia montaram um time de veteranos, o “Aqui e Agora”. Entretanto, no ano seguinte, decidiram montar um time jovem para dirigir. Surge então, em 1985, o Lago Azul.

O nome derivou de uma ilha artificial da cidade de Campestre-MG (Lagoa Azul). Graças ao apoio do Paulinho (Fotoamador), a equipe adquiriu uniformes para disputar os campeonatos (Rural e Municipal). Com muita determinação os garotos conquistaram todos os campeonatos de 2000. Em entrevista ao Episódio Cultural, Jorge Bueno lembrou com muita saudade dos bons tempos de uma Machado cheia de galanteios, sorrisos e pés-de-valsa, que infelizmente foi tragada pela frieza das salas de estar vazias de amizade e comunicação.

Há 31 anos trabalhando no SAAE, Jorge Bueno nunca se cansou de dedicar–se ao futebol e, principalmente, em tirar das ruas aquele menino que, através do esporte possa ocupar a sua mente com atividades positivas. Ele, assim como muitos outros que se engajam nessa luta merece os nossos respeitos.

(foto) Maria Lúcia P. Silva (esposa), a neta e Jorge Bueno

matéria do fanzine Episódio Cultural
machadocultural@gmail.com

Foto de sidcleyjr

Sou uma criança

Tenho sonhos de comprar a camisa da vitrine
Sou egocêntrico
Minhas lágrimas são de inocência
Penso ser diferente quando sonho com um boneco azul
Aquele exclusivo aos meus olhos
Tenho sede pra aperrear minha mãe preocupada
E choro quando meu pai vai ao trabalho
E às vezes vão aqueles trabalhos de não tem volta.
Ainda vou pensar como um adulto
Preocupando-me com coisas fúteis
Quando as simples coisas da vida são perdidas entre máquinas.
Sou uma criança livre para imaginar
Não tenho roteiros
Mastigo chiclete de morango
Digo apenas que é bom.
Pratico futebol
Adoro ler aquelas coisas que rimam
Perdi minha namoradinha
E chorei sem saber por quê.
Minha mãe vive dizendo:
--Tudo que faço é por amor.
Sempre me dizem essa palavra
É quando sinto algo estranho dentro de mim.
Sou uma criança e estou sorrindo
Vou à escolinha,
Já aprendi a ler e escrever,
Ainda não desvendei a palavra amor.

Macro

Foto de pttuii

Eles comem tudo, e não deixam nada

Quase no final de 2008, quem pega nas rédeas da quadriga portuguesa está na casa dos 50 anos. Apeteceu-me dissertar sobre quem já chegou à meia idade, e tem hoje de acordar todos os dias com preocupações de governação. No final dos anos 60, quando o mundo se decidia entre dar a vitória à ideologia do amor, ou abraçar o ‘american way’ conservador de Dickie Nixon, os ‘putos’ que hoje andam de BMW comprados por atacado, eram simples pirralhos. A televisão dava-lhes o ‘Franjinhas’, e o futebol resumia-se a versões infladas do Benfica-Sporting. Nas escolas, as figuras do senhor professor doutor, e do senhor almirante líder da república, abençoavam os meninos, olhando de alto para salas amplas mas cinzentas. Chegou Abril, e os meninos despiram a pele dos filhos de Salazar, e vestiram o destino de reconstruir uma nação. Descolonizar, desenvolver, e democratizar, foram desígnios abraçados, acarinhados. Mas,....a ditadura do mas sempre a mandar na genética Lusa. O Outono de 1975 chegou, e outros ventos começaram a moldar o presente dos nossos actuais preparadores do futuro. Com a adolescência vieram as febres europeias. Na Suécia cantava a dupla Agneta e Frida, que o mundo aprendeu a conhecer como ABBA, e em Portugal o senhor das bochechas mandava os jovens pensar em grande. A gaveta, o tal interminável compartimento para onde foi deitado o socialismo do Barreirinhas e do General Maluco, começou a fechar-se, e outra abriu-se em seu lugar. Agora interessava apanhar o pelotão da frente. A CEE do eixo Paris, Londres e Bona, ganhou laivos de ‘role-model’ no país de Camões. A idade adulta dos governantes do século XXI chegou com uma troca alucinante de ‘Jotas’. Nada de vermelho, tudo de rosa, e cada vez mais de laranja. Nas rádios já arranhava o novo rock português, e o José Cid não nos deixou ficar mal na Eurovisão. Portugal ganhou até um mártir. Em Camarate, o primeiro-ministro que prometeu mudar Portugal perecia, num mar de chamas, e com ele foram a enterrar as esperanças de que o rectângulo que um dia foi de Viriato, poderia no futuro vir a ser um laboratório de ensaio de práticas liberais. Virou-se ao centro. O homem das bochechas voltou, e abriu caminho para o paraíso. Um simples algarvio, que um dia resolveu ir à Figueira da Foz testar o carro novo, saiu de lá líder do partido do futuro. Os últimos 15 anos do século XX, em Portugal, foram de arranque imparável. Ninguém nos segurava. E já ninguém conseguia segurar os ‘trintões’. Vieram os primeiros lugares de responsabilidade, as primeiras concessões aos amigos, os primeiros condomínios fechados comprados a pronto pagamento. Os anos passam, os vícios entranham-se, e hoje os meninos rabinos do ‘flower power’ dominam tudo.

Finalmente, 40 anos depois, a canção do Zeca assenta que nem uma luva àrealidade ‘tuga’.
“Eles comem tudo, eles comem tudo, e não deixam nada”.

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