Fim

"Muitas vezes, colocamos o rancor entre nós e uma lembrança e, de repente, esquecemos a importância que uma experiência teve em nossas vida. Esquecemos, mas basta tirarmos este rancor da frente e voltamos a lembrar e, de alguma forma, nos libertamos..."

SEUS ÓCULOS SOBRE A MESA
Por Allan Dayvidson

Lembrei...
que éramos genuinamente inacreditáveis
e que seus atos eram simples e sensíveis.
Lembrei que inventei você num pedaço de papel
como um desabafo sobre desejos impossíveis.

Lembrei de nossa amizade
e de nossas conversas, brainstorms.
Lembrei de nossa eqüidade.

Odeio pensar em como perdemos tudo isso.
Entre nós: meus medos infantis
e seus compromissos.
Quando convidamos o mundo a entrar e dizer
que simplesmente era o fim?

Lembrei de nossas pequenas vitórias,
da sua gaita,
das lições de física;
de sua boa memória e seu amor pela música.

Lembrei de seus óculos sobre a mesa,
e seus olhos permaneciam em mim.
Poderia até jurar que me enxergava com total clareza.

Odeio pensar em quando deixou de me olhar,
quando eu não soube o que fazer,
como lutar;
quando não soube como me agarrar às palavras e dizer
que, para mim, não era o fim.

Nada se compara ao que fomos.
A lembrança de você é o que, de fato, amo.
Mas portas foram abertas
e acho que não mais voltarão
a
se
fechar.

Que eu encontre alguém como você...
como a parte que você decidiu apenas esquecer.
Mas não se esqueça de mim, por favor,
porque cometo o atrevimento de dizer
que apesar da água em meus olhos,
de alguma forma, ainda enxergo você.

O sorriso de uma criança.
É uma oração enviada por Deus.
Uma prece uma esperança,
Para que haja dias melhores nesse mundo meu.
Eu tambem sorria quando menino,
Nada pra mim era ruim.
Todos os dias era um fascino,
E nas brincadeiras, eu não queria o fim.
Era tão grande a minha felicidade,
Que o ruim se tornava muito bom.
Eu não percebia em nada a maldade,
A minha vida, era como uma orquestra tocando no mesmo tom.
Quando uma criança sorrir,
Devemos agradecer a Deus essa oração.
Procurar com muita fé, e assumir,
A paz que esse sorriso vai deixar, em nosso coração...

São José dos Campos SP
Autor Odias Pereira
21/05/2011

Ícaro céu, raso abismo do ser
o cair dos sonhos sem pressa
de vida, asas presas atadas ao não ter...
ao léu, descaso inciso bel-prazer...
acessa meia-luz, sem essa!
Na pele à flor da alma,
consumo lembranças como se fossem bálsamo
mergulho com calma,
no austero útero da dança...o silêncio...o fim!
reconheço o breu, abrigo do avesso...
a cura, a procura...
me acho kamikaze dentro de mim...

Vai, sonho meu,
bate tuas asas e alcança o céu,
voa entre os anjos, plana para o léu,
invade o inusitado, do princípio ao fim,
abraça as belezas...traze-as para mim.

Vai, sonho meu,
embala-te na euforia e avança mais além...
Agarra-te aos tesouros que os olhos não veem,
que a alma acalanta e que lhe faz bem.
Traze-os para mim, os plantarei em meu jardim.

Vai, sonho meu,
não te canses nunca, desbrava sempre,
descobre o encoberto, o longe e o perto,
o que parece incerto e veda a minha mente.
Faze vibrar a emoção e bailar a inspiração...
Faze-me sentir poeta!

_Carmen Lúcia_