Ferida

Foto de Marta Peres

Angústia

Tudo já é silêncio, nada se ouve
E as horas mortas se anunciam,
Só eu ali, jogada naquela cadeira.

Nem mais o rumor da música
Se pode ouvir e minha dor
E a face disforme, são as mesmas.
Angústia, desassossego,
aflição que inquieta.

Alma ferida, coração sangrando
Meu corpo não suporta,
Tudo em volta desmoronou,
Virou pó, acabou!

Marta Peres

Foto de Osmar Fernandes

Eu mudo ou mudo o mundo?

Eu mudo ou mudo o mundo?
Um mago há muito já dizia:
– Eu mudo ou mudo o mundo?
O planeta esperança tem luxo e lixo.
Tem luto e vida.
Tem sonho que expira.
Realidade que grita...
Tem gente que vence o inferno do coma.
Outro não quer nem levantar da cama.
Por isso, não entendo tanta hipocrisia.
Uma multidão depende da própria apologia.
Há uma tropa que só pensa em ganhar na sorte.
Deus deu o sopro... O homem inventou a morte.

Você deve traçar o seu destino.
Desejar ser gente, andar de cabeça erguida.
Olhar para frente, realizar o seu sonho divino.
Ter em mente: vencer na vida.
Ou, ser marginal e viver no inferno.
Pisar nos espinhos e abrir a ferida...
Viver com a alma no cemitério,
e chorar a vergonha de cada mentira.
Sábio é aquele que é dono do seu barraco,
ou o escravo do palácio do rei?
Afinal, quem estabelece a sua lei
é um homem ou um macaco?

Tem gente que quer ir à lua de bicicleta!
Um outro quer ser doutor, mas não estuda.
Você quer ganhar na sorte grande, mas não aposta.
O sol nasceu para todo mundo.
A sombra, só para quem luta.
Só balança a rede quem chuta a bola.
O otimista transforma palha em ouro.
O pessimista não consegue nem comprar um ovo.
O planeta é feito de grãos de areia.
A vida, de sementes de sonhos.
Logo, não fique esperando o prato pronto.
Lute pelo seu pé de meia

Foto de Carmen Lúcia

Diante dos fatos, não há argumentos...

Tentei arrastar-me até a cama...
A nossa cama...irremediavelmente gélida,
Sair do chão, secar as lágrimas...tétricas.
A escuridão da noite, soturna, penetrava o local,
As cortinas acenavam um triste adeus mortal,
Denunciando janelas ainda abertas. desertas...
Um sopro de brisa tocava meu corpo,
Tênue como eu, fraco como eu, triste como eu...
Há quanto tempo ali permanecera?
Minutos, horas, dias? Por que esmorecera?
Aos poucos, as últimas cenas ressurgiam...
Como as de um filme registrado em minha mente
Transtornada pelo eco de palavras eloqüentes
A me acusar, me reprovar, me condenar...
Levantei-me e acendi a luz...Titubeei...
Dentro de mim o negrume de um breu sem fim...Cambaleei...
Relutei para afastar as marcas do que houvera,
De meus rastros pelo chão ao implorar perdão...
De seu fatídico não, olhar de condenação:
-Quem ama não trai! Imperdoável a traição!
Fui fraca, volúvel, não mereço perdão!
Agora... secar o pranto, estancar a ferida,
Encarar de novo a vida,
Recomeçar do ponto de partida.
Retirar dos destroços uma lição vivida!

Foto de furriel

DECEPÇÃO

Eu não entendo. Por que?
A surpreza se faz presente.
Não se era levada tranquila a vida?
Dolorosa situação do pretérito, no presente corrente.
Ninguém sabe o que sinto.
Exceto, de semelhante sentir
Outra alma padece.
Meu coração esta sofrendo.
Ele esta parando.
Eu não quero que pare.
Por ventura, alguém o esta matando.
Aos poucos dele se esvai a vida.
Não a vida humana
O folego continua.
A vontade de viver esta partindo
Mas neste mundo permanecerei.
O que se vai, é a vontade de viver no mundo dele,
Supostamente criado para mim.
Que nada, era apenas farça.
Deveria saber que não seria só um paraíso.
Não quiz acreditar que tinha um abismo,
E nele estou caindo.
Sinto que não tem mais volta,
Pois as pedras tornam difícil o retorno.
Tenho medo de viver para sempre aqui.
Eu até quero subir, mas cansada, ferida...
Não tenho ajuda.
CHEGA!
Não vou ficar prostrada, chorando,
Esperando a morte do que é mais precioso para mim.
Mas ferida, cansada...
Não tenho ajuda.

Foto de Sirlei Passolongo

Não Precisa Dizer Amém!

Não Precisa Dizer Amém!

Sem essa de querer me deter
Não sou objeto, não sou de ninguém
tenho a força da palavra, e não
precisa dizer ao que penso, amém!
O que você acha ser sorriso
pra mim pode ser pranto,
mas tudo bem...
Mas não tente me deter
tenho a força do verbo
que os poetas de verdade têm,
Posso transformar estrelas em dançarinas
acender a lua em noite de chuva
Posso ouvir música nas nuvens
Desenhar um buquê de um cacho de uvas
Não peço para acreditar no que defendo
mas defendo o que acredito
e a isto me rendo,
não quero saber se feio ou bonito
Posso gritar a dor da morte
ou a miséria da vida,
Posso xingar a própria sorte
e cutucar sua ferida
Mas nada me tira
a força que tenho
de fazer o verso gritar
agonias
ou cantar amores e alegrias.

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de NiKKo

Decepção

Meus caminhos hoje são de poeira e espinho,
marco meus passos com lagrimas que teimam em cair.
Levo nos olhos o vazio que trago em minha alma,
os lábios cerrados por não saberem mais sorrir.

Hoje minha vida se resume em fracassos.
Minha voz em minha garganta se calou.
Perdi o interesse que eu tinha pela minha vida,
tudo porque você me deixou.

Guardando para mim as lembranças do que vivi
eu busquei encontrar forças e sobreviver.
Mas confesso que sua falsidade me feriu fundo
que me fez a esperança perder.

Hoje eu sigo pela minha vida a passos lentos
E levo a alma ferida e decepcionada.
Acreditei que tinha em você mais que um amor
mas descobri que para você eu nunca fui nada.

Não digo que você tem culpa pelo meu fracasso
pois eu sei você jamais me enganou.
Eu é que fiz de ti uma imagem tão sincera e bela
que meu coração inocente e tolo, acreditou.

Eu te amei e mesmo hoje ainda sofro por ti.
Isso eu jamais vou negar ou esconder,
mas minha alma hoje está tão decepcionada
que confesso, você conseguiu me abater.

E tal qual uma ave ferida de morte
buscarei meu ninho forças para me curar.
Hoje colocando em minha poesia a dor que sinto
juro-te, é a ultima vez que por você vou chorar.

Foto de Cecília Santos

LÍRIO DO CAMPO

LÍRIO DO CAMPO
#
#
#
Queria entender
seu silêncio.
Mas ele é indecifrável.
É como uma folha
de papel em branco.
Níveo como o lírio do campo.
Queria entender
o que houve.
Mas não encontro respostas.
Ocultas dentro
do peito.
É um sentimento Inviolável.
Queria ler em
seus olhos.
O que esconde na alma.
Mas o véu que cobre
seu rosto.
Não deixa ele ser transparente.
Queria entender
seu silêncio.
Que magoa, apunhala e machuca.
Deixando em meu
coração.
Ferida exposta, sem cura.

Direitos reservados*
Cecília-SP/10/2007*

Foto de Sonia Delsin

FERIDA EXPOSTA

FERIDA EXPOSTA

Esta noite eu visitei umas ruínas.

Andei descalça entre elas, descalça e seminua.

Eu vi um porta-retrato quebrado.

Quanta lembrança do passado!

Vi um terço, um pedaço de papel...

Vi entre as ruínas um menino.

Lindo, frágil...doce. Um destes anjos do céu.

Um garotinho que sempre tocou muito fundo meu coração.

Um menino que se fez tão forte pela vida afora que se tornou um campeão.

Meu filho tão bom.

Entre as ruínas encontrei flores.

Meu peito se fez em dores...

A ferida ficou maior. Sangrou...

A casca que se formava descolou.

Ficou exposta a ferida.

E eu ali.

Entre as ruínas do que foi minha vida.

Chorei.

Claro.

Chorar lava a alma.

Não podemos represar as emoções.

Deixei que as lágrimas lavassem...escorressem.

Eram tantas as sensações.

Esta noite eu andei onde não se anda mais.

Onde não se volta jamais.

Andei no que já se foi... no que o tempo guardou.

Mas se fez chorar também foi bom lembrar.

Porque entre as lágrimas encontrei um sorriso teu.

Então pensei.

Tu me amaste, eu muito te amei.

Se nos perdemos um do outro.

Muita coisa guardaste.

Muita coisa guardei.

Sonia Maria Delsin

Foto de carlosmustang

A SOMBRA DE UM LAMPEJO

Por quê as lágrimas mais desejadas, derrubou-se por ti?
Que desáire! Sobraste a busca do quê não é mais.
Há lembranças vulneráveis, ao sabor do destino
Do saber ser menino
Porque somente assim sou feliz!
A minha ascensão ao mundo "normal"
Bem criado, as minhas paredes
Em tudo que sou, BENDIZ!!!

A cada momento, em todos os instantes
A todas as tardes, em todas as noites
Meu conceber, não era assim de manhã!
E o motivo de tão profunda ferida
Que não se trata, só se mata
Escarceia e maltrata
A todas auróras da vida...
Prece a uma lembrança contida.

O nó em minha garganta, não me permite mais chorar
Efetivo meus passos no presente
Agilízo meu decôro, para seguir em frente...
Transponho uma onda no infinito
Vagamente, esse merecimento meu, amor!
Contemplarei melhor esse presente
E o mais belo florear, finalmente, fara-se sentido.
OBRIGADO, pelo tempo vivido!!!

Foto de Carmen Lúcia

Quisera

Quisera eu ter o dom
De consolar os aflitos
Prevalecendo o perdão
E calar todos os gritos...
De dor, desamor, solidão...

Quisera eu levar paz
Aos corações em conflito
Acabar com a guerra fria
Aquela que trazem consigo
Fazer da mágoa, poesia
E da poesia, canção
Cantada em comunhão de amigos.

Quisera eu ter o dom
De devolver ao ente querido
O filho que não voltou
O pai que se perdeu na partida...
À mãe sofrida, o consolo
Pra sua dor mais condoída.

Quisera eu ter o dom
De invadir o universo
Com poemas, trovas e versos
E dispersar o que é perverso
Plantar sementes de amor
E de amor fortalecer a terra.

Quisera eu ter o dom
Da palavra que enxugue o pranto,
De levar esperança ao que creu
Mas que hoje lhe sangra a ferida
E que vive como quem morreu...
Ao desprezar a própria vida.
Se não posso ressuscitar os mortos,
Talvez consiga ressuscitar os vivos!

Páginas

Subscrever Ferida

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma