Ferida

Foto de Carmen Lúcia

Lembranças gravadas

Não entendi muito bem...
Ainda sonhava com bonecas,
E meus sonhos eram azuis...
Queria, um dia, ser como ela...
Minha mãe, mulher mais bela,
Que agora me abraçava, chorava,
Molhava-me com o pranto,
Gesto incomum ao seu acalanto...

Ouvi vozes ao redor...
“Agora estão sós, ele partiu...”
Sabia que deveria chorar
A morte de um pai é dor demais,
As lágrimas não vinham, não fui capaz...
Ou minha tenra infância privou-me de chorar
E arrancou-me o pranto que não soube rolar.

E caminhamos juntas, minha mãe e eu...
Recomeçando a vida, juntando o que rompeu,
Eu era sua razão, e ela minha certeza,
O meu ancoradouro, a minha vela acesa...

Ainda jovem e linda, paixões ela inspirou,
Sentiu a intensa dor do amor que acabou...
Caiu e levantou, desafiando a vida
De novo um grande amor abriu sua ferida.

A tudo eu assistia, percebendo que a perdia,
Meu mundo se ruía, o meu barco partia,
Voltada aos seus amores, de mim se separou
E o pranto nessa hora em minh’alma rolou.

Fui vê-la várias vezes
Em seu leito de agonia,
Queria que entendesse
Que só seu bem queria...
E o meu amor por ela
Crescia a cada dia...
Mas minha voz calou
Meu pranto a embargou,
Voltei a ser menina, que conhecia a dor.

Carmen Lúcia

Foto de JACKSON-GOMES

SAUDADE

SAUDADE.

NÃO PENSEI QUE A SAUDADE DOESSE TANTO, "QUANDO SE ESTAR DISTANTE DE QEM AMA". AS VEZES ESTAMAS COM QUEM AMAMOS, E COLOCAMOS TANTA CONFIANÇA NO RELACIONAMENTO, QUE FERIMOS QUE AMAMOS E NUNCA NOS DESCULPAMOS, PENSANDO QUE POR SER AMADOS NUNCA SEREMOS REGEITADOS, AI É QUE ESTAMOS ENGANADOS, POIS QUEM AMA; DA E QUE RECEBER CARINHO, MAS MUITAS VEZES ISSO NÃO SE TORNA CLARO EM NOSSA MENTE E CORAÇÃO, E COMEÇAMOS ALMENTAR A FERIDA EM QUEM AMAMOS, MAS CHEGA UM PONTO EM QUE ESSE AMOR SERÁ ROMPIDO, POR NÃO SER CORRESPONDIDO DA FORMA QUE MERECE, ENTÃO A FERIDA MAIOR FICA EM QUEM CAUSOU O FERIMENTO NO CORAÇÃO DE QUEM NÃO ESPERAVA SER FERIDO (a) E SÓ O QUE RESTA É SUDADES DE UM GRANDE AMOR QUE DEIXAMOS DE VALORIZAR.

QUERO DIZER A VC CARO LEITOR! NÓS NÃO SOMOS ESCRAVOS DE NOSSOS ATOS, E SIM DE NOSSAS CONCEQUENCIAS, POIS AS VEZES AS CONSEQUENCIAS DE NOSSOS ATOS REPERCUTIRÃO POR TODOS OS DIAS DE NOSSAS VIDAS, E LEMBRE-SE ANTES DE FERIR UM CORAÇÃO VC PODE ESTAR DENTRO DELE.

Foto de Gideon

A Solidão e o Celular

Bip do celular. A Solidão tomou um susto.

- Afinal, quem ousa invadir a minha guarda. Pensou ela, rapidamente
Outro bip no celular. Ele, o celular, está lá, sempre bem perto de mim. Não sei pra quê. Não toca nunca. Vazio, feio, sem graça e sem capa. Bateria já meio fraca, mas está lá. Ganhei de presente de amigo que queria me achar. Reclamava que nunca me encontrava. A bem da verdade, ele já estava na estrada de ida, mas era amigo de coração.. Cruzou por mim e se tornou amigo, mas o seu destino era lá pro outro lado… bom amigo.

Bip novamente. Outro susto na Solidão. Ameaço atender o celular. Ela fica ali, olhando e tentando ouvir. Má educada. Que coisa!. Apanho o celular. Ela se apressa em chamar sua irmã, a Decepção. Esta, cheia de liberdade, arranca-o de minha mão.

Ah sim, deixa-me contar. A Decepção é irmã mais velha da Solidão. No início eu a estranhava. Tinha cara feia e jeito de debochada. Não ia muito com a sua cara. Mas, enfim, a Solidão, minha velha e boa companheira de longos anos, queria, que queria me apresentá-la. Enfim, um dia cheguei cansado e desesperado. Lá estavam elas. A Solidão ao lado da Decepção me esperando para dar-lhes um pouquinho de atenção. Disse-me ela, mais tarde, que desde cedo estava ansiosa para a minha chegada. Já vinha insistindo com a sua irmã, há tempo para vir morar conosco.

Neste dia, lembro bem, eu estava me despedindo de coisas que tanto acreditava. Que tanto me fizeram feliz. E que, agora, ruíam, acabavam e transformariam profundamente a minha rotina. Meu coração estava ferido. Não tanto como hoje, mas era o início de uma ferida profunda...

Bem, mas como eu ia dizendo, sentei-me no sofá, como sempre fazia quando chegava em casa pra acolher a Solidão। Levantei os olhos, assim meio sem vontade de cumprimentá-las. Não queria mesmo me tornar íntimo da Decepção. A Solidão me bastava e já fora difícil aceitá-la na minha vida. Já havíamos conversado longamente sobre este assunto. Estava vivendo um momento que parecia feliz, e na minha vida não teria espaço para mais ninguém. A Solidão, sim, esta eu já me convencera que jamais me deixaria apesar de várias tentativas frustradas no passado. Ela é muito insistente, e parece um carrapato. Quando gruda não quer sair nunca mais, mas pra dizer a verdade, uma grande companheira.

Eu estava muito pra baixo naquele dia, somente queria o aconchego da Solidão. Queria estender-me no sofá, com a roupa do trabalho mesmo. Pegar uma coberta bem pesada, ligar a Tv, abraçar-me com a minha Solidão e ficar ali, esquentando da tarde fria, quieto, durante horas e horas, até dá fome e ter que levantar pra comer alguma coisa…

Mas lá estavam as duas. Não tive escolha, estendi a mão direita, torcendo para que o peso do meu antebraço logo fizesse a minha mão escorregar do cumprimento indesejado, mas a danada da Solidão, deu pulinhos de alegria e também agarrou a minha mão. Agora as duas sacudiam o meu braço como adolescentes brincalhonas.

Enfim, a Decepção estava devidamente apresentada a mim. Besteira minha, essa indisposição de fazer novos amigos. A Decepção se mostraria, mais tarde, uma grande amiga e companheira. Ciumenta que só ela, mas enfim, amigona do peito. Agora eu teria de acomodar as duas. Imaginem, duas criaturas na minha vida. Bem, mas dizem que pra tudo na vida tem um jeito. E tem mesmo. Hoje já não a estranho mais. Até me acostumei com elas. E quando elas não estão por perto sinto muita falta.

Bem, mas voltando para a história do celular, que eu já ia esquecendo, ameacei resgatá-lo das mãos da Decepção. Mas aí desisti e pedi, com um gesto no rosto, para ela me ajudar. Ela, feliz e com cara de vencedora e debochada, que insiste em fazer nessas situações, agora já super íntima, claro, riu no canto da boca.
Sabe aquela cara que dá ódio quando alguém a faz para a gente? Pois é, ela é especialista nisto. Estendeu o celular para eu ver. Olhei. Não consegui distinguir bem quem era.Ela, com aquela postura desengonçada de debochada. Pezinho esquerdo batendo no chão. Braço esticado na minha direção, e com o celular em riste. A outra mão na altura da cintura, ria, mas não muito, ria com aquela carinha de debochada mesmo, como eu disse. Ela já tinha olhado, meio de soslaio, para ver quem era, ciumenta do jeito que sempre foi..

Como eu disse, não consegui enxergar bem, mas fingi que não me importava em saber quem era, e continuei fazendo a minha partitura no Encore. Ela, chata e insistente do jeito que sempre foi e sempre será, levantou mais ainda o celular para eu ver, virando o rosto ligeiramente para o lado...

A Solidão se intrometeu, esticou o rosto e apressou-se em me dizer com a voz pausada e de deboche.

- É a Te-le-mar… Men-sa-gem da Te-le-mar…

Era mesmo a Telemar. Sabe aquelas mensagens chatas que ela insiste em nos enviar, como se tivéssemos tempo e dinheiro para ficar entrando em seus joguinhos idiotas, feitos por programadores idiotas, e concebidos por analistas mal pagos da Telemar… idiotas também!!?.

Calma, calma, calma e calma… É isso, ufa! Sempre que a Telemar subestima a minha inteligência e importância eu fico assim. Irritado.

Espera aí! Eu disse Inteligência? Importância? Não, não disse, ainda bem, só pensei. Senão as duas, iriam me chavecar a tarde inteira. Bem, mas enfim, era a Telemar! Fingi que não via a Solidão ali, parada, pertinho de mim e esperando alguma reação.. Mas a danada, sei lá como, conseguiu perceber a minha cara irritada, e fez questão de dizer em voz alta para eu ouvir…

- Você não tem amigos, seu bobo… quem poderia ser?

Ameacei, com raiva, sem olhá-la, dar-lhe um peteleco.! Ela deu dois pulinhos para trás, se juntou à Decepção, que já tinha se afastado para recolocar o celular no lugar, e ficaram repetindo…

- Você não tem amigos, seu bobo..
- Você não tem amigos, seu bobo..

Fiquei em silêncio, fingindo não ligar. Com um sorriso sem graça, e sem graxa, no canto da boca. Teclava o “j” repetidamente na partitura do Encore, meio esperando elas se irem para continuar o meu trabalho.
Veio-me a lembrança um quase amigo que fizera, dias desses. Deu vontade contar para elas, só para matá-las de raiva.…

Até conversei uns minutos com ele, lembrei. E, p-e-l-o c-e-l-u-l-a-r… Deu vontade falar assim, soletrando mesmo. Para deixá-las morrendo de raiva…
Acho que elas perceberam que eu não estava bem, e então a Solidão se aproximou devagarinho, com medo de outro peteleco, e.chegou bem pertinho. A Decepção também veio, me olhando pelos ombros da Solidão. É sempre assim, quando uma se aproxima, a outra acha que tem o direito de participar, e para piorar tudo, sempre combinam as coisas contra mim. Ufa, que raiva que tenho delas, nunca se desentendem por nada. Enfim, a Solidão me perguntou..

- O que foi Gimago, você quer dizer alguma coisa e não está conseguindo?
Então eu disse. Tomei coragem e contei..

- Vocês são umas idiotas mesmo. Dia desses quase fiz um amigo, suas bobas...

Elas recuaram olhando uma para a outra sem acreditarem. A Decepção ainda com aquela cara de deboche, e a Solidão com a cara de espanto exagerada que sempre faz.. Perguntaram-me, quase em coro…

- Quando foi isso. Qual o nome dele?

Eu, relutei, gaguejei, mas tinha de dizer, senão iria passar por mentiroso. Disse meio que enrolando as palavras, para elas não entenderem…

- Foi um tal de E-n-g-a-n-o…

Elas ficaram sem ação e em silêncio. A Solidão quebrou o gelo, olhou para os lados, e disse para a Decepção..

- Acho bom a gente deixar ele um pouco só…

E se foram, não para muito longe, pois sabem que eu preciso delas em todos os momentos.

Foto de Gideon

Um Tsuname de Paixão

A agonia causada pela ferida da paixão é delirante.
Não admito que esteja apaixonado.
Não posso ficar apaixonado sem garantias de reciprocidade.
Mas a sensação da urgência em vê-la é um indício fortíssimo da paixão.

Minhas mãos frenéticas parecem reger o balançar incessante da perna esquerda
enquanto estou sentado em frente ao meu microcomputador,
tentando desesperadamente concentrar-me no trabalho.

Isso é diabólico, demoníaco, pois aflige-me terrivelmente.
Aquela ansiedade incontrolável em vê-la, tocá-la, estar ao seu lado.
Estou apaixonado, sim, reconheço.
Esta paixão é avassaladora, tsuname, parece.
Afoga vorozmente a minha alma.
Isto não deveria acontecer, jamais.

Não quis isto e não quero isto, mas o que fazer diante de tão grande força?
Devo nadar na direção oposta da onda, contra ela?
Iria me afogar logo, certamente.
Quero ver até aonde este tsuname me levará.
Anseio por pisar na areia, pelo menos, de volta a terra firme.

Esta terra, talvez seja um paraíso, uma nova realidade, uma nova vida.
Não seria a paixão uma tentativa de transladarmos para a felicidade?
Não sei, sei que neste momento estou inerte,
sem movimentos e simplesmente devo boiar na onda do tsuname.

Enquanto flutuo ao léu, a minha mente vaga desordenadamente
A procura de suas feições como que um raio do sol
Pudesse surgir de lá e me recobrar as forças...

Força... Oh meu Deus, quantas coisas tinha de fazer ainda na minha sanidade!
Os meus planos, o interstício de trabalho sem lucro para saldar dívidas.
E agora? A paixão vem sem aviso, sem barulho, sem prenúncios.
Vem arrasando sem piedade, e quando nos arrebata,
não espera que nos equilibre e surfe-a como um esportista experiente.

Neste momento estou de pernas para o ar, mas por falar nisto,
pernas para o ar é uma marca desta paixão...

Foto de Giovanna Carla

Nhá...é difícil

É difícil falar o que sinto
É difícil
É mais fácil escrever
Escrever infinitamente poemas
Poemas que demonstrem o que sinto
...
meu coração grita
grita seu nome desesperadamente mais você não aparece
meu coração chora
chora quando percebe que você não vira
meu coração dorme
dorme com o sonho de você vir me acordar e dizer que em ama
meu coração acorda
acorda e vê que o sonho não se tornou realidade
meu coração sofre
sofre pois sinto sua falta de te quer aqui
ao meu lado...Acariciando-me, enxugando minhas lagrimas, sorrindo junto comigo....simplesmente aqui
meu coração às vezes se machuca gravemente por não ter você aqui pra trata-lo
e a ferida fica aberta...doendo...e muito
...
meu coração já esta cansado
cansado de sofre
cansado de chorar
cansado de sentir sua falta...
venha logo ate mim
diga que me ama...Toma-me em seus braços e me de um beijo que ate mesmo as estrelas parem pra ver de tam lindo que vai ser...
estou aqui carregando comigo um coração, um amor, uma paixão...e uma aliança...aliança que demonstre nosso amor
aliança que pode virar eterna
aliança que me liga a você mais ainda...
te amo

Gih

Foto de Osmar Fernandes

A lágrima

Fingida,
Delícia,
Mentira,
Ferida.

Importa,
Exporta,
Complica,
Implica.

Fogosa,
Manhosa,
Chora,
Implora.

Dança,
Mansa,
Forte,
Sorte.

Sisuda,
Amorosa,
Virtude,
Assombrosa.

Desnuda,
Falante,
Derruba,
Amante.

Dogmática,
Filosófica,
Pragmática,
Histórica.

Aparece,
Some,
Desaparece,
Consome.

Foto de Carmen Lúcia

Sangrar

É forte quem mostra a sua própria fraqueza
E quantos a traz disfarçada em seu peito...
Ferida exposta, doendo, guardada em segredo,
Calada, trancada... arquivando pecados e medos.

É forte quem reconhece que foi o culpado
Do que deveria dizer e manteve calado,
Do que poderia mudar e ficou ocultado,
Do que poderia fazer pra não ser derrotado.

E então precisamos sangrar, arvorar fortalezas...
Revelar nossas almas, retirar os temores e falhas,
Estancar de concreto, cimentar nossas valas...
Confessar a nós mesmos todas nossas fraquezas.

Carmen Lúcia

Foto de friendshipstar

Em busca da felicidade....

Percorro o meu caminho

Em busca de ti , Amor

Em busca do teu carinho

Em busca do teu calor

O tempo vai passando

Os dias vão acabando

A noite está à espreita

E com ela vem o meu sonho

De encontrar a mulher perfeita…

De repente, como que por magia

Começa um novo dia

E é nesse dia que te encontro

Amor da minha vida

Tu que saras a ferida

Que trago no coração…

Agora sou muito feliz

Pois tenho ao meu lado

Aquela que sempre quis….

TU……

Foto de Sonia Delsin

EMOLDURADO

EMOLDURADO

Colocas ali na moldura do tempo o sorriso que te conquistou.
Emolduras quem te fez juras.
Criaturas.
Embaixo deste céu.
Criaturas.
Puras... impuras...
Verdades tão duras...
Colocas ali na tela da vida a cura para a sua própria ferida.
Um sorriso que nunca te deixou.
Um homem que muito te amou.
Se ele te abandonou?
Ele viajou...
Em busca dele mesmo.
Em busca de uma verdade que nunca encontrou.

Foto de Mentiroso Compulsivo

ETERNA SAUDADE

É assim, neste poema módico
Que digo como quero tanto
O grande amor que te dedico,
Com palavras de grande encanto.

A imagem que de ti tenho
Nos meus olhos bem gravada,
Será o valioso e eterno desenho
Como se fosse imagem sagrada.

Não nos olhos da minha face,
Mas nos olhos da minha alma.
Como quem se contemplasse
Num espelho em noite calma.

Se tudo passa nesta vida,
Como é que pode acontecer
Ser maior esta minha ferida
Feita do medo de te perder?

Peço-te não te vás embora!
És muito importante para mim.
Vejo-te sempre a toda a hora
Nesta doce saudade sem fim.

© Jorge Oliveira

Páginas

Subscrever Ferida

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma