Felizes

Foto de Eloisa Menezes Pereira

Na poesia do olhar

Buscando o ideal
Na tentativa de sermos felizes...

Exprimir meus momentos
Com palavras de esperanças
Sonhar utopias
Sobrevoando os sentimentos

Simplesmente sonho
Na prática verbal

Foto de Civana

Purpurina

Grito de Carnaval
Orquestra ecoa no salão
Palhaços, Colombinas, Pierrôs
Entregam-se felizes à multidão.

Olhares se cruzam num relance
Vai-e-vem de corpos esfuziantes
Mãos se tocam por um instante
Perdem-se na euforia contagiante.

Corpos realçam a meia-luz
Sorrisos brilham na penumbra
Olhares queimam, deixam nus.

Fantasias, copos, serpentina
Música, despedida, cerram as cortinas
Beijos e lágrimas de purpurina.

(Civana)

Foto de DeusaII

O amor é assim...

Vem de forma silenciosa
Sem razão aparente...
Arrebata-nos a vida, o coração.
A razão... come-nos a alma.
Deixa-nos num estado letárgico,
Quase de pós-mortem....
Torna-nos fracos, sem sentido,
Faz-nos divagar por entre mundos irreais...
Cria ilusões, fantasias...
Faz-nos tolos, loucos, insanos...
Torna-nos medrosos, insatisfeitos....
Tira-nos a forças, a vontade própria....
E quando damos por nós...
Estamos presos, enterrados...
Incoerentes, incongruentes...
Felizes.... infelizes.....
Vem envolto em contradições,
Em iras, em devaneios,
Mas faz-nos sempre os melhores dos poetas...

Foto de DeusaII

O amor é assim...

Vem de forma silenciosa
Sem razão aparente...
Arrebata-nos a vida, o coração.
A razão... come-nos a alma.
Deixa-nos num estado letárgico,
Quase de pós-mortem....
Torna-nos fracos, sem sentido,
Faz-nos divagar por entre mundos irreais...
Cria ilusões, fantasias...
Faz-nos tolos, loucos, insanos...
Torna-nos medrosos, insatisfeitos....
Tira-nos a forças, a vontade própria....
E quando damos por nós...
Estamos presos, enterrados...
Incoerentes, incongruentes...
Felizes.... infelizes.....
Vem envolto em contradições,
Em iras, em devaneios,
Mas faz-nos sempre os melhores dos poetas...

Foto de DeusaII

O amor é assim...

Vem de forma silenciosa
Sem razão aparente...
Arrebata-nos a vida, o coração.
A razão... come-nos a alma.
Deixa-nos num estado letárgico,
Quase de pós-mortem....
Torna-nos fracos, sem sentido,
Faz-nos divagar por entre mundos irreais...
Cria ilusões, fantasias...
Faz-nos tolos, loucos, insanos...
Torna-nos medrosos, insatisfeitos....
Tira-nos a forças, a vontade própria....
E quando damos por nós...
Estamos presos, enterrados...
Incoerentes, incongruente...
Felizes.... infelizes.....
Vem envolto em contradições,
Em iras, em devaneios,
Mas faz-nos sempre os melhores dos poetas...

Foto de Cretchu

JOVEM E BELA COMO SEMPRE

Dedicado a J.
Sempre me ensinaram que anjos têm asas, mas agora sei que isto não é verdade. Anjos também sofrem acidentes, caem e se machucam. Mas eu sei que você vai superar tudo isto, minha querida, e voltar a pisar com seus lindos pés este chão que é abençoado com seus passos.

- Mais alguma coisa, Barão?
Respondi negativamente, com um gesto. Pedro, meu mordomo de tantos anos pegou suas malas e saiu da mansão vazia. Olhei para aquelas paredes que antes estavam tão repletas de quadros, aqueles cômodos outrora adornados por móveis caros... Agora vazios. A mansão, herança de meus antepassados que agora pertencia a outra família, novos ricos que investiam nessas velhas mansões que resistiam ao tempo, à especulação, fomentavam sonhos e sofriam com o alto valor do IPTU.
Além do mais, minha antiga mansão precisava de empregados, e eu já não podia mais contratá-los. Aos 98 anos, só me restava partir como fizera Pedro. Mas a partida de Pedro tinha um destino traçado por sua aposentadoria. Quanto a mim, iria me aposentar da vida. Aproximei-me da janela e vi o mar lá embaixo. Uma linda vista para a praia particular que já não me encantava como antes, em minha infância e juventude. Em minha juventude antes de encontrá-la.
Sim, antes de encontrá-la. Foi um único encontro, e desde então eu quero que ele se repita. Ela me prometeu que viria me buscar, e cá estou esperando. Por isso, deixo a mansão e vou até a praia. A lua se reflete nas águas escuras do mar que, revolto, se choca contra a areia. Deito-me distante, recostado numa pedra, triste porque sei que ela não virá. Prometeu que viria me buscar, mas minha esperança de que sua promessa iria se cumprir, é em vão. Qual a razão de tornar a ver este velho, ela que está tão jovem e linda como antes? Sim, como naquela época...
Eu tinha vinte anos, naquela época, e estava no Rio de Janeiro, participando de um réveillon e gastando em demasia a fortuna de meus pais, como sempre fazia. O baile no grande hotel estava animado, com figuras de escol, todos bem vestidos. Lindas damas, gentis cavalheiros, nobres decadentes, empresários espertos, políticos corruptos, agiotas rapaces, toda a elite brasileira e estrangeira se encontrava comemorando a passagem de ano. Eu já havia beijado e agarrado em segredo mulheres casadas, solteiras, viúvas, desquitadas, ou seja, tudo aquilo que é permitido a um descendente direto dos primeiros colonizadores da nação.
Uma donzela, filha de paulistas produtores de café, flertava comigo a todo instante. Esperei a hora certa de agir. Quando a moça olhou para mim e se dirigiu ao corredor que, naquele momento estava deserto já que todos se reuniam como gado nos últimos minutos do ano velho, percebi que deveria agir. Eu a segui com dificuldade, abrindo caminho entre a multidão de felizes e embriagados foliões. Já a perdera de vista e temi que não a encontrasse mais. Finalmente consegui ter acesso ao corredor, mas não a vi. Andei lentamente pelo corredor, sem ver a donzela. No caminho, encontrei seu lenço caído no chão. Percebi que uma surpresa não muito agradável poderia estar à espreita. Dei mais alguns passos, quando ouvi um gemido vindo atrás de uma das portas fechadas. Auscultei com atenção. Uma voz feminina tentava gritar por socorro, mas estava muito fraca. Tomei coragem e empurrei a porta, conseguindo abri-la.
A donzela estava desfalecida nos braços de uma garota vestida de negro. Fiquei estupefato, a princípio, mas depois fui tomado pelo horror. Do pescoço da donzela jorrava sangue, sua jugular fora atingida por algum objeto cortante. Então, com maior horror, notei que o corte partira dos dentes da outra garota. Recuei alguns passos. A garota largou o corpo da donzela, que tombou ao chão, e literalmente voou até mim. Caí para trás, ao chão, quando a garota me pegou pelo pescoço com a mão direita, enquanto sua mão esquerda amparou minha cabeça ao segurar minha nuca. Fiquei estendido no chão do corredor, com a garota sobre mim.
Foi assim que eu a conheci há mais de setenta anos. Ela me olhou profundamente. Seu corpo era esguio, ágil e leve. Sua pele morena e suave, as mãos, que seguravam meu pescoço e minha nuca, firmes. Os braços compridos e fortes. As pernas também fortes, as ancas discretas. Cabelos curtos e castanhos. Os pequenos seios comprimiam meu peito. Olhei diretamente em seus olhos. Eram negros como a noite. Nunca havia visto olhos de um tão belo negror. De sua boca, onde dentes alvos e perfeitos sorriam ironicamente para mim, exalava um aroma de morangos silvestres. Seu corpo tinha o cheiro do mato molhado que, na fazenda de meu pai, tanto alimentava meus sonhos infantis.
- Vale a pena deixar que você morra em meus braços? ela me perguntou com sua voz grave, mas com uma docilidade infantil.
Eu não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Fiquei extasiado com a beleza daquele ser misterioso. Ela me largou e se ergueu agilmente. Levantei-me também e, num gesto ousado, segurei-a pelo braço.
- Quem é você? consegui perguntar.
Ela me olhou como um felino. Desvencilhou-se de mim, mas eu tornei a segurá-la.
- Me solte! ela ordenou.
- Então, me diga quem você é. insisti, largando seu braço. Ela caminhou até a janela, e eu pensei que iria fugir. – Por favor. pedi. – Me diga quem você é.
Ela tornou a me olhar, veio até mim e me abraçou. Disse-me:
- Sua vida não existe. O que você faz é arrastar-se por este mundo ilusório. Mas você pode viver novamente.
Neste momento, ela me deu um beijo ardente no rosto e depois na boca. Apertei-a fortemente. Nunca tinha sido beijado daquela forma. Foguetes estouraram, gritos animados explodiram, pois chegara o novo ano. Não sei quanto tempo se passou, mas ouvi que algumas pessoas estavam vindo ao nosso encontro. Ela abriu os olhos negros. Quando nossos corpos se separaram, ela tornou a caminhar até a janela.
- Não vá. tornei. Apontei para o cadáver da donzela, estendido no outro cômodo. – Eu posso dar um jeito nisso.
Ela sorriu para mim.
- Você está tão morto quanto ela. disse. – Mas você pode viver novamente. E quando for morrer de verdade, virei te buscar.
Terminando de dizer estar palavras, saltou pela janela. Fiquei desesperado, imaginando que se suicidara. Estávamos quase no terraço do grande hotel. Mas, quando cheguei à janela, eu a vi voando... Sim, voando ela fez um rápido vôo contra a claridade da lua e desapareceu no manto da noite.
Gritos me despertaram de meu torpor. Acharam o corpo da donzela, as pessoas outrora alegres pela chegada do novo ano, estavam aterradas. Fui forçado a responder uma série de perguntas. Fui conduzido à delegacia, tive que lá voltar várias vezes, mas após algumas semanas minha inocência foi comprovada e me deixaram em paz.
Assim me lembrei das palavras de minha amada. Eu estava morto sim, pois tinha uma vida dependente dos sucessos de meus pais. Mas poderia viver novamente. E assim terminei meus estudos, formei-me, fui dar aula de filosofia num seminário e depois numa faculdade que acabou sendo incorporada, posteriormente, a uma universidade federal. Casei e tive filhos. Viajei pelo mundo. Mas meu único objetivo era reencontrar aquela garota. O tempo ia passando para mim, deixando suas marcas. Herdei uma fortuna de meus pais. Fiquei viúvo aos 59 anos. Quando ultrapassei os setenta anos doei meus bens a meus filhos, à exceção da mansão onde vivia, buscando evitar para eles o martírio de um inventário.
Estava me acabando, e não a via mais. Sempre olhava para a lua, sabendo que em algum lugar deste mundo ela voava contra sua claridade. Sabia que ela era a personificação do amor, mesmo sendo uma criatura sombria. Eu a amava mais do que tudo. O que importa se era um ser noturno? Ora, a claridade da lua só pode ser vista à noite, mas ela pertence ao sol que lança seus raios luminosos contra este frio satélite. E esta claridade lunar inspira histórias de amor e, claro, de lobisomens. De seres perdidos como eu. Eu estava perdido sim, pois minha vida, embora recuperada, não era completa sem aquela garota que eu encontrara há tantos anos.
Dissera para mim que viria me buscar quando eu fosse morrer de verdade. Por isso estou nesta praia. Já não tenho mais nada. Como eu disse, doei meus bens para meus filhos, exceto a mansão onde vivia, mas que agora eu a havia vendido porque não poderia levá-la para o túmulo, e depositara o dinheiro na conta bancária de meus netos. Dispensara os empregados, após lhes arrumar colocação em outras casas e empresas. Meu mordomo Pedro conseguira se aposentar. Tudo estava em ordem, mas eu não conseguia morrer assim, feliz, já que esperava por ela e ela não vinha.
Aqui estou olhando as vagas do mar que choca contra a areia da praia. Não me incomoda a pedra sobre a qual estou recostado, pois minha dor pela saudade é maior do que a dor que a pedra impinge a este corpo de velho. A lua está lá, como sempre, iluminada pelo sol. O mar negro se agita. E eu aqui, sozinho, sabendo que minha hora chegou, mas a promessa dela não será cumprida.
Neste momento de desespero, desesperança e descrença, sinto um toque de uma forte mão em meu ombro. Ergo os olhos e a vejo, jovem e linda como antes. Sorri para mim, seus olhos negros brilham em contraste com a lua.
- Eu não disse que viria? ela diz.
Sim, neste momento único ela cumpriu o que dissera no dia em que eu encontrei o verdadeiro amor. E agora posso também cumprir meu destino, tão diferente do dela que é viver para sempre, mas o cumprirei em seus braços. Sua mão roça meu ombro, e ela, ao voltar, me deu a paz.

Foto de eda

"Flores De Uma Primavera Da Vida"

"Flores De Uma Primavera Da Vida"
"A vida as vezes nos faz tanta suprezas.
"Que a gente vive por viver...
"As vezes ri, chora...E não sabe o que quer mesmo.
"A vida não é complicada, a gente é que complica...
"Tem hora que gostariamos de ser um passáro, voar, talvez "correr de si mesmo"...
"Os pensamentos vagueiam e o sofrimento vem como se não gostassemos da vida,
em que se vive....
"Ou mesmo flutuarmos em um "Universo pleno e em paz...
"Felizes são as flores, que mesmo em uma primavera tão comturbada.
"Em um mundo cheio de complicações.
"Ainda estão lindas!

Autora:Eda.S.L.M.S.

Foto de Sonia Delsin

UMA ATITUDE - Conto

UMA ATITUDE

Mariana sempre se levantava tão cedo. Gostava disso. Heitor ficava na cama e ela saía para suas caminhadas matutinas.
Ia olhando as árvores, os pássaros, as casas. Caminhava porque gostava e também para pensar na vida.
O casamento estava mal? Péssimo. Não existia mais desejo de ambas as partes. A ternura dos primeiros anos... ah, aquele encanto todo tinha acabado há tempos. Por que continuavam juntos?
O único filho estava casado e morava no exterior. Por que continuavam morando sob o mesmo teto, se não existia mais nada? Ela não sabia, ou sabia.
Heitor procurava outras mulheres? Ela imaginava que sim, mas não se importava. Não dormiam mais no mesmo quarto e ela nem o via chegar. Isto não a incomodava. O casamento estava falido, como falida estava a empresa que tanto ela empenhara em manter de pé.
O pai deixara para ela a fábrica de pregos.
Pobre paizinho! De que valeu tanto empenho? Heitor afundou-a.
Viviam da aposentadoria dela e do que Marcelo enviava. Marcelo queria ajudar, sempre tão prestativo e amoroso o filho.
Pelo menos ele estava bem, pois encontrara uma boa esposa, tinha um excelente emprego e morava no primeiro mundo.
-- Mãe, por que não se muda pra cá?
-- Deixar seu pai?
-- O casamento de vocês está acabado faz tempo.
Estava mesmo e ela ia ficando.
Um cão se aproximava e ela o agradava. Mais pra frente era um gato que vinha lhe fazer um agrado.
Um casal passava conversando. Caminhando e conversando e ela pensava se seriam felizes como aparentavam ser.
Ela não fora feliz no casamento e era uma covarde, pois não tinha coragem de sair dele.
Um dia teria? Talvez nunca.
Heitor por certo ficaria na cama até dez horas e se levantaria mal humorado. Colocaria defeito no almoço, em tudo. E ela ficaria quieta. Pra que brigar?

Ao abrir o portão Mariana notou que havia visita na casa. Era uma prima que não via desde o ano passado.
-- Você aqui, Bene?
As duas se abraçam.
-- Bonita como sempre, Mariana. O Heitor me contou que não abre mão das suas caminhadas por nada.
-- É, eu gosto.
-- Tirei o Heitor da cama hoje.
Mariana olhou o marido de pijama. Que ridículo ele lhe parecia naquele instante. Tinha bolsas enormes sob os olhos. Será que andara bebendo? É, ele andava bebendo nos últimos tempos. Além de fumar demais começara a beber. Será que estava querendo morrer?
O marido agora era um estranho pra ela. Um estranho que dormia no quarto ao lado do seu e que comia na mesma mesa.
Deus! O que ela fizera com a própria vida... o que ela fizera. As roupas de ambos eram lavadas na mesma água na máquina de lavar e estendidas no mesmo varal. E eram dois estranhos. Nada mais e nada menos que dois estranhos.
Tão longe ela estava quando Bene lhe chamou a atenção. Abraçada a Heitor a prima lhe parecia tão bem.
-- Estou apaixonada, prima.
-- De novo? É o quinto este ano?
-- Sexto.
-- Nossa! Você se apaixona tanto.
Heitor sorri gostosamente. Naquele instante ela até sente uma certa ternura por ele. Ele sorri tão leve e tão solto que parece o marido dos primeiros tempos.
Mas ela sabe que quando Bene se for ele será o mesmo ranzinza de sempre.

-- Fica pra almoçar, prima.
-- Tenho um compromisso. Estou de férias este mês, mas tenho mil coisas a fazer. Estou reformando a casa.
-- De novo?
-- Talvez o Marcos fique morando comigo.
-- Nossa! É sério desta vez?
Bene sorri e lhe dá um beijo na ponta do nariz.
Sussurra em seus ouvidos.
-- Vocês não parecem nada bem.
Ela nada diz. Melhor calar.
Os olhos do marido não a abandonam todo o tempo naquela manhã. Será que vai querer brigar quando a visita se for? Credo. Ela nem quer pensar nisso.
O que ela precisa é de uma atitude. Mas quando? Quando acontecerá?
Vai até o portão se despedir da prima e entra na casa. Começa a sua habitual tarefa. Arrumar a casa, ouvir as reclamações de Heitor...
Não quer brigar e deixa-o falar.
As palavras dele não têm mais o poder de perturbá-la, feri-la. Está meio morta e se faz de surda como uma porta.
Quando tomará uma atitude? Talvez nunca... Feliz é a Bene, ela pensa.

Foto de Thyta2000

Somos ossos

Somos ossos
By thy

Em ritmo musical
Canta meu coração
Sinto...
Sonho...
Fantasio...
Sobre a pele,
Os mesmos ossos...

O tempo não distingue nossos corpos
Como sombra se reúne deixando um só sol na cama.

Dois amantes felizes,
Nascem...
Vivem...
Sonham...
A natureza apadrinha a eternidade
Tornando assim os sonhos, realidade!

Nesta hora nada importa,
A poesia é infinita.
Somos personagem
Desta aquarela de carnes,
Revestidos de pele,
Somos um...
Somos ossos...

Foto de pttuii

Menina perfeita à chuva IV

Feliz de dia quem lamenta o que não fez à noite. Infeliz ao deitar ela. A menos esforçada alma transparente. Que sempre penteou os cabelos louros pensando que eles eram azuis. Que sempre pintou os lábios transparentes, esperando que eles fossem pretos. Negros de morte. Daquele desaparecimento espiritual que leva a pintura de vida de quem faz realmente falta entre os quatro cantos de um planeta esférico.
Teimava em acidificar, a chuva. Não seria um aguaceiro, porque o céu lembrava mar depois de naufrágio poluidor. Mas também não era o dilúvio, porque o fim do mundo sente-se.
Entranha os ossos sem ser chamado, e faz das lamentações sangue amarelado. Pasta que lambuza a cara dos sofredores, e deixa os felizes, contentes até ao fim do segundo que vem a seguir.Menina frustrada, à chuva. Lembrou quando aprendeu a ler. Foi uma festa. Uma tempestade de sabores que a vida brinda em bolo de aniversário.
(continua)

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