Esperança

Foto de Carmen Lúcia

Amor não correspondido

Amor não correspondido
é sinônimo de coração partido,
é se inflar de todos sentimentos
carregando o martírio de os acorrentar
sem os poder extravasar...

É eternizar aquele momento
em que lhe foi desferido um olhar,
despretensioso, sem nada avistar,
e lhe fazer acreditar
que havia algo mais que um simples olhar,
talvez um sopro de carinho,
uma nesga de ternura
um sinal de brandura...

Então a alma se veste de ilusão
pensando lhe ser correspondida a paixão...
E canta vitória antes da hora,
até que se convença
que a esperança foi embora
levando aquele olhar que nem sequer olhou,
perceber que tudo desmoronou
e que o sonho acabou.

_Carmen Lúcia_

Foto de betimartins

O jovem lenhador e o ancião

O jovem lenhador e o ancião

Durante meses e farto de maus tratos um filho de um lenhador ainda novo, resolveu sair de casa e caminhar pelo mundo fora. Era um rapaz robusto, forte, sempre gentil e educado, apenas com uma muda de roupa, um velho cobertor, um prato de barro, dois talheres, uma panela pequena, e um copo de lata já tão torto que nem se reconhecia.
Tudo isso eram as suas posses, dinheiro ele não tinha, mas pensava que seus dois braços eram fortes e sua vontade de trabalhar era grande também.
Logo ele caminhou por caminhos nunca antes vistos por ele, tudo era completamente novo e até a saudade dos irmãos ficava para trás, apenas lembrava-se de sua mãe cansada e desgastada e sentia compaixão de ter a deixado, respirando fundo desviou os seus pensamentos e seguiu em frente. Sorrindo sempre, ele ia lembrando-se dos bons momentos passados e parecia que estava também se despedindo deles também. Por momentos a dor dos maus tratos do seu pai veio à mente e apertou seu coração, era melhor ter vindo embora que lhe faltar ao respeito.
Tudo que sua vista visualizava era algo que ele nem podia descrever, a paisagem estava mudando, logo estaria perto de uma cidade coisa que ele nunca viu na sua vida apenas numa folha de um jornal velho que achou pelo bosque e que teve que esconder, pois seu pai proibia tudo que fosse livros ou algo ligado a eles, dizia que era coisa do diabo e das tentações.
Passados dias de caminhar, dormir em locais variados, comer o que dava a natureza ele sentia um homem feliz e liberto da escravidão, tudo valia a pena por novos horizontes afinal ele tinha sonhos e o seu maior sonho era aprender a ler. Aquele bocado de jornal sempre o deixava ansioso, que queria dizer todas aquelas letras se ele nem o seu próprio nome saberiam escrever.
Apenas sabia que se chamava João Rodrigues, era o nome do seu avô que morreu muito novo era ele ainda um menino com tuberculose apenas lembrasse-se da tosse compulsiva nada mais.
Ele sabia o que queria e logo chegou à cidade, cheio de esperança, ele procurou trabalho e logo achou numa estalagem que veio mesmo a cair bem, os donos o deixavam dormir nos estábulos dos cavalos. Não era muito pior que sua casa, ele aprendeu a trabalhar com ferro, o velho da estalagem ensinou a tratar dos cavalos, ver e reparar as ferraduras e fazer novas também.
Como ele era educado e gentil depressa aprendeu o novo oficio logo todos gostaram dele até a filha mais nova dos donos da estalagem, logo ele descobriu os encantos do amor, entregando-se aos desejos da luxuria e depois conheceu o ciúme e afagou suas dores em copos de vinho retardado e azedo. Deixou-se afundar por mais de cinco anos, entre bebedeiras, brigas, até seu trato com as pessoas piorou ao ponto de ser despedido.
De novo ele pegou nas suas coisas que eram ainda mais leves, pois perdeu tudo e até a sua dignidade e voltou a caminhar pelo mundo fora.
O ar frio, do inverno gelava suas veias, as poucas vestes pareciam colar em seu corpo magro e maltratado pelo álcool e má nutrição. A sede secava sua boca e a fome era pouca, apenas queria um copo que aquecesse a alma e fizesse esquecer a vida sofrida.
Caminhou por montanhas, pensando na sua vida, nunca parava, aprendeu a comer o que a natureza dava, seja o pouco que para ele, era muito.
Cansado de mais um dia a caminhar, a tarde estava indo embora e ele tinha que arranjar lenha e um lugar abrigado para ficar. Estava no alto de uma grande montanha, não resistiu e sentou-se bem no pico ela, olhando para o horizonte.
Por instantes ele pareceu ver sua família, por instantes ele parecia ter saudades dos maus tratos do seu pai, era tudo tão estranho, parecia que estava sonhando, caiu uma lágrima pelo rosto e chorando ele sabia que tinha perdido tantos anos sem alcançar seu sonho.
Adormeceu ali, quase que poderia cair, bastava ele desequilibrar, sentiu uma mão quente em seu ombro abanando-o suavemente, uma voz doce e segura seria que estava a sonhar.
Depressa abre seus olhos inchados, assustado, olhando-o o homem que ali estava, era estranho, tinha umas vestes estranhas um pano enrolado no seu corpo e que deixando entrar frio. Lentamente saiu do lugar com muita calma para não cair, escuta a voz do homem estranho:
- Vamos para minha caverna que lá estará quentinho e mais confortável.
Acenando com a cabeça se deixa conduzir, mas seu corpo estava cansado, muito cansado e sua alma doente e triste.
Calado apenas observava o velho que estava a sua frente, magro de cabeça rapada, seus olhos grandes e um sorriso amplo. Observou a caverna, ampla, cheia de pedra, tinha uns desenhos estranhos tipo sinais, ele não compreendia era tudo estranho.
O velho ancião leva-lhe um pouco de sopa quente, era uma magra sopa, mas quente confortava a alma e suas energias. Tudo estava no mais repleto silencio apenas se escutava o crepitar da lenha e olhava para suas chamas, logo o sono fazia suas pálpebras fecharem contra a sua vontade.
Entendendo tudo isso o velho ancião ajuda-o a levantar e leva-o para um canto que estava repleto de folhas secas e dá ordem que se deite ali. Já há muito que não se sentia tão bem tratado e adormeceu.
A noite foi estranha, sonhos e sonhos, sonhava com seus pais e irmão sonhava com a vida que teve na estalagem, parecia que tudo estava a flor da pele, assustado ele voltou a sonhar, mas ai viu a sua mãe morta num caixão, acordou a gritar.
O velho ancião tranqüilizou dizendo que era só um pesadelo que estava com muita febre, dando de beber e colocando compressas frias da única camisa que ele tinha ganhado com o seu suor.
Ali ele travou a sua luta entre a vida e morte, sabia-o, ele sentia que era tudo estranho muito estranho, apenas pedia desculpa pelos seus erros, o velho ancião sorria e dizia, teremos tempo para falar de tudo isso com calma, agora vês se dormes e sossegas.
Logo se recuperou, agradecendo ao ancião a sua ajuda, pensando voltar a colocar a caminho para novo rumo.
O velho ancião o chamou e pelo seu nome João, pedindo-lhe que o escutasse por momentos:
- João na vida não existe acasos, não te encontrei por acaso, tu foste enviado por Deus para que fosses preparado, educado e aprendesses o que eu sei. Sei que teu sonho é aprender a ler e vais aprender a ler e escrever, deixar que tu aprendas tudo o que eu aprendi e assim estarei pronto a partir daqui em breve.
João por momentos ficou quieto, pasmo, sem saber que falar que pensar, ele tanto queria aprender, mas que seria que aquele velho poderia ensinar. Olha para o céu furtivamente afinal ele queria saber mais da vida e porque não arriscar afinal ele se importou com ele ali quase morrendo. Pensou será a minha forma de agradecer o que ele fez por mim.
O velho ancião leu seu pensamento e olhando em seus olhos e em voz forma exclama:
- João se for assim por agradecimento parte e vai embora. Apenas te quero aqui por vontade própria, para que possas receber os meus ensinamentos.
De repente algo acontece, parecia um sonho o João teve uma visão, clara como água cristalina, viu a sua mãe, orando ajoelhada nos pés de sua antiga cama, pedindo pelo seu filho, com as lagrimas caindo de seu rosto. Ele viu que era ali que deviria ficar Deus a ouviu e o conduziu até ali o salvando dos pecados mundanos.
Agradeceu ao seu ancião ajoelhando-se e beijando suas mãos com sinal de respeito e amor.
Assim João aprendeu a escrever e rapidamente assimilou todos os conhecimentos do seu amigo ancião. Tornando-se um conhecedor da natureza e aprendendo a ligar-se com seu maior mestre Deus.Aprendendo que agradecer é a maior maravilha do homem terreno.

Foto de Allan Sobral

Fé diaria

Sem muitas apresentações, sou mais um moço comum da cidade de São Paulo, que acordo cedo todas as manhãs e sou mais um de um milhão de pessoas dentro de um metro lotado. É só mais um dia, mais uma curta e demorada viagem ao trabalho, meus olhos buscam traços marcantes ou características que inspirem mais algum de meus desenhos, mas nada de incomum chama minha atenção, pois nos rostos de quase todos a mesma expressão, ou a mesma previsibilidade, olhos avermelhados que foram tingidos assim pelo cansaço ou horas em frente a tela de um computador, um leve brilho nos olhos, como se acreditassem que o dia será melhor, e que todo este processo de trabalhar, estudar, namorar, casar, viver, conviver é apenas um investimento ou um passo para a felicidade, como se enxergassem uma oportunidade de ser feliz, se padronizando ou se encaixado em uma sociedade extremamente criteriosa e superficial, como se suas vidas estivessem diretamente ligadas a serem julgados e aprovados por alguém, que também foi julgado e aprovado por um outro alguém que nem sabemos se julgou certo, ou porque ele definiu ou até mesmo decretou padrões tão hipócrita a sociedade, ao seus irmãos ou amigos, padrões que nos empobrece, que limita nossos conhecimentos, e molda-nos a ridicularizar e menosprezar as diferenças e todo aquele que se opor a ser igual, ou que não concordar com a definição do certo ou de errado dada por você, por mim, pelo Papa, pelo Dalai-lama, Marthin Luther King, Buda, Obama, Adolf Hitler, Lula, ou por qualquer outro!
O que mais me intriga é como profetizamos amor, cantamos a bondade e vivemos a nos queixar.de como ninguém liga pra nós, se a milênios tendemos a crer que o ser perfeito é aquele que não precisa de ninguém, se criamos nossas gerações para serem sozinhas. Todos os dias acordamos sem se quer olhar para a janela e nos perguntar se agimos certo, se somos o que queremos, ou o que devemos ser.
Todos os dias o sol nos beija a face nos presenteando com mais uma oportunidade de sermos feliz, mais uma chance de darmos uma rosa, de amarmos sem ser amados, perdoar sem que a dor tenha passado, pedir perdão pois também erramos, lembrar de um banho de chuva, rir das piadas que achamos graça, negar palavras duras e não pouparmos sorrisos, ignorar as ofensas, ajudar sem esperar que ajuda, chorarmos pois nossas lagrimas são as palavras proferidas de nossa alma, que a cada dia afoga-se pelo nosso egoísmo.
Nascemos livres e com a única missão de sermos felizes no pouco tempo que nós é dado, e ressalto em dizer, que ninguém nos diz que para alcançarmos tal objetivo temos que seguir o modelo padrão da sociedade.
Nascemos livres e com direito a ser feliz, e nada pode nos dizer o contrario.
“... se todos os sorrisos fossem de alegria, naturalmente saudade não existiria. Não perde o sentido o lamento, e nem meu pranto de dor, não existindo saudade não existe amor... meu peito não desiste, minha fé não cansa, enquanto habita o amor, existe a esperança”.

Allan Sobral

Foto de gladiadorcorinthiano

MAL

" Me perco em palavras tentando explicar o que não tem explicação...
Pois está no fundo do meu coração , trancado e guardado a sete chaves..a mil chaves, mas que se abre através do brilho do seu olhar...
Gosto não como todos gostam ou alguém um dia possa ter gostado, gosto de um jeitinho todo meu que eu não revelo a ninguém ...somente a você!
Te gosto com carinho, respeito e dedicação,mesmo que o tempo me aprisione com o trabalho,mas mesmo assim eu gosto pois o meu amor não se cansa mas vive na esperança de que um dia tudo possa mudar e realmente eu revelar meu verdadeiro amor por você!!!
Dizer o que é fingir e nada sentir quando na realidade chega até doer...pois no fundo, no fundo ...

EU AMO VOCÊ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"

Foto de Nailde Barreto

"Reiventando o destino"

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O destino, a priori, está escrito,
e, sempre há esperança do encontro,
santo, profano, abala a estrutura...
galanteia o coração, principiante!
modesto de amor, criação!
vivendo paixão impactante,
reiventando a emoção de, em tempo, tê-lo...
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Nailde Barreto
16/04/11

Foto de Amy Cris

Sonhos e desejos

Sinto sua presença aqui
Estou sonhando ou você está ao meu lado?
Às vezes penso que não te mereço
Em outros momentos, sinto que você me faz mal
Não importa, tudo o que eu desejo está em sua existência
E mesmo se eu quisesse, não conseguiria me libertar dessa paixão
Desafios existem sempre, não são motivo para deixar de te amar
Se agora você é sombra, amanhã estará comigo e sua alma me pertencerá
Como não quero que saibam seu nome, grito apenas "você"
E enquanto fecho os olhos, "você", ao invadir meus sonhos, perceberá que aqui é o seu lugar
Querido anjo, a eternidade é a minha esperança, onde para sempre irei te esperar.

Foto de betimartins

Meu poema!

Aqui perdida entre mil pensamentos
Alguns de ternura, lembranças, saudades
Outros de amor, amor sublime, sadias
Amor que apenas consigo descrever
No meu poema aqui escrito a ti...

E é neste meu simples poema que trajo
Belas palavras, com vestes celestiais
Trajadas a mantos de estrelas cadentes
Com a beleza da lua, misteriosa, mística
E trazendo a alegria do sol, as palavras quentes...

Rabisquei, deliciada nos aromas das minhas rosas
Palavras de amor, vida, seriedade e esperança
Uma a uma elas caminharam no meu poema
Palavras cheias de lágrimas de alegria, libertação
Onde já não existem palavras de magoa e ódio...

E o meu poema ia crescendo velozmente
Como asas ao vento, caminhando para o céu
Deixando os anjos encantarem o nosso coração
Entre palavras de conforto e na caridade da vida
Eles a vestem de vestes a ouro fino no papiro...

E meu poema corre, entre cascatas de água limpa
Deslizando lentamente, para o mar, para o infinito
Apenas sorrindo, apenas sentindo a vida viver
A vida que deixou que o meu poema vivesse
Apenas fosse por mim aqui escrito e guardado...

Neste meu cantinho sagrado, do meu quarto
Onde o branco se confunde com a luz
Que reflete através das cortinas, e o canto
Do passarinho que esta feliz na sua arvore
Fazendo da vida o mais belo poema...

Foto de Osmar Fernandes

Dor da morte

Tenho saudade de quando podia correr.
Corria no campo e na cidade por aí.
Agora sei que aquilo era o meu viver.
Hoje choro nesta cama sem poder sair.

Não sou tão velho e já pareço um moribundo.
Minha juventude envelheceu precocemente.
Daria tudo para ter de volta o meu mundo.
Isso dói mais que qualquer dor profundamente.

Dói perder um emprego, um amor...
Mas perder o sorriso da vida é a morte.
Essa é a pior dor.

Ficar numa cama esperando o fim é o fim.
É triste perder o dom da sorte...
E não ter mais esperança assim.

Foto de Marilene Anacleto

Primeiro Pensamento

*
*
*
*
Quando as estrelas se rendem ao brilho do sol,
Tu és meu primeiro pensamento do dia.
Permaneces pulsando em minha Alma,
Trazes luz e esperança a minha vida.

És meu primeiro pensamento da noite.
Enquanto douram-se as folhagens e os telhados,
E o céu sangra-se de sol em suas nuvens
És a luz que aplaca os meus cansaços.

O vento fresco comanda as folhas em seu balé.
Do outro lado, a lua se eleva e empodera a memória,
A Alma se extasia de sorrisos e falas,
Noite adentro, as imagens se transformam.

És pensamento, és as imagens e as falas
Que acalentam o corpo de lembranças,
Que perpassam o tempo e o espaço
Na fluidez e singeleza da criança.

Noite adentro, dia afora ...
Saudade, sentimento mágico.
Traz de volta o que se disse e o que se fez.
Alegre e serena, vivo tudo outra vez.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

O Choro Do Triste Anjo...

O Choro Do Triste Anjo...

Beti Martins

No lindo paraíso,
onde reina o amor,
se vê a perfeição
e a total harmonia.
Tudo era tão belo,
intenso em sintonia
mas algo, ali aconteceu
porque se ouvia um choro.
Triste choro, como lamento,
da tristeza que ele sentia
e num grande desespero.
Era apenas um lindo anjo,
com as suas lágrimas caindo,
que chorava, chorava sem parar
e como estava sufocado.
Ele chorava, triste, tão triste
pela destruição do lindo planeta
pelas guerras, pelas loucuras,
e pela falta de respeito dos homens
Estava completamente desesperado,
ele tremia, ele morria de compaixão
e de tristeza por não fazer nada.
Mas quem era ele, ele apenas era anjo amigo
um anjo cheio de esperança do amor
que habitava dentro do seu lindo coração.
Meu anjo de luz e amor, não chores,
lindo anjo de luz, não percas a esperança
pois o meu mundo vai mudar, acredita!

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