Espelho

Foto de Marilene Anacleto

Torneira

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Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.

Não. A água está criando
Maneira de se libertar

Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes

Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas

Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro

Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

A Noite Silencia

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A Humanidade se recolhe.
A lua quase cheia segue leve
Acompanhada pela estrela,
Ao dirigir-se para o oeste.

Uma nuvem faceira toma corpo,
Cai de mansinho, não faz lodo.
Molha as calçadas na rua
E, ali mesmo, beija a lua.

Esplendor reflete longo tempo.
Numa transformação solene,
Alegria esparge, meio nua,
Na poça, a nuvem serena.

Ao reflexo, que a lua expande,
Outra nuvem até se emociona.
Debulha-se em lágrimas a beijar a terra,
Torna-se a lua, feito espelho eterno.

Homens repousam corpos sem beleza,
Torpeza que devora o ânimo.
Imagens e ameaças de guerra,
Insegurança que produz pânico.

Movimentos atrás das portas,
Uns escondidos, outros às soltas.
Alguns em lágrimas, outros em êxtase,
Trazem insônia, enlaçam corpos.

A terra segue o fluir, seu fluxo.
O Amor, ao homem se apresenta
No respirar sufocado em refluxo.
Na chuva, na cama, na lua, na estrela.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

O Chico e seu amigo Jesus

O Chico e seu amigo Jesus

Era uma vez um lindo casal da aldeia que resolveu ir mostrar a cidade e os seus atributos que ela oferece por tanta diversão. O seu menino tinha apenas cinco anos, um belo rapaz com seus cabelos loiros e cacheados, olho negro, quase preto e muito alegre Seus pais os chamavam de reboliço, porque ele não parava quieto e tudo queria saber e aprender.
Eles o levaram a cidade para mostrar o Parque Zoológico e também o parque aquático, que ele via nas revistas e tanto queria conhecer. Era estranho com os bichos, parecia que falava com eles, não podia ver nenhum abandonado ou doente que logo levava para casa e o curava. Depressa arranjava donos para eles com aquele jeito meigo e sábio de falar.
Era o José Francisco, José era nome do seu avô paterno e Francisco de seu avo materno, era o encanto da família embora da aldeia fossem bastante abastados e cultos.
Foram no seu automóvel novo, levaram três dias para chegar à cidade, pensaram em passar a Páscoa lá e ir ver alguns amigos e família.
O José Francisco estava impaciente, queria apenas ir logo que chegasse a cidade ver os seus amiguinhos, porque os animais eram os seus melhores amigos.
- Mama, olha ali, estamos pertos já vemos placas de publicidade.
Aos pulos e inquieto ele não demonstrava qualquer cansaço apenas queria ir ver o Zoológico, seu pai, olhava-o pelo espelho refletor, sorrindo olhando sua esposa, pensando como tinha sido abençoado por Deus ao dar tão bela família.
Levantaram cedo do hotel, para chegar ao Parque o cedo possível para seu menino aproveitar tudo como era seu desejo. Entre os dois eles já tinham pensado que iriam o levar mais que um dia para compensá-lo por se portar tão bem com todos.
O pai feliz exclama!
- Chico já chegou, olha ali, olha e já vês a reserva, já estamos mesmo a chegar.
Seu rosto iluminava com tanta felicidade, era o momento que tanto desejou e ansiou.
Estacionaram seu carro e agarrando as mãos do pequenino Chico, entram e foram mostrar o parque.
Não sem antes sua mãe e seu pai darem explicações que não devia tirar as suas mãos e estar sempre perto deles. Obediente ele concordou, mas ele só queria ir depressa à sua aventura.
Ele viu os tigres, rinocerontes, ursos, leões, elefantes, zebras, pandas, girafas, macacos, renas, lobos, porquinhos da índia, viu uma demonstração dos dinossauros ao vivo, que assustava. O que ele mais perdeu tempo foi com os passarinhos, ele adorava o que via ali, logo chegou ao parque aquático, encantado ele pode ver golfinhos, uma tratadora, deixou-o tocar neles e estranho eles tinham um comportamento estranho, tipo uma adoração o que o menino mandasse fazer eles faziam parecia entender sua linguagem.
Feliz ele queria nunca mais sair dali, seus pais quase que o arrastavam, para mostrar tudo o resto. Afinal ele queria ver os outros animais marinhos, tinha ainda as focas, as lontras, as tartarugas, as raias, os tubarões os peixinhos que andavam por ali e os corais que tanto queria ver de perto.
Já era muito tarde e ainda faltava ver os repteis o Chico não queria ir embora sem os ver, correndo lá conseguiram mostrar, mas teve sorte ele não gostou muito deles e então das cobras ele só queria ir embora dali.
Logo chegaram à casa dos primos, que alegria apenas os via no Natal e iam os ver agora na páscoa. Que correria, que barulho, também com seis crianças quase todas de idades com diferença de um ano entre eles, era uma alegria total.
Foram descansar para depois jantarem juntos, estavam exaustos precisavam de um banho e o pequenino Chico também.
Desfizeram as malas afinal eram mais uns dias que ali iam ficar e Chico foi a sua mala e tirou um livro, o livro de Jesus, sorrindo ele diz mamã eu vou conversar um bocadinho com ele afinal tenho que lhe contar o meu dia e agradecer também.
Sentadinho na sua cama ele conta seu dia, sorri e mantém uma conversa como se estivesse Jesus ali com ele, agradece e beija o seu livro, colocando-o na sua cabeceira da sua cama.
Jantaram, foram dormir, pois estavam muito cansados, de manha acordaram com o barulho das crianças a brincarem no jardim, tranqüilizaram os pais dizendo que ele já tinha almoçado e que estava com seus primos que estava uma empregada a cuidar deles.
Respiraram fundo agora tinham um pouco de tempo para eles mesmos e saíram para dar uma volta.
No meio da algazarra andavam a brincar ao esconde, esconde, ganhava o que mais escondesse bem, Chico fugiu para bem longe da casa, viu uma capela velha, abriu com dificuldade a porta, entrou. Ficou maravilhado, apesar de velho era lindo apenas estava mal cuidado. Por momentos ele esqueceu a brincadeira, sentou-se num banco em frente a um altar onde tinha Jesus sorrindo e de mãos entendidas para ele. Ele conversou com seu amigo Jesus saiu do altar e veio se sentar do seu lado, juntos eles riram, juntos cantaram e estando já muito cansado Jesus pega nele no colo e o abraça.
Ele dormiu, ele não sabia se estava a sonhar ou era imaginação, mas ele estava num lugar lindo, cheio de flores, animais que falavam e todos tinham asas e voavam.
Jesus olhava para ele sorrindo, colocando devagar no banco da capela e voltou para seu altar.
Todos estavam em alvoroço, assustados ninguém encontrava o Chico e seus pais estavam a chegar a casa para almoçar, que iriam fazer, mas ele não tinha como sair dali.
Voltou a ver toda a quinta e alguém se lembrou da velha capela e foram a correr. Abriram a porta, lá estava ele, dormindo no banco em frente ao altar, Acordou ele ao levantarem e ele triste resmunga:
- Porque me tiraste do colo de Jesus? Eu estava tão bem no seu colo.
Pasmados e surpresos por tudo isso eles falaram apenas.
- Calma! Tu estavas a sonhar, um lindo sonho, mas não passou de um sonho
Engraçado, o dia passou e todos respiram de alivio, por tudo ter dado certo. No dia seguinte eram vésperas de páscoa e todos foram à missa na igreja próxima. O Padre começou a ler o evangelho e fala que Jesus morreu pregado na cruz, fala de novo e Chico grita no silencio:
- Mentira, Jesus não morreu não, ontem ele esteve a conversar comigo e até adormeci no seu colo.
Todos olhavam para o Chico e abanavam a cabeça. Pobre criança que devia estar doente
Seus pais mandaram Chico se calar, ralhando pela sua falta de respeito.
Triste ele ainda tenta responder:
- Mas mamã foi verdade...
Ninguém acreditou nele, ninguém, triste ele foi para seu quarto e chorou.
Jesus voltou a pegar nele e sorriu dizendo não faz mal Chico, fica um segredo nosso eles não acreditam, pois não me sentem no seu coração.
Afagando seus cabelos, Jesus falou:
- Feliz páscoa para ti, meu lindo anjo.
Chico sorriu feliz e voltou adormecer...

Foto de Edigar Da Cruz

REPRESANDO NOS PENSAMENTOS

REPRESANDO NOS PENSAMENTOS

. Represados aos pensamentos, meus
que reflitam em mim.
As mais belas estrelas que brilham ao céu
e as luzes do amanha..sejam felizes..
deixarei de correr entre os campos e gargantas ,..
para sentir a carícia do vento
e refletir em minha água de lembranças
a realidade de amar aquela fonte de amor,
os píncaros, nevados da montanha...
represei meus pensamentos...
Para fixar o voos dos pássaros,..
a marca das nuvens
deixarei de correr por vales e gargantas,
se na tranquilidade …
houver o espelho nítido, e profundo
onde elas reflitam suas mão acariciar
ao rosto de amor que sinto!

Ed Cruz

Foto de fisko

Dias-conta

Vendi a modéstia à tua deficiência emocional, ridícula e quase matemática. Não me vejo ao espelho e se volto a sonhar contigo dou em maluco. Parvo amor, roubaste-me o tempo, o sentimento e a ciência de mim mesmo. Não sou ciente de mim há precisamente 56 dias e algumas horas. Sabes, por acaso, o preço disso? Um recomeçar do zero; pegar no inimaginável e torná-lo agradável, mesmo que não seja nada de nada; atirar-me aos leões dentro de um circo fechado em círculo de mim mesmo e carregar-me com as mordidelas dos animais ferozes e calar-me com as feridas; ausentar o meu nome em plateias às gargalhadas com o espectáculo “A Vida” e fazer depender a minha presença num pequeno sonho, inútil e gasto, velho e estúpido, apagado e esquecido. És desprezível agora, meu amor.
Tivesse eu palavras para te descrever o amor que sinto por ti: tão baixo e de má fé.
Tivesse eu as palavras que me roubaste: oferecia-as a um mendigo qualquer, o mais nojento e fedorento dos mendigos.
Não te quero para nada. Não te quero na minha recordação ridícula e pateta. Não te quero nos meus sonhos que já não posso sonhar mais contigo. Não te quero de maneira nenhuma.

E a saudade das tuas palavras mata-me a cada dia neste frio de verão irónico. Não havia verão sem ti há alguns anos; não havia noite sem ti há alguns anos.

Não havia eu sem ti, há 56 dias.

Foto de kaew

ROBERTA

Sozinho numa noite fria e calada
procuro uma fuga num mundo virtual
um mundo interativo , mas bem individual
dentro de um oceano de futilidade minha mente é resgatada

Suas palavras parecem fazer sentido
e acabo atraído para armadilha de te conhecer
faminto, devoro cada palavra que você "têcer"
o instinto afirma nada é fingido

Tua sinceridade desperta a ância
de descobrir esse novo mundo
mas à noite é pequena demais para minha ganância

O dia é longo na espera da noite chegar
enfim ela chega e agora é só aguardar
Em cada letra, o novo mundo, não parece tão novo

Reconheço detalhes e me sinto seguro
como uma criança curioso investigo
e logo percebo que conheço quase tudo

É como um espelho a refletir uma imagem
ela parece comum, mas o brilho e o reflexo atrai
e como narciso mergulhei e caí

Agora estou perdido no nesse mundo
quer dizer teu mundo, já não sei o que pensar
más é adorável descobrir tudo.

Foto de Carmen Vervloet

INSISTENTE

Amanhã encherei o céu de vôos encantados,
minha alma voltará a se levantar...
Meu coração, por Deus abençoado,
boa energia disseminará no ar.

A alegria despertará junto ao sol
e a esperança soltará suas correntes...
De longe vislumbrarei um novo farol
e seguirei sua luz, outra vez, insistente.

Os gerânios estarão mais vermelhos
e todos serão mais felizes sem saber por quê...
A luz se refletirá num imenso espelho
que envolverá em brilho minha psiquê.

Caminharei sorrindo pelo caminho
de mãos dadas com a vida outra vez,
semeando pela estrada carinhos,
colhendo amor em vez de tanta insensatez!

Carmen Vervloet.

Foto de SANDRA FUENTES

ÚLTIMO ANDAR

Maquiava os olhos às cinco da manhã e ficava em seu quarto olhando para o espelho. Não havia traços do tempo em seu rosto, mas o coração, com rugas profundas, se fazia de desentendido. Fumava um cigarro que deixava pela metade. Olhava o mar pela janela do apartamento minúsculo e pensava em seus sonhos-pesadelos. Nem sempre é possível distinguir um do outro quando se dorme. As cores se confundem e os personagens mudam de cena durante um sono profundo. Mas a mulher vestida de segredo, tirava suas meias transparentes e caminhava descalça em direção à porta. Gostava quando ia sentindo nos pés o frio daquele piso do corredor pintado de verde. Sentava na escada e acendia mais um sonho, que deixava pela metade.Ela quer descer. Passa pelos degraus como fumaça. Em silêncio caminha até o portão. Desconhece aquele lugar. Sem olhar para trás, faz o caminho de volta. Pega a chave que estava sob o tapete. Surda-muda. Sonho-pesadelo. É lá seu lugar, é onde ela mora: no último andar, na última porta.

Sandra Fuentes

Foto de Jessik Vlinder

Mulher Perfeita

Se eu fosse homem eu seria completamente apaixonado por cada mulher. Porque cada uma delas, por trás de brincos e pulseiras, batons e blash e de saltos e perfumes, tem uma essência de beleza que vai além de todos esses adereços. Eu ficaria sim muito louco ao vê-las produzidas e fatalmente poderosas, desfilando e distribuindo a sensualidade feminina linda de se ver a qualquer hora e em qualquer lugar. Porém, mais encantado eu me permitiria ficar ao observá-las após aquele último banho diário. Aquele em que elas não molham o cabelo, deixando o cheirinho do shampoo suavemente mais gostoso. Em que passam o removedor de maquiagem e permitem assim mostrar a verdadeira cor das maçãs dos seus rostos tímidos ao receberem um elogio. Permitindo sentir o mais puro sabor dos seus lábios... Aquele banho em que usam a esponja vegetal no corpo e por “cuidados cutâneos” não passam nada além do sabonete, no máximo um hidratante suave. E assim, exalam de suas peles seus verdadeiros cheiros acompanhados ao longe do perfume leve do banho... Eu me permitiria ficar ainda mais envolvido por elas ao observá-las se olhando no espelho com aquele conjuntinho de dormir que ganharam das suas avós, aquele mesmo, amarelinho ou rosa de bichinhos ou florzinhas. Eu me envolveria nas ondas que os seus cabelos ganham ao passar do dia agitado, no discreto bronzeado pelo sol que as acompanham na rotina diária, nos olhos vivos e cheios de amor apesar de cansados... Eu somente perceberia o quão lindas são todas elas dentro do que há de mais simples em cada uma. E faria dessa simplicidade meu refúgio, minha fonte de prazer e alegria, minha grande alucinação e minha maior idealização. A verdade é que a mulher perfeita só vai existir quando os olhos certos pousarem sobre cada detalhe dela...

Foto de giogomes

O Tigre e a Rosa XXXII - Reencontro

Após passar dias de tormento,
ter vivido dolorosamente cada momento.

O Tigre voltaria a sua vida,
procuraria um novo ponto de partida.

Quando percebeu que tinha alguém a seu lado,
que também o amava apesar de amargurado.

Sua Responsabilidade tinha por ele anseio.
Estava diferente, como a imagem em um espelho.

Por que recomeçar do nada,
se tem ao lado, alguém que merece ser amada ?

Estava com a Rosa tão encantado,
que se esqueceu que tudo tem dois lados.

Antes de concluir seu pensamento,
um bater de asas chamara-lhe a atenção no momento.

Era um recado da Rosa,
finalmente estava de volta.

Combinaram de se encontrar,
cada encontro um novo despertar.

A chama que não se apagaria,
aumentava quando isto acontecia.

Estes dois mal sabiam,
para onde andariam.

Viviam uma paixão e sentimentos impossíveis,
bloqueada por muros de diversos tamanhos e níveis.

Não podiam mais se beijar.
Como queriam não podiam mais se tocar.

O Tigre neste momento não pensaria,
nada naquele instante o impediria.

Abraçar naquele segundo eterno a Rosa amada,
era tudo o que queria e mais nada.

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