Escuridão

Foto de Sandra Ferreira

Melancolia..

Vento, forte

Árvores agitam-se

Para lá

Da vidraça, escuridão

Nuvens encobrem

As estrelas

A Lua

Sinto

As trevas

Encontro me, sozinha

Pergunto

Quem sou?

Que direcção

Seguir, trilhar

Para me encontrar,

Alvoroço,

Que escuto, sinto

Para lá das vidraças

Também mora

Dentro de mim

Preciso despir me

De tudo

Da saudade

Do amor

Da melancolia

Anjo

Sinto frio

O sono

Se perdeu

Pensamentos

Que não querem ir

Embora

Que teimam

Em permanecer, magoar

Cobre me

Com teu manto

Preciso

De calor

Nesta noite

Onde me

Sinto fria

Sem alma

Sem alegria.

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Obra registada na
SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

SOLIDÃO

A maior solidão é aquela em que você se fecha para si próprio,
é aquela onde você não se permite amar, e nem ser amado.
E aquela onde você esta entre mil pessoas e você se sente um só.
A solidão é aquela em que você se sente mais forte que tudo
e todos, e na verdade você é o mais fraco, pois precisa de atenção, acaba sendo
frágil sensível, e so você não percebe.

A maior solidão é aquela quando você se afasta de todos.
onde você se recua achando que assim é melhor.
A maior solidão é quando você, não ama com medo
dos golpes do amor.medo de amar sofrer, medo de viver
são os piores dos sentimentos da solidão.
suposto que sem amor, só tem lugar para se sentir
só...solitário.

A maior solidão é quando você se anula pro mundo,
anula seus passos.
saia da solidão....saia da escuridão.

Anna

Foto de Drica Chaves

Profissão Coragem

Em homenagem aos pescadores

O encanto do mar se faz presente a cada novo amanhecer.
Preparam as embarcações e lançam-se ao mar.
Seja noite, seja dia
Estão sempre prontos para a pescaria.
De sonhos velados por diversas proteções,
mitos de suas ilusões...
Seguem buscando o alimento de outrem para assim
Garantir os seus sustentos.
Maré alta ou maré baixa
Os seus pescados são a garantia do futuro.
A vida desses homens é uma oficina
Da qual seus filhos são os próprios aprendizes
que não se cansam do balanço do mar...
As redes lançadas são as armas entrelaçadas às suas mãos,
São fios tecidos para aventurar.
Por luz, por escuridão
Por prazer, por sofrimento
Por realidade ou por ilusão
Esta é a profissão que se resume em uma só palavra:
CORAGEM.

Drica Chaves.

* Este poema surgiu a partir do tema da minha monografia do curso de graduação, em 1996, quando pesquisei sobre a situação de uma colônia de pescadores, na Ilha de Itaparica/Ba, mais precisamente na praia de Tairu.
Por ser amante do mar e de tudo que a ele se refere...

Foto de Cecília Santos

SONETO DA VIDA

SONETO DA VIDA
#
#
#
A vida é...
Uma saudade já vivida.
Um beijo muitas vezes roubado.
Abraço forte e apertado.
Um mistério a ser desvendado.

Mas também é...
Uma palavra não dita.
Uma ilusória alegria.
Um sonho não sonhado.
Um desejo não realizado.
Um amor não correspondido.

A vida é...
Amar sem pedir nada em troca.
Um cantar e dançar de alegria.
Um sorrir e chorar por alguém.
Amar e ser feliz sempre.

Mas também é...
Um canto sem encanto.
Um ir sem voltar.
Uma lágrima de dor.
Um adeus fora de hora.

Mas afinal o que é a vida?...
Que nos toma pelas mãos.
Nos guiam na escuridão.
Nos dá risos e alegrias.
Nós dá os melhores momentos.
Nos dá as mais gostosas gargalhadas?

Mas também...
Nos abandona à própria sorte
Nos traz tristezas infindas.
Nos dá algo, mas pega de volta.
Coloca um mar de água salgada
dentro dos nossos olhos!

Ah vida!!! és um doce mistério!!
Um mistério inexplorável,
indecifrável, mas tão vivido
e tão desejado!!!

Direitos reservados*
Cecília-SP/03/2008*

Foto de Cecília Santos

CALEIDOSCÓPIO

CALEIDOSCÓPIO
#
#
#
Quando me separei de você.
Senti minha vida morrer lentamente.
Consumida por uma dor atroz.
Tentei agarrar a salvação.
Pra mim... pra nós!
Mas foi tudo em vão.
Um redemoinho, me arrancou do
chão e me atirou na escuridão
Girando, girando, como um peão.
Como folhas secas espalhadas
pelo chão sem vida.
Fiquei sem direção...
Fiquei na contra mão...
Fiquei sem ar...
Fiquei sem voz...
Apararam as minhas asas
tão rentes ao meu corpo.
Que eu não voava mais.
Eu só fazia cair num abismo negro.
Que me tragava lentamente...
Que consumia minhas forças...
Que consumia minha vontade...
Depauperava meus pensamentos...
Em minha cabeça se instalou
um gigantesco caleidoscópio.
Em suas variáveis cores eu me perdia.
Num turbilhão de imagens retorcidas,
nada mais eu distinguia.
Separação lancinante...
Coração em pedaços...
Alma lastimosa...
Lágrimas de tristeza, e dor.
Copiosamente derramadas por você!

Direitos reservados*
Cecília-SP/03/2008*

Foto de Child.of.the.Night

Morte Feliz

Oh vida cruel
Tu que me afliges
Deixa-me morrer em paz
E ser finalmente feliz.

Sou apenas uma alma
que procura a luz
Sou infeliz
Hoje em dia tenhu vergonha
daquilo que fiz.

Sou uma alma que jamais
encontrará a luz
já naum sou digna da energia
que o Sol produz.

Sou alguém que foi mandado
de volta à escuridão
Sou alguém
que não entende
o próprio coração.

Sou um ser amaldiçoado
Alguém que procura ajuda desesperado
Falo então que preciso de ajuda
Da minha maneira muda
E agorah neste quente porto
posso dizer,
Estou finalmente morto.

Por: Child of the Night

Foto de Henrique Fernandes

ESCRAVO DO SENTIR

.
.
.

Sou sombra muda
No auge que desnuda
Amor e simpatia
Pinto no horizonte
Pureza da minha fonte
Assinada pela melancolia
Espolio de fragrâncias
Datado nas minhas carências
Obsoletas sem afecto
Rumando ao destino
No expoente da voz
Desconhecido dialecto
Sou pioneiro da loucura
Estirpe da ternura
No segredo da escuridão
Acordo nas ondas do mar
No tempo de voltar amar
Sem camuflar o coração
Dou sem receber
Partilho todo meu querer
No beijo que me dá o vento
Nas palavras que escrevo
Dum juízo que sou servo
No teu melhor momento

Foto de Gideon

A Arte de Gabriela

Estou envolto em um mundo de pensamentos. Aqueles que nos assaltam parecendo ninjas insurgentes da escuridão. Livros, um após o outro, um junto ao outro, um por cima do outro. Estava lendo Exegese Bíblica, um livro maravilhoso e profundo sobre interpretação bíblica, mais ainda, sobre a interpretação do Cristianismo. De repente após o almoço, caminhando incertamente pelo Centro do meu maravilhoso Rio de Janeiro com a intenção de fazer a digestão do almoço, encaminhei-me para a charmosa Livraria Imperial, no Paço Imperial. Entrei e vaguei de um lado para o outro observando os livros sem pretensão e disposição financeira de comprar qualquer um deles, os quais eu olhava displicentemente. Como sempre faço, caminhei para a estante de Artes para ver alguma coisa sobre música e pintura. Deparei-me, então, com dois imensos, pesados e envelhecidos volumes de Arte em perfeito estado de conservação. Dois "tomos" com pinturas famosas desde a Renascença até a publicação dos livros, que se deu em 1932. O texto, com aquele português antigo e regra de acentuação diferentes da atual, me cativou profundamente. As pinturas são coladas nas páginas conforme aqueles álbuns de fotografias da época de nossos avós. Meus olhos brilharam. Me apressei e comprei os dois volumes. No caminho para o caixa, casualmente olhei para o lado e vi um outro livro: "Eu, mulher da vida" de Gabriela Silva leite. Alcancei-o instintivamente e folheei-o rapidamente. Resolvi também comprá-lo. Cheguei ao caixa, paguei-os e os enfiei em duas sacolas grandes. Saí saí e apressei os passos de volta para o trabalho.

Imediatamente quando cheguei em casa, comecei a ler os livros. Ora, eu iniciei este escrito falando dos diferentes livros lidos ao mesmo tempo, lembram-se! Pois é, assuntos contradizentes, conflitantes, etc. Mas não é assim a nossa imaginação, o nosso pensamento? Náo é tudo misturado mesmo? Nossos pensamentos parecem preemptivos e compartilhados. Folheei com atenção e curiosidade os livros de Arte. Realmente muito bonitos. As obras são fotografias autênticas, ou seja algumas tiradas pelo autor e outras reunidas e organizadas por ele diretamente de onde estavam expostas. O livro inicia com obras do século XIII. Para cada pintura o autor descreve as situações que as envolvem etc. Vou usá-los para decorar a minha sala e o meu quarto no futuro. Ficarão expostos, abertos ao acaso... Bem, mas o que me impressionou muitíssimo mesmo foi a Gabriela. Isso mesmo. O tal livro que veio como de brinde junto aos de Arte. Trata-se de uma prostituta que se tornou líder de todas as outras prostituas. Ela hoje deve ter uns 54 anos, mas na época em que escreveu o livro tinha 40. O livro foi editado em 1992. Devorei-o em 3 dias, dando descanso para o de Exegese.

(...) O Lula estava no palanque com o Gabeira, que fez questão que eu
falasse...
Não tive dúvida quando me deram a palavra. Contei a história,
dizendo mais ou menos assim: "Ao conhecer pessoalmente o cara que eu via de
longe falando em São Bernardo do Campo, como sindicalista, a sensação que
eu tive foi uma baita raiva porque ele me molhou de suor quando me abraçou. É
que isso me fazia lembrar dos homens na zona, no verão, e uma coisa que eu
detestava era quando eles iam transar com o corpo suado e ficavam pingando o
suor em cima de mim.
Senti que o povo se assustou um pouco, os
políticos mais ainda ( a não ser o Gabeira, que dava um sorrisinho
cúmplice), aí acrescentei: "Depois que a raiva passou, eu fiquei pensando.
Então, ele é um homem igual aos outros, porque ele também sua. É igual aos
homens que iam na zona e transavam comigo nas tardes de
verão."

Continua ela:

Quando desci do palanque, tinha um
monte de gente chorando, querendo me abraçar. Era gente comum, que eu nunca
havia visto na vida. Mas vieram também meus companheiros católicos do PT, (...),
esbravejando comigo, que aquilo não era discurso para se fazer em comício. (...)
Quando foi à noite, estava ainda bastante confusa, achando que no fundo tinha
feito mesmo algo errado. Envergonhada do meu discurso, fui à Churrascaria
Majórica, no centro de Friburgo.
Ainda na porta, o Lula me chamou meio de
lado, e me disse com aquele vozeirão rouco:
“Gabriela, eu queria fazer uma
perguntinha a você. Minha mulher sempre me disse para eu usar desodorante, mas
eu não gosto. Ela diz que eu transpiro demais e que meu suor fede. E hoje você
falou disso no seu discurso. Me fala com sinceridade, não precisa mentir: eu
estava fedendo muito naquele dia? Foi por isso que você ficou com
raiva?”

Imaginem que este livro foi escrito muito antes do Lula ganhar as eleições presidenciais.
O mais interessante do livro é uma coisa que ficou clara para mim. A Gabriela era prostituta e não queria deixar de sê-la. As pessoas e instituições que tentaram ajudá-la o faziam com a intenção de que ela deixasse a sua vida indigna. Ela sempre afirmou que gostava de ser prostituta e mesmo assim ser útil para a sociedade e para as outras pessoas que precisassem dela. Por aí vai o livro.

É uma visão realmente chocante. Confesso que me chocou também. São os nossos preconceitos que são revolucionados com situações que ela conta no livro. Achei bom ler este livro. De fato fez-me ver um pouco o outro lado da moeda, apesar de achar que existem formas de vida muito mais saudáveis e que nos fazem infinitamente mais felizes que a que ela optou, ou seja, a prostituição. A felicidade da família é algo inigualável.
Impossível não associar o estilo de vida de Gabriela com uma obra de Arte. Seria a Arte da Vida? Os lugares que ela freqüentou, as pessoas que ela conheceu em situações e momentos singulares parecem todos tons das tintas de uma palheta de aquarela. Eu aqui, lendo o seu livro e paralelamente pintando na imaginação um quadro!

No início achei Gabriela meio grosseira, mas a medida em que fui passando as páginas fui descobrindo uma erudição espontânea e, talvez, inconsciente. A erudição de Gabriela é especial por não permitir que a sua narrativa tome forma clássica e torne-se comum. Ela pincela, vez outra, doses de “grosseria” na linguagem coloquial que nos faz lembrar a sua origem e forma de vida. Isso é deliberado e me fascinou na leitura, pela sutileza e inteligência que ela demonstrou.

A Arte, pelo menos no meu ponto de vista, não tem de ser necessariamente materializada. Tem de ser sentida. Que seja por uma só pessoa, e isto, de alguma forma é uma característica da Arte, de nos dar a liberdade de subjetivamente vivê-la, experimentá-la. O livro de Gabriela fechado, é como uma partitura na estante. Lido, torna-se uma música executada, com todas as suas componentes, melodia, harmonia e ritmo. Ou seja, a sua Arte somente é sentida quando entramos em seu mundo, quando a ouvimos, quando nos chocamos com a sua firmeza em ser chamada de prostituta. Talvez pelo seu deboche da sociedade careta e hipócrita, como ela repetidamente declara.. Desesperadamente procuro referências nas formas de Arte existentes, como a música, a pintura, para decifrar Gabriela. Mas deveria? Ou seria a prostituição a própria Arte de Gabriela? Gabriela não é prostituta. Gabriela é artista! Não, com certeza, ela gritaria ao ler essa abominação à sua maneira de viver:

- Mais um idiota tentando me redimir para o seu mundo!

E assim segue Gabriela, pintando na vida a arte da prostituição, e com isto me chocando e fazendo-me mais sensível à Arte, a mãe de todas as Artes. A vida!.

Enfim, vou voltar para o meu livro de Exegese que por sua vez está também mexendo profundamente com a minha maneira de encarar o Cristianismo.

É a leitura, os livros, transformando-nos. Viva aos livros! Viva às pessoas!

Foto de Carmen Lúcia

Errando também se aprende

Despojei-me do amor-próprio, do recato...
Submeti-me! Perdi a compostura!O aparato!
Deixei de olhar para o céu!Que desacato!
De ver estrelas nas alturas...Por desagravo!
Baixei a cabeça, busquei-as no chão...
Só ilusão!Escuridão! Solidão!
Fantasmas...Vítimas da retaliação...
Tornei-me sombra, sombria, alienação...
Ofereci as duas faces...
Pra que esbofeteassem
Ouvi bramidos de compaixão,
Devastação!Humilhação! Indignação!
Comi o pão que o diabo amassou...
Não adiantou!...Nada calou...Findou!

Tentei me reerguer!...Me refazer!
Olhar-me de frente...Novamente!
Encarar-me no mais profundo eu...
Ainda havia resquícios, nesgas...
A serem costuradas, cerzidas, remendadas...
Quem sabe surgiria um novo ser?
Um novo horizonte a resplandecer?
Início de uma nova vida tão sonhada...
Erros apontam caminhos do saber.

Carmen Lúcia

Foto de Drica Chaves

Identificação

Quero a vida percebida
- Depois de um dia vivido.
Quero a inocência da criança
- Depois de um gesto confuso.
Quero a chuva cessando
- Depois de alagar ilusões.
Quero a paz contida
- Depois de um minuto de glória.
Quero a manhã ensolarada
- Depois da escuridão do pensamento.
Quero a voz bradando
- Depois do silêncio solitário.
Quero falar:
Da verdade humana,
Da esperança invencível,
Da orquídea estimada,
Da essência da vida.
Depois!
Quero a posse de mim mesma, com a veracidade da luta.
Quero ser guia dos meus pensamentos, sem o embaraço da formulação.
Na profundidade do ser ou na superficialidade da aspiração...
Depois!
Nada preciso...
- Identifiquei-me.

Drica Chaves.

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