Época

Foto de luzimar xavier

AMIGO “PARA O QUE DER E VIER”.

Bem sabemos que a amizade, para ser
Reconhecida como tal, tem que levar
Um bom tempo de convivência onde,
Numa época se está bem e na
Outra se está mal. Não é esse estágio de modo de ser de

Nossas vidas que estou me referindo; é com relação
Às situações da vida onde passamos por
Sérias dificuldades, privações e tantas outras
Coisas que, com certeza, contribuirão para
Identificar se, naqueles momentos de
Muitas dificuldades, o amigo estará ausente ou
Estará ali “para o que der e vier”.
Não ensina-nos a própria vida que tem que ser assim, ou
Todo padre quando celebra um casamento não aproveita a
Oportunidade para dizer-nos que devemos ser fiéis na alegria ou na tristeza? E

Grandes amigos se tornam mais ainda quando
Um, em suas dificuldades, conta com o apoio do outro? Pois bem,
Em toda a nossa vida sempre depararemos com situações
De “abundância ou de privações”, como bem nos lembra a Bíblia
Em Filipenses 4, 12. Com certeza, se aquele que se diz
Seu amigo ali estiver, então ele ali estará “para o que der e vier”.

NÃO SERÁ MOTIVO PARA CONSIDERÁ-LO, NÃO COMO AMIGO, MAS COMO MEIO-IRMÃO?

Elixis - 25/11/07

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 3

Elis Regina Carvalho Costa. Cantora brasileira. Mesmo morta é mais importante que um bocado de vivos que eu conheço sem os querer ofender. Elis deixou a herança de seu talento até no sangue de seus filhos. Todos os três trabalham com música. Pedro Mariano é cantor. Maria Rita também. O primogênito João Marcello, que fora pai recentemente, é um produtor e crítico de mão cheia. Quando as revistas e os jornais se referem ao seu pequeno nascido como o ‘filho da Eliana’, fico um tanto desconfortável. Quero dizer, sem meias palavras, eu fico é puto mesmo! A criança é filha de Eliana, sim, que é uma apresentadora competente e que tem todo o direito de aproveitar sua maternidade. Agora, que seria muito importante recordar-nos de seu parentesco com a saudosa gaúcha, isso sim, seria bom. Mais do que ser ‘filho da Eliana’, essa criança deve ser apontada também como o ‘neto da Elis Regina’, uma das maiores cantoras que já tivemos, senão a maior. Fica aqui o meu singelo protesto. Mas não desejo me ater a essa discussão mais apaixonada do que pertinente.

O álbum mais famoso de Elis Regina é o Falso Brilhante, de 1976. O disco contava com músicas presentes no show homônimo, um espetáculo que juntava teatro, dança e canto numa apresentação memorável. O show locado no Teatro Brigadeiro teve 180 mil espectadores, o que o coloca como maior êxito da carreira da cantora e prova incontestável de sua popularidade e relevância no cenário da nossa arte. Quanto ao espetáculo, nunca o assisti seu vídeo completo. Mas o disco, não apenas pelas suas canções de maior sucesso, a citar, ‘Como Nossos Pais’ e ‘Fascinação’, marcou época. No auge do regime militar, que começava a ensaiar uma tímida abertura, o Falso Brilhante significou exatamente essa possibilidade, já que, ainda que veladamente, a crítica e a denúncia se faziam presentes na concepção da obra. O país vivia um declínio econômico considerável, a ditadura apesar de consolidada se encontrava desgastada e a incerteza, somada com o acobertamento sobre os desmandos realizados pelo então poder instituído tornavam a realidade brasileira numa situação difícil e pouco encorajadora. Valendo-se da brecha política, Elis remou contra a maré. Ainda que o Falso Brilhante seja um disco imerso na melancolia, sua mensagem final passa um fio de esperança durante a tempestade de seu tempo, um brando sopro de vida na austeridade de um país fechado, um suspiro diante das lágrimas causadas não somente pela violência como também pela miséria que tais circunstâncias trouxeram ao Brasil. Elis provou seu talento. E sua iniciativa ficou para o futuro, como marco da retomada da arte nacional como objeto de expressão dos anseios populares e de opinião.

Todavia, meu disco predileto da cantora não é o Falso Brilhante. Saudade do Brasil, um disco de 1980, pode ser considerada a obra definitiva de sua carreira. Não exclusivamente por ser seu último LP, Saudade do Brasil, que foi lançado em dois volumes, apresenta todo o desenvolvimento de Elis como artista. Numa estrutura seqüencial que de tão coesa chega a até se aproximar de algo conceitual, no sentido de se montar uma narrativa ao invés de se amontoar canção após canção, como que relatando o contexto histórico e social no qual se incidiam os brasileiros àquelas décadas, dando preferência a uma abordagem jornalística em detrimento do universalismo pessoal e intransferível nas artes gerais que encontramos desde então do final do golpe militar. Sem contar a gravação contou com uma quantidade de recursos muito maior para sua execução, o que elevou em muito sua qualidade, dando a cantora e seu repertório uma roupagem atual, destoante da imagem elitista e retrógrada atribuída para Elis antes desse trabalho. Elis, firme e ousada como nunca antes, decidira conduzir sua turnê de maneira até então inédita no país. Seu espetáculo seria montado em circos, para facilitar a mobilidade do show e reduzir seu preço. Ou seja, Elis queria levar sua arte aos mais pobres. Diante da negativa dos governos em obter uma autorização para o seu projeto, com toda a certeza surgira uma grande tristeza e amargura no âmago da cantora. Isso facilitou o processo que a levou à morte, pelo vício em remédios e drogas. Isso facilitou para enfraquecer a cultura nacional, tão restrita aos mais ricos, que temerosos de perder sua posição sempre pressionaram o desestímulo com a educação, a distribuição de renda e a justiça social, que em longo prazo causam mais do que prejuízos, causam o sofrimento de uma vida inteira de humilhações para nossos entes queridos, mal que conhecemos tão bem.

Minha mãe tinha doze anos quando Elis morreu. E certa vez, num desses especiais de televisão, passava a cantora, justamente num cenário que reproduzia um circo, justamente interpretando o repertório desse disco. Ela chorava, não somente pelo ídolo que Elis representa, mas pela realidade em que ela viveu e pelo plano de fundo em que calcava seu pensamento, nada mais que o desejo de paz e felicidade sempre cerceado aos mais simples. Foi ali que eu entendi o que era ser gente e ser artista de verdade. Foi ali que eu entendi que deveria não me abalar diante das dificuldades da vida, por maiores que elas sejam. E se Elis não viveu para ver suas expectativas suprimidas, esse é tributo que devemos ter com ela, que é o tributo de não nos conformarmos com a consternação, de tornarmos o Brasil um lugar onde a dignidade se faz presente, e onde o amor vale mais do que tudo.

Foto de luzimar xavier

CORAÇÃO TRAIÇOEIRO, MAL INTENCIONADO E MALVADO.

Mas que coisa, hein! Tem gente que
Acha que, num relacionamento a dois,
Já foi época de se amar: “basta gostar... nada mais que isso”, seria essa a sua resposta. Ora,
Amar é eterno. Gostar? Passageiro. Acho que aquele que pensa assim
Realmente não está querendo é se envolver com
Algo de concreto que representa o amor, o amor verdadeiro, até

De certa forma deixando-se iludir a respeito das coisas do coração.
A princípio, é lógico que no relacionamento a dois vem o GOSTAR. Mas e depois?

Será que com a continuidade do relacionamento não virá o AMAR? Já
Imaginou se as coisas ficassem só por aí? De certa forma não seria
Lamentável pensar assim? Além do mais vem o amadurecimento e, com certeza,
Virá o amor que é a conseqüência daquele gostar “despretencioso”. Mas,
Apesar de todas essas fases do relacionamento, ainda temos muitos que não

Pensam assim a respeito do amor por quererem “curtir” um pouquinho mais a vida, sem nem
Imaginarem que o amor, tanto é traiçoeiro, quanto é
Mal intencionado e também malvado.
E há quem duvide de que o amor é tudo isso: traiçoeiro, mal intencionado, malvado. Porque
Não é traiçoeiro, se ele chega bem devagarzinho, sorrateiramente, como se não
Tivesse nenhuma intenção, e depois lhe “amarra?”
E quanto a ser mal intencionado? Ora, ele nunca se declara de imediato. E é também
Loucura dizer que é malvado? Então me diga porque ele maltrata tanto o coração?

CHEGOU A ESSA CONCLUSÃO? ENTÃO TOME CUIDADO COM ELE!

Elixis - 20/05/08

Foto de Felipe Ricardo

A Triste Historia de Quem Ama

Finalmente deu certo o o tão esperado encontro tive a permissão daquela que cuidava dela, e depois de quase 2 meses a encontro
linda do jeito que ela é.
Marcamos de ir as 11:30, só a tive as 13:00, pegamos o onibus direto para o shopping, odeio esse lugar, mas emfim já era hora de uma lembrança boa la, mas no caminho entrego a ela um colar que fiz, um presente lindo, um cordão roxo com uma linda borboleta amarelo-ouro, ela achou bonito, deu um sorriso apagado e o guardou na bolsa que assim carregava. Então chegamos no shopping e vamos direto compra a sua passagem de volta, para a sua casa ela resolveu compra para as 17 horas e em seguida fomos para o cinema, mas antes fome lanchar chegamos na praça de alimentação a perguntei aonde iriamos, ela disse que não sabia, e fomos direto para a melhor que lá havia e lá ela abriu o cardápio e eu a exclamei:
"Escolha o que desejar"
E nisso esla escolhe um simplório hambúrguer. Eu dou uma olhada torta, pois vi que ela não queria abusar e eu só queria agradar acabamos por optar um uns dos kits de la, o mais caro e no decorre da conversa a surpreendo dizendo a ela que estava apaixonado por tal menina dês do festival, mas não queria falar pois em tal época ela
estava namorando, e não achava certo tal sentimento, mas da surpresa ela apenas diz:
"Não sou boa para dar resposta"
E então não tocamos mais no assunto, ate q então chegamos no cinema e não havia sessões disponiveis par o horario que ela tinha e então fomos direto para o ponto do onibus para ver se tinha como trocas a passagem e assim voltamos par o shopping e começamos a falar de nossas vidas e enfim chega a hora dela volta e ir pegar o ônibus e depois de uma conversa eu a surpreendo novamente.
"Sabia menina me deu uma vontade de te roubar um beijo, mas tenho medo de suas reação, voce poderia não gosta, então vou deixar ela passa ta bem"
E assim ela me responde:
"Mas se quiser pode"
Então surpesso pergunto se ela tem certeza e ela responde que sim
e então acontece o nosso primeiro beijo...
...Um breve e sutil juntar de labios, mas perfeito...
Então que digo que minha vontade ainda não acabou e ela me surpreende novamente:
"Se quiser outro"
Ela me responde e enfim ocorre, melhor do que o primeiro e então paramos
e a digo:
"Não tenhas preocupação isto só ficara com a gente, ta bem"
E ela concorda depois de um bom tempo de angustia e espera o onibus dela chega, ela vem e corre para me abraça e ai baixinho digo em seu ouvido:
"Posso te beixar?"
e ela responde, se aproximando e no fim do que eu dei, antes de separa o meus lábios do dela ela vem e continua e assim ela parte e então começa a minha verdadeira angustia, Pois aquela menina que beijei, se tornou uma estranha e assim estou nesta melancolia que assim dilacera o meu triste coração...
...Eis ai a razão de minha tristeza, irracional
FIM

Foto de raziasantos

Idade Para ser feliz.

Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

Foto de Marilene Anacleto

Cheiro de Eternidade

Noite. Na Lagoa tudo é breu,
Feito recônditos do eu
Que ninguém jamais percebeu.

Nem eu: Mistério.

Cobras? Peixes? Sapos?
Que tipo de entidade freqüenta lagos
Em noites sem claridade?

Árvores e rochas circulantes,
Grãos de areia e plantas circundantes
Contêm mistérios além-espacial radiantes.

Espiritualidade, ciência e tecnologia
Unem-se, hoje, a descobrir feliz magia
Que traz beleza aos olhos, dia após dia.

Mas, e as noites? Continuam mágicas.

E a imaginação, fértil e fantástica
Faz-me, de outros tempos, uma alma
A vagar pelos beirais dessa água.

Feito sonho realizado em época boa,
Sem fúria e sem amor, sou a Lagoa,
Sou árvore que fica e ave que voa.

Então, não há noite nem há dia.
Não há mistério. Entretanto flui a magia
Da eternidade perene que irradia.

E nós, em volta dessa Lagoa,
Em namoros de hoje e de outrora,
Vemos a terra girar até nova aurora.

Desde tempos primordiais
A vida, ao mesmo amor pertence,
Numa trajetória sincera e perene.

Constante, agora, do nosso dia-a-dia,
Basta parar para sentir a alegria
Dos momentos que outrora se vivia.

E trazê-los na noite na Lagoa em magia,
Sem mistério e no silêncio,
Entre abraços de harmonia.

Foto de Oliveira Santos

O Besouro Azul

Era outubro do ano passado, mês do meu aniversário e estava decidido a me dar um presente especial. Algo que marcasse uma época, sim, meu primeiro carro.
Iniciei minha cruzada em busca daquilo que seria um divisor de águas na minha vida. Diuturnamente pesquisava, não dormia direito, não comia direito, era pura ansiedade na minha procura incessante, e quando menos esperava lá estava ele. Uma jóia, um achado, raridade automotiva que habitava as memórias dos mais velhos e aguçava o desejo dos mais jovens. Um lindo, restaurado e personalizado Fuscão oito meia, motorzão mil e seiscentos, estofados em couro, som potente, instrumentos esportivos, lanternas especiais, rodas liga-leve quinze polegadas, levemente rebaixado, detalhes cromados, pintura impecável perolizada, coisa de colecionador. Era ele, eu tinha certeza, foi paixão fulminante. O Besouro Azul.
Tudo acertado com o antigo proprietário que o beijou como um pai que se despede de um filho que dificilmente verá novamente fui buscá-lo com um grande amigo que tinha mais experiência em direção veicular para levá-lo comigo. Enfim ele era meu, todo meu, somente meu.
Era como se tivesse nascido um filho que seria cercado de todos os cuidados e mimos, afinal era uma relíquia única em toda a cidade, talvez em todo o estado.
Foi uma das melhores sensações que tive na vida, de realização, de conquista. Eu era o cara.
Por onde passava era a sensação. As pessoas elogiavam, faziam ofertas, tiravam fotos, queriam vê-lo de perto, tocá-lo, sentí-lo.
Alguns amigos criticavam pelo fato de ser um carro velho. Ei, velho não! Antigo, é diferente. Mas eu não me importava com o que diziam os consumistas. Eles que ficassem com seus carros zero quilômetro, mas todos iguais. Hoje todos os carros se parecem, quase não se consegue distinguir um do outro com suas linhas retilíneas e formas geométricas. Eu queria algo ímpar, que fosse só meu, exclusivo!
E eu tinha, claro, o Besouro Azul arrancava suspiros até mesmo dos mais abastados com seus luxuosos veículos, todos automatizados e que só faltavam falar.
Até que na noite de Natal do mesmo ano, num piscar de olhos eu e aquele meu amigo do início da história vimos um vulto branco em nossa direção e tudo acabado. Acabado num muro de puro concreto do canteiro central de uma avenida muito movimentada da cidade.
O Besouro Azul parou de voar.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 1

O ano era 1996, para variar. Eu morava na favela com a minha família. Não havia muito o quê fazer. Na televisão, tinha a Xuxa, a Sandy, a Maria do Bairro, e, diferente das outras casas, na nossa elas não faziam muito sucesso. Nós recortávamos tudo aquilo que sabíamos que não tínhamos dinheiro para comprar, e colávamos num papel para pendurar no único armário da casa, de duas portas e metro e meio, pouco mais que uma fruteira. Mas a maior diversão não era essa. Meu pai fazia uma espécie de rádio de um hipermercado no centro da cidade. Quando havia alguma promoção, ele trazia o máximo de coisas possíveis para a gente. E também tinham os discos. Todos dele, material de apoio para o trabalho que apesar de desdenhar em certo ponto, ele fazia com competência extrema. Mas a realidade não era tão boa assim. Mas meu pai era bom no serviço, e sacana no lar. Quando eles se separaram, foi um alívio. Mas, com o litígio, perdi em certa medida a melhor parte da minha modesta, porém digna bagagem cultural. Meu pai é ator, tem como base da carreira o movimento da tropicália. Ouvíamos a MPB, como ela é rotulada, todos esses artistas consagrados, de Caetano a Gil, Raul a Tim, e principalmente Elis Regina. Minha mãe cantava quando nova e mesmo sem grandes lucros, chegou ao profissionalismo. Sempre vi a imagem da minha mãe relacionada com a de Elis Regina. Era como se uma existe em função da outra. Era assim, na época em que me dei por gente.

Com a separação, perdi o contato com a obra de Elis Regina. Minha mãe era reticente quanto ao resgate desse conteúdo; era momento de sobreviver, e não pensar em música. Mas Elis, no meu âmago, foi ganhando o status de lenda. Elis morreu em 1982. Evidente que a imprensa, sem material novo, já não dava a mesma repercussão ao trabalho da cantora. Eu queria Elis. Sempre quis Elis, com o perdão da rima fácil. Quanto menos tinha, mais queria. Volta e meia se preparava um programa especial de televisão ou rádio, e lá estava eu assistindo. Foi assim até 2008. Nessa época eu já trabalhava. Na internet, procurava músicas e dados biográficos de Elis. Não sou o maior seguidor de Elis Regina, nunca fui, mas não me ligo nisso. O que sabia era que a artista me fascinava e queria o máximo possível de informações dela.

Um dia, já em 2009, no caminho da minha escola encontrei um desses camelôs que vendem música pirateada. Estamos na era do MP3. Nunca me importei muito com compra de discos, até os falsificados são caros demais para meus parâmetros. Perguntei se tinha Elis. O gaiato me mostrou três discos, segundo ele, a coleção completa. Tinha tudo mesmo! E era por uns vinte reais. Desnecessário dizer, amigos, que duas semanas depois cometi o

que considero até hoje um “crime famélico”. Era isso, ou então empenhar tempo e esforço numa gigantesca extravagância financeira. Acreditem que não me arrependo nem um pouco com essa decisão.

Com a compra da discografia de Elis, vi que tinha adquirido também uma enxurrada de música brasileira de alta qualidade. Já escrevia, e influenciado pelos compositores que trabalharam com ela, tive um salto no teor das minhas criações. Percebi que Elis não era só sua música, era a história do meu país acontecendo diante da minha sensibilidade. Era questão de tempo até que fosse lembrada nos meus textos.

(Continua...)

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo – Capítulo 11

Vou começar este texto por uma anedota. O filho chegou ao pai e pediu para que o deixasse trabalhar como cabeleireiro. O pai falou-lhe que era serviço para gay e o proibiu. Depois, o filho pediu para ser costureiro, e o pai desaprovou a idéia também. Depois o filho pediu para ser decorador, e o pai novamente deu-lhe a mesma resposta. Resultado: o filho tornou-se gay e não aprendeu a fazer nada.

Os mais perspicazes já sabem de quem estou falando. Por questão de fazer o texto mais charmoso não citarei o nome da Nossa Excelência. O pretenso fundador do Partido Nazista do Brasil, o elo perdido entre a época do telex e a das redes sociais. Parou no tempo, o “progressista”. Estacionou numa época de inquisição e repressão que de fato, nunca existiu.

Gente, a homossexualidade sempre existiu. Não estou defendendo aquele pensamento de que o mundo é gay e todos deveriam sê-lo. Longe disso. Mas esse negócio de que é novidade é a maior mentira. As instituições foram criadas depois de milênios de selvageria evolutiva. Lá, valia tudo. Nunca existiu Adão de roupa, pecado original, carruagem de fogo. O povo fazia suas lendas para aplacar o medo do desconhecido, criava deuses para explicar o que a mente ainda não podia ou não queria discernir. E lá, se uma pessoa desejava sexo com a outra, não tinha essa história de consentimento, as coisas podiam se resolver na violência. O mundo sempre foi dos mais fortes, mesmo após a consolidação da civilização.

Hoje, nos países um pouco mais livres, como é o caso do Brasil, as relações se dão com aceitação de ambas as partes. Se uma pessoa força a outra ao sexo, vai, na teoria, para a cadeia. A não ser que tenha muito dinheiro, mas isso fica para outra crônica. Se um político confunde homossexualidade com pedofilia, é no mínimo mal intencionado, ou está escondendo algo. É evidente, é só observar um pouco para ver que não há laços diretos entre as práticas. Ouso duvidar de seus propósitos.

Nossa sociedade tida como tão pacífica está repleta de violência. Ou seja, vamos ponderar: melhor dois homens se beijando do que trocando tiros. Se no paraíso que o deputado acha construir não há lugar para os gays, ou para os negros, que ele parece imaginar em uma nova situação de apartheid, está completamente equivocado. Vale lembrar que a representação mais famosa de Cristo que temos é a de Da Vinci. Uma mulher de barba, um anjo feito por um dos tantos artistas homossexuais que misturavam sua condição a sua obra, desde sempre. Uma criação para a qual todos nós os cristãos se ajoelham. Larga a mão de ser hipócrita, meu irmão.

Foto de Osmar Fernandes

O sinal de Caim

Caim é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia, filho primogênito de Adão e Eva. Era lavrador. Em hebraico, Caim significa lança, sendo que a sua transliteração seria Qayin. Este nome também é associado a uma outra forma verbal, "Qanah", que pode significar "obter" ou "provocar ciúme". Algumas obras associam o nome com a expressão "algo produzido".

Segundo a Bíblia, Caim teria sido um dos primeiros (não exclusivamente o primeiro) homem nascido de gravidez normal na terra, resultado das relações sexuais de Adão e Eva. Gênesis 4:1 esclarece: O homem conheceu Eva, sua mulher; ela concebeu e deu à luz Caim, e disse: ‘Adquiri um varão com a ajuda de “Deus, o Senhor” (Bíblia de Jerusalém).

Caim e Abel

Possuído por ciúmes, Caim armou uma emboscada para seu irmão. Sugeriu a Abel que ambos fossem ao campo e, lá chegando, Caim matou seu irmão; este teria sido o primeiro homicídio da história da humanidade.

Os descendentes de Caim

Após ter matado Abel, Caim teria partido para a "terra da Fuga (Nod ou Node), ao leste do Éden", levando consigo a sua esposa, cujo nome não é mencionado na Bíblia. Após o nascimento de seu filho, Henoc (Enoque), Caim empenhou-se em construir uma cidade, dando-lhe o nome do seu filho.

Os descendentes de Caim são alistados em parte, e incluem homens que se distinguiram pela pecuária nómada, por tocarem instrumentos musicais, por forjarem ferramentas de metal, bem como alguns conhecidos por praticarem a poligamia e a violência. (Gênesis 4:17-24) Segundo a Bíblia, a descendência de Caim terminou com o Dilúvio dos dias de Noé.
O texto bíblico de Gênesis deixa implícito que Caim poderia ter sido assassinado por seu descendente Lameque, quando fala sobre o castigo que este enfrentaria: E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o mei duto: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete. (Gênesis4:23-24)

Outras informações não-bíblicas

Semente da serpente

Para alguns, o ato da sua concepção mantém-se um enigma, uma vez que defendem o fato de Caim ser o resultado do relacionamento de Eva com a serpente.

Livro dos Jubileus

Segundo o Livro dos Jubileus, Caim nasceu na terceira semana do segundo jubileu, Abel na quarta semana, e Avan (Awan) na quinta. Caim matou Abel no primeiro ano do terceiro jubileu. Na sexta semana do quarto jubileu, Caim tomou sua irmã Avan como esposa, e desta união nasceu, no final do quarto jubileu, Enoque. No primeiro ano da primeira semana do quinto jubileu, casas foram construídas e Caim fundou a primeira cidade com o mesmo nome de seu filho Enoque. No sétimo ano da sétima semana do décimo nono jubileu Caim morreu, quando a sua casa desabou em cima dele; ele morreu por uma pedra, pois tinha assassinado Abel com uma pedra.

Cronografia de Bar Hebraeus

Bar Hebraeus, em sua Cronografia, citando Anianus, que se baseou no Livro de Enoque, diz que Caim nasceu setenta anos após a explusão do paraíso, Abel sete (ou setenta) anos apóis Caim e Abel foi morto com cinquenta e três anos[5]. Citando Methodius, Caim e sua irmã Klymia nasceram trinta (ou três) anos após a expulsão do paraíso, Abel e sua irmã Labhudha trinta anos após Caim e Abel foi morto quando Adão tinha cento e trinta anos

Sinal de Caim

Há várias especulações sobre qual seria a marca de Caim. Segundo textos mórmons, esta marca estaria relacionada à cor da pele de Caim (relatado em Pérola de Grande Valor), e que tenha sido ele o pai da raça negra africana.

Na ficção de Vampiro: A Máscara, a marca de Caim é o vampirismo.

Caim na cultura popular e literatura

No Universo do jogo de RPG Vampiro: A Máscara, Caim é o primeiro vampiro. No RPG, é explicada a linhagem dos vampiros tendo Caim como o "Pai dos Vampiros". Quanto mais distante for a descendência, mais fraco é o sangue de Caim nos novos vampiros. Esse fato é descrito RPG como "Time Of Thin Blood", que precede ao Gehenna, algo como o fim do mundo para os vampiros.
O livro de José Saramago, "Caim", apresenta o Antigo Testamento sob o ponto de vista de Caim.
A banda Avenged Sevenfold (em português, "vingado sete vezes") faz referência a Caim em seu nome.

Referências
↑ Jubileus, 4:1
↑ Jubileus, 4:2
↑ a b Jubileus, 4:9
↑ Jubileus, 4:31
↑ Anianus, citado por Bar Hebraeus, Cronografia, Os Patriarcas, de Adão a Moisés, A primeira série de gerações, que começou com os Patriarcas', 1.3.2'
↑ Methodius, citado por Bar Hebraeus, Cronografia, Os Patriarcas, de Adão a Moisés, A primeira série de gerações, que começou com os Patriarcas, 1.3.3
↑ Livro de Moisés 7:22
↑ Saramago volta-se a Caim, no Yahoo! Noticias]

Referências Bíblicas
↑ Gênesis 4:5
↑ Gênesis 4:8
Gênesis 4:1-17.
Mateus 23:35
Hebreus 11:4.
1 João 3:12.
Judas 1:11.

O SINAL DE CAIM

* Mário Renato Castanheira Fanton.

Em Gênesis, capítulo 4 há a descrição do pecado de Caim, ou seja, aquele em que ele matou Abel, devido à aceitação de Deus à oferta de seu irmão e rejeição da sua. Em virtude desse pecado houve uma conseqüência, qual foi: "Agora maldito és desde a terra, que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela terra.… O Senhor, porém lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse" (Gênesis 4:11,12e15).
Agora, passaremos a analisar qual seria esse sinal: Quando a Bíblia, antes de começar a falar de Noé no capítulo 6 de Gênesis, relata um fato interessante e misterioso, que "os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não permanecerá o meu Espírito para sempre com o homem, pois este é mortal; os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias, gigantes na terra, e também, depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Estes foram valentes, os homens de renome que houvera na antiguidade".
Duas teorias têm surgido para explicar o fato supra mencionado, porém somente a segunda parece-nos coerente, o que pretenderemos mostrar a seguir: A primeira diz serem filhos de Deus, anjos, é isso mesmo, seres celestiais, baseados no texto de Jó 1:6. Os que assim o fazem, pensam que, porque o texto se refere a filhos de Deus apresentando-se perante o Senhor e logo em seguida aparece também Satanás(anjo caído). Os filhos aqui nesse caso, têm que ser igual a Satanás em espécie, o que não é verdade. Porque esses não poderiam ser aqueles que já morreram e que terão que comparecer perante o tribunal de Cristo? A Bíblia é omissa e não apresenta nenhuma margem para tal interpretação, o que torna perigoso uma análise do tipo. Esses que assim pensam, fundamentam-se também no texto de Judas 1:6 combinado com Apocalipse 9:14. (JD 1:6) "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;" (AP 9:14) "A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates." Esses anjos, referidos nos textos mencionados, não precisam ser os mesmos de Gênesis 6, mas sim aqueles que se rebelaram juntamente com Lúcifer. Nessa rebelião, somou-se 1/3 dos anjos do céu. Todos nós sabemos que anjo é o gênero da qual existem muitas espécies (querubim, Serafim, arcanjo, etc.). Esses, referidos em Ap. 9:14, com certeza possuem diferente espécie da grande maioria, possuem graus diferentes de poder. Por isso, pelo fato de possuírem grandes poderes é que estão presos em cadeias, para que Deus os libertando façam todo o mal previsto em Apocalipse. Mas o que derruba por terra esta teoria é o que Jesus disse a respeito de anjos nos textos de Mt 22:30; Mc12:25 e Lc 20:35. Disse que no céu, todos nós seremos iguais aos anjos, não nos casaremos, nem seremos dados em casamento, ou seja, não haverá a hipótese, dentre outras, de podermos relacionar sexualmente.
Quanto à segunda teoria, bem mais coerente do ponto de vista Bíblico e também será um ponto de apoio de nosso estudo, fundamenta-se nos seguintes argumentos: Gênesis 4:25 descreve que Adão teve um outro filho com Eva, Sete. Este veio substituir Abel, seu irmão que houvera morrido. No versículo 26 do capítulo 4, continua a dizer que Sete teve um filho, a qual pôs o nome de Enos, e foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor. Em Atos 2:21 diz que todo aquele que invocar o Senhor será salvo. Portanto, sabemos que quem é salvo, conseqüentemente, se torna filho de Deus. Já que é assim , esses seres mencionados em Gênesis, por analogia ao versículo de Atos, são considerados filhos de Deus.
Após o pecado de Caim e sua punição por parte de Deus, ele se retirou da presença do Senhor e foi habitar numa terra ao Oriente do Éden, cujo nome era Node. Lá ele teve filhos, e a partir do versículo 18 até o 24, do capítulo 4 de Gênesis, fala da descendência de Caim. Em seguida, no capítulo 5 descreve a descendência de Sete, filho de Adão, sendo que no final dessa última descrição há uma observação importante de que esse é o tempo em que os homens começaram a buscar a Deus.
O capítulo 6 inicia falando sobre o relacionamento entre os filhos dos homens e os filhos de Deus. O interessante é que Deus no versículo 16, capítulo 34 do livro de Êxodo diz para Moisés alertar o povo de Israel que quando eles viessem a possuir a terra prometida, seus filhos não tomassem por mulheres das suas filhas, para não se prostituírem após outros deuses. O que mais chama a atenção é que Deus usa o mesmo termo de Gênesis 6, seus filhos (filhos de Deus pois era povo de Deus) e suas filhas (filhas dos homens, pois eram do mundo e adoravam outros deuses). O que vem a reforçar a idéia acima é o fato de que, após o relato inicial em Gênesis 6, o texto mostra a ira de Deus contra a corrupção humana nos versículos 6 e 7 resultando na destruição da raça humana com o dilúvio e a salvação apenas da família de Noé, porque este era justo e temente a Deus, não tendo se corrompido como os demais (Hb 11:7). Mas, como Deus destruiu a todos, exceto Noé, o que aconteceu com aquele povo de Gênesis 4:26 que começara a invocar o nome do Senhor? Com certeza se corrompeu, pois se não o tivesse, Deus os teria preservado como fez com Noé. Como se corromperam? Conforme descreve Gênesis 6:2, ou seja, tendo visto os filhos de Deus (aqueles que invocavam o nome do Senhor) que as filhas dos homens (descendência de Caim. Pecadores que se retiraram da presença do Senhor) eram formosas e tomaram mulheres para si de todas as que escolheram.
Fatos semelhantes a esse aconteceram também com: Sansão que, pelo fato de ter buscado uma mulher dentre os filisteus, Dalila, se corrompeu (Juízes 14:1 a 3. Note que nesse caso, que o vers. 1 emprega o termo: "filhas dos Filisteus". Poderia ter-se dito "gentios", mas não foi); Salomão (1 Reis 11:3). O que aconteceu com Salomão e Sansão também aconteceu com esses filhos de Deus, expressão essa, usada apenas para diferenciar o povo de Deus dos gentios, e não anjos como muitos, erroneamente, pensam. O que acontece no versículo 1 de Gênesis é uma justificativa do castigo previsto no versículo 3, como também, acontece nos 5 e 6. Se fossem anjos, a punição deveria vir apenas para eles e não para os homens, posto que são de maior força, podendo dominar facilmente os humanos e fazerem o que quiser, como o diabo, também, muitas vezes faz com as pessoas.
Portanto, volto a afirmar que filhos dos homens são aqueles descendentes de Sete que começaram a invocar o nome do Senhor, e filhos dos homens são os descendentes de Caim que se afastaram de Deus e começaram a pecar. Agora, passaremos a analisar o mérito do assunto. Vocês devem estar pensando, porque falar sobre Gênesis 6, sendo que o sinal está no capítulo 4. Acontece que ambos estão intimamente ligados e antes de irmos ao mérito devemos esclarecer algumas coisas preliminarmente. O versículo 4 do capítulo 6 fala que: "Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois, de quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens"…. Por que será que há essa observação, quanto a gigantes, nessa passagem? Porque isso tem tudo a ver com o contexto, é óbvio. Repare bem, como fala o texto: "Que havia naqueles dias gigantes, e também depois…". Se já havia gigantes antes da relação entre os filhos dos homens e os de Deus, da onde teriam vindo esses, sendo que Deus deveria também os ter criado, posto que Ele tudo criou? Qual seria a razão dessa criação diferente do ser humano normal? Deus não criou os gigantes a toa, tem um objetivo, o de diferenciar uma espécie de humanos de outros.
O texto acima mostra que eles já existiam na terra antes daqueles fatos descritos. Se eles já existiam foram criados, para diferenciar Caim e seus descendentes do resto da população. O sinal colocado em Caim deveria ser um que, quem o visse ficasse com medo. Todos, ao vê-lo teriam que ter medo dele, para assim, não tentar matá-lo. Deus não iria sair avisando a todos que o homem de tais características não deveria ser morto. Deus pôs algo em Caim que já amedrontaria a todos pela aparência, afinal o objetivo desse sinal era: (GN 4:14) "Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará."(GN 4:15) "O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.". Tanto é verdade que quando Moisés enviou espias para Canaã, eles voltaram dizendo estar cheia de pessoas de grande estatura (Nm13:33), e no versículo 31 e 32 de Números, capítulo 13, também fala que Israel não podia atacar aquele povo, pois era mais forte, como também eram de grande estatura e a terra devorava seus moradores. Fato semelhante que ilustra essa idéia é aquele em que Golias se apresenta para guerrear contra Israel e todos ao verem o gigante, espantaram-se e temeram muito (1Sm 17:11). É evidente, portanto, que a característica de gigante era colocar medo em quem os encontrasse.
Mas, todos devem estar pensando como se explica o fato de haverem gigantes na terra após a destruição desta pelo dilúvio e preservação apenas da família de Noé. A explicação é simples. Do casamento dos filhos de Deus (descendentes de Sete) e os filhos dos homens (descendentes de Caim), saíram os homens valentes da antiguidade. Por que a Bíblia não fala exatamente que resultou dessa união, os gigantes? Porque há que se lembrar da lei da genética. Entendemos que a Bíblia diz apenas que, Deus transformou Caim em gigante e só. Seus filhos poderiam ser ou não gigante, já que sua esposa era normal. Um exemplo é o de um casal que tem filhos, cujo marido é alto e a esposa baixa, há a probabilidade de a criança ser alta como o pai, ou baixa como a mãe. Assim também aconteceu com os descendentes de Caim, nem todos seus filhos e filhas eram gigantes, mas apenas alguns. Os descendentes (homens ou mulheres) que não eram gigantes, mesmo assim possuíam em seu código genético "gens" de gigantes, podendo gerar filhos que fossem, conforme a genética atual explica possibilidades semelhantes, é obvio que se referindo as outras características. É claro que Deus ao fazer isso com Caim, não transformou apenas sua estatura, mas também lhe deu mais força, proporcional ao seu tamanho, o que quer dizer que quem, dos seus descendentes, não fosse gigante poderia possuir a força de um. Isso explica o fato da Bíblia falar em homens valentes da antiguidade. Significa que esses eram apenas homens de grande força, daí a diferenciação que o texto faz entre esses e aqueles. Com a destruição da raça humana no dilúvio e preservação da família de Noé, como se explica o surgimento dos gigantes na nova terra de Noé e sua família, já que Davi lutou contra o gigante Golias, e também Josué e os espias viram gigantes na terra prometida?
É importante estabelecermos, preliminarmente que, as pessoas que entraram na arca com Noé eram: Noé, esposa, três filhos e três noras. Foi a partir desses que surgiram os gigantes, posto que todos os demais humanos foram destruídos. Dentre os filhos de Noé não poderia haver "gen" de gigante, já que Noé foi o único justo num mundo corrompido e com certeza se assim foi, não teria ele feito como os demais e tomado mulher para si dentre aquelas dos filhos dos homens (descendentes de Caim). Se seus filhos não possuíam o "gen" de gigante, quem possuía? Com certeza, uma das esposas dos filhos de Noé. Essa esposa certamente era a de Cão, porque se formos analisar algumas coisas, chegaremos a conclusão clara disso. Vejamos: 1) No capítulo 9, versículo 20 em diante do livro de Gênesis notamos uma passagem onde o filho de Noé, Cão, tendo visto a nudez de seu pai fez algo de muito errado, que a palavra não especifica, mas na qual lhe gerou uma conseqüência muito drástica: (Gn 9:25) "E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos." (Gn 9:26) "E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." (Gn 9:27) "Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." Para que Cão tenha cometido tamanho pecado, com certeza a influência da convivência com sua esposa (descendente dos filhos de Caim) o tenha levado a isso. 2) Outra evidência clara é que, se formos reparar a partir do versículo 6, do capítulo 10 de Gênesis, a Bíblia começa a descrever os descendentes de Cão. O interessante, a princípio, é de se observar que um dos filhos de Cão se chama Canaã. Se vocês se lembrarem, quando Deus chama a Abrão para ir para a terra prometida, a terra é a de Canaã (GN 12:5-"E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã."). Naquela época, quando a terra era desabitada e alguém a possuísse primeiramente, colocava-se o nome do conquistador ou de seu povo àquela terra. Exemplo claro disso encontra-se em Gênesis 4:17, onde Caim tem um filho e dá o mesmo nome da criança a uma cidade que acabara de edificar. Era costume de Caim, que passou a seus descendentes dar nome às cidades, semelhantes aos dos filhos, o que também se fez com Canaã. Ela inicialmente foi habitada pelo filho de Noé, Canaã, daí advém seu nome. E como defendemos ser a mulher de Cão uma descendente dele, nada mais óbvio, seus descendentes fazerem como faziam os ascendentes no passado. Era algo que se aprendeu com os antepassados.
Mas, o que isso tem a ver com o tema em análise? Tem tudo a ver. Quando Josué foi espiar a terra prometida, a terra era a de Canaã, e lá eles avistaram os gigantes (Nm 13:28,33). Agora, como se explica o fato de haverem gigantes na terra de Canaã? Então, diante de tudo que falamos, concluímos que esses encontrados naquela região eram os descendentes de Cão, filho de Noé, cuja esposa era descendente de Caim e também, talvez, podia não ser gigante, mas carregava em seu código genético o "gen" deles. O versículo 19 do capítulo 10 de Gênesis confirma tudo que foi dito, porque fala que o termo dos cananeus foi desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; em direção a Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Laza. A terra de Sodoma e Gomorra é exatamente a planície que os espias avistaram e percorreram, ou seja, é o local da terra prometida. 3) Se observarmos ainda na genealogia de Cão em Gênesis, capítulo 10, versículo 14, encontramos que dentre os descendentes de Cão havia Patrusim, Casluim (donde saíram os filisteus). Agora, se verificarmos em 1Sm 17:4, a Bíblia se refere à passagem onde Israel iria guerrear contra os filisteus, até que surge no meio do povo dos filisteus um gigante, Golias, este que futuramente foi morto por Davi. O interessante é que no primeiro texto mencionado há a referência à origem do povo filisteu, que advieram dentre os descendentes de Cão. Outro ponto que merece destaque é que no versículo 11 do capítulo 17 se 1Sm observamos que a reação do povo de Israel ao ver o Gigante foi de espanto e temor, exatamente o que Caim precisava para não ser morto quando alguém lhe encontrasse (Gn 4:15). Diante de todo exposto, concluímos que o sinal posto em Caim foi transformá-lo num gigante, para que todos ao vê-lo ficassem atemorizados e com medo, não tentando, dessa forma matá-lo.

O Livro de Enoque

http://www.geocities.com/havengarwp/dss/comenoch.htm

Na primavera de 1947, um pastor árabe, deixou cair um objeto acidentalmente por uma fenda, próximo das ruínas do Qumrán. Ao descer para recuperar o artefato, o pastor ficou surpreso ao perceber que havia naquela câmara 20 vasos, a arma tinha quebrado um dos vasos ao cair encima, ele notou que dentro do vaso havia uma bolsa de couro revestido com uma espécie de piche, dentro dessa bolsa haviam vários pergaminhos. Foram descobertas várias câmaras iguais àquela, todas contendo vasos com rolos de escritura. Os rolos continham vários livros de escrituras muito bem conservadas, os textos em Hebraico antigo desconhecido, foram traduzidos por um perito (encontrado por um milagre) nesse tipo de caracteres.
Ver Lista dos Papiros do Mar Morto, grande parte dos manuscritos tratava a respeito de uma sociedade judaica até então desconhecida, os Essênios, haviam vários registros contendo relatos sobre os seus rituais e sobre sua cultura, eles estavam muito familiarizados e amigados com Jesus Cristo e guardavam consigo o evangelho escrito por seus apóstolos, alias, evangelhos que não foram incluídos em nossa Bíblia, como o "Evangelho de Felipe" (amigo de infância de Jesus), textos conservados em sua pureza para a nossa alegria. Um dos Livros, incrivelmente interessante, e já traduzido para o nosso idioma foi o Livro de Enoque. Ele foi montado e dividido em 5 partes Resumo: Book I (The Book of Watchers) -"Livro dos observadores" -Enoque é ordenado um profeta por Deus -A Terra é povoada por homens e anjos. - Os anjos são enviados por Deus para ensinar as leis que regem o universo aos homens. - Alguns anjos se apaixonam pelas filhas dos homens e se acasalam com elas - Da união anjos com as mulheres terrenas surgem aberrações, os gigantes nefilins (ver: Gênesis 6:4 e números 13:33) ferozes que matam e devoram humanos. - Deus se enfurece pela iniqüidade desses anjos e os castiga lançando-os num lugar de trevas. -Enoque prega arrependimento ao povo que estava corrompido por causa da iniqüidade dos anjos.

O Nascimento de Noé:

- Enoque conta a Lameque (seu neto) sobre a visão em que via seu bisneto nascer, seu nome deveria ser Noé, seria um profeta, e ele verá a humanidade ser destruída, recomeçando novamente com ele.
- Noé nasce - ao abrir seus olhos pela primeira vez a sala se enche de luz e começa a profetizar diante de sua família.
- A história de Noé e sua família - Viagem de Enoque através do céu (em visão) - Uma curiosa conversa de Enoque com o anjo que guarda a entrada que leva à "Árvore da Vida" no "Jardim do Éden". Book II (The Book of Parables) - Livro de parábolas Book III (The Astronomical Book) - Visão dos portais do céu. - Os mistérios do amanhecer e do entardecer do dia. - Descrição do lugar onde Deus vive. Book IV (The Book of Dreams) - Sonhos e profecias sobre o grande dilúvio. Book V (The Epistle of Enoch) - Sábios conselhos de Enoque ao seu filho.

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Osmar Soares Fernandes

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