Dor

Foto de Carmen Lúcia

Nem sempre fora assim

Nem sempre fora assim...

Cores suaves floriam seus caminhos,
Contos de fadas traçavam seu destino,
Sonhos encantados eram derramados
Em cantos escondidos a serem desvendados.

E sorria...E cantava...E sonhava...
Rodopiava por entre jardins...
Rastreava fragrância de flores,
Era a criança que havia em si.

Nem sempre fora assim...

As cores suaves ficaram marcantes,
Os contos tornaram-se insinuantes,
Perderam-se em cantos, as fadas madrinhas,
A criança se foi, não quis ficar sozinha.

Nem sempre fora assim...

Tudo se transforma...É a norma...
Tornou-se mulher, descobriu a paixão...
Abriu as portas do amor, desafiou a razão...
Teve o bem que mais quis e viveu...Foi feliz!
Deu de cara com a dor...Desabou! Infeliz!

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Tu me ensinaste

A ver o alvorecer sorrindo
E um novo pôr-do-sol se indo...
Que o brilho da última estrela,
É tão intenso quanto o da primeira.

Que a flor mais bela será sempre aquela
Que em nuances aos olhos se revela,
Que a primavera tem sua beleza
Tal qual o inverno...sua realeza.

Que a felicidade mora onde supomos,
Que o amor reflete tudo o que somos,
Ou alcançamos céus,ganhamos terra,
Ou sucumbimos fundo,vítimas do mundo.

Me ensinaste que a dor morre e nasce,
Em meio à ilusão,sempre em contraste
Com o amor que descompassa o coração
E lança nossos sonhos pelo chão.

Me ensinaste a viver fortes emoções,
Desencadeando um mar de inspirações,
Sorri,sofri,amei,poetizei...
"Mas nessa hora a viver comecei..."(Garret)

_Carmen Lúcia_

Foto de Sonia Delsin

ESTE POEMA

ESTE POEMA

Este poema está doendo em mim.
É vivo, é um bicho que me devora.
Tudo ele é quente, é ardente.
É fogo que arde.
Não o quero tolo, não o quero frio.
Minha alma está gelada, trêmula.
Está encurralada.
Mas meu coração dentro dela é chama incandescente.
Minha alma dói e ele bate contente.
Ele segura minha mão e escreve estas linhas.
Derrama um pouco da lava nestas linhas loucas.
Nestes versos tortos ele me endireita a mente.
Porque sou poeta.
Porque encontro saídas para todos os meus labirintos.
Para todos os meus ais e não sei o quê mais.
Este poema é um escudo.
Pode chegar a dor, o sofrer, a consternação.
Que ainda assim meu poema é uma canção.
Este poema quer transformar os sonhos em realidade.
Quer dizer que tudo pode ser verdade.

SONIA MARIA DELSIN

Foto de NiKKo

Eu te recordo.

Eu te recordo quando a noite cai mansamente,
deixando pontilhado de estrelas o céu escuro.
Quando a madrugada chega apressada com o sol
despertando as pessoas que começam a fazer barulho.

Eu te recordo quando a chuva cai e lava as ruas,
levando na correnteza tudo o que encontra pelo chão.
Quando um raio rasga o céu rompendo o espaço
fazendo soar forte e bem ao longe o som do trovão.

Eu te recordo quando os pássaros em revoada,
sozinhos ou em bandos, soltos ficam a voar.
Quando vejo os filhotes que seguros em seus ninhos
esperam tranqüilos a comida chegar.

Eu te recordo quando vejo o mar quebrando nas pedras
deixando sua espuma branca deitada na areia.
Quando vejo que suas ondas contornam as pedras
que toda a encosta das montanhas ele serpenteia.

Eu te recordo quando o vento vem tocar meu rosto
trazendo seu cheiro e seu perfume pelo ar,
que acariciando suavemente meus pelos com seu frescor
fazendo com que minha pele, sem pejo fique a se arrepiar.

Eu te recordo na água pura e cristalina que eu bebo
no fogo que me aquece o corpo com seu calor.
No vento que murmura seu nome em meu ouvido,
na terra que gira, gira mas não me rouba essa dor.

Eu te recordo a cada segundo desta minha vida solitária
Pois mesmo que eu queria não consigo te esquecer.
Eu te recordo em tudo que faço e vejo, simplesmente
porque você é a única, razão do meu viver.

Foto de karla888

Duas Faces

A noite cai e com ela uma personalidade
Doce...terna, com amor...
O beijo e diferente...o olhar e presente e com finalidade
O abraco sem medo, sem medo da dor...

O dia amanhece e essa doce imagem se vai
adormece a ternura, acorda o distante,
A figura doce quase que por completo se esvai
Fica o amor que por momentos do dia nao e o bastante.

De novo escurece e as estrelas brilham
A lua la no alto esquenta
Pois mais uma noite se aproxima e com ela o amor
Aquele amor nocturno que sustenta

Sustenta o frio do dia, a distancia dos momentos
Pensamentos distantes que nos assolam a alma
E nos deixa vulneraveis a um sopro dos ventos
que nos sopra verozmente contra o passado...contra quem ama.

E assim se faz o sentido dos sentidos,
Cultiva se o amor dos amores
Colhe se a ternura dos sofridos,
Sente-se o fogo dos calores.

Caindo de novo nos bracos das duas faces
Recolhendo no amor dos seus afagos
Redescobrindo o prazer dos seus beijos
Entregando os meus sentidos as suas fases...

Uma distante,
uma doce,
uma ofegante,
a outra antes fosse...

enfim sao duas faces.

Foto de Rose Felliciano

COVARDIA

.
.
.
.

"José sofria o abandono e Maria também
Viviam assim distantes e choravam por um alguém...
O destino os uniu e um grande amor floresceu
A dor de ambos foi embora e a felicidade aconteceu.

Viveram uma paixão alucinada
Um amor que invejava...
De repente, José teve medo de sofrer novamente
E num repente, abandonou Maria e foi embora...

O ser humano é mesmo complexo
E quantas vezes fazemos o inverso
Do que queríamos realmente fazer...

Quem entende esse temor??!!!...
Lutamos tanto pelo amor e o deixamos se perder...
E sofremos, por um medo enorme de sofrer...." (Rose Felliciano)

.
*Mantenha a autoria do poema*.

Foto de karla888

Amor Arte

Adormeco em vales esquecidos,
longinquos, inexistentes
onde as flores brilham em alaridos,
e as aves cantam melodias persistentes...
...a dor nao existe, a alegria e eminente,
o amor e a alma do mundo,
transparece num movimento,num gesto inconsequente...
...onde um olhar puro faz saltar o desejo
de querer um inevitavel beijo,
...e quando acontece o universo gira,
os mares enrolam-se,
a brisa aquece, as arvores dancam,
alimentando os sonhos dos amantes...
...fazendo sorrir as bocas dos restantes,
afinal o amor existe em toda a parte,
entre animais, pessoas...e os passarinhos?
...num sorriso, num gesto..., numa tela...
...afinal ser amado e saber amar e uma arte.

Foto de karla888

Confiança

Percorro certo cruel destino,
duvidas que me assolam,
amores que me desolam,
felicidade, longe, alem no infinito

Torno a cair, torno a levantar
estou sem rumo.
Sinto a alma cansada, em consumo,
de tanta dor de te amar.

Nao entendes que de longe me feres
e perto nao me entendes.
Fujo de perto para longe,
se estou longe quero estar perto,
sei que nao es nenhum monge.

Quem me dera que me olhasses por dentro
verias que te amo a 100%
Tira estas duvidas de mim
Ajuda me a olhar para dentro de ti.

Foto de Sonia Delsin

VOLTE, AMOR

VOLTE, AMOR

Tenho os olhos úmidos.
Aperte minha mão.
Tenho uma dor...
É lá no fundo...
... do coração.
Seria tão mais fácil meu viver se eu conseguisse te esquecer.
Mas não posso.
Porque do teu beijo ficou o gosto.
Todo dia eu me lembro do teu abraço.
De quando eu me deitava no teu regaço.
Tenho os olhos brilhantes.
Da lágrima que não cai.
Da lágrima represada.
Começo a dar risada.
De tudo.
De nada.
Aperte minha mão.
Estou tão sentida.
Querendo tanto, tanto que voltes a fazer parte da minha vida.
Volte, amor.
Vamos caminhar de braço dado.
Vamos percorrer os caminhos do passado.
Aquela sorveteria ainda existe.
E isto me deixa triste.
Quando passo por ela vejo lá um dentro um casal a sorrir.
Um casal que só eu existe no meu imaginar.
Este casal lá nunca mais vai voltar.
Ou vai?
Volte, amor. Eu quero tanto.
Tomar sorvete na taça.
Achar graça...
Ó! Estou chorando...
A lágrima represada encontrou no meu rosto uma estrada...

Foto de NiKKo

O frio da saudade.

Sinto saudade de você e minha alma chora.
Quando olhando da janela, vejo a noite a terra dominar
no meu peito meu coração sangra relembrando
os dias onde a fantasia e o sonho me fizeram voar.

Fechando os olhos deixo-me guiar pela saudade
que carrega meu pensamento para junto do infinito.
Através do vento eu ouço uma musica suave
que embala meu choro e sufoca meu grito.

Olho as estrelas que brilham no céu tão distante
que mesmo com o clarão da lua, não conseguem iluminar
as ruas e as estradas desta minha vida,
que deixam meu céu noturno, triste e sem luar.

E vou buscando motivos para sobreviver
mesmo longe de você, que é a minha razão do meu existir.
Mas não consigo sufocar em minha alma essa dor
que me rouba o sono, a alegria e o sorrir.

Hoje eu estou muito diferente do que era.
Reconheço que perdi o viço e a minha mocidade.
Vivo somente de lembranças do que você me deu,
hoje a saudade e a dor, são a minha realidade.

Sei que viver só do passado não é vida
e ficar só te recordando, não te faz voltar para mim.
Mas minha alma por sentir saudades chora,
não sente alegria pela vida que parece chegar ao fim.

Sinto-me sem animo para vida e presa ao passado,
e fico te recordo pela noite a fora, ate o amanhecer.
Mas deixo que o frio da saudade embale minha alma solitária
e saio às ruas fingindo que consegui te esquecer.

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